domingo, 6 de outubro de 2019

A fonte da minha aldeia

Inda pré-adolescente
Eu via que muita gente
À fonte ia buscar água
De cantarinho à cabeça
Transportavam água fresca
Sem qualquer tristeza ou mágoa.

Era a Fonte do Vale
No centro da povoação
Outra não havia igual
Naqueles tempos de então.

Aos domingos, à tardinha
Havia concentração
De quem para ali vinha
Nos dias quentes de verão.

Raparigas e rapazes
Encetavam namoricos
Eles, sempre mais audazes
Lançavam-lhe água aos salpicos.

E, com estas brincadeiras
Às vezes té dava certo
Conversas namoradeiras
E... casamento por perto.

Água da fonte, servia
Pra beber, pra cozinhar
Encanada, não havia
De cânt'ro a iam buscar.

Longínquos vão esses tempos
Que os mais velhos não esqueceram
Vivem-se hoje melhores momentos
Do que os que antecederam.

Carmindo Ramos

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