Agora
que conheço
todas as fases
da minha lua
posso oferecer-me
por inteiro.
Maria José Meireles
terça-feira, 25 de setembro de 2018
sexta-feira, 21 de setembro de 2018
Se
Se consegues manter a calma
quando à tua volta todos a perdem
e te culpam por isso.
Se consegues manter a calma
quando à tua volta todos a perdem
e te culpam por isso.
Se consegues ter confiança em ti
quando todos duvidam de ti
e aceitas as suas dúvidas.
quando todos duvidam de ti
e aceitas as suas dúvidas.
Se consegues esperar sem te cansares
por esperar
ou caluniado não responderes com calúnias
ou odiado não dares espaço ao ódio
sem porém te fazeres demasiado bom
ou falares cheio de conhecimentos.
ou caluniado não responderes com calúnias
ou odiado não dares espaço ao ódio
sem porém te fazeres demasiado bom
ou falares cheio de conhecimentos.
Se consegues sonhar
sem fazeres dos sonhos teus mestres.
sem fazeres dos sonhos teus mestres.
Se consegues pensar
sem fazeres dos pensamentos teus objectivos.
sem fazeres dos pensamentos teus objectivos.
Se consegues encontrar-te com o
Triunfo e a Derrota
e tratares esses dois impostores do mesmo modo.
e tratares esses dois impostores do mesmo modo.
Se consegues suportar
a escuta das verdades que dizes
distorcidas pelos que te querem ver
cair em armadilhas
ou encarar tudo aquilo pelo qual lutaste na vida
ficar destruído
e reconstruíres tudo de novo
com instrumentos gastos pelo tempo.
a escuta das verdades que dizes
distorcidas pelos que te querem ver
cair em armadilhas
ou encarar tudo aquilo pelo qual lutaste na vida
ficar destruído
e reconstruíres tudo de novo
com instrumentos gastos pelo tempo.
Se consegues num único passo
arriscar tudo o que conquistaste
num lançamento de cara ou coroa,
perderes e recomeçares de novo
sem nunca suspirares palavras da tua perda.
arriscar tudo o que conquistaste
num lançamento de cara ou coroa,
perderes e recomeçares de novo
sem nunca suspirares palavras da tua perda.
Se consegues constringir o teu
coração,
nervos e força
para te servirem na tua vez
já depois de não existirem,
e aguentares
quando já nada tens em ti
a não ser a vontade que te diz:
"Aguenta-te!"
nervos e força
para te servirem na tua vez
já depois de não existirem,
e aguentares
quando já nada tens em ti
a não ser a vontade que te diz:
"Aguenta-te!"
Se consegues falar para multidões
e permaneceres com as tuas virtudes
ou andares entre reis e pobres
e agires naturalmente.
e permaneceres com as tuas virtudes
ou andares entre reis e pobres
e agires naturalmente.
Se nem inimigos
ou amigos queridos
te conseguirem ofender.
ou amigos queridos
te conseguirem ofender.
Se todas as pessoas contam contigo
mas nenhuma demasiado.
mas nenhuma demasiado.
Se consegues preencher cada minuto
dando valor
a todos os segundos que passam.
dando valor
a todos os segundos que passam.
Tua é a Terra
e tudo o que nela existe
e mais ainda,
tu serás um Homem, meu filho!
e tudo o que nela existe
e mais ainda,
tu serás um Homem, meu filho!
(Tradução de Vitor Vaz da
Silva do poema "IF" de Rudyard Kipling)
segunda-feira, 17 de setembro de 2018
sábado, 15 de setembro de 2018
Madrigal ao contrário...
Deixa
que caminhe
que caminhe
alegre e intensamente.
Quando estiver cansada
abriga-me
no teu vazio.
Maria José Meireles
Quando estiver cansada
abriga-me
no teu vazio.
Maria José Meireles
Etiquetas:
Elza Seixas,
Poemas para quem gosta
sexta-feira, 14 de setembro de 2018
Madrigal ao contrário...
Rui Moura Baía - Santa Bárbara II |
Deixa
que caminhe
alegre e intensamente.
Quando estiver cansada
abriga-me
no teu vazio.
Maria José Meireles
Etiquetas:
Poemas para quem gosta,
Rui Moura Baía
se ainda que amanhã não encontre em mim forças para sorrir, se a força me faltar e as minhas mãos forem substituídas por outras que não minhas e eu as sentir trémulas
então quero que saibas que os dentes tenho-os cerrados, as unhas cravam-se na pele da palma das mãos, as pernas fraquejam e tentam ceder à gravidade
então quero que saibas, que o sangue ainda corre e o coração, esse ainda bate
LauraAlberto
quarta-feira, 12 de setembro de 2018
terça-feira, 4 de setembro de 2018
Auto-Retrato Falado
Venho de um Cuiabá de garimpos e de ruelas entortadas.
Meu pai teve uma venda no Beco da Marinha, onde nasci.
Me criei no Pantanal de Corumbá entre bichos do chão,
aves, pessoas humildes, árvores e rios.
Aprecio viver em lugares decadentes por gosto de estar
entre pedras e lagartos.
Já publiquei 10 livros de poesia: ao publicá-los me sinto
meio desonrado e fujo para o Pantanal onde sou
abençoado a garças.
Me procurei a vida inteira e não me achei — pelo que fui salvo.
Não estou na sarjeta porque herdei uma fazenda de gado.
Os bois me recriam.
Agora eu sou tão ocaso!
Estou na categoria de sofrer do moral porque só faço
coisas inúteis.
No meu morrer tem uma dor de árvore.
Manoel de Barros
Meu pai teve uma venda no Beco da Marinha, onde nasci.
Me criei no Pantanal de Corumbá entre bichos do chão,
aves, pessoas humildes, árvores e rios.
Aprecio viver em lugares decadentes por gosto de estar
entre pedras e lagartos.
Já publiquei 10 livros de poesia: ao publicá-los me sinto
meio desonrado e fujo para o Pantanal onde sou
abençoado a garças.
Me procurei a vida inteira e não me achei — pelo que fui salvo.
Não estou na sarjeta porque herdei uma fazenda de gado.
Os bois me recriam.
Agora eu sou tão ocaso!
Estou na categoria de sofrer do moral porque só faço
coisas inúteis.
No meu morrer tem uma dor de árvore.
Manoel de Barros
BARROS, M. Poesia Completa. São Paulo: Leya, 2011.
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