Maria
era uma menina muito traquina, mas muito boa menina e havia uma fada malvada
que queria controlar as suas traquinices.
Ora a
fada malvada, Mafalda, teve a ousadia de dizer à boa menina que ela era má e
que, se continuasse a fazer traquinices, acabaria sozinha.
A
menina traquina, ingenuamente, informou a fada malvada que preferia ficar só do
que ficar mal acompanhada.
Mafalda
aproveitou essa informação preciosa e, a cada traquinice, desejava que a boa
menina fosse cercada de más companhias.
E
assim vivia Maria, sempre traquina, sempre ingénua e cada vez mais cercada por
más companhias até que um dia… ganhou medo da solidão.
Com
medo, a menina já quase nem era traquina e já quase nem era uma boa menina.
Foi,
então, que Maria encontrou uma fada madrinha que percebeu que a menina era
muito traquina e muito boa menina, mas que tinha medo da solidão.
Ora a
fada madrinha, Ritinha, que era uma solitária, mostrou à menina que a solidão
nada tem de medonho e que até pode ser muito agradável. Ensinou-lhe, também,
que era muito importante saber estar só. Ela dizia que, quem não sabe estar só,
não pode ser uma boa companhia.
Assim,
Maria começou por treinar a solidão aos poucos até perder o medo de estar só.
Depois
descobriu o prazer da comunhão com a Natureza que só se pode experimentar com
alguma solidão.
Descobriu,
igualmente, que sozinha conseguia ouvir música e ler com uma concentração maior
e que a sua traquinice ganhava asas em formas criativas de pensar...
E a
menina aprendeu a arte de ser feliz, como no poema de Cecília Meireles,
aprendeu a olhar e a ver as pequenas felicidades certas.
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