quinta-feira, 30 de agosto de 2012
quarta-feira, 29 de agosto de 2012
Pensamento do dia...
Quem tem uma boa auto-estima, não quer ser evidenciado, quer ser reconhecido.
Maria José Meireles
terça-feira, 28 de agosto de 2012
UM POETA NÃO SE PEGA (Sebastião Alba) - Parte 2
(Um Homem com um sorriso de ouro (oiro) de quem todos, os que passavam pela Rua do Souto, se lembram.)
segunda-feira, 27 de agosto de 2012
Vou-me Embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive
E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d'água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada
Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar
E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
— Lá sou amigo do rei —
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.
Manuel Bandeira
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive
E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d'água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada
Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar
E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
— Lá sou amigo do rei —
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.
Manuel Bandeira
domingo, 26 de agosto de 2012
Intenso...
Ele,
regressou
para rever
aquela que seria
a Mulher de todos
os tempos
e olhou-a como quem vê
o próprio destino.
Ela,
sentiu-se observada
como nunca
foi simplesmente um olhar
destinado à eternidade.
Maria José Meireles
regressou
para rever
aquela que seria
a Mulher de todos
os tempos
e olhou-a como quem vê
o próprio destino.
Ela,
sentiu-se observada
como nunca
foi simplesmente um olhar
destinado à eternidade.
Maria José Meireles
As tuas palavras...
Sim
continuo a ler-te!
Apagaram-se já
quase todas as imagens
e os sons
e os cheiros
mas as tuas palavras
persistem
como se fossem
a própria memória.
Maria José Meireles
sábado, 25 de agosto de 2012
Como um segredo...
Sim
sou uma excelente aluna
(de qualquer matéria)
quando quero aprender
sou também a última página
capaz de encerrar qualquer livro.
Mas não queiras voltar-me.
Guarda-me antes
como um segredo
que alimente a coragem
que faça voar mais alto
e que morra contigo.
Maria José Meireles
sou uma excelente aluna
(de qualquer matéria)
quando quero aprender
sou também a última página
capaz de encerrar qualquer livro.
Mas não queiras voltar-me.
Guarda-me antes
como um segredo
que alimente a coragem
que faça voar mais alto
e que morra contigo.
Maria José Meireles
Pensamento do dia...
Um cínico é um homem que sabe o preço de tudo mas não sabe o valor de nada.
Oscar Wilde
sexta-feira, 24 de agosto de 2012
terça-feira, 21 de agosto de 2012
Pensamento do dia...
Poesia não é a gente tentar em vão trepar pelas paredes, como se vê em tanto louco aí: poesia é trepar mesmo pelas paredes.
Mário Quintana
domingo, 19 de agosto de 2012
...
Que a importância de uma coisa há que ser medida pelo encantamento que a coisa produza em nós.
Assim um passarinho nas mãos de uma criança é mais importante para ela que a Cordilheira dos Andes.
Que um osso é mais importante para o cachorro que uma pedra de diamante.
...Que o cu de uma formiga é mais importante para o poeta do que a Usina Nuclear...
Que a importância de uma coisa há que ser medida pelo encantamento que a coisa produza em nós.
Assim um passarinho nas mãos de uma criança é mais importante para ela que a Cordilheira dos Andes.
Que um osso é mais importante para o cachorro que uma pedra de diamante.
...Que o cu de uma formiga é mais importante para o poeta do que a Usina Nuclear...
Manoel de Barros
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Andréia Pedroso,
Manoel de Barros
Sou o que sou
e os que apontam os meus abusos
medem os seus próprios.
Posso ser reto,
embora sejam eles enviesados;
Por seus pensamentos sórdidos não podem ser denunciados meus atos.
William Shakespeare
e os que apontam os meus abusos
medem os seus próprios.
Posso ser reto,
embora sejam eles enviesados;
Por seus pensamentos sórdidos não podem ser denunciados meus atos.
William Shakespeare
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William Shakespeare
sábado, 18 de agosto de 2012
quinta-feira, 16 de agosto de 2012
quarta-feira, 15 de agosto de 2012
Pecado...
Diz-me
em que altares
e a que deuses ajoelhas
diz-me
se rezas então.
Teu arrependimento
dói-me
tu que nem pecaste
não terás perdão.
Maria José Meireles
em que altares
e a que deuses ajoelhas
diz-me
se rezas então.
Teu arrependimento
dói-me
tu que nem pecaste
não terás perdão.
Maria José Meireles
terça-feira, 14 de agosto de 2012
Altar...
Sento-me à mesa
e convido-te
para jantar.
Serve-te apenas
se for essa a tua vontade.
Sinto-me menos só
quando te deixas existir.
Maria José Meireles
e convido-te
para jantar.
Serve-te apenas
se for essa a tua vontade.
Sinto-me menos só
quando te deixas existir.
Maria José Meireles
Não tenhas nada na mãos
Não tenhas nada nas mãos
Nem uma memória na alma,
Que quando te puserem
Nas mãos o óbolo último,
Ao abrirem-te as mãos
Nada te cairá.
Que trono te querem dar
Que Átropos to não tire?
Que louros que não fanem
Nos arbítrios de Minos?
Que horas que te não tornem
Da estatura da sombra
Que serás quando fores
Na noite e ao fim da estrada.
Colhe as flores mas larga-as,
Das mãos mal as olhaste.
Senta-te ao sol. Abdica
E sê rei de ti próprio.
Ricardo Reis
segunda-feira, 13 de agosto de 2012
domingo, 12 de agosto de 2012
sábado, 11 de agosto de 2012
quarta-feira, 8 de agosto de 2012
Digo-te...
Há um abraço
que me prende
à vida
há palavras
que não vou esquecer
há uma saudade
que não sei matar
há uma voz
que me diz:
quem quer saber
de ti?
Maria José Meireles
que me prende
à vida
há palavras
que não vou esquecer
há uma saudade
que não sei matar
há uma voz
que me diz:
quem quer saber
de ti?
Maria José Meireles
terça-feira, 7 de agosto de 2012
Quási
Glória Lopes
Um pouco mais de sol - eu era brasa,
Um pouco mais de azul - eu era além.
Para atingir, faltou-me um golpe d'asa...
Se ao menos eu permanecesse àquem...
Assombro ou paz? Em vão... Tudo esvaído
Num baixo mar enganador de espuma;
E o grande sonho despertado em bruma,
O grande sonho - ó dôr! - quási vivido...
Quási o amor, quási o triunfo e a chama,
Quási o princípio e o fim - quási a expansão...
Mas na minh'alma tudo se derrama...
Entanto nada foi só ilusão!
De tudo houve um começo... e tudo errou...
- Ai a dôr de ser-quási, dor sem fim... -
Eu falhei-me entre os mais, falhei em mim,
Asa que se elançou mas não voou...
Momentos d'alma que desbaratei...
Templos aonde nunca pus um altar...
Rios que perdi sem os levar ao mar...
Ânsias que foram mas que não fixei...
Se me vagueio, encontro só indícios...
Ogivas para o sol - vejo-as cerradas;
E mãos de herói, sem fé, acobardadas,
Puseram grades sôbre os precipícios...
Num ímpeto difuso de quebranto,
Tudo encetei e nada possuí...
Hoje, de mim, só resta o desencanto
Das coisas que beijei mas não vivi...
. . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . .
Um pouco mais de sol - e fôra brasa,
Um pouco mais de azul - e fôra além.
Para atingir, faltou-me um golpe de aza...
Se ao menos eu permanecesse àquem...
Mário de Sá-Carneiro, in 'Dispersão'
segunda-feira, 6 de agosto de 2012
Improviso em forma de decreto para afixar nos locais de culto...
Ser livre dá muito trabalho
nada melhor do que viver espreguiçado
no meio do rebanho
e dizer sempre o que se espera
da obediência.
Ademar
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Ademar Santos,
Andréia Pedroso
domingo, 5 de agosto de 2012
O mesmo tempo Música de Celso Garcia, Poema de Luís Vaz de Camões
O tempo acaba o ano, o mês e a hora
O tempo acaba o ano, o mês e a hora,
A força, a arte, a manha, a fortaleza;
O tempo acaba a fama e a riqueza,
O tempo o mesmo tempo de si chora;
O tempo busca e acaba o onde mora
Qualquer ingratidão, qualquer dureza;
Mas não pode acabar minha tristeza,
Enquanto não quiserdes vós, Senhora.
O tempo o claro dia torna escuro
E o mais ledo prazer em choro triste;
O tempo, a tempestade em grão bonança.
Mas de abrandar o tempo estou seguro
O peito de diamante, onde consiste
A pena e o prazer desta esperança.
Luís de Camões
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Andréia Pedroso,
Luís de Camões
sexta-feira, 3 de agosto de 2012
quinta-feira, 2 de agosto de 2012
quarta-feira, 1 de agosto de 2012
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