sábado, 28 de outubro de 2017

Não digas nada!

Pensamento do dia...

O amor é uma linha invisível que sustenta a humanidade.

Maria José Meireles

sábado, 21 de outubro de 2017

Eixo imaginário...



És a linha
onde guardo
todas as flores
que encontrar.

Maria José Meireles

sábado, 14 de outubro de 2017

Fragmentos da tua Luz


É com muita honra e com muito orgulho que me sinto parte deste livro!

Maria José Meireles

sexta-feira, 13 de outubro de 2017

Energia e Ética

Sei isto: a minha energia está canalizada
Para a palavra fazer, gosto da ideia da construção
E o que dela existe nos movimentos normais.
Agrada-me a palavra engenharia e o que ela
Representa: não saias de um sítio sem deixares algo
Atrás de ti. Dirijo-me apenas às coisas que me excitam
Positivamente e me levam a fazer outras coisas, dirijo-me
Às pessoas de que gosto, nunca às de que não gosto;
Sempre me pareceu insensato que se pare,
Nem que por um momento, de admirar, há
Sempre actos e coisas que nos ajudam
neste cálculo infernal da distância entre o dia de hoje
e a nossa morte. E qualquer pessoa dar um passo que seja
em direcção ao que não aprecia, para insultar, ou derrubar,
parece-me brutal perda de tempo, uma falha grave
no órgão de admirar o mundo
(deves combater uma ou duas vezes na vida,
se combateres duzentas vezes
é porque os combates são fracos).
Não sei pois como viver. O que li e vi
Serve-me apenas para ser mais lúcido, não
Para ser melhor pessoa. Adquiri esta regra (ou nasci com ela):
- e é talvez uma moral -
mover-me apenas em direcção ao que gosto.
Se o prédio alto, escuro, feio
me impede de ver o sol, não fico a insultá-lo, não
moverei um dedo para o deitar abaixo:
contorno sim os edifícios necessários
até chegar ao espaço de onde possa receber aquilo que
quero. Se chegar lá de noite, montarei acampamento.

Gonçalo M. Tavares, in "Poesia" (2004)

Margarida...

Quis

que fosses

um mistério

nunca desvendado

uma luz

suave

e doce

o meu ocaso.


Maria José Meireles

segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Texto de opinião...

Desde pequena que tenho por hábito olhar para os mais pequenos pormenores e encará-los como lições de vida e este caso não foi uma exceção. 
Estava no quinto ano, entrei na sala ainda com o manual de ciências na mão, tentava de todas as formas decorar a matéria, embora soubesse que estar a rever a matéria uns minutos antes do teste de nada me servia. 
Dirigi-me ao meu lugar e arrumei o livro. Em cima da mesa aguardavam apenas a minha esferográfica azul, o lápis e a borracha, como sempre, toda riscada. 
A insegurança que sentia naquele momento traduzia-se na borracha, outrora apenas riscada, que agora se multiplicava em pedaços mais pequenos, assim como no número invulgar de canetas que surgiam na minha mesa, para a eventualidade de alguma falhar. Por fim, já com o enunciado na mesa, a professora fez sinal para que começássemos. 
Para ser sincera, não me lembro se o teste me correu bem ou mal. Apenas recordo o meu colega da frente que, à mínima distração da professora, retirou debaixo da mesa um papel rapidamente. Devido às circunstâncias, percebi do que se tratava. Confesso que fiquei algo aborrecida com o que havia sucedido. No entanto, ignorei e procurei concentrar-me no meu teste. 
Uma semana depois, como de costume, a professora de ciências entrou na sala e escreveu o sumário: "Entrega e correção da ficha de avaliação". Inevitavelmente desencadeou uma onda de inquietação. Após cerca de dez minutos, já corriam pela sala os resultados e, consequentemente, o ruído aumentava exponencialmente só parando após a ameaça de trabalho de casa extra por parte da professora. Então o silêncio foi imediato. 
Foi nesse momento que fui surpreendida com a notícia de que a melhor nota da turma havia sido do meu colega da frente. 
Demorei algum tempo a refletir sobre o assunto e, por fim, cheguei à conclusão de que copiar, por vezes, é a solução e, para alguns, a única.


Vera Raquel Baptista Meireles