sábado, 31 de dezembro de 2011
Feliz Olhar Novo - Carlos Drummond de Andrade
(Obrigada Cristina. És linda!...)
Etiquetas:
Carlos Drummond de Andrade,
Cristina Martins
sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
Bruxa...
Dizes-te bruxa
e eu concordo
de resto
sempre pensei
que as bruxas
e os padres
casavam muito bem.
Maria José Meireles
e eu concordo
de resto
sempre pensei
que as bruxas
e os padres
casavam muito bem.
Maria José Meireles
quinta-feira, 29 de dezembro de 2011
QUERO VOAR…
Tenho dado por mim com uma dor cada vez mais persistente e profunda! Pensei tratar-se de uma dor física desconhecida.
Fui ao médico… como seria de esperar. Fiz todas as queixas e todos os exames… como seria de esperar. Algum tempo depois, os exames foram esclarecedores e o médico irredutível nas suas conclusões: estava tudo ótimo comigo, pelo menos, para já! Fiquei contente… como seria de esperar.
No entanto, e já lá vão largos meses, a dor persiste… apenas muda de lugar. Isto, não era de esperar!
De lá a esta parte, tenho andado a cismar e a tentar fazer o meu próprio diagnóstico (todos gostamos de encontrar respostas, o desconhecido provoca-nos desconforto!): olhar à minha volta, olhar-me de cima para baixo e de baixo para cima até, gradualmente, reduzir o espaço de focalização, centrando-o só no meu exterior para, logo a seguir, o direcionar para bem dentro de mim, tal método indutivo (cada vez menos utilizado, por sinal).
Aí percebi! O que me tem andado a consumir é, de facto, o que se passa à minha volta e que, a pouco e pouco, vai minando os órgãos do meu corpo, instalando-se, tais donos do mundo, dentro de mim! É um nó enorme, que temo não conseguir desfazer, pois os intentos têm sido mais que muitos porém, a seguir a um nó, outro se lhe sobrepõe e acorrem mais uns tantos que solidária e melosamente teimam em emaranhar os outros e emaranhar-se num enleio e novelo tal, que gigantesco e infinito, se tornam adjetivos poucos para o definir.
E agora!? Pois… não sei!
Só sei que a esperança, se todos acreditarmos, ainda é a última a morrer!
Acreditar, ainda é dos poucos remédios que conduz a algum lugar, mesmo que seja a parte incerta!
Da incerteza nasce a dúvida… da dúvida, a ponderação…
Ponderar é bom!
Contempla a reflexão que nos impele rumo à vontade.
A vontade, normalmente, abraça a ação. Fiz bingo?! Como eu gostava!
A ação conduzir-nos-ia à realização: à realização de coisas e à realização do ser humano que promove essas mesmas coisas! – teríamos, então, o ciclo e o círculo perfeitos.
Agora, a parte mais complexa e difícil!
A realização do ser humano só aconteceria se fosse pessoal, profissional e coletiva. E tal, só poderia acontecer se todos nós esquecêssemos o oásis que resolvemos cuidar e sulfatar à volta do nosso umbigo para canalizarmos as forças e as energias na plantação de um jardim público, certos daquilo que cada qual deveria ser e fazer, mas certos, também, daquilo que seria lícito pedir e exigir dos outros. Só assim, começaria a proliferar a realização das coisas que levaria, por sua vez, à realização cada vez mais crescente do ser humano e, por conseguinte, a um caminho que nos conduziria para a direção certa. Só assim, o ser humano poderia recuperar-se das dores e dos males de que padece, livrando-se de todos os “bichinhos” cancerígenos, desagradáveis e supérfluos que têm impedido o seu (re)erguer saudável, profícuo e contagiante.
Afinal, a sábia resposta do Gato de “Alice no país das maravilhas” jamais deveria ser negligenciada. Quando Alice pergunta ao Gato, "O senhor poderia dizer-me, por favor, qual o caminho que devo tomar para sair daqui?", este responde:"Isso depende muito de para onde você quer ir.", "Não me importo muito para onde...", retrucou Alice. "Então, não importa o caminho que você escolha", disse o Gato.
Nada mais triste do que não saber para onde queremos ir, pois não conseguimos escolher nenhum caminho ou pior, um qualquer serve.
Seria bom começarmos a desemaranhar os nós… para fazermos laços… São estes que nos sustentam e ajudam a edificar um mundo melhor!
“Sei que a chuva é grossa, que entope a fossa (…)
Mas quero voar, por favor!”*
E TU?
Fui ao médico… como seria de esperar. Fiz todas as queixas e todos os exames… como seria de esperar. Algum tempo depois, os exames foram esclarecedores e o médico irredutível nas suas conclusões: estava tudo ótimo comigo, pelo menos, para já! Fiquei contente… como seria de esperar.
No entanto, e já lá vão largos meses, a dor persiste… apenas muda de lugar. Isto, não era de esperar!
De lá a esta parte, tenho andado a cismar e a tentar fazer o meu próprio diagnóstico (todos gostamos de encontrar respostas, o desconhecido provoca-nos desconforto!): olhar à minha volta, olhar-me de cima para baixo e de baixo para cima até, gradualmente, reduzir o espaço de focalização, centrando-o só no meu exterior para, logo a seguir, o direcionar para bem dentro de mim, tal método indutivo (cada vez menos utilizado, por sinal).
Aí percebi! O que me tem andado a consumir é, de facto, o que se passa à minha volta e que, a pouco e pouco, vai minando os órgãos do meu corpo, instalando-se, tais donos do mundo, dentro de mim! É um nó enorme, que temo não conseguir desfazer, pois os intentos têm sido mais que muitos porém, a seguir a um nó, outro se lhe sobrepõe e acorrem mais uns tantos que solidária e melosamente teimam em emaranhar os outros e emaranhar-se num enleio e novelo tal, que gigantesco e infinito, se tornam adjetivos poucos para o definir.
E agora!? Pois… não sei!
Só sei que a esperança, se todos acreditarmos, ainda é a última a morrer!
Acreditar, ainda é dos poucos remédios que conduz a algum lugar, mesmo que seja a parte incerta!
Da incerteza nasce a dúvida… da dúvida, a ponderação…
Ponderar é bom!
Contempla a reflexão que nos impele rumo à vontade.
A vontade, normalmente, abraça a ação. Fiz bingo?! Como eu gostava!
A ação conduzir-nos-ia à realização: à realização de coisas e à realização do ser humano que promove essas mesmas coisas! – teríamos, então, o ciclo e o círculo perfeitos.
Agora, a parte mais complexa e difícil!
A realização do ser humano só aconteceria se fosse pessoal, profissional e coletiva. E tal, só poderia acontecer se todos nós esquecêssemos o oásis que resolvemos cuidar e sulfatar à volta do nosso umbigo para canalizarmos as forças e as energias na plantação de um jardim público, certos daquilo que cada qual deveria ser e fazer, mas certos, também, daquilo que seria lícito pedir e exigir dos outros. Só assim, começaria a proliferar a realização das coisas que levaria, por sua vez, à realização cada vez mais crescente do ser humano e, por conseguinte, a um caminho que nos conduziria para a direção certa. Só assim, o ser humano poderia recuperar-se das dores e dos males de que padece, livrando-se de todos os “bichinhos” cancerígenos, desagradáveis e supérfluos que têm impedido o seu (re)erguer saudável, profícuo e contagiante.
Afinal, a sábia resposta do Gato de “Alice no país das maravilhas” jamais deveria ser negligenciada. Quando Alice pergunta ao Gato, "O senhor poderia dizer-me, por favor, qual o caminho que devo tomar para sair daqui?", este responde:"Isso depende muito de para onde você quer ir.", "Não me importo muito para onde...", retrucou Alice. "Então, não importa o caminho que você escolha", disse o Gato.
Nada mais triste do que não saber para onde queremos ir, pois não conseguimos escolher nenhum caminho ou pior, um qualquer serve.
Seria bom começarmos a desemaranhar os nós… para fazermos laços… São estes que nos sustentam e ajudam a edificar um mundo melhor!
“Sei que a chuva é grossa, que entope a fossa (…)
Mas quero voar, por favor!”*
E TU?
Cristina Martins
*Excerto retirado da letra da canção “Passou por mim e sorriu” dos Deolinda. Recomendada para pequenos e graúdos.
quarta-feira, 28 de dezembro de 2011
terça-feira, 27 de dezembro de 2011
domingo, 25 de dezembro de 2011
sexta-feira, 23 de dezembro de 2011
Pensamento do dia...
A essência de um ser humano resiste ao passar do tempo.
Gabriel García Marquez
Gabriel García Marquez
Etiquetas:
Gabriel García Marquez,
Pensamento
Pensamento do dia...
O segredo de uma velhice agradável consiste apenas na assinatura de um honroso pacto com a solidão.
Gabriel García Marquez
Gabriel García Marquez
Etiquetas:
Gabriel García Marquez,
Pensamento
quinta-feira, 22 de dezembro de 2011
segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
Protocolo
Não conheço protocolo
nem calendário
sabes que te desejo
o melhor
sei que me desejas
o melhor
e basta.
Júlio Fídias
nem calendário
sabes que te desejo
o melhor
sei que me desejas
o melhor
e basta.
Júlio Fídias
(19/12/1916 - Parabéns)
(19/12/1916 - Parabéns)
Para apalpar as intimidades do mundo é preciso saber:
a) Que o esplendor da manhã não se abre com
faca
b) 0 modo como as violetas preparam o dia
para morrer
c) Por que é que as borboletas de tarjas
vermelhas têm devoção por túmulos
d) Se o homem que toca de tarde sua existência
num fagote, tem salvação
e) Que um rio que flui entre 2 jacintos carrega
mais ternura que um rio que flui entre 2
lagartos
f) Como pegar na voz de um peixe
g) Qual o lado da noite que umedece primeiro.
Etc.
etc.
etc.
Desaprender 8 horas por dia ensina os princípios.
Manoel de Barros - "O Guardador de Águas", Ed. Civilização Brasileira.
domingo, 18 de dezembro de 2011
Pensamento do dia...
O tempo passa e tenho a sensação que sempre te reconhecerei e de que tu me surpreenderás sempre.
Sofia Gomes
Sofia Gomes
sábado, 17 de dezembro de 2011
Pássaro encantado...
Amava a liberdade
mas, à noite,
desejava uma gaiola.
A menina amava-o
e fez-lhe uma sem grades.
Movido pela curiosidade
experimentou,
gostou,
e voltou várias vezes
até confiar na menina
até perder o medo
da noite.
Maria José Meireles
mas, à noite,
desejava uma gaiola.
A menina amava-o
e fez-lhe uma sem grades.
Movido pela curiosidade
experimentou,
gostou,
e voltou várias vezes
até confiar na menina
até perder o medo
da noite.
Maria José Meireles
sexta-feira, 16 de dezembro de 2011
quarta-feira, 14 de dezembro de 2011
Improviso para recriar a invisibilidade...
Falhou-me sempre a voz
quando te quis dizer
que morrerias depois de mim
muito depois
e que por isso
já não tínhamos tempo
para esperar pela última cena do filme
aquela em que os amantes
entre lágrimas
se costumam beijar
antes do genérico final
seria uma evidência da luz
um milagre quase
se a luz ainda soprasse
as mãos ou os olhos
com que nos amássemos.
Ademar
Pensamento do dia...
Neste momento, há 7 470 milhões,
818 mil e 671 pessoas no mundo.
Alguns estão a fugir com medo.
Alguns mentem para conseguir superar o dia.
Alguns estão a ir para casa.
Outros estão a encarar a realidade agora.
Sete mil milhões de pessoas no mundo e por vezes só necessitamos de uma...
Alcina Ribeiro
818 mil e 671 pessoas no mundo.
Alguns estão a fugir com medo.
Alguns mentem para conseguir superar o dia.
Alguns estão a ir para casa.
Outros estão a encarar a realidade agora.
Sete mil milhões de pessoas no mundo e por vezes só necessitamos de uma...
Alcina Ribeiro
segunda-feira, 12 de dezembro de 2011
Fala...
Fala
gosto de te ouvir
não importa
o que dizes
não importa como dizes
quero apenas que fales
por causa da melodia
que me diz
que ainda vives
e há silêncios
ensurdecedores.
Maria José Meireles
gosto de te ouvir
não importa
o que dizes
não importa como dizes
quero apenas que fales
por causa da melodia
que me diz
que ainda vives
e há silêncios
ensurdecedores.
Maria José Meireles
Simplicidade...
Sim
se fosses um Judas
terias negado três vezes
(a sabedoria toma sempre o lugar
do silêncio)
rejeitas e exprobras
a palavra que melhor te veste
vestiram-ta com cores
que não te pertencem
e que agora despes
com toda a tua coragem
e simplicidade.
Maria José Meireles
se fosses um Judas
terias negado três vezes
(a sabedoria toma sempre o lugar
do silêncio)
rejeitas e exprobras
a palavra que melhor te veste
vestiram-ta com cores
que não te pertencem
e que agora despes
com toda a tua coragem
e simplicidade.
Maria José Meireles
domingo, 11 de dezembro de 2011
Cinema Paradiso...
Qualquer fracasso
íntimo e significativo
é um bom ponto de apoio
para reerguer o Mundo.
A alavanca,
o instinto de sobrevivência.
Maria José Meireles
íntimo e significativo
é um bom ponto de apoio
para reerguer o Mundo.
A alavanca,
o instinto de sobrevivência.
Maria José Meireles
sábado, 10 de dezembro de 2011
Desafio...
Fazes parte de mim
faço parte de ti
respiro fundo...
ainda que seja o silêncio
único e verdadeiro desafio.
Maria José Meireles
faço parte de ti
respiro fundo...
ainda que seja o silêncio
único e verdadeiro desafio.
Maria José Meireles
quinta-feira, 8 de dezembro de 2011
Vestido...
Dançava alegremente
em segredo
em silêncio
registavas as medidas
uma a uma
nunca se saberá
se já tinhas o vestido
ou se o fizeste por medida
nem é certo
se foi vestido ou despido
se foi por bem ou por mal
ou simplesmente por acaso
que o passado e o futuro
trocaram de papeis
e
de presente
(para a mais longa viagem
que nos prometêramos)
ficou o vestido
com todas as ondas
de uma voz que sorri
de um olhar doce
e sereno.
Maria José Meireles
terça-feira, 6 de dezembro de 2011
segunda-feira, 5 de dezembro de 2011
500 anos depois...
Poderei ser lida
500 anos depois.
Não posso é esperar
todo esse tempo
para me escrever.
Maria José Meireles
500 anos depois.
Não posso é esperar
todo esse tempo
para me escrever.
Maria José Meireles
Essencial...
Disse:
a poesia não é nada!
E a poesia encheu de graça.
Rendeu-se.
Digo:
a poesia não é tudo
é apenas o essencial.
Maria José Meireles
a poesia não é nada!
E a poesia encheu de graça.
Rendeu-se.
Digo:
a poesia não é tudo
é apenas o essencial.
Maria José Meireles
domingo, 4 de dezembro de 2011
Vai correr tudo bem!...
Procuravam
um livro de Matemática
para ocupar o tempo
durante o internamento.
Talvez nem houvesse Natal.
Pelo diagnóstico
a filha já teria morrido.
A Mãe garantiu-me:
vai correr tudo bem!
Fiquei tranquila.
Maria José Meireles
um livro de Matemática
para ocupar o tempo
durante o internamento.
Talvez nem houvesse Natal.
Pelo diagnóstico
a filha já teria morrido.
A Mãe garantiu-me:
vai correr tudo bem!
Fiquei tranquila.
Maria José Meireles
Pensamento do dia...
O desafio é saber morrer com estilo. Não é fácil. Não é impossível.
Maria José Meireles
Maria José Meireles
Conselho...
sábado, 3 de dezembro de 2011
sexta-feira, 2 de dezembro de 2011
Voar...
Testamento...
quinta-feira, 1 de dezembro de 2011
De todos os estratos sociais, portanto…
De repente, até parece que os pais da classe média não maltratam. Há crianças que andam em colégios para meninos com “pedigree” e chegam lá todos os dias com marcas de serem batidas. E quando têm 80 por cento nos testes ficam em pânico, porque são aterrorizadas constantemente… Essas crianças estão em perigo. Porque é que as comissões nunca protegem esse tipo de crianças? Temos que proteger mais e proteger melhor. E os tribunais têm que ser mais duros em relação aos pais que maltratam e negligenciam porque, por mais doentes que eles estejam, não têm o direito de desbaratar todos os recursos saudáveis dos filhos.
Eduardo Sá: “Estamos a espatifar a infância das crianças”
Eduardo Sá: “Estamos a espatifar a infância das crianças”
Um dia quase perfeito...
A boleia do Manel
a Laura
o Avelino
o Rui
a Dona Rosa
a Fátima
o arroz de pato
a musse de chocolate oferecida
e,
à noite,
o marido
deita os filhos.
Maria José Meireles
a Laura
o Avelino
o Rui
a Dona Rosa
a Fátima
o arroz de pato
a musse de chocolate oferecida
e,
à noite,
o marido
deita os filhos.
Maria José Meireles
Subscrever:
Mensagens (Atom)