sábado, 24 de dezembro de 2016
sexta-feira, 23 de dezembro de 2016
Em ti...
Dizes-te
a única gota
de uma laranja
já seca.
De um rebanho
cinzento
a ovelha negra.
E eu amo
todos os homens
que couberem
em ti.
a única gota
de uma laranja
já seca.
De um rebanho
cinzento
a ovelha negra.
E eu amo
todos os homens
que couberem
em ti.
Maria José Meireles
quinta-feira, 22 de dezembro de 2016
Natal
Enquanto a chuva
Escorrer na minha vidraça
E furar o telhado
Daquele farrapo de homem
que além passa,
Enquanto o pão
Não entrar com a justiça
Lado a lado
Mão a mão,
Nem Jesus vem
Andar pelos caminhos onde
os outros vão.
Um dia
Quando for Natal
(E já não for Dezembro),
E o mundo for o espaço
Onde cabe
Um só abraço
Então,
Jesus virá
E será
À flor de tudo
O Redentor Universal.
Quando o Homem quiser, será Natal!
Manuel Sérgio
segunda-feira, 19 de dezembro de 2016
domingo, 18 de dezembro de 2016
Improviso sobre o passado irrepetível...
Ninguém dirá que desisti
quando a loucura parecia tomar a forma
de um borrão na tua alma
e as mãos se desintegravam
nas palavras e nos gestos
que o vulcão implodia
ninguém dirá que desisti
quando mais precisaste de mim
na fronteira do que nunca se diz.
Ademar
quando a loucura parecia tomar a forma
de um borrão na tua alma
e as mãos se desintegravam
nas palavras e nos gestos
que o vulcão implodia
ninguém dirá que desisti
quando mais precisaste de mim
na fronteira do que nunca se diz.
Ademar
sábado, 17 de dezembro de 2016
Laura Ferreira dos Santos (1959-2016) - Esquerda.net | Entrevista Laura Santos
Improviso para quem escolhe morrer...
Quando nenhuma esperança mais
nos consentirmos da vida
com que autoridade
nos compelirão ainda à esperança
aqueles que nunca viveram por nós?
Ademar
sexta-feira, 16 de dezembro de 2016
Em mim...
Dizes-me
a única gota
de uma laranja
já seca.
De um rebanho
cinzento
a ovelha negra.
E amas
todas as mulheres
que couberem
em mim.
Maria José Meireles
a única gota
de uma laranja
já seca.
De um rebanho
cinzento
a ovelha negra.
E amas
todas as mulheres
que couberem
em mim.
Maria José Meireles
quarta-feira, 14 de dezembro de 2016
sexta-feira, 9 de dezembro de 2016
Improviso para dizer que continuarei a ler-te...
Hoje decidi
arrumar-te na prateleira
das edições raras
incunábulos
almanaques antigos
tiragens numeradas
e coisas assim
nunca imaginei
que coubesses na estante
e que fosses tão fácil
de acomodar
sem um protesto
sem uma lamúria
sem um suspiro
devíamos ser todos assim
uns para os outros
edições raras
impartilháveis.
Ademar
arrumar-te na prateleira
das edições raras
incunábulos
almanaques antigos
tiragens numeradas
e coisas assim
nunca imaginei
que coubesses na estante
e que fosses tão fácil
de acomodar
sem um protesto
sem uma lamúria
sem um suspiro
devíamos ser todos assim
uns para os outros
edições raras
impartilháveis.
Ademar
quinta-feira, 8 de dezembro de 2016
sexta-feira, 2 de dezembro de 2016
domingo, 27 de novembro de 2016
quinta-feira, 24 de novembro de 2016
terça-feira, 22 de novembro de 2016
Pensamento do dia...
A dor da alma nada mais é do que seus limites se rasgando para caber mais mundo.
Viviane Mosé
Viviane Mosé
Revelação
Eu queria dizer uma coisa que eu não posso sair dizendo por aí.
É um segredo que eu guardo, é uma revelação
Que eu não posso sair dizendo por aí.
É que eu tenho medo de que as pessoas se desequilibrem delas mesmas.
Que elas caiam quando eu disser.
É que eu descobri que a palavra não sabe o que diz.
A palavra delira. A palavra diz qualquer coisa.
A verdade é que a palavra, ela mesma, em si própria, não diz nada.
Quem diz é o acordo estabelecido entre quem fala e quem ouve.
Quando existe acordo existe comunicação,
Mas quando esse acordo se quebra ninguém diz mais nada,
Mesmo usando as mesmas palavras.
Viviane Mosé
É um segredo que eu guardo, é uma revelação
Que eu não posso sair dizendo por aí.
É que eu tenho medo de que as pessoas se desequilibrem delas mesmas.
Que elas caiam quando eu disser.
É que eu descobri que a palavra não sabe o que diz.
A palavra delira. A palavra diz qualquer coisa.
A verdade é que a palavra, ela mesma, em si própria, não diz nada.
Quem diz é o acordo estabelecido entre quem fala e quem ouve.
Quando existe acordo existe comunicação,
Mas quando esse acordo se quebra ninguém diz mais nada,
Mesmo usando as mesmas palavras.
Viviane Mosé
Pensamento do dia...
"O Homem precisa de algum conhecimento pra sobreviver,
mas pra VIVER precisa da ARTE."
Viviane Mosé
mas pra VIVER precisa da ARTE."
Viviane Mosé
domingo, 20 de novembro de 2016
sábado, 19 de novembro de 2016
domingo, 13 de novembro de 2016
sexta-feira, 4 de novembro de 2016
quarta-feira, 2 de novembro de 2016
segunda-feira, 31 de outubro de 2016
Improviso simplificado...
Abro a janela apenas
para que me possas ver
não importa que me vejas
efectivamente
basta que me saibas ou pressintas
na linha do horizonte interior
dos teus olhos
é no pensamento que nos vemos
sempre
e no desejo que nos prolonga
a morte não tem janelas
nem o esquecimento.
Ademar
para que me possas ver
não importa que me vejas
efectivamente
basta que me saibas ou pressintas
na linha do horizonte interior
dos teus olhos
é no pensamento que nos vemos
sempre
e no desejo que nos prolonga
a morte não tem janelas
nem o esquecimento.
Ademar
domingo, 30 de outubro de 2016
segunda-feira, 24 de outubro de 2016
Improviso para cheirar-te...
Alinho olfactos
em nenhuma parte do teu corpo
a tamanha distância impercorrível
e espero simplesmente que se calem
todos os perfumes
todas as fragrâncias
todos os aromas
dos dias lentamente sobrepostos
na aragem do tempo
para
no fim da vadiagem
escutar apenas a essência
da tua mais íntima e líquida e carismática
metamorfose.
Ademar
em nenhuma parte do teu corpo
a tamanha distância impercorrível
e espero simplesmente que se calem
todos os perfumes
todas as fragrâncias
todos os aromas
dos dias lentamente sobrepostos
na aragem do tempo
para
no fim da vadiagem
escutar apenas a essência
da tua mais íntima e líquida e carismática
metamorfose.
Ademar
domingo, 23 de outubro de 2016
sábado, 22 de outubro de 2016
quarta-feira, 19 de outubro de 2016
segunda-feira, 17 de outubro de 2016
domingo, 9 de outubro de 2016
Colhe o Dia, porque És Ele
Uns, com os olhos postos no passado,
Vêem o que não vêem: outros, fitos
Os mesmos olhos no futuro, vêem
O que não pode ver-se.
Por que tão longe ir pôr o que está perto —
A segurança nossa? Este é o dia,
Esta é a hora, este o momento, isto
É quem somos, e é tudo.
Perene flui a interminável hora
Que nos confessa nulos. No mesmo hausto
Em que vivemos, morreremos. Colhe
O dia, porque és ele.
Ricardo Reis, in "Odes"
Vêem o que não vêem: outros, fitos
Os mesmos olhos no futuro, vêem
O que não pode ver-se.
Por que tão longe ir pôr o que está perto —
A segurança nossa? Este é o dia,
Esta é a hora, este o momento, isto
É quem somos, e é tudo.
Perene flui a interminável hora
Que nos confessa nulos. No mesmo hausto
Em que vivemos, morreremos. Colhe
O dia, porque és ele.
Ricardo Reis, in "Odes"
domingo, 2 de outubro de 2016
Um alerta sobre o Glaucoma
O Glaucoma é uma doença oftalmológica que se detectada cedo e tratada não deve gerar danos à visão. Ela consiste em um descontrole da pressão intraocular que, se elevada prejudica o nervo ótico provocando a redução do campo visual e a perda da qualidade de visão.
Foi detectado Glaucoma em mim quando tinha 13 anos. Desde então eu cuido e monitoro religiosamente meus olhos entre colírios e cirurgias para que a doença não se desenvolva. Mas somos humanos e nem sempre nosso corpo se aplica às regras.
Neste último ano assisti uma visão inteira minha sendo mastigada pelo Glaucoma numa velocidade estonteante, a despeito de toda atenção e cuidado que sempre tive para preserva-la. Não estou aqui querendo chamar a atenção para mim, mas para a doença, pois ela é muito mais comum do que se imagina.
Estou neste exato momento da minha vida desconstruindo muita coisa para construir uma nova vida. Velhos hábitos serão deixados de lado. Eu não enxergo mais como antes. Alguns matizes de cores ja se foram. O HD da visão também… Eu enxergo o mundo em pixels. Não irei mais até o supermercado ou até a farmácia. Eles deverão vir até mim. E assim como essas, uma série de outras adaptações deverão acontecer.
Ainda as desconheço. Mas tudo bem… Se há alguma coisa incrível que vive na gente, é a força de vontade. Ela sempre surge de lugares que se desconhece e tudo continua… Tenho 40 anos e calculo estar só na metade da vida. É triste? Sim, muito! Mas a vida há de continuar boa!
Agradeço aqui minha família, amigos e a equipe do Instituto Rubem Alves que tem estado ao meu lado a despeito de todas as mudanças. Sofrendo junto e caminhando junto. Isso mostra que o amor é uma das forças mais bonitas e fortes que existem e faz a vida continuar valendo a pena!
Não estou cega e nem pretendo ficar. Mas sim, tenho a visão bastante reduzida. Muitas pessoas de visão perfeita veem o mundo de forma reduzida. Sei disso. A questão aqui não é a poesia da vida, mas o quanto ela é bonita para ser vista e apreciada.
Alertas não competem apenas ao sistema de saúde e aos meios de comunicação. Acredito que não exista nada mais forte que um “caso” real, que pode estar bem ao lado de vocês. Por isso decidi me abrir publicamente aqui… É a minha obrigação ética enquanto humana e portadora do Glaucoma revelar o quanto os perigos da doença são reais.
Por favor compartilhem essa mensagem e cuidem- se para que a vida continue entrando bela através dos olhos de vocês!
Com carinho,
Raquel Alves
(02/10/2016)
terça-feira, 6 de setembro de 2016
Improviso sobre uma inspiração de Klimt...
Despes a altivez devagar
enquanto sobraças a cabeça
do homem que chegou cedo de mais
ao teu regaço
há momentos em que te sentes ainda
mais real do que isto
em que nenhum olhar se eleva
acima do teu
e os braços e as mãos
já não parecem pertencer-te
a nudez só é perfeita
quando já não tens mais palavras
para dizer o silêncio
e te devolves à servidão.
Ademar
sábado, 13 de agosto de 2016
quarta-feira, 10 de agosto de 2016
sábado, 6 de agosto de 2016
quarta-feira, 20 de julho de 2016
E ele ficou encantado
“E ele ficou encantado
Ele sempre contou – e gostava de falar isso – que tinha conquistado tudo o que conquistou e tinha se tornado o que se tornou porque tudo o que havia planejado para a sua vida deu errado. Se tivesse dado certo, teríamos nos despedido de um clérigo ou de um pianista. Mas com a morte não assim. Tudo saiu de acordo como ele sempre sonhara.
No dia e local combinados, estávamos todos lá. Só os mais queridos. Família e amigos, aqueles que valem como irmãos, companheiros de uma vida toda. Não para chorar a despedida, mas para celebrar a vida. A seleção de poesias para serem lidas estava feita, de acordo com o gosto dele. Ivan Vilela chegou com sua viola para que a poesia não fosse só lida mas também ouvida. A cova e muda do ipê amarelo nos aguardavam. E a caixa de mogno que guardava as cinzas, sobre a mesinha, ensaiava um leve ar de solenidade interrompida pelo barulho das folhas das árvores e o crepitar do mato seco sob nossos passos.
Era a primeira vez que estávamos sem o nosso mestre de cerimônias. Quem iria ler o quê? Quem começaria? Fizemos um trato enquanto ensaiávamos interromper aquele silêncio desconfortável de quem aguarda não se sabe o quê, um sabiá decidido anunciou em alto e bom tom que era hora de começar. Ivan nos deliciou com sua viola e, em seguida, meu irmão começou a ler “Vou plantar uma árvore”, autoria de nosso pai. Começaram a preparar a muda para ser plantada e tiraram de dentro da caixa um saco transparente com cinzas. Eu assistia à cena e me indagava em silêncio como seria que as espalharíamos… Ainda não havia entendido se eram sagradas demais para serem tocadas ou não.
Buraco aberto, muda no lugar, Sérgio com sua decisão de primogênito enfiou a mão no saco e começou a adubar a muda com aquilo que algum dia tinha dado vida ao meu pai. Não, não tinha como ser fúnebre aquilo tudo. Era pura poesia e encantamento. Estávamos celebrando a vida e o amor, plantando a esperança de continuarmos num mundo bonito. Em seguida, Marcos, eu e quem quisesse realizar o desejo de Rubem Alves.
Terminando o plantio do ipê amarelo, entendi na carne a grandiosidade da simplicidade. Não haveria nada mais simbólico e supremo que plantar uma arvora para celebrar a vida, sem nenhuma palavra rebuscada, apenas aquilo que nos tocava a alma. Ao tocarmos as cinzas, deixamos de lado toda a nossa vaidade e todo o nosso orgulho, despimo-nos do que nos é desnecessário para encarar frente a frente, ali nas nossas próprias mãos, a efemeridade da vida.Um dia a morte nos tocará também e cabe a nós decidirmos se queremos ser árvores ou lajes de concreto. Vai da alma de cada um.
Entre sorrisos e emoção lemos a Cecília Meireles, o Fernando Pessoa e o Vinícius de Moraes. Até mesmo não estando mais entre nós, ensinou-nos a beleza da vida. Tempus Fugit; Carpe Diem. Amém.”
Raquel Alves
domingo, 17 de julho de 2016
Diferente...
Faço sempre muito
pouco
muito pouco
mesmo muito pouco
apenas a diferença.
Maria José Meireles
pouco
muito pouco
mesmo muito pouco
apenas a diferença.
Maria José Meireles
sexta-feira, 15 de julho de 2016
Partilha...
Perguntas-me
se guardo apenas ideias
e eu respondo
nem isso
ideias más
eu esqueço
ideias boas
partilho.
Maria José Meireles
se guardo apenas ideias
e eu respondo
nem isso
ideias más
eu esqueço
ideias boas
partilho.
Maria José Meireles
terça-feira, 12 de julho de 2016
sábado, 9 de julho de 2016
sexta-feira, 8 de julho de 2016
quinta-feira, 7 de julho de 2016
sábado, 2 de julho de 2016
Improviso coloquiante…
Hoje não levanto a louça da mesa
não arrumo a cozinha nem as sensações
não faço a cama para dormir sozinho
não tomo banho
nem grito à janela
hoje não quero saber da noite
nem esperarei a carreira dos sonhos
na estação de todas as insónias
hoje não celebro calendários
não vou à missa
nem a jogo
hoje estou exausto do que fui
e prometi a mim mesmo descansar
de mim.
Ademar
não arrumo a cozinha nem as sensações
não faço a cama para dormir sozinho
não tomo banho
nem grito à janela
hoje não quero saber da noite
nem esperarei a carreira dos sonhos
na estação de todas as insónias
hoje não celebro calendários
não vou à missa
nem a jogo
hoje estou exausto do que fui
e prometi a mim mesmo descansar
de mim.
Ademar
sexta-feira, 1 de julho de 2016
quinta-feira, 30 de junho de 2016
quarta-feira, 29 de junho de 2016
Pensamento do dia...
“Aquele que conheceu apenas a sua mulher, e a amou, sabe mais de mulheres do que aquele que conheceu mil”.
“Os homens distinguem-se entre si também neste caso: alguns primeiro pensam, depois falam e, em seguida, agem; outros, ao contrário, primeiro falam, depois agem e, por fim, pensam”.
“Não é possível ser bom pela metade”.
“O mal não pode vencer o mal. Só o bem pode fazê-lo”.
“A mulher é uma substância tal, que, por mais que a estudes, sempre encontrarás nela alguma coisa totalmente nova”.
“O homem não tem poder sobre nada enquanto tem medo da morte. E quem não tem medo da morte possui tudo”.
“O dinheiro representa uma nova forma de escravidão impessoal, em lugar da antiga escravidão pessoal”.
“A alegria de fazer o bem é a única felicidade verdadeira”.
“Todos pensam em mudar a humanidade e ninguém pensa em mudar a si mesmo”.
“Não há grandeza quando não há simplicidade”.
“O dinheiro representa uma nova forma de escravidão impessoal, em lugar da antiga escravidão pessoal”.
“A alegria de fazer o bem é a única felicidade verdadeira”.
“Todos pensam em mudar a humanidade e ninguém pensa em mudar a si mesmo”.
“Não há grandeza quando não há simplicidade”.
Leon Tolstói.
terça-feira, 28 de junho de 2016
domingo, 26 de junho de 2016
sábado, 25 de junho de 2016
Loja de sonhos...
Para não me perder
na loja dos meus sonhos
tenho-os ordenados
do menor para o maior
e vou sonhando
um de cada vez.
Maria José Meireles
na loja dos meus sonhos
tenho-os ordenados
do menor para o maior
e vou sonhando
um de cada vez.
Maria José Meireles
quarta-feira, 22 de junho de 2016
terça-feira, 21 de junho de 2016
Amabilidade...
segunda-feira, 20 de junho de 2016
Palavras com vento
As vezes que abres a sala do teu sorriso
O mar fica oceano e eu toco uma melodia no Piano
Sebastião Alba
(Especialmente para a Hélia)
O mar fica oceano e eu toco uma melodia no Piano
Sebastião Alba
(Especialmente para a Hélia)
domingo, 19 de junho de 2016
quinta-feira, 16 de junho de 2016
Improviso para explicar que rosa rima com tudo…
Libertinos ou libertários
deixa-nos apenas ser secretos
como as luzes que retocam
as margens
quando o canal adormece
não abras de mais as janelas
não chames o vento
não ergas a voz
a fama
lembra-te
é uma incomodidade
o universo que cruza as arcadas
da praça maior
esgotou a lotação do silêncio.
Ademar
deixa-nos apenas ser secretos
como as luzes que retocam
as margens
quando o canal adormece
não abras de mais as janelas
não chames o vento
não ergas a voz
a fama
lembra-te
é uma incomodidade
o universo que cruza as arcadas
da praça maior
esgotou a lotação do silêncio.
Ademar
Improviso para renegar o esquecimento…
Na idade em que comecei a oscilar do umbigo
todos os meus amigos eram da extrema-esquerda
quando ser de esquerda não era mais do que um imperativo ético
ou uma pulsão libertária
alguns diziam-se em segredo comunistas
porque naquele tempo de tantas surdinas e censuras
o comunismo que o tempo nos consentia
não passava ainda de uma trincheira de desprendimentos
uma bondade uma coragem
e no dialecto marxista que então usávamos
éramos todos burgueses
digo
inimigos de classe de nós próprios
hoje
já quase não tenho amigos de esquerda
estão todos entretidos a coçar o umbigo
à porta do bordel da democracia
servindo de proxenetas.
Ademar
terça-feira, 14 de junho de 2016
sábado, 11 de junho de 2016
sexta-feira, 10 de junho de 2016
quarta-feira, 8 de junho de 2016
terça-feira, 7 de junho de 2016
O meu mundo...
domingo, 5 de junho de 2016
quinta-feira, 2 de junho de 2016
quarta-feira, 1 de junho de 2016
Negrinho...
Deixei de o ver...
Será que troquei as horas?
Será que negrinho morreu?
Será que não o vejo mais?
É uma da tarde
negrinho segue para nascente
eu sigo para poente
e sei que serei feliz
enquanto negrinho viver.
Maria José Meireles
Será que troquei as horas?
Será que negrinho morreu?
Será que não o vejo mais?
É uma da tarde
negrinho segue para nascente
eu sigo para poente
e sei que serei feliz
enquanto negrinho viver.
Maria José Meireles
terça-feira, 31 de maio de 2016
sexta-feira, 27 de maio de 2016
Chaves FM
VOZES DA REGIÃO - ESTA QUARTA FEIRA - 25/05/2016 DEPOIS DAS 11 HORAS, EM ESTÚDIO - Elza Seixas e Céu Cruz, duas flavienses falam da edição de Amarações, CD de poemas musicados. - REPOSIÇÃO SÁBADO 15 HORAS - OS FLAVIENSES SABEM QUE ESTA É A RÁDIO DE CHAVES - ouvir rádio --» chavesfm.com
Chico Buarque - Ole Ola
(Especialmente para a Fernanda)
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terça-feira, 24 de maio de 2016
domingo, 22 de maio de 2016
Improviso em resposta a um questionário íntimo...
A Ressurreição: Piero Della Francesca |
1. Desmarquei todas as consultas
para não saber a data precisa da minha morte
2. e para não ter de renovar
o guarda-roupa
3. a cor das paredes ficou fantástica
não fora a cegueira das mãos
4. os manuais escolares os jornais e
as revistas velhas não couberam no papelão
5. as estantes da sala não celebraram ainda
o milagre da ressurreição
6. os brinquedos do quarto do espelho
continuam à espera de pilhas novas
7. as velas deixaram de contar
o fogo que as silenciou
8. e as flores que entretanto murcharam
também.
Memórias da Escola da Ponte (34)...
Por vezes, há leitores (designadamente, professores e pais da Ponte) que me
pedem que, nestas Memórias, eu escreva sobre isto ou sobre aquilo. Nalguns
casos, eu respondo-lhes imediatamente que não escreverei. Todas as famílias têm
os seus "segredos" e há "segredos" da Ponte que eu jamais
revelarei. É, para mim, uma questão ética: só falarei para fora aquilo que,
primeiro, falei para dentro. Se nunca o fiz, não o farei agora. Como se
imaginará, pelas funções que desempenhei durante cinco anos, acumulei muita
informação sobre a Escola, sobre os seus principais "protagonistas" e
"amigos". Só usarei aquela que poderá ter algum interesse público e
que a equipa da Ponte também conhece. A informação "reservada" não a
utilizarei. Não quero destruir ninguém. E a "canalhice" não é o meu
forte. Mesmo sabendo que continuarei a ser vítima dela...
Ademar
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Rubem Alves
sábado, 21 de maio de 2016
sexta-feira, 20 de maio de 2016
quarta-feira, 18 de maio de 2016
domingo, 15 de maio de 2016
sábado, 14 de maio de 2016
domingo, 8 de maio de 2016
sexta-feira, 6 de maio de 2016
quarta-feira, 4 de maio de 2016
terça-feira, 3 de maio de 2016
segunda-feira, 2 de maio de 2016
domingo, 1 de maio de 2016
DIA DA MÃE
I
Por Carmindo Pereira Ramos
Estejas onde estiveres,
Sempre querida MÃE, serás
A mais bela das mulheres
E assim continuarás
II
Aquele ser maravilhoso
Que contornas empecilhos,
Pra num gesto carinhoso
Dares o melhor a teus filhos.
III
MÃE, é fonte de amor,
Manancial de virtude.
MÃE, é afago, é calor
E alegria na atitude.
IV
MÃE, sinónimo d' esperança
E de vida produtora.
Ter MÃE é ter confiança
Na sua ação protetora.
V
Quem tiver MÃE, a estime
Dando-lhe muita atenção,
Porque ter MÃE, é sublime,
É amor do coração.
VI
E neste dia tão lindo,
Primaveril e fecundo,
O nosso abraço infindo
Pra todas as MÃES do mundo.
F I M
Braga, 1 de maio de 2016
quarta-feira, 27 de abril de 2016
terça-feira, 26 de abril de 2016
Se Eu Não Te Amasse Tanto Assim
Sem direção
Voando só por voar
Sem saber onde chegar
Sonhando em te encontrar
E as estrelas
Que hoje eu descobri
No seu olhar
As estrelas vão me guiar
Se eu não te amasse tanto assim
Talvez perdesse os sonhos
Dentro de mim
E vivesse na escuridão
Se eu não te amasse tanto assim
Talvez não visse flores
Por onde eu vi
Dentro do meu coração
Hoje eu sei
Eu te amei
No vento de um temporal
Mas fui mais
Muito além
Do tempo do vendaval
Nos desejos
Num beijo
Que eu jamais provei igual
E as estrelas dão um sinal
Se eu não te amasse tanto assim
Talvez perdesse os sonhos
Dentro de mim
E vivesse na escuridão
Se eu não te amasse tanto assim
Talvez não visse flores
Por onde eu vi
Dentro do meu coração...
segunda-feira, 25 de abril de 2016
sexta-feira, 22 de abril de 2016
terça-feira, 19 de abril de 2016
segunda-feira, 18 de abril de 2016
domingo, 17 de abril de 2016
Bocanho...
Regresso
às tuas mãos
divinas
à força
da tua gargalhada
e à íntima sabedoria
do teu silêncio.
Maria José Meireles
domingo, 10 de abril de 2016
A Concepção de Hórus
Oh benevolente Ísis
que protegeu o seu irmão Osíris,
que procurou por ele incansavelmente,
que atravessou o país enlutada,
e nunca descansou antes de tê-lo encontrado.
Ela, que lhe proporcionou sombra com suas calças
e lhe deu ar com suas penas,
que se alegrou e levou o seu irmão para casa.
Ela, que reviveu o que, para o desesperançado, estava morto,
que recebeu a sua semente e concebeu um herdeiro,
e que o alimentou na solidão,
enquanto ninguém sabia quem era...
que protegeu o seu irmão Osíris,
que procurou por ele incansavelmente,
que atravessou o país enlutada,
e nunca descansou antes de tê-lo encontrado.
Ela, que lhe proporcionou sombra com suas calças
e lhe deu ar com suas penas,
que se alegrou e levou o seu irmão para casa.
Ela, que reviveu o que, para o desesperançado, estava morto,
que recebeu a sua semente e concebeu um herdeiro,
e que o alimentou na solidão,
enquanto ninguém sabia quem era...
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Poema que um Aluno partilhou comigo hoje...
domingo, 3 de abril de 2016
Trova do Vento que Passa
Pergunto ao vento que passa
notícias do meu país
e o vento cala a desgraça
o vento nada me diz.
o vento nada me diz.
La-ra-lai-lai-lai-la, la-ra-lai-lai-lai-la, [Refrão]
La-ra-lai-lai-lai-la, la-ra-lai-lai-lai-la. [Bis]
Pergunto aos rios que levam
tanto sonho à flor das águas
e os rios não me sossegam
levam sonhos deixam mágoas.
Levam sonhos deixam mágoas
ai rios do meu país
minha pátria à flor das águas
para onde vais? Ninguém diz.
[Se o verde trevo desfolhas
pede notícias e diz
ao trevo de quatro folhas
que morro por meu país.
Pergunto à gente que passa
por que vai de olhos no chão.
Silêncio -- é tudo o que tem
quem vive na servidão.
Vi florir os verdes ramos
direitos e ao céu voltados.
E a quem gosta de ter amos
vi sempre os ombros curvados.
E o vento não me diz nada
ninguém diz nada de novo.
Vi minha pátria pregada
nos braços em cruz do povo.
Vi minha pátria na margem
dos rios que vão pró mar
como quem ama a viagem
mas tem sempre de ficar.
Vi navios a partir
(minha pátria à flor das águas)
vi minha pátria florir
(verdes folhas verdes mágoas).
Há quem te queira ignorada
e fale pátria em teu nome.
Eu vi-te crucificada
nos braços negros da fome.
E o vento não me diz nada
só o silêncio persiste.
Vi minha pátria parada
à beira de um rio triste.
Ninguém diz nada de novo
se notícias vou pedindo
nas mãos vazias do povo
vi minha pátria florindo.
E a noite cresce por dentro
dos homens do meu país.
Peço notícias ao vento
e o vento nada me diz.
Quatro folhas tem o trevo
liberdade quatro sílabas.
Não sabem ler é verdade
aqueles pra quem eu escrevo.
Mas há sempre uma candeia
dentro da própria desgraça
há sempre alguém que semeia
canções no vento que passa.
Mesmo na noite mais triste
em tempo de servidão
há sempre alguém que resiste
há sempre alguém que diz não.
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Poema que um Professor partilhou comigo hoje...
sexta-feira, 1 de abril de 2016
Amador sem coisa amada
Resolvi andar na rua
com os olhos postos no chão.
Quem me quiser que me chame
ou que me toque com a mão.
Quando a angústia embaciar
de tédio os olhos vidrados,
olharei para os prédios altos,
para as telhas dos telhados.
Amador sem coisa amada,
aprendiz colegial.
Sou amador da existência,
não chego a profissional.
António Gedeão
com os olhos postos no chão.
Quem me quiser que me chame
ou que me toque com a mão.
Quando a angústia embaciar
de tédio os olhos vidrados,
olharei para os prédios altos,
para as telhas dos telhados.
Amador sem coisa amada,
aprendiz colegial.
Sou amador da existência,
não chego a profissional.
António Gedeão
quinta-feira, 31 de março de 2016
A PRIMAVERA CHEGOU
I
Ansiosos, à espera,
Após o frio do inverno,
Que chegasse a primavera
D'aspecto e clima mais terno.
II
Num teatro de mil cores
Onde sempre actuou,
Linda como os amores,
A primavera chegou.
III
Consigo trouxe alegria,
Esta nunca lhe faltou.
E com luz e fantasia,
A primavera chegou.
IV
Chilreiam os passarinhos,
Tudo se modificou.
À pressa fazem seus ninhos,
A primavera chegou.
V
Há aromas pelos ares,
Que o nosso olfacto aspirou.
No horizonte há olhares,
A primavera chegou.
VI
Que delícia! Que beleza!
Tudo se harmonizou.
Como é rica a natureza!
A primavera chegou.
VII
Foi-se embora o inverno,
Saudades não deixou.
No seu jeito sempiterno,
A primavera chegou.
VIII
Radiosa e trajada
Das vestes que sempre usou:
As flores! Muito engraçada!
A primavera chegou.
IX
Primavera encantadora,
Quão deslumbrante é teu rosto!
Não te vás tão cedo embora,
Fica pois, sempre connosco.
F I M
Por Carmindo Pereira Ramos
segunda-feira, 21 de março de 2016
Correntes...
Fazes "falo"
falas "faço"
e andas com todos ao colo
amarado
a tantas correntes.
Maria José Meireles
falas "faço"
e andas com todos ao colo
amarado
a tantas correntes.
Maria José Meireles
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Poemas para quem gosta
domingo, 20 de março de 2016
sábado, 19 de março de 2016
quinta-feira, 17 de março de 2016
"Não me olhes
como quem nada vê
além dos próprios olhos
olha-me
como se não quisesses
ver nada além de mim
ou como se já tivesses visto tudo
menos o meu olhar".
Maria José Meireles
Em: "Poemas para quem não gosta"
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Rubem Alves
quarta-feira, 9 de março de 2016
sábado, 5 de março de 2016
quinta-feira, 3 de março de 2016
terça-feira, 1 de março de 2016
domingo, 28 de fevereiro de 2016
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016
Ideia...
Não têm ideias
não precisa
tem força
digo
poder
para destruir as ideias
digo
os alunos.
Maria José Meireles
não precisa
tem força
digo
poder
para destruir as ideias
digo
os alunos.
Maria José Meireles
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016
domingo, 21 de fevereiro de 2016
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016
Trecho de No caminho com Maiakóvski
Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem;
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.
De Eduardo Alves da Costa - Atribuído a Bertolt Brecht e Vladimir Maiakóvski
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem;
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.
De Eduardo Alves da Costa - Atribuído a Bertolt Brecht e Vladimir Maiakóvski
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016
domingo, 14 de fevereiro de 2016
terça-feira, 9 de fevereiro de 2016
Aproveitar a Vida
“Aquilo que ocupa a maior parte do seu tempo, passa a ser o seu Deus”. (Pensamento oriental)
“Com o tempo, você vai percebendo que, para ser feliz, você precisa aprender a gostar de você, a cuidar de você e, principalmente, a gostar de quem também gosta de você”. (Mário Quintana)
“Existe um tempo certo para cada coisa, momento oportuno para cada propósito debaixo do Sol:Tempo de nascer, tempo de morrer; tempo de plantar, tempo de colher”. (Eclesiastes, Cap. 3)
domingo, 7 de fevereiro de 2016
Árvore
Um passarinho pediu a meu irmão para ser sua árvore.
Meu irmão aceitou de ser a árvore daquele passarinho.
No estágio de ser essa árvore, meu irmão aprendeu de
sol, de céu e de lua mais do que na escola.
No estágio de ser árvore meu irmão aprendeu para santo
mais do que os padres lhes ensinavam no internato.
Aprendeu com a natureza o perfume de Deus.
Seu olho no estágio de ser árvore aprendeu melhor o azul.
E descobriu que uma casca vazia de cigarra esquecida
no tronco das árvores só serve pra poesia.
No estágio de ser árvore meu irmão descobriu que as árvores são vaidosas.
Que justamente aquela árvore na qual meu irmão se transformara,
envaidecia-se quando era nomeada para o entardecer dos pássaros
E tinha ciúmes da brancura que os lírios deixavam nos brejos.
Meu irmão agradecia a Deus aquela permanência em árvore
porque fez amizade com muitas borboletas.
Manoel de Barros
Meu irmão aceitou de ser a árvore daquele passarinho.
No estágio de ser essa árvore, meu irmão aprendeu de
sol, de céu e de lua mais do que na escola.
No estágio de ser árvore meu irmão aprendeu para santo
mais do que os padres lhes ensinavam no internato.
Aprendeu com a natureza o perfume de Deus.
Seu olho no estágio de ser árvore aprendeu melhor o azul.
E descobriu que uma casca vazia de cigarra esquecida
no tronco das árvores só serve pra poesia.
No estágio de ser árvore meu irmão descobriu que as árvores são vaidosas.
Que justamente aquela árvore na qual meu irmão se transformara,
envaidecia-se quando era nomeada para o entardecer dos pássaros
E tinha ciúmes da brancura que os lírios deixavam nos brejos.
Meu irmão agradecia a Deus aquela permanência em árvore
porque fez amizade com muitas borboletas.
Manoel de Barros
BARROS, M. Ensaios fotográficos. Rio de Janeiro: Editora Record, 2000.
sábado, 6 de fevereiro de 2016
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016
Dança...
Reencontro-me
agora sou mulher
tenho o mesmo espanto
digo as mesmas palavras
sei que vou morrer
e continuo a dançar
sobre este mar
que nos embarca.
Maria José Meireles
domingo, 31 de janeiro de 2016
terça-feira, 26 de janeiro de 2016
segunda-feira, 25 de janeiro de 2016
sábado, 23 de janeiro de 2016
Palmira...
Sabes que eu estive mal
mas não sabes
(nem queres saber)
que eu também estive bem
talvez o meu mal te baste...
e se a memória não me faltar
o bom senso vai mandar
dizer que já não me lembro
de nada nem de ninguém
antes que o café arrefeça...
Maria José Meireles
mas não sabes
(nem queres saber)
que eu também estive bem
talvez o meu mal te baste...
e se a memória não me faltar
o bom senso vai mandar
dizer que já não me lembro
de nada nem de ninguém
antes que o café arrefeça...
Maria José Meireles
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Sérgio Godinho
domingo, 17 de janeiro de 2016
quarta-feira, 13 de janeiro de 2016
Quem nunca perdeu um brinquedo?
Tive um brinquedo e perdi-o
Para grande pena minha
Pois só quando ele me fez falta
Soube a riqueza que tinha
Era nele que eu projetava
A minha imaginação
Em mil histórias inventadas
Umas com fim, outras não
Quando à noite ia dormir
Aliado ao meu brinquedo
Espantávamos os fantasmas
Que nos queriam meter medo
E sempre que me ralhavam
E eu ficava aborrecido
Queixava-me ao meu brinquedo
E ele lá me arrancava um sorriso
Procurei-o em toda a parte
Pelos cantos do jardim
Pelas divisões da casa
Pela minha memória, enfim…
Nunca mais o encontrei
Mas digo-vos em grande segredo
Ainda hoje ao brincar
Eu recordo o meu brinquedo
José Luís Ferreira
07-12-2015
Pois só quando ele me fez falta
Soube a riqueza que tinha
Era nele que eu projetava
A minha imaginação
Em mil histórias inventadas
Umas com fim, outras não
Quando à noite ia dormir
Aliado ao meu brinquedo
Espantávamos os fantasmas
Que nos queriam meter medo
E sempre que me ralhavam
E eu ficava aborrecido
Queixava-me ao meu brinquedo
E ele lá me arrancava um sorriso
Procurei-o em toda a parte
Pelos cantos do jardim
Pelas divisões da casa
Pela minha memória, enfim…
Nunca mais o encontrei
Mas digo-vos em grande segredo
Ainda hoje ao brincar
Eu recordo o meu brinquedo
José Luís Ferreira
07-12-2015
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segunda-feira, 11 de janeiro de 2016
quarta-feira, 6 de janeiro de 2016
terça-feira, 5 de janeiro de 2016
Pensamento do dia...
Se um homem escreve bem só quando está bêbado, dir-lhe-ei: embebede-se. E se ele me disser que o seu fígado sofre com isso respondo: o que é o seu fígado? É uma coisa morta que vive enquanto você vive, e os poemas que escrever vivem sem enquanto.
Bernardo Soares
Bernardo Soares
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