segunda-feira, 30 de dezembro de 2013
domingo, 29 de dezembro de 2013
BEIJO
Um Furacão de vontade...
Mil gotas de chuva quente...
Molham teu corpo dourado...
Saciam tua sede ardente...
Roubam teu sonho acordado...
Queimam tua boca candente!
Beijam uma Alma carente!
Olímpio Alegre Pinto
Mil gotas de chuva quente...
Molham teu corpo dourado...
Saciam tua sede ardente...
Roubam teu sonho acordado...
Queimam tua boca candente!
Beijam uma Alma carente!
Olímpio Alegre Pinto
PARADOXO
Porque o Tempo é Eterno, apenas duas coisas são irrepetíveis - o passado e a morte.
O.A.A.P.
No Tempo.
O.A.A.P.
No Tempo.
FADO
Não é fado!
Não é tristeza!
sa
É alegria!
É um sabor de melancolia...
É da Alma uma beleza!
E do Espírito valentia!
O.A.A.P.
2013
sábado, 28 de dezembro de 2013
sexta-feira, 27 de dezembro de 2013
quinta-feira, 26 de dezembro de 2013
Improviso sobre um tema de Louis Armstrong...
Se vivesses
um pouco mais perto
do mundo
dirias talvez
que a felicidade não tem dias
mas átomos apenas
e que não há
na vertigem dos sonhos
costas mais largas
do que as costas
da eternidade
se vivesses
um pouco mais perto
do mundo
talvez soubesses
que o mundo começa e acaba
no olhar com que o abraças.
Ademar
O GUARDADOR DE REBANHOS (IX)
Sou um guardador de rebanhos
O rebanho é os meus pensamentos
E os meus pensamentos são todos sensações.
Penso com os olhos e com os ouvidos
E com as mãos e os pés
E com o nariz e a boca.
Pensar uma flor é vê-la e cheirá-la
E comer um fruto é saber-lhe o sentido.
Por isso quando num dia de calor
Me sinto triste de gozá-lo tanto.
E me deito ao comprido na erva,
E fecho os olhos quentes,
Sinto todo o meu corpo deitado na realidade,
Sei a verdade e sou feliz.
Alberto Caeiro
O rebanho é os meus pensamentos
E os meus pensamentos são todos sensações.
Penso com os olhos e com os ouvidos
E com as mãos e os pés
E com o nariz e a boca.
Pensar uma flor é vê-la e cheirá-la
E comer um fruto é saber-lhe o sentido.
Por isso quando num dia de calor
Me sinto triste de gozá-lo tanto.
E me deito ao comprido na erva,
E fecho os olhos quentes,
Sinto todo o meu corpo deitado na realidade,
Sei a verdade e sou feliz.
Alberto Caeiro
quarta-feira, 25 de dezembro de 2013
segunda-feira, 23 de dezembro de 2013
Oceano Pacífico...
Maior
e mais violento
de todos
descubro-te
assim nomeado
por quem te viajou
com toda a tranquilidade.
Maria José Meireles
domingo, 22 de dezembro de 2013
Das Pedras
Ajuntei todas as pedras
que vieram sobre mim.
Levantei uma escada muito alta
e no alto subi.
Teci um tapete floreado
e no sonho me perdi.
Uma estrada,
um leito,
uma casa,
um companheiro.
Tudo de pedra.
Entre pedras
cresceu a minha poesia.
Minha vida...
Quebrando pedras
e plantando flores.
Entre pedras que me esmagavam
Levantei a pedra rude
dos meus versos.
Cora Coralina
que vieram sobre mim.
Levantei uma escada muito alta
e no alto subi.
Teci um tapete floreado
e no sonho me perdi.
Uma estrada,
um leito,
uma casa,
um companheiro.
Tudo de pedra.
Entre pedras
cresceu a minha poesia.
Minha vida...
Quebrando pedras
e plantando flores.
Entre pedras que me esmagavam
Levantei a pedra rude
dos meus versos.
Cora Coralina
sábado, 21 de dezembro de 2013
sexta-feira, 20 de dezembro de 2013
quinta-feira, 19 de dezembro de 2013
quarta-feira, 18 de dezembro de 2013
Vem Sentar-te Comigo, Lídia, à Beira do Rio
Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio.
Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos
Que a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas.
(Enlacemos as mãos.)
Depois pensemos, crianças adultas, que a vida
Passa e não fica, nada deixa e nunca regressa,
Vai para um mar muito longe, para ao pé do Fado,
Mais longe que os deuses.
Desenlacemos as mãos, porque não vale a pena cansarmo-nos.
Quer gozemos, quer não gozemos, passamos como o rio.
Mais vale saber passar silenciosamente
E sem desassosegos grandes.
Sem amores, nem ódios, nem paixões que levantam a voz,
Nem invejas que dão movimento demais aos olhos,
Nem cuidados, porque se os tivesse o rio sempre correria,
E sempre iria ter ao mar.
Amemo-nos tranquilamente, pensando que podiamos,
Se quiséssemos, trocar beijos e abraços e carícias,
Mas que mais vale estarmos sentados ao pé um do outro
Ouvindo correr o rio e vendo-o.
Colhamos flores, pega tu nelas e deixa-as
No colo, e que o seu perfume suavize o momento —
Este momento em que sossegadamente não cremos em nada,
Pagãos inocentes da decadência.
Ao menos, se for sombra antes, lembrar-te-ás de mim depois
Sem que a minha lembrança te arda ou te fira ou te mova,
Porque nunca enlaçamos as mãos, nem nos beijamos
Nem fomos mais do que crianças.
E se antes do que eu levares o óbolo ao barqueiro sombrio,
Eu nada terei que sofrer ao lembrar-me de ti.
Ser-me-ás suave à memória lembrando-te assim — à beira-rio,
Pagã triste e com flores no regaço.
Ricardo Reis, in "Odes"
Heterónimo de Fernando Pessoa
Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos
Que a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas.
(Enlacemos as mãos.)
Depois pensemos, crianças adultas, que a vida
Passa e não fica, nada deixa e nunca regressa,
Vai para um mar muito longe, para ao pé do Fado,
Mais longe que os deuses.
Desenlacemos as mãos, porque não vale a pena cansarmo-nos.
Quer gozemos, quer não gozemos, passamos como o rio.
Mais vale saber passar silenciosamente
E sem desassosegos grandes.
Sem amores, nem ódios, nem paixões que levantam a voz,
Nem invejas que dão movimento demais aos olhos,
Nem cuidados, porque se os tivesse o rio sempre correria,
E sempre iria ter ao mar.
Amemo-nos tranquilamente, pensando que podiamos,
Se quiséssemos, trocar beijos e abraços e carícias,
Mas que mais vale estarmos sentados ao pé um do outro
Ouvindo correr o rio e vendo-o.
Colhamos flores, pega tu nelas e deixa-as
No colo, e que o seu perfume suavize o momento —
Este momento em que sossegadamente não cremos em nada,
Pagãos inocentes da decadência.
Ao menos, se for sombra antes, lembrar-te-ás de mim depois
Sem que a minha lembrança te arda ou te fira ou te mova,
Porque nunca enlaçamos as mãos, nem nos beijamos
Nem fomos mais do que crianças.
E se antes do que eu levares o óbolo ao barqueiro sombrio,
Eu nada terei que sofrer ao lembrar-me de ti.
Ser-me-ás suave à memória lembrando-te assim — à beira-rio,
Pagã triste e com flores no regaço.
Ricardo Reis, in "Odes"
Heterónimo de Fernando Pessoa
Correspondances
La Nature est un temple où de vivants piliers
Laissent parfois sortir de confuses paroles;
L'homme y passe à travers des forêts de symboles
Qui l'observent avec des regards familiers.
Comme de longs échos qui de loin se confondent
Dans une ténébreuse et profonde unité,
Vaste comme la nuit et comme la clarté,
Les parfums, les couleurs et les sons se répondent.
II est des parfums frais comme des chairs d'enfants,
Doux comme les hautbois, verts comme les prairies,
— Et d'autres, corrompus, riches et triomphants,
Ayant l'expansion des choses infinies,
Comme l'ambre, le musc, le benjoin et l'encens,
Qui chantent les transports de l'esprit et des sens.
Charles Baudelaire
Laissent parfois sortir de confuses paroles;
L'homme y passe à travers des forêts de symboles
Qui l'observent avec des regards familiers.
Comme de longs échos qui de loin se confondent
Dans une ténébreuse et profonde unité,
Vaste comme la nuit et comme la clarté,
Les parfums, les couleurs et les sons se répondent.
II est des parfums frais comme des chairs d'enfants,
Doux comme les hautbois, verts comme les prairies,
— Et d'autres, corrompus, riches et triomphants,
Ayant l'expansion des choses infinies,
Comme l'ambre, le musc, le benjoin et l'encens,
Qui chantent les transports de l'esprit et des sens.
Charles Baudelaire
domingo, 15 de dezembro de 2013
Pensamento do dia...
O que a memória ama, fica eterno.
Te amo com a memória, imperecível.
Te amo com a memória, imperecível.
sábado, 14 de dezembro de 2013
Céu enfim azul...
Estou das tuas mãos
porque foram as únicas
capazes de me lerem
no sentido das nuvens
ou do céu enfim azul
e não me quero noutras
por enquanto.
Música: Elza Seixas
Poema: Maria José Meireles
Amarações...
Divido o espaço
em três partes
um relógio de campo
um beijo de mar
e uma caixa de música.
A infância
regressa-me ao campo
e o amor amara-me
a uma espécie de silêncio.
Na cidade
baralho-me
e escolho uma parte
à sorte
de cada vez.
Música: Elza Seixas
Poema: Maria José Meireles
Etiquetas:
Elza Seixas,
Poemas para quem gosta
Pensamento do dia...
Quem não tem jardins por dentro, não planta jardins por fora e nem passeia por eles...
Rubem Alves
Rubem Alves
Pensamento do dia...
Não me stresses que eu estou a fazer isto com muito cuidado e com muito carinho.
Raquel Meireles
Raquel Meireles
É tão bom não ter juízo!
Ser um rapaz com juízo?
Ah, isso não é preciso!
É tão bom ser diabrete,
pintar de verde o tapete.
É tão bom ser um mauzão,
deitar pimenta no pão.
É tão bom ser um pirata,
puxar o rabo da gata.
É tão bom ser um traquinas,
despentear as meninas.
É tão bom ser um travesso,
vestir tudo do avesso.
É tão bom ser um marau,
pôr no lixo o bacalhau.
É tão bom ser desastrado,
cair no lago calçado.
É tão bom ser malandrão,
roer os ossos do cão.
É tão bom ser um maroto,
pôr no prato um gafanhoto.
Tão bom ser insuportável,
pisar um senhor notável.
Ser sempre inconveniente,
ao careca dar um pente.
É tão bom ser mau, mau, mau,
Soltar na aula um lacrau.
O pior é quando a mãe
resolve ser má também.
Luísa Ducla Soares
In: "Vinte e Cinco - As Cartas"
Ah, isso não é preciso!
É tão bom ser diabrete,
pintar de verde o tapete.
É tão bom ser um mauzão,
deitar pimenta no pão.
É tão bom ser um pirata,
puxar o rabo da gata.
É tão bom ser um traquinas,
despentear as meninas.
É tão bom ser um travesso,
vestir tudo do avesso.
É tão bom ser um marau,
pôr no lixo o bacalhau.
É tão bom ser desastrado,
cair no lago calçado.
É tão bom ser malandrão,
roer os ossos do cão.
É tão bom ser um maroto,
pôr no prato um gafanhoto.
Tão bom ser insuportável,
pisar um senhor notável.
Ser sempre inconveniente,
ao careca dar um pente.
É tão bom ser mau, mau, mau,
Soltar na aula um lacrau.
O pior é quando a mãe
resolve ser má também.
Luísa Ducla Soares
In: "Vinte e Cinco - As Cartas"
A aventura de Ângela
Vou falar-vos um pouco de uma gotinha, muito traiçoeira, chamada Ângela. Esta gotinha tinha cinco anos e o seu maior desejo era ser uma verdadeira guerreira e dominar o mundo.
Ângela era um pouco desleixada. A sua água era verde de andar sempre à batatada, com os irmãos, nas marés poluídas. No entanto, no fundo dos seus olhinhos azuis, cor do mar, existia uma menina corajosa, valente e muito delicada que sim, essa era realmente capaz de dominar o mundo.
Ângela não tinha lá muitas amigas por ser diferente e gostar de jogar aos cavaleiros, mas ela não se importava e seguiu em frente o seu sonho.
A sua casa ficava entre duas rochas onde, de manhã, estava maré vaza, o mar tranquilo e os primeiros raios de sol escaldantes a atingiam.
- Está na hora, dêem as mãos meninos, o céu espera-nos. – Disse a mãe muito confiante.
A viagem foi rápida mas a Ângela não gostou nada da ideia de esperar antes de descer. A ansiedade era incontrolável pois tinha chegado o momento da partida. Deram sinal, todas as gotinhas caíram com toda a sua velocidade e a família de Ângela caiu unida num ribeiro. E foi mais uma aventura para a história de Ângela.
Raquel Meireles
Ângela era um pouco desleixada. A sua água era verde de andar sempre à batatada, com os irmãos, nas marés poluídas. No entanto, no fundo dos seus olhinhos azuis, cor do mar, existia uma menina corajosa, valente e muito delicada que sim, essa era realmente capaz de dominar o mundo.
Ângela não tinha lá muitas amigas por ser diferente e gostar de jogar aos cavaleiros, mas ela não se importava e seguiu em frente o seu sonho.
A sua casa ficava entre duas rochas onde, de manhã, estava maré vaza, o mar tranquilo e os primeiros raios de sol escaldantes a atingiam.
- Está na hora, dêem as mãos meninos, o céu espera-nos. – Disse a mãe muito confiante.
A viagem foi rápida mas a Ângela não gostou nada da ideia de esperar antes de descer. A ansiedade era incontrolável pois tinha chegado o momento da partida. Deram sinal, todas as gotinhas caíram com toda a sua velocidade e a família de Ângela caiu unida num ribeiro. E foi mais uma aventura para a história de Ângela.
Raquel Meireles
A escola
Quando vou para a escola
levo sempre a sacola
sento-me no lugar
com vontade de trabalhar.
Entro na sala
para começar a aula
contas e problemas
sem copiar e conversar.
Acabo de estudar
com vontade de ir brincar
no recreio vou ficar
a falar e a jogar.
Brincadeiras e palhaçadas
no corredor não vou fazer
sentada num cantinho
a estudar e a aprender.
No estudinho
em silêncio vou ficar
a trabalhar sem parar
até o tempo acabar.
Em casa irei pensar
para os exercícios não errar
com calma e atenção
estudar para os terminar.
Ao anoitecer
cansada vou estar
na caminha vou deitar
a dormir e a sonhar.
Raquel Meireles
levo sempre a sacola
sento-me no lugar
com vontade de trabalhar.
Entro na sala
para começar a aula
contas e problemas
sem copiar e conversar.
Acabo de estudar
com vontade de ir brincar
no recreio vou ficar
a falar e a jogar.
Brincadeiras e palhaçadas
no corredor não vou fazer
sentada num cantinho
a estudar e a aprender.
No estudinho
em silêncio vou ficar
a trabalhar sem parar
até o tempo acabar.
Em casa irei pensar
para os exercícios não errar
com calma e atenção
estudar para os terminar.
Ao anoitecer
cansada vou estar
na caminha vou deitar
a dormir e a sonhar.
Raquel Meireles
Voar...
Pensamento do dia...
Mãe, não vou viver para onde tu quiseres. Ainda me enfias num castelo.
Raquel Meireles
Raquel Meireles
A Minha Estrelinha
Pensamento do dia...
Não quero guardar esta matéria, na minha memória, depois do teste.
Nuno Meireles
Nuno Meireles
Pensamento do dia...
O ser humano ainda não é bem uma máquina mas já não é um ser completamente natural.
Nuno Meireles
Nuno Meireles
Heal the World auf Michael Jackson's Trauerfeier am 7.7.09
(Especialmente para o Nuno, para a Magui e para mim)
Morceguinho
Peixinho
Dia da Mãe
Mãe, eu amo-te.
Mãe, eu adoro-te.
Mãe, eu gosto de ti.
Mãe, tu és bonita como o céu azul.
Mãe, tu és bonita como o mundo.
David Meireles
Mãe, eu adoro-te.
Mãe, eu gosto de ti.
Mãe, tu és bonita como o céu azul.
Mãe, tu és bonita como o mundo.
David Meireles
quarta-feira, 11 de dezembro de 2013
sábado, 7 de dezembro de 2013
Sei...
Nada sei
do que te veste
senão do brilho
dos teus olhos
e da luz
do teu sorriso.
Maria José Meireles
do que te veste
senão do brilho
dos teus olhos
e da luz
do teu sorriso.
Maria José Meireles
sexta-feira, 6 de dezembro de 2013
quinta-feira, 5 de dezembro de 2013
quarta-feira, 4 de dezembro de 2013
domingo, 1 de dezembro de 2013
sexta-feira, 29 de novembro de 2013
quarta-feira, 27 de novembro de 2013
Até que a morte nos una...
Há palavras
que nem o tempo
nem o vento
me levam.
Maria José Meireles
que nem o tempo
nem o vento
me levam.
Maria José Meireles
Etiquetas:
Fragmento de bondade,
Leonard Cohen
segunda-feira, 25 de novembro de 2013
À Beira de Água
Estive sempre sentado nesta pedra
escutando, por assim dizer, o silêncio.
Ou no lago cair um fiozinho de água.
O lago é o tanque daquela idade
em que não tinha o coração
magoado. (Porque o amor, perdoa dizê-lo,
dói tanto! Todo o amor. Até o nosso,
tão feito de privação.) Estou onde
sempre estive: à beira de ser água.
Envelhecendo no rumor da bica
por onde corre apenas o silêncio.
Eugénio de Andrade
escutando, por assim dizer, o silêncio.
Ou no lago cair um fiozinho de água.
O lago é o tanque daquela idade
em que não tinha o coração
magoado. (Porque o amor, perdoa dizê-lo,
dói tanto! Todo o amor. Até o nosso,
tão feito de privação.) Estou onde
sempre estive: à beira de ser água.
Envelhecendo no rumor da bica
por onde corre apenas o silêncio.
Eugénio de Andrade
sábado, 23 de novembro de 2013
Se alguém souber quem é, agradeço
Na semana romana de 2013, deambulava pelas ruas onde se passavam os eventos da cidade de Braga, e dou com esta menina e os seus cisnes amestrados a preparar-los para o espectáculo.
Fiz meia dúzia de fotos, e solicitou-me se as podia enviar.
Não me fiz rogado e dei-lhe o número do tlm para ela me enviar o e-mail.
Até à data d´hoje nada sei. Se houver alguém que a conheça, dê-lhe o lamiré e logo, que tenha tempo e disponibilidade envio as fotos.
São algumas, umas melhores outras assim assim...
Abraço e BFSemana
para todos que visitam e convivem com Fragmentos de Bondade
Ajovê
Fiz meia dúzia de fotos, e solicitou-me se as podia enviar.
Não me fiz rogado e dei-lhe o número do tlm para ela me enviar o e-mail.
Até à data d´hoje nada sei. Se houver alguém que a conheça, dê-lhe o lamiré e logo, que tenha tempo e disponibilidade envio as fotos.
São algumas, umas melhores outras assim assim...
Abraço e BFSemana
para todos que visitam e convivem com Fragmentos de Bondade
Ajovê
O Bem e o Mal
O Bem e o Mal são sempre subjectivos... e variam, espuriamente, com o tempo, com o lugar... e com os interesses, individuais ou colectivos.
A Justiça, não! - Mas apenas, e só!, no julgamento das crianças!
O.A.A.P.
Sem Tempo.
A Justiça, não! - Mas apenas, e só!, no julgamento das crianças!
O.A.A.P.
Sem Tempo.
sexta-feira, 22 de novembro de 2013
quinta-feira, 21 de novembro de 2013
quarta-feira, 20 de novembro de 2013
Redacção – Declaração de Amor à Língua Portuguesa
«Tempo de exames no secundário, os meus netos pedem-me ajuda para estudar português. Divertimo-nos imenso, confesso. E eu acabei por escrever a redacção que eles gostariam de escrever. As palavras são minhas, mas as ideias são todas deles. Aqui ficam, e espero que vocês também se divirtam. E depois de rirmos espero que nós, adultos, façamos alguma coisa para libertar as crianças disto.
Redacção – Declaração de Amor à Língua Portuguesa
Vou chumbar a Língua Portuguesa, quase toda a turma vai chumbar, mas a gente está tão farta que já nem se importa. As aulas de português são um massacre. A professora? Coitada, até é simpática, o que a mandam ensinar é que não se aguenta. Por exemplo, isto: No ano passado, quando se dizia “ele está em casa”, ”em casa” era o complemento circunstancial de lugar. Agora é o predicativo do sujeito.”O Quim está na retrete” : “na retrete” é o predicativo do sujeito, tal e qual como se disséssemos “ela é bonita”. Bonita é uma característica dela, mas “na retrete” é característica dele? Meu Deus, a setôra também acha que não, mas passou a predicativo do sujeito, e agora o Quim que se dane, com a retrete colada ao rabo.
No ano passado havia complementos circunstanciais de tempo, modo, lugar etc., conforme se precisava. Mas agora desapareceram e só há o desgraçado de um “complemento oblíquo”. Julgávamos que era o simplex a funcionar: Pronto, é tudo “complemento oblíquo”, já está. Simples, não é? Mas qual, não há simplex nenhum,o que há é um complicómetro a complicar tudo de uma ponta a outra: há por exemplo verbos transitivos directos e indirectos, ou directos e indirectos ao mesmo tempo, há verbos de estado e verbos de evento,e os verbos de evento podem ser instantâneos ou prolongados, almoçar por exemplo é um verbo de evento prolongado (um bom almoço deve ter aperitivos, vários pratos e muitas sobremesas). E há verbos epistémicos, perceptivos, psicológicos e outros, há o tema e o rema, e deve haver coerência e relevância do tema com o rema; há o determinante e o modificador, o determinante possessivo pode ocorrer no modificador apositivo e as locuções coordenativas podem ocorrer em locuções contínuas correlativas. Estão a ver? E isto é só o princípio. Se eu disser: Algumas árvores secaram, ”algumas” é um quantificativo existencial, e a progressão temática de um texto pode ocorrer pela conversão do rema em tema do enunciado seguinte e assim sucessivamente.
No ano passado se disséssemos “O Zé não foi ao Porto”, era uma frase declarativa negativa. Agora a predicação apresenta um elemento de polaridade, e o enunciado é de polaridade negativa.
No ano passado, se disséssemos “A rapariga entrou em casa. Abriu a janela”, o sujeito de “abriu a janela” era ela,subentendido. Agora o sujeito é nulo. Porquê, se sabemos que continua a ser ela? Que aconteceu à pobre da rapariga? Evaporou-se no espaço?
A professora também anda aflita. Pelo vistos no ano passado ensinou coisas erradas, mas não foi culpa dela se agora mudaram tudo, embora a autora da gramática deste ano seja a mesma que fez a gramática do ano passado. Mas quem faz as gramáticas pode dizer ou desdizer o que quiser, quem chumba nos exames somos nós. É uma chatice. Ainda só estou no sétimo ano, sou bom aluno em tudo excepto em português,que odeio, vou ser cientista e astronauta, e tenho de gramar até ao 12º estas coisas que me recuso a aprender, porque as acho demasiado parvas. Por exemplo,o que acham de adjectivalização deverbal e deadjectival, pronomes com valor anafórico, catafórico ou deítico, classes e subclasses do modificador, signo linguístico, hiperonímia, hiponímia, holonímia, meronímia, modalidade epistémica, apreciativa e deôntica, discurso e interdiscurso, texto, cotexto, intertexto, hipotexto, metatatexto, prototexto, macroestruturas e microestruturas textuais, implicação e implicaturas conversacionais? Pois vou ter de decorar um dicionário inteirinho de palavrões assim. Palavrões por palavrões, eu sei dos bons, dos que ajudam a cuspir a raiva. Mas estes palavrões só são para esquecer, dão um trabalhão e depois não servem para nada, é sempre a mesma tralha, para não dizer outra palavra (a começar por t, com 6 letras e a acabar em “ampa”, isso mesmo, claro.)
Mas eu estou farto. Farto até de dar erros, porque me põem na frente frases cheias deles, excepto uma, para eu escolher a que está certa. Mesmo sem querer, às vezes memorizo com os olhos o que está errado, por exemplo: haviam duas flores no jardim. Ou : a gente vamos à rua. Puseram-me erros desses na frente tantas vezes que já quase me parecem certos. Deve ser por isso que os ministros também os dizem na televisão. E também já não suporto respostas de cruzinhas, parece o totoloto. Embora às vezes até se acerte ao calhas. Livros não se lê nenhum, só nos dão notícias de jornais e reportagens,ou pedaços de novelas. Estou careca de saber o que é o lead, parem de nos chatear. Nascemos curiosos e inteligentes, mas conseguem pôr-nos a detestar ler, detestar livros, detestar tudo. As redacções também são sempre sobre temas chatos, com um certo formato e um número certo de palavras. Só agora é que estou a escrever o que me apetece, porque já sei que de qualquer maneira vou ter zero. E pronto, que se lixe, acabei a redacção - agora parece que se escreve redação.O meu pai diz que é um disparate, e que o Brasil não tem culpa nenhuma, não nos quer impôr a sua norma nem tem sentimentos de superioridade em relação a nós, só porque é grande e nós somos pequenos. A culpa é toda nossa, diz o meu pai, somos muito burros e julgamos que se escrevermos ação e redação nos tornamos logo do tamanho do Brasil, como se nos puséssemos em cima de sapatos altos. Mas, como os sapatos não são nossos nem nos servem, andamos por aí aos trambolhões, a entortar os pés e a manquejar. E é bem feita, para não sermos burros.
E agora é mesmo o fim. Vou deitar a gramática na retrete, e quando a setôra me pe.rguntar: Ó João, onde está a tua gramática? Respondo: Está nula e subentendida na retrete, setôra, enfiei-a no predicativo do sujeito.
João Abelhudo, 8º ano, setôra, sem ofensa para si, que até é simpática.»
Redacção – Declaração de Amor à Língua Portuguesa
Vou chumbar a Língua Portuguesa, quase toda a turma vai chumbar, mas a gente está tão farta que já nem se importa. As aulas de português são um massacre. A professora? Coitada, até é simpática, o que a mandam ensinar é que não se aguenta. Por exemplo, isto: No ano passado, quando se dizia “ele está em casa”, ”em casa” era o complemento circunstancial de lugar. Agora é o predicativo do sujeito.”O Quim está na retrete” : “na retrete” é o predicativo do sujeito, tal e qual como se disséssemos “ela é bonita”. Bonita é uma característica dela, mas “na retrete” é característica dele? Meu Deus, a setôra também acha que não, mas passou a predicativo do sujeito, e agora o Quim que se dane, com a retrete colada ao rabo.
No ano passado havia complementos circunstanciais de tempo, modo, lugar etc., conforme se precisava. Mas agora desapareceram e só há o desgraçado de um “complemento oblíquo”. Julgávamos que era o simplex a funcionar: Pronto, é tudo “complemento oblíquo”, já está. Simples, não é? Mas qual, não há simplex nenhum,o que há é um complicómetro a complicar tudo de uma ponta a outra: há por exemplo verbos transitivos directos e indirectos, ou directos e indirectos ao mesmo tempo, há verbos de estado e verbos de evento,e os verbos de evento podem ser instantâneos ou prolongados, almoçar por exemplo é um verbo de evento prolongado (um bom almoço deve ter aperitivos, vários pratos e muitas sobremesas). E há verbos epistémicos, perceptivos, psicológicos e outros, há o tema e o rema, e deve haver coerência e relevância do tema com o rema; há o determinante e o modificador, o determinante possessivo pode ocorrer no modificador apositivo e as locuções coordenativas podem ocorrer em locuções contínuas correlativas. Estão a ver? E isto é só o princípio. Se eu disser: Algumas árvores secaram, ”algumas” é um quantificativo existencial, e a progressão temática de um texto pode ocorrer pela conversão do rema em tema do enunciado seguinte e assim sucessivamente.
No ano passado se disséssemos “O Zé não foi ao Porto”, era uma frase declarativa negativa. Agora a predicação apresenta um elemento de polaridade, e o enunciado é de polaridade negativa.
No ano passado, se disséssemos “A rapariga entrou em casa. Abriu a janela”, o sujeito de “abriu a janela” era ela,subentendido. Agora o sujeito é nulo. Porquê, se sabemos que continua a ser ela? Que aconteceu à pobre da rapariga? Evaporou-se no espaço?
A professora também anda aflita. Pelo vistos no ano passado ensinou coisas erradas, mas não foi culpa dela se agora mudaram tudo, embora a autora da gramática deste ano seja a mesma que fez a gramática do ano passado. Mas quem faz as gramáticas pode dizer ou desdizer o que quiser, quem chumba nos exames somos nós. É uma chatice. Ainda só estou no sétimo ano, sou bom aluno em tudo excepto em português,que odeio, vou ser cientista e astronauta, e tenho de gramar até ao 12º estas coisas que me recuso a aprender, porque as acho demasiado parvas. Por exemplo,o que acham de adjectivalização deverbal e deadjectival, pronomes com valor anafórico, catafórico ou deítico, classes e subclasses do modificador, signo linguístico, hiperonímia, hiponímia, holonímia, meronímia, modalidade epistémica, apreciativa e deôntica, discurso e interdiscurso, texto, cotexto, intertexto, hipotexto, metatatexto, prototexto, macroestruturas e microestruturas textuais, implicação e implicaturas conversacionais? Pois vou ter de decorar um dicionário inteirinho de palavrões assim. Palavrões por palavrões, eu sei dos bons, dos que ajudam a cuspir a raiva. Mas estes palavrões só são para esquecer, dão um trabalhão e depois não servem para nada, é sempre a mesma tralha, para não dizer outra palavra (a começar por t, com 6 letras e a acabar em “ampa”, isso mesmo, claro.)
Mas eu estou farto. Farto até de dar erros, porque me põem na frente frases cheias deles, excepto uma, para eu escolher a que está certa. Mesmo sem querer, às vezes memorizo com os olhos o que está errado, por exemplo: haviam duas flores no jardim. Ou : a gente vamos à rua. Puseram-me erros desses na frente tantas vezes que já quase me parecem certos. Deve ser por isso que os ministros também os dizem na televisão. E também já não suporto respostas de cruzinhas, parece o totoloto. Embora às vezes até se acerte ao calhas. Livros não se lê nenhum, só nos dão notícias de jornais e reportagens,ou pedaços de novelas. Estou careca de saber o que é o lead, parem de nos chatear. Nascemos curiosos e inteligentes, mas conseguem pôr-nos a detestar ler, detestar livros, detestar tudo. As redacções também são sempre sobre temas chatos, com um certo formato e um número certo de palavras. Só agora é que estou a escrever o que me apetece, porque já sei que de qualquer maneira vou ter zero. E pronto, que se lixe, acabei a redacção - agora parece que se escreve redação.O meu pai diz que é um disparate, e que o Brasil não tem culpa nenhuma, não nos quer impôr a sua norma nem tem sentimentos de superioridade em relação a nós, só porque é grande e nós somos pequenos. A culpa é toda nossa, diz o meu pai, somos muito burros e julgamos que se escrevermos ação e redação nos tornamos logo do tamanho do Brasil, como se nos puséssemos em cima de sapatos altos. Mas, como os sapatos não são nossos nem nos servem, andamos por aí aos trambolhões, a entortar os pés e a manquejar. E é bem feita, para não sermos burros.
E agora é mesmo o fim. Vou deitar a gramática na retrete, e quando a setôra me pe.rguntar: Ó João, onde está a tua gramática? Respondo: Está nula e subentendida na retrete, setôra, enfiei-a no predicativo do sujeito.
João Abelhudo, 8º ano, setôra, sem ofensa para si, que até é simpática.»
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Escola,
Olímpio A. Alegre Pinto
terça-feira, 19 de novembro de 2013
segunda-feira, 18 de novembro de 2013
sábado, 16 de novembro de 2013
Pensamento do dia...
Felizes os que trabalham de dia e choram de noite porque emagrecem.
Maria José Meireles
Maria José Meireles
Pensamento do dia...
Há um caminho seguro para chegar a qualquer coração: o Amor.
Concepcion Arenal.
Concepcion Arenal.
sexta-feira, 15 de novembro de 2013
HACHI
São olhares
como este, que me deixam a pensar...
Hachi é o nome de um cão, o oitavo do nascimento, número considerado da sorte e da felicidade no Japão. Foi comprado e enviado para a América. Pelo caminho extraviou-se. O cão como era de uma linhagem com mais de 4.000 anos, conseguiu abrir a casota onde vinha e começou a deambular pelas ruas da cidade, até escolher um dono.
À
saída da estação de comboios ia a passar um professor de música do
conservatório da cidade, e o cão não mais o largou. Tentou dissuadi-lo a
procurar outro dono, até que junto do chefe da estação pediu-lhe que tomasse
conta dele. Como ele recusou viu-se na contingência de o levar para casa.
Sabendo
que a esposa tinha no passado recente, por uma enorme tristeza com o
desaparecimento do cão de casa, meteu-o (sem nada lhe dizer), na garagem num
caixote de papelão. Naturalmente o cão como era de uma inteligência acima da
média, a meia da noite já se encontrava no quarto do casal. A esposa quando se
levantou para ir à casa de banho, teve um grande susto ao ver o inocente cão
todo rim pimpão ir na sua direcção. O marido tentou acalma-la, sem contudo a
dissuadir de não aceitar o cão em casa.
Foi
quando a filha visitava os pais, a mãe observando da janela pai e filha
divertidíssimos com o cão, acabou por aceitá-lo. Todos os dias o cão
acompanhava o novo dono até à estação dos comboios e depois deambulava pela
cidade. Toda a gente o conhecia e um minuto antes de o combóio chegar, já o
Hachi estava filado à porta da estação dos comboios, à espera do dono.
Um
dia o Hachi entregou uma bola de ténis com que brincava ao dono. Ele ficou
admirado, porque normalmente o cão nunca se interessava em a entregar. Nesse
dia o Hachi teimou várias vezes com o dono para atirar com a bola e ele
trazia-a, o que o deixou admirado. Quando se encontrava a trabalhar com os seus
alunos contou-lhes o facto, logo depois sentou-se ao lado de um deles, olhou
para ele, e pouco tempo depois morreu.
O
Hachi até morrer fizesse calor ou caísse neve, não deixou de à hora certa
procurar o dono na estação. A população local tentou vezes sem conta demovê-lo
de continuar à espera do dono, mas nunca saiu do local de espera durante quase
vinte anos, onde veio a morreu em frente à estação dos comboios coberto de
neve. Até parece que estou a vê-lo sonhar com a imagem do dono, dar os últimos
suspiros no ano de 1934, e despedir-se do mundo dos vivos. Não escondo que as
lágrimas vermelhas de tristeza, profundas e densas deslizarem pelo meu rosto,
ao escrever a história comovente do Hachi.
A
população local perante o sentimento de persistência, abnegação e amor do cão
pelo dono, acabou por angariar dinheiro e perpectuar a história do Hachi,
erguendo uma estátua de bronze em frente da estação dos comboios e na sua
cidade natal, Sichuva, Japão.
Porque
reescrevi a história do Hachi? Tudo começou num dia em que deambulava e
fotografava por montes e vales do Verde e do Minho, me deparei com uma cadela
abandonada. Ela olhava para mim com um ar tão carente, esfomeada, cheia de
desilusões e enganos, que tentei de todas as maneiras e formas para vir comigo.
Ainda hoje me interrogo vezes sem conta, por que razão a cadela rejeitou ajuda,
e esperar serenamente a morte. 2013-11-14
NOTA:
A ortografia está de acordo com a história do meu passado.
ajoVê
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