segunda-feira, 30 de dezembro de 2013
domingo, 29 de dezembro de 2013
BEIJO
Um Furacão de vontade...
Mil gotas de chuva quente...
Molham teu corpo dourado...
Saciam tua sede ardente...
Roubam teu sonho acordado...
Queimam tua boca candente!
Beijam uma Alma carente!
Olímpio Alegre Pinto
Mil gotas de chuva quente...
Molham teu corpo dourado...
Saciam tua sede ardente...
Roubam teu sonho acordado...
Queimam tua boca candente!
Beijam uma Alma carente!
Olímpio Alegre Pinto
PARADOXO
Porque o Tempo é Eterno, apenas duas coisas são irrepetíveis - o passado e a morte.
O.A.A.P.
No Tempo.
O.A.A.P.
No Tempo.
FADO
Não é fado!
Não é tristeza!
sa
É alegria!
É um sabor de melancolia...
É da Alma uma beleza!
E do Espírito valentia!
O.A.A.P.
2013
sábado, 28 de dezembro de 2013
sexta-feira, 27 de dezembro de 2013
quinta-feira, 26 de dezembro de 2013
Improviso sobre um tema de Louis Armstrong...
Se vivesses
um pouco mais perto
do mundo
dirias talvez
que a felicidade não tem dias
mas átomos apenas
e que não há
na vertigem dos sonhos
costas mais largas
do que as costas
da eternidade
se vivesses
um pouco mais perto
do mundo
talvez soubesses
que o mundo começa e acaba
no olhar com que o abraças.
Ademar
O GUARDADOR DE REBANHOS (IX)
Sou um guardador de rebanhos
O rebanho é os meus pensamentos
E os meus pensamentos são todos sensações.
Penso com os olhos e com os ouvidos
E com as mãos e os pés
E com o nariz e a boca.
Pensar uma flor é vê-la e cheirá-la
E comer um fruto é saber-lhe o sentido.
Por isso quando num dia de calor
Me sinto triste de gozá-lo tanto.
E me deito ao comprido na erva,
E fecho os olhos quentes,
Sinto todo o meu corpo deitado na realidade,
Sei a verdade e sou feliz.
Alberto Caeiro
O rebanho é os meus pensamentos
E os meus pensamentos são todos sensações.
Penso com os olhos e com os ouvidos
E com as mãos e os pés
E com o nariz e a boca.
Pensar uma flor é vê-la e cheirá-la
E comer um fruto é saber-lhe o sentido.
Por isso quando num dia de calor
Me sinto triste de gozá-lo tanto.
E me deito ao comprido na erva,
E fecho os olhos quentes,
Sinto todo o meu corpo deitado na realidade,
Sei a verdade e sou feliz.
Alberto Caeiro
quarta-feira, 25 de dezembro de 2013
segunda-feira, 23 de dezembro de 2013
Oceano Pacífico...
Maior
e mais violento
de todos
descubro-te
assim nomeado
por quem te viajou
com toda a tranquilidade.
Maria José Meireles
domingo, 22 de dezembro de 2013
Das Pedras
Ajuntei todas as pedras
que vieram sobre mim.
Levantei uma escada muito alta
e no alto subi.
Teci um tapete floreado
e no sonho me perdi.
Uma estrada,
um leito,
uma casa,
um companheiro.
Tudo de pedra.
Entre pedras
cresceu a minha poesia.
Minha vida...
Quebrando pedras
e plantando flores.
Entre pedras que me esmagavam
Levantei a pedra rude
dos meus versos.
Cora Coralina
que vieram sobre mim.
Levantei uma escada muito alta
e no alto subi.
Teci um tapete floreado
e no sonho me perdi.
Uma estrada,
um leito,
uma casa,
um companheiro.
Tudo de pedra.
Entre pedras
cresceu a minha poesia.
Minha vida...
Quebrando pedras
e plantando flores.
Entre pedras que me esmagavam
Levantei a pedra rude
dos meus versos.
Cora Coralina
sábado, 21 de dezembro de 2013
sexta-feira, 20 de dezembro de 2013
quinta-feira, 19 de dezembro de 2013
quarta-feira, 18 de dezembro de 2013
Vem Sentar-te Comigo, Lídia, à Beira do Rio
Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio.
Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos
Que a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas.
(Enlacemos as mãos.)
Depois pensemos, crianças adultas, que a vida
Passa e não fica, nada deixa e nunca regressa,
Vai para um mar muito longe, para ao pé do Fado,
Mais longe que os deuses.
Desenlacemos as mãos, porque não vale a pena cansarmo-nos.
Quer gozemos, quer não gozemos, passamos como o rio.
Mais vale saber passar silenciosamente
E sem desassosegos grandes.
Sem amores, nem ódios, nem paixões que levantam a voz,
Nem invejas que dão movimento demais aos olhos,
Nem cuidados, porque se os tivesse o rio sempre correria,
E sempre iria ter ao mar.
Amemo-nos tranquilamente, pensando que podiamos,
Se quiséssemos, trocar beijos e abraços e carícias,
Mas que mais vale estarmos sentados ao pé um do outro
Ouvindo correr o rio e vendo-o.
Colhamos flores, pega tu nelas e deixa-as
No colo, e que o seu perfume suavize o momento —
Este momento em que sossegadamente não cremos em nada,
Pagãos inocentes da decadência.
Ao menos, se for sombra antes, lembrar-te-ás de mim depois
Sem que a minha lembrança te arda ou te fira ou te mova,
Porque nunca enlaçamos as mãos, nem nos beijamos
Nem fomos mais do que crianças.
E se antes do que eu levares o óbolo ao barqueiro sombrio,
Eu nada terei que sofrer ao lembrar-me de ti.
Ser-me-ás suave à memória lembrando-te assim — à beira-rio,
Pagã triste e com flores no regaço.
Ricardo Reis, in "Odes"
Heterónimo de Fernando Pessoa
Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos
Que a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas.
(Enlacemos as mãos.)
Depois pensemos, crianças adultas, que a vida
Passa e não fica, nada deixa e nunca regressa,
Vai para um mar muito longe, para ao pé do Fado,
Mais longe que os deuses.
Desenlacemos as mãos, porque não vale a pena cansarmo-nos.
Quer gozemos, quer não gozemos, passamos como o rio.
Mais vale saber passar silenciosamente
E sem desassosegos grandes.
Sem amores, nem ódios, nem paixões que levantam a voz,
Nem invejas que dão movimento demais aos olhos,
Nem cuidados, porque se os tivesse o rio sempre correria,
E sempre iria ter ao mar.
Amemo-nos tranquilamente, pensando que podiamos,
Se quiséssemos, trocar beijos e abraços e carícias,
Mas que mais vale estarmos sentados ao pé um do outro
Ouvindo correr o rio e vendo-o.
Colhamos flores, pega tu nelas e deixa-as
No colo, e que o seu perfume suavize o momento —
Este momento em que sossegadamente não cremos em nada,
Pagãos inocentes da decadência.
Ao menos, se for sombra antes, lembrar-te-ás de mim depois
Sem que a minha lembrança te arda ou te fira ou te mova,
Porque nunca enlaçamos as mãos, nem nos beijamos
Nem fomos mais do que crianças.
E se antes do que eu levares o óbolo ao barqueiro sombrio,
Eu nada terei que sofrer ao lembrar-me de ti.
Ser-me-ás suave à memória lembrando-te assim — à beira-rio,
Pagã triste e com flores no regaço.
Ricardo Reis, in "Odes"
Heterónimo de Fernando Pessoa
Correspondances
La Nature est un temple où de vivants piliers
Laissent parfois sortir de confuses paroles;
L'homme y passe à travers des forêts de symboles
Qui l'observent avec des regards familiers.
Comme de longs échos qui de loin se confondent
Dans une ténébreuse et profonde unité,
Vaste comme la nuit et comme la clarté,
Les parfums, les couleurs et les sons se répondent.
II est des parfums frais comme des chairs d'enfants,
Doux comme les hautbois, verts comme les prairies,
— Et d'autres, corrompus, riches et triomphants,
Ayant l'expansion des choses infinies,
Comme l'ambre, le musc, le benjoin et l'encens,
Qui chantent les transports de l'esprit et des sens.
Charles Baudelaire
Laissent parfois sortir de confuses paroles;
L'homme y passe à travers des forêts de symboles
Qui l'observent avec des regards familiers.
Comme de longs échos qui de loin se confondent
Dans une ténébreuse et profonde unité,
Vaste comme la nuit et comme la clarté,
Les parfums, les couleurs et les sons se répondent.
II est des parfums frais comme des chairs d'enfants,
Doux comme les hautbois, verts comme les prairies,
— Et d'autres, corrompus, riches et triomphants,
Ayant l'expansion des choses infinies,
Comme l'ambre, le musc, le benjoin et l'encens,
Qui chantent les transports de l'esprit et des sens.
Charles Baudelaire
domingo, 15 de dezembro de 2013
Pensamento do dia...
O que a memória ama, fica eterno.
Te amo com a memória, imperecível.
Te amo com a memória, imperecível.
sábado, 14 de dezembro de 2013
Céu enfim azul...
Estou das tuas mãos
porque foram as únicas
capazes de me lerem
no sentido das nuvens
ou do céu enfim azul
e não me quero noutras
por enquanto.
Música: Elza Seixas
Poema: Maria José Meireles
Amarações...
Divido o espaço
em três partes
um relógio de campo
um beijo de mar
e uma caixa de música.
A infância
regressa-me ao campo
e o amor amara-me
a uma espécie de silêncio.
Na cidade
baralho-me
e escolho uma parte
à sorte
de cada vez.
Música: Elza Seixas
Poema: Maria José Meireles
Etiquetas:
Elza Seixas,
Poemas para quem gosta
Pensamento do dia...
Quem não tem jardins por dentro, não planta jardins por fora e nem passeia por eles...
Rubem Alves
Rubem Alves
Pensamento do dia...
Não me stresses que eu estou a fazer isto com muito cuidado e com muito carinho.
Raquel Meireles
Raquel Meireles
É tão bom não ter juízo!
Ser um rapaz com juízo?
Ah, isso não é preciso!
É tão bom ser diabrete,
pintar de verde o tapete.
É tão bom ser um mauzão,
deitar pimenta no pão.
É tão bom ser um pirata,
puxar o rabo da gata.
É tão bom ser um traquinas,
despentear as meninas.
É tão bom ser um travesso,
vestir tudo do avesso.
É tão bom ser um marau,
pôr no lixo o bacalhau.
É tão bom ser desastrado,
cair no lago calçado.
É tão bom ser malandrão,
roer os ossos do cão.
É tão bom ser um maroto,
pôr no prato um gafanhoto.
Tão bom ser insuportável,
pisar um senhor notável.
Ser sempre inconveniente,
ao careca dar um pente.
É tão bom ser mau, mau, mau,
Soltar na aula um lacrau.
O pior é quando a mãe
resolve ser má também.
Luísa Ducla Soares
In: "Vinte e Cinco - As Cartas"
Ah, isso não é preciso!
É tão bom ser diabrete,
pintar de verde o tapete.
É tão bom ser um mauzão,
deitar pimenta no pão.
É tão bom ser um pirata,
puxar o rabo da gata.
É tão bom ser um traquinas,
despentear as meninas.
É tão bom ser um travesso,
vestir tudo do avesso.
É tão bom ser um marau,
pôr no lixo o bacalhau.
É tão bom ser desastrado,
cair no lago calçado.
É tão bom ser malandrão,
roer os ossos do cão.
É tão bom ser um maroto,
pôr no prato um gafanhoto.
Tão bom ser insuportável,
pisar um senhor notável.
Ser sempre inconveniente,
ao careca dar um pente.
É tão bom ser mau, mau, mau,
Soltar na aula um lacrau.
O pior é quando a mãe
resolve ser má também.
Luísa Ducla Soares
In: "Vinte e Cinco - As Cartas"
A aventura de Ângela
Vou falar-vos um pouco de uma gotinha, muito traiçoeira, chamada Ângela. Esta gotinha tinha cinco anos e o seu maior desejo era ser uma verdadeira guerreira e dominar o mundo.
Ângela era um pouco desleixada. A sua água era verde de andar sempre à batatada, com os irmãos, nas marés poluídas. No entanto, no fundo dos seus olhinhos azuis, cor do mar, existia uma menina corajosa, valente e muito delicada que sim, essa era realmente capaz de dominar o mundo.
Ângela não tinha lá muitas amigas por ser diferente e gostar de jogar aos cavaleiros, mas ela não se importava e seguiu em frente o seu sonho.
A sua casa ficava entre duas rochas onde, de manhã, estava maré vaza, o mar tranquilo e os primeiros raios de sol escaldantes a atingiam.
- Está na hora, dêem as mãos meninos, o céu espera-nos. – Disse a mãe muito confiante.
A viagem foi rápida mas a Ângela não gostou nada da ideia de esperar antes de descer. A ansiedade era incontrolável pois tinha chegado o momento da partida. Deram sinal, todas as gotinhas caíram com toda a sua velocidade e a família de Ângela caiu unida num ribeiro. E foi mais uma aventura para a história de Ângela.
Raquel Meireles
Ângela era um pouco desleixada. A sua água era verde de andar sempre à batatada, com os irmãos, nas marés poluídas. No entanto, no fundo dos seus olhinhos azuis, cor do mar, existia uma menina corajosa, valente e muito delicada que sim, essa era realmente capaz de dominar o mundo.
Ângela não tinha lá muitas amigas por ser diferente e gostar de jogar aos cavaleiros, mas ela não se importava e seguiu em frente o seu sonho.
A sua casa ficava entre duas rochas onde, de manhã, estava maré vaza, o mar tranquilo e os primeiros raios de sol escaldantes a atingiam.
- Está na hora, dêem as mãos meninos, o céu espera-nos. – Disse a mãe muito confiante.
A viagem foi rápida mas a Ângela não gostou nada da ideia de esperar antes de descer. A ansiedade era incontrolável pois tinha chegado o momento da partida. Deram sinal, todas as gotinhas caíram com toda a sua velocidade e a família de Ângela caiu unida num ribeiro. E foi mais uma aventura para a história de Ângela.
Raquel Meireles
A escola
Quando vou para a escola
levo sempre a sacola
sento-me no lugar
com vontade de trabalhar.
Entro na sala
para começar a aula
contas e problemas
sem copiar e conversar.
Acabo de estudar
com vontade de ir brincar
no recreio vou ficar
a falar e a jogar.
Brincadeiras e palhaçadas
no corredor não vou fazer
sentada num cantinho
a estudar e a aprender.
No estudinho
em silêncio vou ficar
a trabalhar sem parar
até o tempo acabar.
Em casa irei pensar
para os exercícios não errar
com calma e atenção
estudar para os terminar.
Ao anoitecer
cansada vou estar
na caminha vou deitar
a dormir e a sonhar.
Raquel Meireles
levo sempre a sacola
sento-me no lugar
com vontade de trabalhar.
Entro na sala
para começar a aula
contas e problemas
sem copiar e conversar.
Acabo de estudar
com vontade de ir brincar
no recreio vou ficar
a falar e a jogar.
Brincadeiras e palhaçadas
no corredor não vou fazer
sentada num cantinho
a estudar e a aprender.
No estudinho
em silêncio vou ficar
a trabalhar sem parar
até o tempo acabar.
Em casa irei pensar
para os exercícios não errar
com calma e atenção
estudar para os terminar.
Ao anoitecer
cansada vou estar
na caminha vou deitar
a dormir e a sonhar.
Raquel Meireles
Voar...
Pensamento do dia...
Mãe, não vou viver para onde tu quiseres. Ainda me enfias num castelo.
Raquel Meireles
Raquel Meireles
A Minha Estrelinha
Pensamento do dia...
Não quero guardar esta matéria, na minha memória, depois do teste.
Nuno Meireles
Nuno Meireles
Pensamento do dia...
O ser humano ainda não é bem uma máquina mas já não é um ser completamente natural.
Nuno Meireles
Nuno Meireles
Heal the World auf Michael Jackson's Trauerfeier am 7.7.09
(Especialmente para o Nuno, para a Magui e para mim)
Morceguinho
Peixinho
Dia da Mãe
Mãe, eu amo-te.
Mãe, eu adoro-te.
Mãe, eu gosto de ti.
Mãe, tu és bonita como o céu azul.
Mãe, tu és bonita como o mundo.
David Meireles
Mãe, eu adoro-te.
Mãe, eu gosto de ti.
Mãe, tu és bonita como o céu azul.
Mãe, tu és bonita como o mundo.
David Meireles
quarta-feira, 11 de dezembro de 2013
sábado, 7 de dezembro de 2013
Sei...
Nada sei
do que te veste
senão do brilho
dos teus olhos
e da luz
do teu sorriso.
Maria José Meireles
do que te veste
senão do brilho
dos teus olhos
e da luz
do teu sorriso.
Maria José Meireles
sexta-feira, 6 de dezembro de 2013
quinta-feira, 5 de dezembro de 2013
quarta-feira, 4 de dezembro de 2013
domingo, 1 de dezembro de 2013
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