sábado, 28 de dezembro de 2019

Fogo de Pandora...

Rui Moura Baía - Pandora

Dou-me de graça
mas não me vendo por preço nenhum.
Já me confiei ao silêncio
e sobrevivi.
Se me tratares bem
poderás destruir-me,
mas se me tratares mal
saberei bem defender-me.
Sou mulher, sabes,
tenho séculos de maus tratos nas veias
e ainda não morri.
Dei-te a minha alma
mas não o meu corpo.
Ainda é cedo para cortar a noite às fatias.
Agora somos muitos na família
mas ainda poucos para tanta noite.
Eu sei esperar.
Quem tem tampa é a caixa
e não Pandora
(e Pandora não é uma caixa).



Maria José Meireles

A vida e a morte...




(Retirado do blog imbambas)

Jantar de Natal a três...


Obrigada Cândida!
(Retirado do blog imbambas)

segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

Outono

Rui Moura Baía - Mata Albergaria - Gerês




















Eis-nos já chegados!
Da longa primavera
Pouco resta do verão
Por todo este tempo
De longos calores
E passados tremores
O que vivi
Olho aos redores
E nunca entendi!
Que as folhas morram
E em vez de tristeza
Toda a floresta
Transborde beleza!

Estranha natureza!
São os nossos olhos
desvendar a ironia
Metáfora da vida
Da noite pelo dia...

Oh triste
No verde encanto
Fingimos gostar
De outras cores
No entanto...
Mas justiça sempre existe
Escapando a seu manto
Outono em pranto
Na folha que persiste!...

Rui Moura Baía

quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

Estes dias de dezembro...

Ano quase no fim
Este mês é sempre assim
E que eu hoje relembro.
São um salto de pardal
Na quadra do Natal
Estes dias de dezembro.

Desde o amanhecer
Até ao anoitecer
Um descuido... foi-se o dia.
Tão depressa os dias passam
Logo se desembaraçam
Como se fosse magia.

Assim não é no verão
Em que aí os dias são
Quase do tamanho do mundo.
Dão para tudo fazer
Sem precisar de correr
E o trabalho é mais fecundo.

Chuva muita e frio agora
Não se antevendo melhora
Teremos que aguentar.
Uso de roupa quentinha
Desde manhã à noitinha
Para a gripe não entrar.

Carmindo Ramos

terça-feira, 17 de dezembro de 2019

Hoje
deixo-me
ficar
para trás
para ficar

comigo.



Maria José Meireles

domingo, 15 de dezembro de 2019

Pensamento do dia...

Há sempre algo que, transcendendo, nos aproxima...

Jorge Pimenta

terça-feira, 3 de dezembro de 2019

Guitarra...

Elias Mathonse

Hoje

deixo o futuro

no descanso

e sonho

que me tocas

quando olhas

para mim.



Maria José Meireles

Porque, o exemplo, não vem de cima...

domingo, 1 de dezembro de 2019

PORTUGAL, LIVRE PRA SEMPRE.

Feito de suma importância
Varremos coa dependência
Do domínio Castelhano.
Mil quinhentos e oitenta
Mil seiscentos e quarenta
Sessenta anos d'inferno.

Surgiu a Restauração
Da nobre e Lusa Nação
De novo independente.
Comemora-se esse dia
O de hoje, com alegria
Portugal, livre pra sempre.

Devemos aos conjurados
Tão valentes e ousados
Unidos por fortes elos,
Por terem defenestrado
Num gesto bem ordenado
Esse traidor, Vasconcelos.

Somos hoje uma Nação
Que vivemos desde então
Ao nosso modo e jeito.
Por todos considerada​
Cem por cento libertada *
Digna d'orgulho e respeito.

*Olivença, à parte.

Carmindo Ramos

quarta-feira, 27 de novembro de 2019

domingo, 24 de novembro de 2019

sexta-feira, 15 de novembro de 2019

Improviso para desesteriotipar...

Dizias de tudo o que te fazia vibrar
fossem cordas de uma harpa
ou de uma guitarra
ou de um violoncelo
que era romântico
e eu replicava sempre
nenhum adjectivo pertence às coisas
mas a cada um de nós
e tu ficavas confusa
porque não entendias
julgavas talvez
que as flores nascessem românticas
por força de uma lei qualquer
da natureza
um dia saberás que os adjectivos
são a única e exacta medida
da subjectividade
tudo o mais
repartimos com o universo.

Ademar

quinta-feira, 7 de novembro de 2019

Homicídio qualificado na forma tentada...

Pergunto
como pode
uma menina
que gerou
e deu à luz
na maior solidão
compreender
tanta ponpa
nas palavras?!



Maria José Meireles

terça-feira, 5 de novembro de 2019

sábado, 19 de outubro de 2019

A poesia da matemática...

Há pontes difíceis de criar
e um "pica no chão"
vale mais do que trinta e um de aviário.
No conhecimento horizontal
diz-se tudo
enquanto que no conhecimento vertical
diz-se apenas o que se sabe.
O invariante é a matemática
que, sem objeto,
tanto serve para mentir
como serve para fazer poesia.
Algoritmos são lógica,
dados são álgebra,
construir um avião é preciso,
o tráfego aéreo continua descontrolado,
a criptografia é agora para todos,
a geração pós guerra revolucionou o mundo...
a ignorância persiste
e continuas à procura da poesia
que sabes ser o mais "sexy (desculpem)"
de tudo.

Maria José Meireles

domingo, 13 de outubro de 2019

Improviso para pedir esmola...

Almeida Júnior - A Mendiga




A despir-me nas palavras
descurei o guarda-roupa
e a nudez visitou-me
entre rasgões e remendos
não
não me sirvas mais
à mesa do desejo
o vinho
nem a antologia
veste-me apenas
como um sem-abrigo
e diz-me depois
antes não
que me queres assim.

Ademar

Arder nas brasas...

Quero
arder
nessas brasas
devagar
(e)ternamente.

Maria José Meireles

domingo, 6 de outubro de 2019

A fonte da minha aldeia

Inda pré-adolescente
Eu via que muita gente
À fonte ia buscar água
De cantarinho à cabeça
Transportavam água fresca
Sem qualquer tristeza ou mágoa.

Era a Fonte do Vale
No centro da povoação
Outra não havia igual
Naqueles tempos de então.

Aos domingos, à tardinha
Havia concentração
De quem para ali vinha
Nos dias quentes de verão.

Raparigas e rapazes
Encetavam namoricos
Eles, sempre mais audazes
Lançavam-lhe água aos salpicos.

E, com estas brincadeiras
Às vezes té dava certo
Conversas namoradeiras
E... casamento por perto.

Água da fonte, servia
Pra beber, pra cozinhar
Encanada, não havia
De cânt'ro a iam buscar.

Longínquos vão esses tempos
Que os mais velhos não esqueceram
Vivem-se hoje melhores momentos
Do que os que antecederam.

Carmindo Ramos

domingo, 29 de setembro de 2019

sexta-feira, 27 de setembro de 2019

Prestígio...

Rui Moura Baía - Bom Jesus COLUNATA



Ela disse
que "os ajuntamentos
sempre lhe cheiravam a esturro".
Ele disse
que "a prova Bombeiro de Elite
era muito boa
para aumentar o prestígio
dos bombeiros".
Eu penso
que, nas mesas do salão de festas
(que não é para um casamento),
cabem muito poucos...
e que é muito mais agradável
subir o escadório do Bom Jesus
do que arriscar a vida
num ato heróico.

Maria José Meireles

Sonhos...

Sempre
que sinto
as doze
derradeiras
badaladas
são os sonhos
que me prendem
ao céu
e me protegem
do abismo.

Maria José Meireles

sexta-feira, 20 de setembro de 2019

Amizade...

Esse
receber
em dobro
tudo
o que se oferece.



Maria José Meireles

quinta-feira, 19 de setembro de 2019

terça-feira, 17 de setembro de 2019

sábado, 14 de setembro de 2019

O tempo a fugir...

De segunda a domingo
Os dias passam num pingo
Como a chuva que cai.
Devagar, e de mansinho
Passa o tempo num 'nstantinho
E a juventude se esvai.

Nosso corpo amadurece
A resistência decresce
Resta o tempo de sonharmos
Acordados, pode ser
Com vontade de querer
À juventude voltarmos.

Mas o tempo que passou
Por nós, mazelas deixou
Com razão ou por doidice
Que fazer então agora,
Senão cantar vida fora
Para enfrentar a velhice!

Cantando, sonhando e rindo
Esquecendo as horas amargas
Enquanto o tempo fugindo
Nos zurze com vergastadas.

Carmindo Ramos

terça-feira, 3 de setembro de 2019

quinta-feira, 29 de agosto de 2019

quarta-feira, 28 de agosto de 2019

Noite de trovão














Não! Eu não quero
As noites em Branco
Não quero este lápis
Esta tinta outra vez
E ele risca-me a alma
E ela enche-ma oh Deus
da dor do querer
E eu não quero outra vez ...

O cursor não pára
Procura procura
Tão bela é a luz
E eu não quero vê-la!
E ela volta e volta
E o cursor não pára
E o erro avança
E a tinta repara
O risco do lápis
Que eu nem quero ler!

O trovão rasga a noite
E o seu terror é belo
E seus olhos de noite
Meus dias distorcem
E eu não quero vê-los
Que a noite é negra
E os sonhos são belos
Mas não quero tê-los
Beijos e esconde-los
Se os não puder ter

Não quero! Não quero!
Não! Não!
Quero! Quero! ...

Rui Moura Baía

domingo, 25 de agosto de 2019

sábado, 24 de agosto de 2019

No colapso de todas as guerras...

Vencidos
pelo cansaço
no colapso
de todas as guerras
seguimos agora
de mãos dadas
e cheios
de alegria.

Maria José Meireles

sexta-feira, 23 de agosto de 2019

sexta-feira, 16 de agosto de 2019

Recordo

Recordo
Primeiro dia de escola
Menino sentado na carteira
A chorar abandonado

Recordo
Menino de bibe
Acocorado
Arrancando ervas
A limpar o quintal

Recordo
Um grande amor
Que te levou comigo
Que me levou contigo
Onde quer que fossemos

Recordo
Homem em áfrica
Vestido de guerra, pacífico
Não estranhou a terra
Não estranhou as gentes
Apenas os poentes
A horas certas, repentinos

Recordo
Pai de filho pequenino
A mamar e adormecer
Mãe dormente sorridente
O colinho para o arroto
Mudar a fralda e deitar

Recordo…

Sonho-me
Ar transparente
Azul profundo
Que cobre a terra
Negro infinito
Entre galáxias

Alf. Ago. / 2019

Canções de embalar

Não sei
Não sei cantar.
Histórias de embalar
Não sei
Não sei contar.
Só recordações
Posso tentar
Para te pôr feliz
A dormir e sonhar.

Ouves o vento
Nas frinchas a uivar?
Não te aflijas,
Sonha em paz…
Abre a janela,
O vento livre
Põe o teu moinho de vento
A rodar a rodar.

Sonha com teu moinho
Suave, a rodar.
Sonha com o vento
Nas searas a ondular
É bom
Nas planícies do Alentejo
Sentir o vento passar.

Sonha o infinito do mar
Em que navegaste
Tão azul tão distante.
Mar azul e frio
Transparente, calmo
Em que nadaste
Sob um céu infinito.

Sonha as estrelas
Da escura noite límpida
Como não se vê na cidade.

Sonha nuvens brancas
Em céu azul.

Sonha nuvens negras
Em céu de tempestade.
Não fazem mal
Não te inquietes
Só trazem chuva
Linda, de ver chover.
Talvez relâmpagos
Lindos de ver brilhar
A ziguezaguear.

Sonha montes e vales
Com casinhas pequeninas

Sonha o poente

Sonha o mar

Sonha o ar transparente

Sonha o sol e as estrelas a brilhar

Sonha feliz e contente
O papão não vai voltar.

Tudo calmo tudo quieto
Para tu sonhares.

Alf. Ago / 2019

quarta-feira, 14 de agosto de 2019

terça-feira, 13 de agosto de 2019

Regresso ao Lar

Ai, há quantos anos que eu parti chorando
deste meu saudoso, carinhoso lar!...
Foi há vinte?... Há trinta?... Nem eu sei já quando!...
Minha velha ama, que me estás fitando,
canta-me cantigas para me eu lembrar!...

Dei a volta ao mundo, dei a volta à vida...
Só achei enganos, decepções, pesar...
Oh, a ingénua alma tão desiludida!...
Minha velha ama, com a voz dorida.
canta-me cantigas de me adormentar!...

Trago de amargura o coração desfeito...
Vê que fundas mágoas no embaciado olhar!
Nunca eu saíra do meu ninho estreito!...
Minha velha ama, que me deste o peito,
canta-me cantigas para me embalar!...

Pôs-me Deus outrora no frouxel do ninho
pedrarias de astros, gemas de luar...
Tudo me roubaram, vê, pelo caminho!...
Minha velha ama, sou um pobrezinho...
Canta-me cantigas de fazer chorar!...

Como antigamente, no regaço amado
(Venho morto, morto!...), deixa-me deitar!
Ai o teu menino como está mudado!
Minha velha ama, como está mudado!
Canta-lhe cantigas de dormir, sonhar!...

Canta-me cantigas manso, muito manso...
tristes, muito tristes, como à noite o mar...
Canta-me cantigas para ver se alcanço
que a minha alma durma, tenha paz, descanso,
quando a morte, em breve, ma vier buscar!

Guerra Junqueiro, in 'Os Simples'

Silêncios...

Nunca fomos
tão íntimos
nem tão recíprocos
como quando
todos os silêncios
gritavam palavras
de ouro.

Maria José Meireles

sábado, 10 de agosto de 2019

Milagre...

Agora
até com a esquerda
te escrevo
sem errar
a caligrafia.

Maria José Meireles

quarta-feira, 7 de agosto de 2019

terça-feira, 6 de agosto de 2019

Maria Ninguém



Pode ser que haja alma melhor, pode ser
Pode ser que haja alma pior, muito bem
Mas igual à Maria que eu tenho
No mundo inteirinho
Igualzinha não tem

Maria Ninguém
É Maria e é Maria, meu bem
Se eu não sou João de nada
Maria que é minha é Maria ninguém

Maria Ninguém
É Maria como as outras também
Só que tem que ainda é melhor
Do que muita Maria que há por aí
Marias tão frias, cheias de manias
Marias vazias pro nome que tem

Maria Ninguém
É um dom que muito homem não tem
Haja visto quanta gente que chama Maria
E Maria não vem

Maria Ninguém
É Maria e é Maria, meu bem
Se eu não sou João de nada
Maria que é minha é Maria ninguém

Maria ninguém
É um dom que muito homem não tem
Haja visto quanta gente que chama Maria
E Maria não vem

Maria Ninguém
É Maria e é Maria, meu bem
Se eu não sou João de nada
Maria que é minha é Maria Ninguém

Antonio Carlos Jobim, Herbie Mann e João Gilberto

segunda-feira, 5 de agosto de 2019

Amoras...


Obrigada Ana!

sábado, 3 de agosto de 2019

Jardim secreto 12...

   

Tempo...



Dizes:
não te tiro
tempo
senão tiro-te
o tempo 
todo.
Digo:
não te dou
tempo
senão dou-te
o tempo
todo.

Maria José Meireles

quinta-feira, 1 de agosto de 2019

terça-feira, 30 de julho de 2019

Encontro-me...

Onde
antes
imaginava
trevas
encontro
agora
rios
e rios
de luz.

Maria José Meireles

sexta-feira, 26 de julho de 2019

Pensamento do dia...

O que eu quero é o que eu devo e o que eu devo é o que eu quero. Essa é a paz que procuro e que encontro.

Maria José Meireles

quinta-feira, 25 de julho de 2019

Belgais

Belgais é um paraíso no meio de um paraíso. Uma estrada de alcatrão permite revelar o que o relevo oculta ao viandante desprevenido. O enquadramento na paisagem é perfeito. Tudo em harmonia: o canto da cigarra e o silêncio da terra, o voo do tordo reflectido na água de uma piscina, o murmúrio do vento que nos embala no cheiro da terra molhada, a sombra da nuvem que se funde na sombra da árvore, o contraste entre a azáfama das formigas e o descuidado chapinhar da criança nua na pedra molhada…

Dentro e fora das casas que compõem o complexo, sente-se o equilíbrio entre dentro e fora: o aroma do eucalipto e o rendilhado da cortina; o espaldar do leito com o verniz do soalho e o travejamento do telhado, a mesinha de cabeceira embutida numa parede embutida na paisagem… Melhor fora dizer que não existe o dentro e o fora. E, em cada recanto, um piano, a lembrar que, no princípio… era a música.

A música que chegou ao cair da tarde. O canto dos pássaros recolhidos juntou-se às vozes de muitas crianças do coro de Belgais. Entrámos no auditório como se numa igreja entrássemos. Participámos numa liturgia de sons, que penetraram o mais profundo dos corpos e acariciaram os nossos sentidos, antes doentes de ruído e de pressa. Uma etérea fragrância de flores silvestres insinuou-se entre as frestas do granito, fundiu-se com o perfume das flores da laranjeira, cujos ramos tangiam a porta, impelidos pelo sopro suave do vento suão. Indescritível!…

Maria João Pires? uma das mais celebradas pianistas da actualidade? fundou um centro de cultura na aldeia de Belgais. E agregou ao projecto uma escola pública. Numa escola rural da vizinha aldeia da Mata, bem no interior de Portugal, onde, antes, só se aprendia a ler a fazer contas, a educação artística despontou.

Na minha busca incessante de escolas onde a mudança acontece, fui conhecer Belgais. O projecto não se queda pela aparência e merece apoio dos que deveriam zelar pelo desenvolvimento cultural dos portugueses. Esse projecto foi o sonho de uma vida, fruto da intuição e da sensibilidade de uma mulher que soube defrontar dificuldades, mas que se cansou da indiferença? Maria João Pires admitiu a possibilidade de partir para o Brasil, saturada da lusitana mediocridade.

Numa entrevista, admitiu que poderia desistir do projecto e abandonar o Centro para o Estudo das Artes de Belgais: Sofri fisicamente todos aqueles anos em que me dediquei ao projecto e tentei fazer tudo, e não consegui…

Maria João parece ter optado pelo exílio, à semelhança de Saramago e de muitos outros portugueses, que não encontram condições de trabalho no país do Salazar.

Quando visitei Belgais, estava acompanhado por professores da Escola da Ponte. Recentemente, conversei com alguns desses professores sobre as impressões da visita e a mágoa da Maria João. Logo estabeleceram um paralelo entre os obstáculos que se colocam a Belgais e ao seu trabalho na Ponte.

Aquilo que escapa à mediocridade reinante parece ser um estorvo para a inveja e a tacanhez de espírito.

A revolução de Abril de 1974, devolveu a liberdade ao povo português, mas algo falhou na transição de regime. Talvez porque, no dia 24 de Abril, os portugueses tivessem adormecido num regime fascista e acordassem, na manhã do dia 25, acreditando já serem democratas…

(2008, Anónimo...)

Obrigada Belinha!

domingo, 21 de julho de 2019

Obrigada Adalberto!


Os bons espíritos encontram-se sempre

sábado, 20 de julho de 2019

sexta-feira, 19 de julho de 2019

domingo, 14 de julho de 2019

Pensamento do dia...

Que Deus nos tire a cegueira para que cada um de nós possa experimentar um pouquinho de céu já nesta terra.

Belinha Miranda

sexta-feira, 12 de julho de 2019

Entre
lobos
e cordeiros
escolheu
a terceira margem
do rio
porque a verdade
disse
cansa sempre
muito menos.

Maria José Meireles

domingo, 7 de julho de 2019

A voz dos animais, ditos irracionais

Cada qual na sua voz
Os animais se entendem
Quase nunca andam sós
Para o gregarismo tendem.

Temos o leão que ruge
Mocho nocturno que pia
Temos a vaca que muge
E a anta, que assobia.

O elefante, que barre
E a cobra, que sibila
Temos a ovelha que bale
E o pavão, que pupila.

O cão late, gane e ladra
Hiena ulula e o grou grulha
Louro papagaio palra
Elegante, o pombo arrulha.

Corvo e coruja, crocitam
Araponga (ave) estridula
O coelho e rato, guincham
Sua voz sempre circula.

E o camelo, blatera
Cisne, arensa, grasna a arara
Ronca o tigre, forte fera
O seu ataque não pára.

E o peru, gruguleja
Ainda o macaco guincha
A galinha, cacareja
E o cavalo... relincha.

Mia o gato, uiva o lobo
Enquanto o grilo cricrila
Também crocita o corvo
A andorinha pipila.

Muitos mais seres existem
Cujos nomes não me assistem
Para os assinalar.
Tomarei isso em conta
Mas é trabalho de monta
Depois irei pesquisar.

Carmindo Ramos

No Bom Jesus

Rui Moura Baía - Passeio no Bom Jesus

Vou ao Bom Jesus
E não estou noutro lado
Viajo a um tempo
Parado
Em cada árvore
Cada recanto
Vivo memórias
Que não são minhas!
Memórias de espanto:
De Amores
E dores
Que não me pertencem!
Vivo Pinturas e Poemas
Que não fiz
Mas tomo meus!
Porque saio de mim
E sou uma alma
Perante realeza
Uma alma cheia com tanta Beleza

Rui Moura Baia

sábado, 6 de julho de 2019

Presente…




Hoje
faltam-me palavras
para te dizer
a minha gratidão.
Hoje
quis escrever
o mais belo poema
para dizer
que és a justiça,
a verdade
e a beleza.

Maria José Meireles

Desafio SOCIEDADE DIGITAL (conclusão)...

Sentem-se lesados

mas não conseguem

deprimir.

Têm o coração

cada vez mais cheio

de ódio

e uma certeza:

no parlamento

não há um único

inocente.



Maria José Meireles

Parabéns Elza!