domingo, 27 de maio de 2018
um dos sítios onde nasci é agora um fosso de terra amarelada
e uma gigante poça de água, onde se firmam os alicerces de um hotel
não consegui guardar tudo o que queria, mas o que foi possível
uma chave sem fechadura, uma placa sem porta
aprendo dia após dia que as nossas bugigangas apenas têm valor para nós
perante a fundura das novas fundações, descubro me viva
e uma gigante poça de água, onde se firmam os alicerces de um hotel
não consegui guardar tudo o que queria, mas o que foi possível
uma chave sem fechadura, uma placa sem porta
aprendo dia após dia que as nossas bugigangas apenas têm valor para nós
perante a fundura das novas fundações, descubro me viva
LauraAlberto
sábado, 26 de maio de 2018
sexta-feira, 25 de maio de 2018
Canção para a Minha Mãe
E sem um gesto, sem um não, partias!
Assim a luz eterna se extinguia!
Sem um adeus, sequer, te despedias,
Atraiçoando a fé que nos unia!
Terra lavrada e quente,
Regaço de um poeta criador,
Ias-te embora antes do sol poente,
Triste como semente sem calor!
Ias, resignada, apodrecer
À sombra das roseiras outonais!
Cor da alegria, cântico a nascer,
Trocavas por ciprestes pinheirais!
Miguel Torga, in 'Diário (1946)'
Assim a luz eterna se extinguia!
Sem um adeus, sequer, te despedias,
Atraiçoando a fé que nos unia!
Terra lavrada e quente,
Regaço de um poeta criador,
Ias-te embora antes do sol poente,
Triste como semente sem calor!
Ias, resignada, apodrecer
À sombra das roseiras outonais!
Cor da alegria, cântico a nascer,
Trocavas por ciprestes pinheirais!
Miguel Torga, in 'Diário (1946)'
quinta-feira, 24 de maio de 2018
Improviso para natureza quase morta...
Nunca cabes inteira na tela
sobra sempre um braço uma mão
uma perna um pé
o horizonte do olhar
a esperança dividida
o pensamento rebelde
a vida voa sempre pela janela
quando as paredes te estreitam.
Ademar
sobra sempre um braço uma mão
uma perna um pé
o horizonte do olhar
a esperança dividida
o pensamento rebelde
a vida voa sempre pela janela
quando as paredes te estreitam.
Ademar
quarta-feira, 23 de maio de 2018
terça-feira, 22 de maio de 2018
segunda-feira, 21 de maio de 2018
António...
Despejavas
a água
das botas
com um sorriso
sincero.
Caíste
de oito metros
e nem o teu sorriso
se quebrou.
Dizes
que sou simples,
sem vaidades...
e eu posso dizer
que andámos juntos
na escola...
Maria José Meireles
a água
das botas
com um sorriso
sincero.
Caíste
de oito metros
e nem o teu sorriso
se quebrou.
Dizes
que sou simples,
sem vaidades...
e eu posso dizer
que andámos juntos
na escola...
Maria José Meireles
segunda-feira, 14 de maio de 2018
sábado, 12 de maio de 2018
Aproveita o dia
Aproveita o dia,
Não deixes que termine sem teres crescido um pouco.
Sem teres sido feliz, sem teres alimentado teus sonhos.
Não te deixes vencer pelo desalento.
Não permitas que alguém te negue o direito de expressar-te, que é quase um dever.
Não abandones tua ânsia de fazer de tua vida algo extraordinário.
Não deixes de crer que as palavras e as poesias sim podem mudar o mundo.
Porque passe o que passar, nossa essência continuará intacta.
Somos seres humanos cheios de paixão.
A vida é deserto e oásis.
Nos derruba, nos lastima, nos ensina, nos converte em protagonistas de nossa própria história.
Ainda que o vento sopre contra, a poderosa obra continua, tu podes trocar uma estrofe.
Não deixes nunca de sonhar, porque só nos sonhos pode ser livre o homem.
Não caias no pior dos erros: o silêncio.
A maioria vive num silêncio espantoso. Não te resignes, e nem fujas.
Valorize a beleza das coisas simples, se pode fazer poesia bela, sobre as pequenas coisas.
Não atraiçoes tuas crenças.
Todos necessitamos de aceitação, mas não podemos remar contra nós mesmos.
Isso transforma a vida em um inferno.
Desfruta o pânico que provoca ter a vida toda a diante.
Procures vivê-la intensamente sem mediocridades.
Pensa que em ti está o futuro, e encara a tarefa com orgulho e sem medo.
Aprendes com quem pode ensinar-te as experiências daqueles que nos precederam.
Não permitas que a vida se passe sem teres vivido…
Walter Whitman (1819 – 1892) foi um jornalista, ensaísta e poeta americano considerado o “pai do verso livre” e o grande poeta da revolução americana.
Não deixes que termine sem teres crescido um pouco.
Sem teres sido feliz, sem teres alimentado teus sonhos.
Não te deixes vencer pelo desalento.
Não permitas que alguém te negue o direito de expressar-te, que é quase um dever.
Não abandones tua ânsia de fazer de tua vida algo extraordinário.
Não deixes de crer que as palavras e as poesias sim podem mudar o mundo.
Porque passe o que passar, nossa essência continuará intacta.
Somos seres humanos cheios de paixão.
A vida é deserto e oásis.
Nos derruba, nos lastima, nos ensina, nos converte em protagonistas de nossa própria história.
Ainda que o vento sopre contra, a poderosa obra continua, tu podes trocar uma estrofe.
Não deixes nunca de sonhar, porque só nos sonhos pode ser livre o homem.
Não caias no pior dos erros: o silêncio.
A maioria vive num silêncio espantoso. Não te resignes, e nem fujas.
Valorize a beleza das coisas simples, se pode fazer poesia bela, sobre as pequenas coisas.
Não atraiçoes tuas crenças.
Todos necessitamos de aceitação, mas não podemos remar contra nós mesmos.
Isso transforma a vida em um inferno.
Desfruta o pânico que provoca ter a vida toda a diante.
Procures vivê-la intensamente sem mediocridades.
Pensa que em ti está o futuro, e encara a tarefa com orgulho e sem medo.
Aprendes com quem pode ensinar-te as experiências daqueles que nos precederam.
Não permitas que a vida se passe sem teres vivido…
Walter Whitman (1819 – 1892) foi um jornalista, ensaísta e poeta americano considerado o “pai do verso livre” e o grande poeta da revolução americana.
quinta-feira, 10 de maio de 2018
segunda-feira, 7 de maio de 2018
QUANDO EU FOR PEQUENO
Quando eu for pequeno, mãe,
quero ouvir de novo a tua voz
na campânula de som dos meus dias
inquietos, apressados, fustigados pelo medo.
Subirás comigo as ruas íngremes
com a certeza dócil de que só o empedrado
e o cansaço da subida
me entregarão ao sossego do sono.
Quando eu for pequeno, mãe,
os teus olhos voltarão a ver
nem que seja o fio do destino
desenhado por uma estrela cadente
no cetim azul das tardes
sobre a baía dos veleiros imaginados.
Quando eu for pequeno, mãe,
nenhum de nós falará da morte,
a não ser para confirmarmos
que ela só vem quando a chamamos
e que os animais fazem um círculo
para sabermos de antemão que vai chegar.
Quando eu for pequeno, mãe,
trarei as papoilas e os búzios
para a tua mesa de tricotar encontros,
e então ficaremos debaixo de um alpendre
a ouvir uma banda a tocar
enquanto o pai ao longe nos acena,
lenço branco na mão com as iniciais bordadas,
anunciando que vai voltar porque eu sou
[pequeno
e a orfandade até nos olhos deixa marcas.
JOSÉ JORGE LETRIA, in O LIVRO BRANCO DA MELANCOLIA (Quetzal, 2001)
domingo, 6 de maio de 2018
DIA DA MÃE
De grande significado
Este dia sempre olhado
Pelas pessoas de bem.
É um dia especial
A nenhum outro igual
Por ser o DIA DA MÃE.
E nós, que já a perdemos
Jamais a esqueceremos
Perdurará nossa dor!
Porque quando existia
Por nós tudo ela fazia
Com carinho e muito amor.
A quem inda mãe tiver
Repare bem neste SER
Quanta grandeza contém!
Os seus gestos, seu olhar
Levá-lo-ão a pensar,
Como é bom inda ter mãe.
Canto assim as mães do mundo
Por quem sinto amor profundo
Meu querer, minha paixão.
Porque toda a mãe em si
O que em cada uma vi
Foi amor em profusão.
Votado aos filhos queridos
Desde os seus ventres nascidos
Com muito afeto e respeito
Para os verem crescer
Com saúde e saber
Louvamos este conceito.
Braga, 6 de maio de 2018
Carmindo Ramos
quinta-feira, 3 de maio de 2018
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