Enquanto a ouvia
ouvia-se
quando ela, por fim
lhe pediu uma opinião
e ele disse:
não era eu
quem falava?
Maria José Meireles
domingo, 30 de setembro de 2012
quarta-feira, 26 de setembro de 2012
Apredi com o silêncio
Com o silêncio, aprendi...
Sim, o silêncio tudo pode
na discórdia, é o melhor argumento
na revolta, o maior sentimento
conselheiro da razão
ensinou-me a dizer não...
Para quê gritar?
Tantas palavras se gastam
quando a vida me revolta...
Em silêncio, a harmonia volta.
Sim, em silêncio expresso tudo...
Ana Paula Costa
Sim, o silêncio tudo pode
na discórdia, é o melhor argumento
na revolta, o maior sentimento
conselheiro da razão
ensinou-me a dizer não...
Para quê gritar?
Tantas palavras se gastam
quando a vida me revolta...
Em silêncio, a harmonia volta.
Sim, em silêncio expresso tudo...
Ana Paula Costa
segunda-feira, 24 de setembro de 2012
domingo, 23 de setembro de 2012
sexta-feira, 21 de setembro de 2012
O LIVRO RESGATE - A HISTÓRIA DE DEZ CRIANÇAS EX-ESCRAVAS
"... Contextualizando para o Brasil colonial, os escravos eram os prisioneiros das guerras entre tribos africanas. Onde os vencedores vendiam seus prisioneiros para os portugueses, que os utilizavam para fazer a economia do Brasil colonial funcionar. ..." (Bruno Horta)
Pensamento do dia...
No meu vasto mundo interior, há uma retumbante, sangrenta e aniquiladora vitória das forças do Bem.
Maria José Meireles
sábado, 15 de setembro de 2012
Não chores mais o mal que é obra tua
Na fonte há lama e as rosas têm espinhos
Nuvem e eclipse toldam sol e lua
E há no doce botão germes daninhos.
Todo homem erra e o erro ora me assalta
Que com teu erro já vou comparado
E a ele apoio relevando a falta
Mais lhe achando perdão do que pecado.
Trago-te o Senso ao erro sensual
- E eis te defende o teu acusador -
Que contra mim argúi causa legal:
Tanto a guerra civil entre ódio e amor
Existe em mim, que sou irrelevante
Do ladrão que me rouba, um ajudante.
Soneto XXXV / William Shakespeare
Na fonte há lama e as rosas têm espinhos
Nuvem e eclipse toldam sol e lua
E há no doce botão germes daninhos.
Todo homem erra e o erro ora me assalta
Que com teu erro já vou comparado
E a ele apoio relevando a falta
Mais lhe achando perdão do que pecado.
Trago-te o Senso ao erro sensual
- E eis te defende o teu acusador -
Que contra mim argúi causa legal:
Tanto a guerra civil entre ódio e amor
Existe em mim, que sou irrelevante
Do ladrão que me rouba, um ajudante.
Soneto XXXV / William Shakespeare
Etiquetas:
Luis Serguilha,
William Shakespeare
Ponte...
Para segurar
a ponte
os pilares
não podem estar juntos.
Somos agora
pilares
de uma ponte
para nenhures.
Maria José Meireles
a ponte
os pilares
não podem estar juntos.
Somos agora
pilares
de uma ponte
para nenhures.
Maria José Meireles
quinta-feira, 13 de setembro de 2012
Pássaros...
Os pássaros
que bebem na minha piscina
sem pedir licença
não pensam reformar-se
nem têm seguro de saúde.
Será que sabem
que um dia vão morrer?
Maria José Meireles
que bebem na minha piscina
sem pedir licença
não pensam reformar-se
nem têm seguro de saúde.
Será que sabem
que um dia vão morrer?
Maria José Meireles
segunda-feira, 10 de setembro de 2012
Urgentemente
É urgente o amor
É urgente um barco no mar
É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos, muitas espadas.
É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.
Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente
permanecer.
Eugénio de Andrade, in "Até Amanhã"
É urgente um barco no mar
É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos, muitas espadas.
É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.
Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente
permanecer.
Eugénio de Andrade, in "Até Amanhã"
Não foi à toa que Adélia Prado disse que "erótica é a alma". Enganam-se aqueles que pensam que erótico é o corpo. O corpo só é erótico pelos mundos que andam nele. A erótica não caminha segundo as direções da carne. Ela vive nos interstícios das palavras. Não existe amor que resista a um corpo vazio de fantasias. Um corpo vazio de fantasias é um instrumento mudo, do qual não sai melodia alguma. Por isso, Nietzsche disse que só existe uma pergunta a ser feita quando se pretende casar: "continuarei a ter prazer em conversar com esta pessoa daqui a 30 anos?"
Rubem Alves
domingo, 9 de setembro de 2012
sexta-feira, 7 de setembro de 2012
quinta-feira, 6 de setembro de 2012
O melhor...
Se uns te dizem
mesmo bom
outros
um infeliz
e outros ainda
te insultam,
eu pergunto:
quantos és afinal?
tu respondes:
que diferença faz?
e eu acrescento:
nenhuma!...
Maria José Meireles
quarta-feira, 5 de setembro de 2012
segunda-feira, 3 de setembro de 2012
Não te faço...
Não alinhamos
palavras
gestos
ou vontades
somente o desejo
é fio condutor
e a loucura passa
ao lado
e o paraíso passa
ao largo
e o medo passa
e a vida passa
e eu não te faço
nada.
Maria José Meireles
palavras
gestos
ou vontades
somente o desejo
é fio condutor
e a loucura passa
ao lado
e o paraíso passa
ao largo
e o medo passa
e a vida passa
e eu não te faço
nada.
Maria José Meireles
domingo, 2 de setembro de 2012
sábado, 1 de setembro de 2012
Deixei de ser docente da UAL
Para os meus ex-alunos de 2011-2012 na Universidade Autónoma de Lisboa (UAL)
Deixei de ser professor da UAL. Inesperadamente e pela calada das férias, a direção mandou-me dizer, por carta de entreposta pessoa, que punha fim à minha colaboração. As justificações apresentadas são fantasiosas e vazias, pelo que é seguro que há outras, porventura relacionadas com uma brevíssima crítica que formulei, num “Prós e contras” em que se comparava a qualidade dos setores público e privado. A propósito, referi a falta de uma política de investimento científico e académico do ensino superior privado em geral (nem sequer referi a UAL) e a consequente dependência em que isso o coloca perante o ensino público. Esta opinião é, de resto, favorável à real autonomia e a um desenvolvimento correto e sustentado das universidades privadas, como hoje está patente, pela positiva – veja-se o caso da Universidade Católica - e pela negativa. De há muito que legitimamente a tenho e a exprimo. E, nos anos em que trabalhei na UAL (mais de dez), muitos esforços fiz: para trazer à Universidade pessoas que a prestigiassem; para dar ao meu ensino a melhor qualidade possível, para o inovar; para me ocupar pessoalmente (e não por intermédio de assistentes ou de colaboradores) das tarefas de ensino e de avaliação; para promover um contacto direto dom os alunos, por meio de blogues; para o ano que vem, já tinha on line, há mais de um mês, blogs relativos às novas disciplinas, com programas e calendários. De modo a que nunca se pudesse dizer que fazia ali um ensino de segunda, em relação ao que fazia na Universidade pública. Colegas e alunos reconheceram isso e disso me deram testemunhos frequentes.
Enfim, nada disto contou, perante a vontade de quem – por razões que ignoro ou prefiro ignorar – não me queria na UAL. Sei que este desfecho foi promovido apenas por alguns, que conseguiram levar avante a sua decisão. Não envolvo, por isso, nele, nem toda a direção, nem os restantes órgãos da Universidade, nem os meus Colegas de Departamentos, nem os funcionários, nem os estudantes. Creio bem que muitos destes se sentirão muito incómodos por isto acontecer, ainda que – por razões que se compreenderão – se mantenham discretos. Em algumas instituições da nossa vida pública e privada, vai sendo muito penalizador dizer-se o que se pensa, mesmo em instituições em que a verdade e a liberdade deviam estar antes de tudo, como é o caso das Universidades.
Pode ser que nos encontremos em outros lugares e que possamos retomar diálogos proveitosos e de boa memória.
Abraços amigos.
Deixei de ser professor da UAL. Inesperadamente e pela calada das férias, a direção mandou-me dizer, por carta de entreposta pessoa, que punha fim à minha colaboração. As justificações apresentadas são fantasiosas e vazias, pelo que é seguro que há outras, porventura relacionadas com uma brevíssima crítica que formulei, num “Prós e contras” em que se comparava a qualidade dos setores público e privado. A propósito, referi a falta de uma política de investimento científico e académico do ensino superior privado em geral (nem sequer referi a UAL) e a consequente dependência em que isso o coloca perante o ensino público. Esta opinião é, de resto, favorável à real autonomia e a um desenvolvimento correto e sustentado das universidades privadas, como hoje está patente, pela positiva – veja-se o caso da Universidade Católica - e pela negativa. De há muito que legitimamente a tenho e a exprimo. E, nos anos em que trabalhei na UAL (mais de dez), muitos esforços fiz: para trazer à Universidade pessoas que a prestigiassem; para dar ao meu ensino a melhor qualidade possível, para o inovar; para me ocupar pessoalmente (e não por intermédio de assistentes ou de colaboradores) das tarefas de ensino e de avaliação; para promover um contacto direto dom os alunos, por meio de blogues; para o ano que vem, já tinha on line, há mais de um mês, blogs relativos às novas disciplinas, com programas e calendários. De modo a que nunca se pudesse dizer que fazia ali um ensino de segunda, em relação ao que fazia na Universidade pública. Colegas e alunos reconheceram isso e disso me deram testemunhos frequentes.
Enfim, nada disto contou, perante a vontade de quem – por razões que ignoro ou prefiro ignorar – não me queria na UAL. Sei que este desfecho foi promovido apenas por alguns, que conseguiram levar avante a sua decisão. Não envolvo, por isso, nele, nem toda a direção, nem os restantes órgãos da Universidade, nem os meus Colegas de Departamentos, nem os funcionários, nem os estudantes. Creio bem que muitos destes se sentirão muito incómodos por isto acontecer, ainda que – por razões que se compreenderão – se mantenham discretos. Em algumas instituições da nossa vida pública e privada, vai sendo muito penalizador dizer-se o que se pensa, mesmo em instituições em que a verdade e a liberdade deviam estar antes de tudo, como é o caso das Universidades.
Pode ser que nos encontremos em outros lugares e que possamos retomar diálogos proveitosos e de boa memória.
Abraços amigos.
O texto, da autoria do próprio Professor António Hespanha, foi publicado AQUI
António Manuel Hespanha, in "Prós e Contras"
Subscrever:
Mensagens (Atom)