terça-feira, 28 de fevereiro de 2017
segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017
domingo, 26 de fevereiro de 2017
sábado, 25 de fevereiro de 2017
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017
quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017
Igualdade de género...
Hoje
a dor
e o encanto
sentam na mesma mesa.
A dor fala
o encanto escuta
e o encanto compreende a dor.
Maria José Meireles
terça-feira, 21 de fevereiro de 2017
segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017
domingo, 19 de fevereiro de 2017
sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017
Criança índigo...
Posso agora
provar
por absurdo
a existência da aura.
Duas crianças gémeas
ela índigo
ele cristal
e um arco-íris
a fazer a ponte.
Maria José Meireles
provar
por absurdo
a existência da aura.
Duas crianças gémeas
ela índigo
ele cristal
e um arco-íris
a fazer a ponte.
Maria José Meireles
quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017
quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017
Em Todas as Ruas te Encontro
Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto tão perto tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura
Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
Mário Cesariny, in "Pena Capital"
em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto tão perto tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura
Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
Mário Cesariny, in "Pena Capital"
terça-feira, 14 de fevereiro de 2017
segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017
Trindade Santa...
Posso agora
adivinhar
as formas
do meu amigo
secreto
que me oferece o arco-íris.
Do espantalho, o casaco
do palhaço, o nariz
e, do boneco de neve, o cachecol.
Só me falta
descobrir
de que cor são os seus olhos
e o que querem dizer
e o que querem calar.
Maria José Meireles
adivinhar
as formas
do meu amigo
secreto
que me oferece o arco-íris.
Do espantalho, o casaco
do palhaço, o nariz
e, do boneco de neve, o cachecol.
Só me falta
descobrir
de que cor são os seus olhos
e o que querem dizer
e o que querem calar.
Maria José Meireles
Se não fosse a poesia...
Se não fosse a poesia
estarias agora no meu funeral
a chorar uma lágrima falsa.
Mas ela disse
que me vai oferecer
um armário bem grande
com chave
para eu colocar
na minha cabeça
e arrumar todos os pensamentos
que sejam desprovidos de beleza
como quem arruma
a roupa de inverno
quando chega a primavera.
Maria José Meireles
Etiquetas:
Clara Rocha,
Fragmento de bondade,
Neil Young
Partitura...
Dizes-me
caleidoscópio
dizes-me
os meus olhos.
Teclas
na impressão de mãos desconhecidas.
O arco-íris
mendiga cores
para me dizeres.
Maria José Meireles
caleidoscópio
dizes-me
os meus olhos.
Teclas
na impressão de mãos desconhecidas.
O arco-íris
mendiga cores
para me dizeres.
Maria José Meireles
Vinha virgem...
Hoje
tenho muito que fazer:
1. ver o sol nascer
2. ver o vento brincar
com a vinha virgem
3. ouvir os pássaros
pela manhã
4. abraçar os meus filhos
5. acalmar quem tem muito medo
de ser incompetente
6. verificar se o céu ainda é azul
7. saborear-te na minha solidão
8. e, se não adormecer antes,
ver o pôr do sol.
Maria José Meireles
tenho muito que fazer:
1. ver o sol nascer
2. ver o vento brincar
com a vinha virgem
3. ouvir os pássaros
pela manhã
4. abraçar os meus filhos
5. acalmar quem tem muito medo
de ser incompetente
6. verificar se o céu ainda é azul
7. saborear-te na minha solidão
8. e, se não adormecer antes,
ver o pôr do sol.
Maria José Meireles
domingo, 12 de fevereiro de 2017
sábado, 11 de fevereiro de 2017
sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017
Redenção...
Agora
que os espelhos são gentis
com os homens velhos
e com as mulheres gordas
nada me falta
aprender
senão
o que me possas ensinar.
Maria José Meireles
que os espelhos são gentis
com os homens velhos
e com as mulheres gordas
nada me falta
aprender
senão
o que me possas ensinar.
Maria José Meireles
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017
Texto de opinião...
O tempo altera a forma como vemos e vivemos os acontecimentos...
De facto, o tempo pode mudar o mundo, pode mudar-nos a todos e a cada um de nós.
O tempo dá um fim a tudo à nossa volta e até a nós mesmos porque tudo acaba, tudo tem fim. Talvez esta não seja a melhor forma de olharmos para o tempo. Talvez pensarmos que tudo tem um fim nos limite assim como escrever um texto com um número de palavras definido, ou um limite de tempo onde temos de dar o nosso melhor ou então nos lembre de viver o agora intensamente.
Ora nos sentimos insatisfeitos com o tempo, ora nos sentimos cansados.
A angústia e a ânsia e viver, muitas vezes, quando somos mais novos, é mais intensa. Tudo à nossa volta é enorme e magnífico e no entanto o tempo pode mudar... Não que o tempo tire a magia, simplesmente ensina-nos a controlar a necessidade de viver tudo num momento. O tempo ensina-nos a aceitar o fim. Portanto, podemos dizer que o tempo amadurece.
Em suma, o tempo muda tudo o que está à nossa volta mas muda-nos essencialmente a nós e à forma como encaramos a vida e as situações que esta nos proporciona.
Vera Raquel Baptista Meireles
terça-feira, 7 de fevereiro de 2017
EU E MEU CAMPINA
(...)
Eu nasci ouvindo os cantos
das aves de minha serra
e vendo os belos encantos
que a mata bonita encerra
foi ali que eu fui crescendo
fui vendo e fui aprendendo
no livro da natureza
onde Deus é mais visível
o coração mais sensível
e a vida tem mais pureza.
Sem poder fazer escolhas
de livro artificial
estudei nas lindas folhas
do meu livro natural
e, assim, longe da cidade
lendo nessa faculdade
que tem todos os sinais
com esses estudos meus
aprendi a amar a Deus
na vida dos animais.
Quando canta o sabiá
Sem nunca ter tido estudo
eu vejo que Deus está
por dentro daquilo tudo
aquele pássaro amado
no seu gorgeio sagrado
nunca uma nota falhou
na sua canção amena
só canta o que Deus ordena
só diz o que Deus mandou.
(...)
Patativa do Assaré
Eu nasci ouvindo os cantos
das aves de minha serra
e vendo os belos encantos
que a mata bonita encerra
foi ali que eu fui crescendo
fui vendo e fui aprendendo
no livro da natureza
onde Deus é mais visível
o coração mais sensível
e a vida tem mais pureza.
Sem poder fazer escolhas
de livro artificial
estudei nas lindas folhas
do meu livro natural
e, assim, longe da cidade
lendo nessa faculdade
que tem todos os sinais
com esses estudos meus
aprendi a amar a Deus
na vida dos animais.
Quando canta o sabiá
Sem nunca ter tido estudo
eu vejo que Deus está
por dentro daquilo tudo
aquele pássaro amado
no seu gorgeio sagrado
nunca uma nota falhou
na sua canção amena
só canta o que Deus ordena
só diz o que Deus mandou.
(...)
Patativa do Assaré
segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017
Flor sem nome
Rui Moura Baía - Ponte do Diabo (das Senhorinhas ou Gervásios) Misarela |
Das telas de luz
Apareces
Flor sem corpo.
Danças as palavras
E largas teu pólen
De mistério
Nas
Auroras da sedução!
Deixaste o casulo
Da redenção
E
Libertas-te na ilusão...
Ousas
Soltar o perfume
Aos sentidos
Que desconheces?
Ai de ti que
Desenrolas teus
Longos cabelos
Num corpo que não existe
Mas sente!
És em tuas pétalas
Todas as mulheres
Que jogam letras e números
Na tela da vida
E a magia gritante deste
Silêncio
Das estrelas
Cai todo no odor moreno
Da tua pele!
Arriscas o sorriso
Das tuas cores
Por um Sol que as arde...
Queres ir?
Rui Moura Baía
Improviso para dizer que a mãe adormeceu...
Salvador Dali |
Já desisti de querer governar o mundo
a partir do meu bairro
já desisti mesmo de querer governar o mundo
em que cabe o meu bairro
o poder é uma puta irrespeitosa
e confia-se mais depressa a quem mais o merece
quero apenas amar-te
como se não existisses
digo
como se fizesses parte de mim
nesse espelho em que viajo
à perfeição só falta mesmo
o género que me acrescentes.
Ademar
já desisti mesmo de querer governar o mundo
em que cabe o meu bairro
o poder é uma puta irrespeitosa
e confia-se mais depressa a quem mais o merece
quero apenas amar-te
como se não existisses
digo
como se fizesses parte de mim
nesse espelho em que viajo
à perfeição só falta mesmo
o género que me acrescentes.
Ademar
Tela...
Procuro agora
uma tela
em que possas caber
Dali, Pessoa e Freud
perfeita inexistência
edição rara
crime e castigo
num só
e não quero
subtrair-te
nenhuma parte.
Maria José Meireles
uma tela
em que possas caber
Dali, Pessoa e Freud
perfeita inexistência
edição rara
crime e castigo
num só
e não quero
subtrair-te
nenhuma parte.
Maria José Meireles
domingo, 5 de fevereiro de 2017
Poema de Natal
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos —
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.
Assim será nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos —
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.
Não há muito o que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez de amor
Uma prece por quem se vai —
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte —
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente.
Vinicius de Moraes
Extrema unção...
Se não sabes
o que é dignidade
não sei
como explicar-te
se não sabes
o que é amar
não sei
como explicar-te
talvez porque amar
seja tão único
como o coração
de cada um.
Maria José Meireles
o que é dignidade
não sei
como explicar-te
se não sabes
o que é amar
não sei
como explicar-te
talvez porque amar
seja tão único
como o coração
de cada um.
Maria José Meireles
Etiquetas:
2017,
Ademar Santos,
Elza Seixas,
Sérgio Godinho
quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017
Um lírio e um mar de rosas...
Um lírio
e um mar
de rosas
uma rosa
e um mar
de lírios
um mar de rosas
e um mar de lírios
um lírio
e uma rosa.
Maria José Meireles
e um mar
de rosas
uma rosa
e um mar
de lírios
um mar de rosas
e um mar de lírios
um lírio
e uma rosa.
Maria José Meireles
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