Ele disse:
encontrar alguém
de quem se goste
é potente!...
Ela, por timidez,
fugiu e escondeu-se
atrás das pedras.
Maria José Meireles
quinta-feira, 31 de maio de 2012
quarta-feira, 30 de maio de 2012
Simplesmente só...
Todos os dias
toca piano
para lembrar...
ou para não esquecer
para sonhar...
ou para se sonhar
para sentir...
e para não se sentir
só.
Maria José Meireles
toca piano
para lembrar...
ou para não esquecer
para sonhar...
ou para se sonhar
para sentir...
e para não se sentir
só.
Maria José Meireles
terça-feira, 29 de maio de 2012
segunda-feira, 28 de maio de 2012
sábado, 26 de maio de 2012
Titanic...
A roupa fazia-a mais nova
nunca a tinha visto
no meu caminho
o negócio do próprio corpo
estaria a enfrentar dias maus
para ela se ter exposto tanto
creio que a consciência da moça
assim como a do velho
não lhes retirará o sono
apenas eu estou acordada
a ver a ponta do icebergue
para onde se dirige
o Titanic em que viajo.
Maria José Meireles
nunca a tinha visto
no meu caminho
o negócio do próprio corpo
estaria a enfrentar dias maus
para ela se ter exposto tanto
creio que a consciência da moça
assim como a do velho
não lhes retirará o sono
apenas eu estou acordada
a ver a ponta do icebergue
para onde se dirige
o Titanic em que viajo.
Maria José Meireles
terça-feira, 22 de maio de 2012
segunda-feira, 21 de maio de 2012
Decálogo
Russell propôs, em sua autobiografia, um "código de conduta" liberal baseado em dez princípios, à maneira do decálogo cristão. "Não para substituir o antigo", diz Russell, "mas para complementá-lo". Os dez princípios são:
1. Não tenhas certeza absoluta de nada.
2. Não consideres que valha a pena proceder escondendo evidências, pois as evidências inevitavelmente virão à luz.
3. Nunca tentes desencorajar o pensamento, pois com certeza tu terás sucesso.
4. Quando encontrares oposição, mesmo que seja de teu cônjuge ou de tuas crianças, esforça-te para superá-la pelo argumento, e não pela autoridade, pois uma vitória dependente da autoridade é irreal e ilusória.
5. Não tenhas respeito pela autoridade dos outros, pois há sempre autoridades contrárias a serem achadas.
6. Não uses o poder para suprimir opiniões que consideres perniciosas, pois as opiniões irão suprimir-te.
7. Não tenhas medo de possuir opiniões excêntricas, pois todas as opiniões hoje aceitas foram um dia consideradas excêntricas.
8. Encontra mais prazer em desacordo inteligente do que em concordância passiva, pois, se valorizas a inteligência como deverias, o primeiro será um acordo mais profundo que a segunda.
9. Sê escrupulosamente verdadeiro, mesmo que a verdade seja inconveniente, pois será mais inconveniente se tentares escondê-la.
10. Não tenhas inveja daqueles que vivem num paraíso dos tolos, pois apenas um tolo o consideraria um paraíso.
1. Não tenhas certeza absoluta de nada.
2. Não consideres que valha a pena proceder escondendo evidências, pois as evidências inevitavelmente virão à luz.
3. Nunca tentes desencorajar o pensamento, pois com certeza tu terás sucesso.
4. Quando encontrares oposição, mesmo que seja de teu cônjuge ou de tuas crianças, esforça-te para superá-la pelo argumento, e não pela autoridade, pois uma vitória dependente da autoridade é irreal e ilusória.
5. Não tenhas respeito pela autoridade dos outros, pois há sempre autoridades contrárias a serem achadas.
6. Não uses o poder para suprimir opiniões que consideres perniciosas, pois as opiniões irão suprimir-te.
7. Não tenhas medo de possuir opiniões excêntricas, pois todas as opiniões hoje aceitas foram um dia consideradas excêntricas.
8. Encontra mais prazer em desacordo inteligente do que em concordância passiva, pois, se valorizas a inteligência como deverias, o primeiro será um acordo mais profundo que a segunda.
9. Sê escrupulosamente verdadeiro, mesmo que a verdade seja inconveniente, pois será mais inconveniente se tentares escondê-la.
10. Não tenhas inveja daqueles que vivem num paraíso dos tolos, pois apenas um tolo o consideraria um paraíso.
Bertrand Russell em 1907
Poema aos homens constipados
Pachos na testa, terço na mão,
Uma botija, chá de limão,
Zaragatoas, vinho com mel,
Três aspirinas, creme na pele
Grito de medo, chamo a mulher.
Ai Lurdes que vou morrer.
Mede-me a febre, olha-me a goela,
Cala os miúdos, fecha a janela,
Não quero canja, nem a salada,
Ai Lurdes, Lurdes, não vales nada.
Se tu sonhasses como me sinto,
Já vejo a morte nunca te minto,
Já vejo o inferno, chamas, diabos,
Anjos estranhos, cornos e rabos,
Vejo demónios nas suas danças
Tigres sem listras, bodes sem tranças
Choros de coruja, risos de grilo
Ai Lurdes, Lurdes fica comigo
Não é o pingo de uma torneira,
Põe-me a Santinha à cabeceira,
Compõe-me a colcha,
Fala ao prior,
Pousa o Jesus no cobertor.
Chama o Doutor, passa a chamada,
Ai Lurdes, Lurdes nem dás por nada.
Faz-me tisana e pão de ló,
Não te levantes que fico só,
Aqui sozinho a apodrecer,
Ai Lurdes, Lurdes que vou morrer
António Lobo Antunes - (Sátira aos HOMENS quando estão com gripe)
Uma botija, chá de limão,
Zaragatoas, vinho com mel,
Três aspirinas, creme na pele
Grito de medo, chamo a mulher.
Ai Lurdes que vou morrer.
Mede-me a febre, olha-me a goela,
Cala os miúdos, fecha a janela,
Não quero canja, nem a salada,
Ai Lurdes, Lurdes, não vales nada.
Se tu sonhasses como me sinto,
Já vejo a morte nunca te minto,
Já vejo o inferno, chamas, diabos,
Anjos estranhos, cornos e rabos,
Vejo demónios nas suas danças
Tigres sem listras, bodes sem tranças
Choros de coruja, risos de grilo
Ai Lurdes, Lurdes fica comigo
Não é o pingo de uma torneira,
Põe-me a Santinha à cabeceira,
Compõe-me a colcha,
Fala ao prior,
Pousa o Jesus no cobertor.
Chama o Doutor, passa a chamada,
Ai Lurdes, Lurdes nem dás por nada.
Faz-me tisana e pão de ló,
Não te levantes que fico só,
Aqui sozinho a apodrecer,
Ai Lurdes, Lurdes que vou morrer
António Lobo Antunes - (Sátira aos HOMENS quando estão com gripe)
domingo, 20 de maio de 2012
sábado, 19 de maio de 2012
quinta-feira, 17 de maio de 2012
segunda-feira, 14 de maio de 2012
Uma, duas, três... mil... e uma...
Morria agora feliz
não tivesses conquistado
com uma lágrima verdadeira
ou meia
este regaço
onde virás morrer,
depois de tantas vitórias,
quando enfim puderes dizer:
nada tenho a acrescentar
a este Mundo.
Maria José Meireles
não tivesses conquistado
com uma lágrima verdadeira
ou meia
este regaço
onde virás morrer,
depois de tantas vitórias,
quando enfim puderes dizer:
nada tenho a acrescentar
a este Mundo.
Maria José Meireles
quarta-feira, 9 de maio de 2012
Muitos séculos depois...
Muitos séculos depois
voltou para ver
se tinha resistido
a tanto tempo
a tanta ausência
a tanto silêncio
sem no entanto
deixar de existir.
Maria José Meireles
voltou para ver
se tinha resistido
a tanto tempo
a tanta ausência
a tanto silêncio
sem no entanto
deixar de existir.
Maria José Meireles
segunda-feira, 7 de maio de 2012
domingo, 6 de maio de 2012
PALAVRAS PARA A MINHA MÃE
mãe, tenho pena. esperei sempre que entendesses
as palavras que nunca disse e os gestos que nunca fiz.
sei hoje que apenas esperei, mãe, e esperar não é suficiente.
pelas palavras que nunca disse, pelos gestos que me pediste
tanto e eu nunca fui capaz de fazer, quero pedir-te
desculpa, mãe, e sei que pedir desculpa não é suficiente.
às vezes, quero dizer-te tantas coisas que não consigo,
a fotografia em que estou ao teu colo é a fotografia
mais bonita que tenho, gosto de quando estás feliz.
lê isto: mãe, amo-te.
eu sei e tu sabes que poderei sempre fingir que não
escrevi estas palavras, sim, mãe, hei-de fingir que
não escrevi estas palavras, e tu hás-de fingir que não
as leste, somos assim, mãe, mas eu sei e tu sabes.
José Luís Peixoto
as palavras que nunca disse e os gestos que nunca fiz.
sei hoje que apenas esperei, mãe, e esperar não é suficiente.
pelas palavras que nunca disse, pelos gestos que me pediste
tanto e eu nunca fui capaz de fazer, quero pedir-te
desculpa, mãe, e sei que pedir desculpa não é suficiente.
às vezes, quero dizer-te tantas coisas que não consigo,
a fotografia em que estou ao teu colo é a fotografia
mais bonita que tenho, gosto de quando estás feliz.
lê isto: mãe, amo-te.
eu sei e tu sabes que poderei sempre fingir que não
escrevi estas palavras, sim, mãe, hei-de fingir que
não escrevi estas palavras, e tu hás-de fingir que não
as leste, somos assim, mãe, mas eu sei e tu sabes.
José Luís Peixoto
sábado, 5 de maio de 2012
sexta-feira, 4 de maio de 2012
Pensamento de dia...
Na hora da conquista, todos são os maiores. Na hora da verdade, muitos, mingam um pouco.
Maria José Meireles
Maria José Meireles
quarta-feira, 2 de maio de 2012
Universal...
Quando ele disse
que o planeta azul
precisava dela,
ela não se sentiu
comprometida.
Quando ela disse
que o universo
precisava dele,
ele ficou sem palavras
até conseguir refazer-se.
Maria José Meireles
que o planeta azul
precisava dela,
ela não se sentiu
comprometida.
Quando ela disse
que o universo
precisava dele,
ele ficou sem palavras
até conseguir refazer-se.
Maria José Meireles
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