domingo, 30 de dezembro de 2018
terça-feira, 25 de dezembro de 2018
segunda-feira, 24 de dezembro de 2018
Lista de Natal...
1. Um chá
na Brasileira
2. um abraço
que seja único
3. um beijo
que te mereça
4. amêijoas
à Bulhão Pato
5. o samba
da utopia
6. um retrato
e o Luandino
7. o Rui
que escolheu viver
8. as castanhas
na Rua do Souto
e um momento feliz
na Brasileira
2. um abraço
que seja único
3. um beijo
que te mereça
4. amêijoas
à Bulhão Pato
5. o samba
da utopia
6. um retrato
e o Luandino
7. o Rui
que escolheu viver
8. as castanhas
na Rua do Souto
e um momento feliz
para lembrar.
Maria José Meireles
quarta-feira, 19 de dezembro de 2018
segunda-feira, 17 de dezembro de 2018
domingo, 16 de dezembro de 2018
quarta-feira, 5 de dezembro de 2018
Amigo
Mal nos conhecemos
Inaugurámos a palavra «amigo».
«Amigo» é um sorriso
De boca em boca,
Um olhar bem limpo,
Uma casa, mesmo modesta, que se oferece,
Um coração pronto a pulsar
Na nossa mão!
«Amigo» (recordam-se, vocês aí,
Escrupulosos detritos?)
«Amigo» é o contrário de inimigo!
«Amigo» é o erro corrigido,
Não o erro perseguido, explorado,
É a verdade partilhada, praticada.
«Amigo» é a solidão derrotada!
«Amigo» é uma grande tarefa,
Um trabalho sem fim,
Um espaço útil, um tempo fértil,
«Amigo» vai ser, é já uma grande festa!
Alexandre O'Neill, in 'No Reino da Dinamarca'
Inaugurámos a palavra «amigo».
«Amigo» é um sorriso
De boca em boca,
Um olhar bem limpo,
Uma casa, mesmo modesta, que se oferece,
Um coração pronto a pulsar
Na nossa mão!
«Amigo» (recordam-se, vocês aí,
Escrupulosos detritos?)
«Amigo» é o contrário de inimigo!
«Amigo» é o erro corrigido,
Não o erro perseguido, explorado,
É a verdade partilhada, praticada.
«Amigo» é a solidão derrotada!
«Amigo» é uma grande tarefa,
Um trabalho sem fim,
Um espaço útil, um tempo fértil,
«Amigo» vai ser, é já uma grande festa!
Alexandre O'Neill, in 'No Reino da Dinamarca'
terça-feira, 4 de dezembro de 2018
domingo, 2 de dezembro de 2018
quarta-feira, 28 de novembro de 2018
terça-feira, 27 de novembro de 2018
domingo, 25 de novembro de 2018
quinta-feira, 22 de novembro de 2018
quarta-feira, 21 de novembro de 2018
António Variações - Dar e Receber
Dar, dar
Dar e receber
Dar, dar
Dar e receber
Dar, dar (dar, dar)
Dar e receber
Dar, dar (dar, dar)
Dar e receber
Devia ser a nossa forma de viver
Dar e receber
Dar, dar (dar, dar)
Dar e receber
Dar, dar (dar, dar)
Dar e receber
Fazer a troca sem ganhar nem, perder
Dar e receber
Dar, dar
Dar, dar
Dar o direito a toda a voz
Esse Respeito que queremos para nós
Dar atenção ao nosso Shamã
Compensação de quem sabe escutar
Dar, dar
Dar, dar
Dar, dar (dar, dar)
Dar e receber
Dar, dar (dar, dar)
Dar e receber
Devia ser a nossa forma de viver
Dar e receber
Dar, dar (dar, dar)
Dar e receber
Dar, dar (dar, dar)
Dar e receber
Fazer a troca sem ganhar nem, perder
Dar e receber
Trocar, trocar
Trocar a ideia pra conhecer
Essa candeia que queremos acender
Trocar os paços
Trocar a dança
Trocar os gestos que alargam uma aliança
Trocar o corpo
Trocar a voz
Trocar o canto pra não cantarmos sós
Trocar os paços
Trocar a dança
Trocar os gestos que alargam uma aliança
Trocar a ideia pra conhecer
Essa candeia que queremos acender
Trocar o corpo
Trocar a voz
Trocar o canto pra não cantarmos sós
Trocar o corpo
Trocar a voz
Trocar o canto pra não cantarmos sós
Trocar, trocar
Dar, dar
Dar e receber
Dar, dar
Dar e receber
Dar e receber
Dar, dar
Dar e receber
Dar, dar (dar, dar)
Dar e receber
Dar, dar (dar, dar)
Dar e receber
Devia ser a nossa forma de viver
Dar e receber
Dar, dar (dar, dar)
Dar e receber
Dar, dar (dar, dar)
Dar e receber
Fazer a troca sem ganhar nem, perder
Dar e receber
Dar, dar
Dar, dar
Dar o direito a toda a voz
Esse Respeito que queremos para nós
Dar atenção ao nosso Shamã
Compensação de quem sabe escutar
Dar, dar
Dar, dar
Dar, dar (dar, dar)
Dar e receber
Dar, dar (dar, dar)
Dar e receber
Devia ser a nossa forma de viver
Dar e receber
Dar, dar (dar, dar)
Dar e receber
Dar, dar (dar, dar)
Dar e receber
Fazer a troca sem ganhar nem, perder
Dar e receber
Trocar, trocar
Trocar a ideia pra conhecer
Essa candeia que queremos acender
Trocar os paços
Trocar a dança
Trocar os gestos que alargam uma aliança
Trocar o corpo
Trocar a voz
Trocar o canto pra não cantarmos sós
Trocar os paços
Trocar a dança
Trocar os gestos que alargam uma aliança
Trocar a ideia pra conhecer
Essa candeia que queremos acender
Trocar o corpo
Trocar a voz
Trocar o canto pra não cantarmos sós
Trocar o corpo
Trocar a voz
Trocar o canto pra não cantarmos sós
Trocar, trocar
Dar, dar
Dar e receber
Dar, dar
Dar e receber
terça-feira, 20 de novembro de 2018
PEQUENA ELEGIA DE SETEMBRO
Não sei como vieste,
mas deve haver um caminho
para regressar da morte.
mas deve haver um caminho
para regressar da morte.
Estás sentada no jardim,
as mãos no regaço cheias de doçura,
os olhos pousados nas últimas rosas
dos grandes e calmos dias de Setembro.
as mãos no regaço cheias de doçura,
os olhos pousados nas últimas rosas
dos grandes e calmos dias de Setembro.
Que música escutas tão atentamente
que não dás por mim?
que bosque, ou rio, ou mar?
ou é dentro de ti
que tudo canta ainda?
que não dás por mim?
que bosque, ou rio, ou mar?
ou é dentro de ti
que tudo canta ainda?
Queria falar contigo,
Dizer-te apenas que estou aqui,
mas tenho medo,
medo que toda a música cesse
e tu não possas mais olhar as rosas.
Medo de quebrar o fio
com que teces os dias sem memória.
Dizer-te apenas que estou aqui,
mas tenho medo,
medo que toda a música cesse
e tu não possas mais olhar as rosas.
Medo de quebrar o fio
com que teces os dias sem memória.
Com que palavras
ou beijos ou lágrimas
se acordam os mortos sem os ferir,
sem os trazer a esta espuma negra
onde os corpos e corpos se repetem,
parcimoniosamente, no meio de sombras?
ou beijos ou lágrimas
se acordam os mortos sem os ferir,
sem os trazer a esta espuma negra
onde os corpos e corpos se repetem,
parcimoniosamente, no meio de sombras?
Deixa-te estar assim,
ó cheia de doçura,
sentada, olhando as rosas,
e tão alheia
que nem dás por mim.
EUGÉNIO DE ANDRADE, in CORAÇÃO DO DIA (1958), in POESIA-EUGÉNIO DE ANDRADE (Modo de Ler, 2011)
ó cheia de doçura,
sentada, olhando as rosas,
e tão alheia
que nem dás por mim.
EUGÉNIO DE ANDRADE, in CORAÇÃO DO DIA (1958), in POESIA-EUGÉNIO DE ANDRADE (Modo de Ler, 2011)
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sábado, 17 de novembro de 2018
quinta-feira, 15 de novembro de 2018
segunda-feira, 12 de novembro de 2018
São Martinho
São Martinho sem verão
E molhado, molhadinho
Não cumpriu a tradição
No dizer do "Zé Povinho"
Um dia para esquecer
A ventar e a chover
Não deu para festejar
Mas ouve bem, não te esqueças
Pró ano não apareças
Com teu dia a invernar
Inda ouvi alguns foguetes
A 'strelejar lá pra Dume
Mas bem poucos foram estes
Comparados ao costume
Mesmo assim, comi castanhas
Bebi um copo de vinho
Estas as minhas façanhas
No teu dia, São Martinho
Se 'sperasses para hoje
Tinhas o sol a brilhar
Teu tempo às vezes foge
Ficas a vê-lo passar!...
E molhado, molhadinho
Não cumpriu a tradição
No dizer do "Zé Povinho"
Um dia para esquecer
A ventar e a chover
Não deu para festejar
Mas ouve bem, não te esqueças
Pró ano não apareças
Com teu dia a invernar
Inda ouvi alguns foguetes
A 'strelejar lá pra Dume
Mas bem poucos foram estes
Comparados ao costume
Mesmo assim, comi castanhas
Bebi um copo de vinho
Estas as minhas façanhas
No teu dia, São Martinho
Se 'sperasses para hoje
Tinhas o sol a brilhar
Teu tempo às vezes foge
Ficas a vê-lo passar!...
Carmindo Ramos
domingo, 11 de novembro de 2018
quinta-feira, 8 de novembro de 2018
domingo, 4 de novembro de 2018
quinta-feira, 1 de novembro de 2018
quarta-feira, 31 de outubro de 2018
Noite de Halloween
Segui hoje este caminho
A preparar com jeitinho
Uma abóbora menina
Colhida no meu quintal
Com doze quilos e tal
Sabem a que se destina?
Minha atitude primeira
Da casca, fazer caveira
Para a noite d'Hallowenn
Com o recheio optei
Fazer doce, como sei
E o bom sabor o define.
Acenderei uma vela
E à noite ponho à janela
A caveira iluminada.
Uma noite especial
A das bruxas, afinal
Deve ser comemorada.
Carmindo Ramos
A preparar com jeitinho
Uma abóbora menina
Colhida no meu quintal
Com doze quilos e tal
Sabem a que se destina?
Minha atitude primeira
Da casca, fazer caveira
Para a noite d'Hallowenn
Com o recheio optei
Fazer doce, como sei
E o bom sabor o define.
Acenderei uma vela
E à noite ponho à janela
A caveira iluminada.
Uma noite especial
A das bruxas, afinal
Deve ser comemorada.
Carmindo Ramos
domingo, 28 de outubro de 2018
A ENJEITADINHA
— De que choras tu, anjinho?
"Tenho fome e tenho frio!"
— E só por este caminho
Como a ave que caiu
Ainda implume do ninho!...
A tua mãe já não vive?
"Nunca a vi em minha vida;
Andei sempre assim perdida,
E mãe por certo não tive!"
— És mais feliz do que eu,
Que tive mãe e... morreu!
João de Deus
"Tenho fome e tenho frio!"
— E só por este caminho
Como a ave que caiu
Ainda implume do ninho!...
A tua mãe já não vive?
"Nunca a vi em minha vida;
Andei sempre assim perdida,
E mãe por certo não tive!"
— És mais feliz do que eu,
Que tive mãe e... morreu!
João de Deus
quarta-feira, 24 de outubro de 2018
sábado, 20 de outubro de 2018
sábado, 13 de outubro de 2018
sábado, 6 de outubro de 2018
Tributo a Isaac Newton...
Rui Moura Baía - Ribeira Porto |
Com três partes de pó
e apenas uma de água
descubro-me
fluido não newtoniano.
Talvez por isso um piano
me percorra mais intensamente
do que a própria luz do dia.
Maria José Meireles
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Constantino Gonçalves,
Poemas para quem gosta,
Rui Moura Baía
sexta-feira, 5 de outubro de 2018
terça-feira, 2 de outubro de 2018
Primeiro emprego...
Rui Moura Baía - Lavadeiras |
Perguntas
qual é o meu emprego
e eu respondo
sou biscateiro.
Maria José Meireles
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Poemas para quem gosta,
Rui Moura Baía
terça-feira, 25 de setembro de 2018
sexta-feira, 21 de setembro de 2018
Se
Se consegues manter a calma
quando à tua volta todos a perdem
e te culpam por isso.
Se consegues manter a calma
quando à tua volta todos a perdem
e te culpam por isso.
Se consegues ter confiança em ti
quando todos duvidam de ti
e aceitas as suas dúvidas.
quando todos duvidam de ti
e aceitas as suas dúvidas.
Se consegues esperar sem te cansares
por esperar
ou caluniado não responderes com calúnias
ou odiado não dares espaço ao ódio
sem porém te fazeres demasiado bom
ou falares cheio de conhecimentos.
ou caluniado não responderes com calúnias
ou odiado não dares espaço ao ódio
sem porém te fazeres demasiado bom
ou falares cheio de conhecimentos.
Se consegues sonhar
sem fazeres dos sonhos teus mestres.
sem fazeres dos sonhos teus mestres.
Se consegues pensar
sem fazeres dos pensamentos teus objectivos.
sem fazeres dos pensamentos teus objectivos.
Se consegues encontrar-te com o
Triunfo e a Derrota
e tratares esses dois impostores do mesmo modo.
e tratares esses dois impostores do mesmo modo.
Se consegues suportar
a escuta das verdades que dizes
distorcidas pelos que te querem ver
cair em armadilhas
ou encarar tudo aquilo pelo qual lutaste na vida
ficar destruído
e reconstruíres tudo de novo
com instrumentos gastos pelo tempo.
a escuta das verdades que dizes
distorcidas pelos que te querem ver
cair em armadilhas
ou encarar tudo aquilo pelo qual lutaste na vida
ficar destruído
e reconstruíres tudo de novo
com instrumentos gastos pelo tempo.
Se consegues num único passo
arriscar tudo o que conquistaste
num lançamento de cara ou coroa,
perderes e recomeçares de novo
sem nunca suspirares palavras da tua perda.
arriscar tudo o que conquistaste
num lançamento de cara ou coroa,
perderes e recomeçares de novo
sem nunca suspirares palavras da tua perda.
Se consegues constringir o teu
coração,
nervos e força
para te servirem na tua vez
já depois de não existirem,
e aguentares
quando já nada tens em ti
a não ser a vontade que te diz:
"Aguenta-te!"
nervos e força
para te servirem na tua vez
já depois de não existirem,
e aguentares
quando já nada tens em ti
a não ser a vontade que te diz:
"Aguenta-te!"
Se consegues falar para multidões
e permaneceres com as tuas virtudes
ou andares entre reis e pobres
e agires naturalmente.
e permaneceres com as tuas virtudes
ou andares entre reis e pobres
e agires naturalmente.
Se nem inimigos
ou amigos queridos
te conseguirem ofender.
ou amigos queridos
te conseguirem ofender.
Se todas as pessoas contam contigo
mas nenhuma demasiado.
mas nenhuma demasiado.
Se consegues preencher cada minuto
dando valor
a todos os segundos que passam.
dando valor
a todos os segundos que passam.
Tua é a Terra
e tudo o que nela existe
e mais ainda,
tu serás um Homem, meu filho!
e tudo o que nela existe
e mais ainda,
tu serás um Homem, meu filho!
(Tradução de Vitor Vaz da
Silva do poema "IF" de Rudyard Kipling)
segunda-feira, 17 de setembro de 2018
sábado, 15 de setembro de 2018
Madrigal ao contrário...
Deixa
que caminhe
que caminhe
alegre e intensamente.
Quando estiver cansada
abriga-me
no teu vazio.
Maria José Meireles
Quando estiver cansada
abriga-me
no teu vazio.
Maria José Meireles
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Elza Seixas,
Poemas para quem gosta
sexta-feira, 14 de setembro de 2018
Madrigal ao contrário...
Rui Moura Baía - Santa Bárbara II |
Deixa
que caminhe
alegre e intensamente.
Quando estiver cansada
abriga-me
no teu vazio.
Maria José Meireles
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Poemas para quem gosta,
Rui Moura Baía
se ainda que amanhã não encontre em mim forças para sorrir, se a força me faltar e as minhas mãos forem substituídas por outras que não minhas e eu as sentir trémulas
então quero que saibas que os dentes tenho-os cerrados, as unhas cravam-se na pele da palma das mãos, as pernas fraquejam e tentam ceder à gravidade
então quero que saibas, que o sangue ainda corre e o coração, esse ainda bate
LauraAlberto
quarta-feira, 12 de setembro de 2018
terça-feira, 4 de setembro de 2018
Auto-Retrato Falado
Venho de um Cuiabá de garimpos e de ruelas entortadas.
Meu pai teve uma venda no Beco da Marinha, onde nasci.
Me criei no Pantanal de Corumbá entre bichos do chão,
aves, pessoas humildes, árvores e rios.
Aprecio viver em lugares decadentes por gosto de estar
entre pedras e lagartos.
Já publiquei 10 livros de poesia: ao publicá-los me sinto
meio desonrado e fujo para o Pantanal onde sou
abençoado a garças.
Me procurei a vida inteira e não me achei — pelo que fui salvo.
Não estou na sarjeta porque herdei uma fazenda de gado.
Os bois me recriam.
Agora eu sou tão ocaso!
Estou na categoria de sofrer do moral porque só faço
coisas inúteis.
No meu morrer tem uma dor de árvore.
Manoel de Barros
Meu pai teve uma venda no Beco da Marinha, onde nasci.
Me criei no Pantanal de Corumbá entre bichos do chão,
aves, pessoas humildes, árvores e rios.
Aprecio viver em lugares decadentes por gosto de estar
entre pedras e lagartos.
Já publiquei 10 livros de poesia: ao publicá-los me sinto
meio desonrado e fujo para o Pantanal onde sou
abençoado a garças.
Me procurei a vida inteira e não me achei — pelo que fui salvo.
Não estou na sarjeta porque herdei uma fazenda de gado.
Os bois me recriam.
Agora eu sou tão ocaso!
Estou na categoria de sofrer do moral porque só faço
coisas inúteis.
No meu morrer tem uma dor de árvore.
Manoel de Barros
BARROS, M. Poesia Completa. São Paulo: Leya, 2011.
segunda-feira, 3 de setembro de 2018
quarta-feira, 29 de agosto de 2018
Jardim de infância...
Rui Moura Baía - Celebrar Colónia |
Brinca
gosto de te ver
brincar
abre o baú dos brinquedos
leva
o teu favorito
ou leva-os todos
se quiseres
e deixa que eles
simplesmente
te desarrumem.
gosto de te ver
brincar
abre o baú dos brinquedos
leva
o teu favorito
ou leva-os todos
se quiseres
e deixa que eles
simplesmente
te desarrumem.
Maria José Meireles
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Rui Moura Baía
domingo, 26 de agosto de 2018
sexta-feira, 24 de agosto de 2018
quinta-feira, 23 de agosto de 2018
Infinito...
Já cresceu
a nogueira
já se comeram
as nozes
já se calaram
as vozes
dos profetas
e sobraram apenas
poetas.
Maria José Meireles
a nogueira
já se comeram
as nozes
já se calaram
as vozes
dos profetas
e sobraram apenas
poetas.
Maria José Meireles
Solidão...
Esse espaço
amplo
onde me perco
e me encontro
esse tempo
de ser templo
e estar recolhida.
Maria José Meireles
amplo
onde me perco
e me encontro
esse tempo
de ser templo
e estar recolhida.
Maria José Meireles
quarta-feira, 22 de agosto de 2018
Conta-mo outra vez
Rui Moura Baía - Montalegre - Anoitecer
|
Conta-mo outra vez: é tão bonito
que não me canso nunca de escutá-lo.
Repete-me outra vez que o casal
do conto foi feliz até à morte,
que ela não lhe foi infiel, que a ele nem sequer
lhe ocorreu enganá-la. E não te esqueças
de que, apesar do tempo e dos problemas,
continuavam beijando-se cada noite.
Conta-mo mil vezes, por favor:
é a história mais bela que conheço.
Amalia Bautista
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Amalia Bautista,
Rui Moura Baía
domingo, 19 de agosto de 2018
Adolescências...
Rui Moura Baía - Pôr do sol na Veiga |
Sim,
falámos
da poluição do medo,
da falta de pai e de mãe,
e de rezar
sem justa causa.
Fomos adolescentes
e despedimo-nos
antes do pôr do sol.
Maria José Meireles
da poluição do medo,
da falta de pai e de mãe,
e de rezar
sem justa causa.
Fomos adolescentes
e despedimo-nos
antes do pôr do sol.
Maria José Meireles
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Rui Moura Baía
sexta-feira, 17 de agosto de 2018
À procura de um poema...
quarta-feira, 15 de agosto de 2018
segunda-feira, 13 de agosto de 2018
“Sou psicanalista, embora heterodoxo. Minha heterodoxia está no fato de que acredito que no mais profundo do inconsciente mora a beleza. Com o que concordam Sócrates, Nietzsche e Fernando Pessoa. Exerço a arte com prazer. Minhas conversas com meus pacientes são a maior fonte de inspiração que tenho para minhas crônicas.”
Rubem Alves
quinta-feira, 9 de agosto de 2018
DIVISÕES VESTIDAS DE SILÊNCIOS
Ilustração de ©Yelena Bryksenkova |
Este meu chão,
Este chão aos quadrados,
Cheio de passos e passinhos
De quem já foi... Não!,
Que ainda são, os meus passos meninos.
Percorro as divisões vestidas de silêncios e de saudade,
Abro e fecho portas à procura das gargalhadas soltas
Nos dias em que eramos todos criança.
Não foram tantas vezes assim,
O trabalho chamava por mim.
Por isso, talvez, esta procura constante dos sorrisos
Que mais pareciam campainhas no meu olhar...
E olho as minhas mãos tão solitárias de afagos
E os meus braços tão vazios...!
Que os meus olhos se encham de lágrimas,
Caindo nos quadrados com passinhos ainda guardados
De quem me é amor, ainda que em silêncio
Encrostado nas divisões de cor.
Onde os meus anjos irrequietos
Encostaram as suas asas, deixando a energia
Com que tento contrariar a ociosidade do meu abraço
E dar rumo às histórias que este chão me lembra,
Extinguir esta dor lume
E as sombras das paredes em queixume,
Testemunhas das saudades que aqui moram.
LUANA LUA, in VOO ENTRE FACES (Versbrava, Porto, 2016)
segunda-feira, 6 de agosto de 2018
terça-feira, 31 de julho de 2018
sexta-feira, 27 de julho de 2018
Equação a nenhuma incógnita...
Rui Moura Baía - Bom Jesus - Lago III |
Matematicamente
não há
triângulos perfeitos
nem
quadrados imperfeitos.
Um dia
vale uma vida
a eternidade
cabe em poucas horas.
Maria José Meireles
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Poemas para quem gosta,
Rui Moura Baía
segunda-feira, 23 de julho de 2018
sábado, 21 de julho de 2018
sexta-feira, 20 de julho de 2018
Corpo inteiro
Para mim o
amor
fica-me justo
Eu só visto
a paixão
de corpo inteiro
Maria Teresa Horta, in “Só de amor” (1999)
quarta-feira, 18 de julho de 2018
Paradoxo da água e do diamante
« Não há nada de mais útil que a água, mas ela não pode quase nada comprar; dificilmente teria bens com os quais trocá-la. Um diamante, pelo contrário, quase não tem nenhum valor quanto ao seu uso, mas se encontrará frequentemente uma grande quantidade de outros bens com o qual trocá-lo. »
Adam Smith - Investigação sobre a Natureza e as Causas da Riqueza das Nações, 1776.
segunda-feira, 16 de julho de 2018
Columbofilia
Em mais uma caminhada
Das que faço dia a dia
Assisti a uma largada
Pombos - columbofilia.
Sobre a ponte d' Auto Estrada
Uma carrinha parava
Já na zona de Sequeira.
De seguida, o condutor
Apeou-se e, com amor
Fez um trabalho à maneira!
Sete gaiolas abriu
O primeiro pombo saiu
E depois, todos os outros.
Voaram em espiral
Num espaço vertical
Tomando seu rumo aos poucos.
Tinham vindo de Amares
Essa direcção tomaram
Perante os nossos olhares
Rápido pra lá voaram.
Velozes, muito velozes!
Mais de setenta à hora
Ouvi eu, nítidas vozes
Do dono, antes d'ir embora.
Aves impressionantes
Mais que humanos sapientes
Em termos d'orientação.
São correios em viagens
Para transportar mensagens
Quão úteis elas nos são.
Carmindo Ramos
Das que faço dia a dia
Assisti a uma largada
Pombos - columbofilia.
Sobre a ponte d' Auto Estrada
Uma carrinha parava
Já na zona de Sequeira.
De seguida, o condutor
Apeou-se e, com amor
Fez um trabalho à maneira!
Sete gaiolas abriu
O primeiro pombo saiu
E depois, todos os outros.
Voaram em espiral
Num espaço vertical
Tomando seu rumo aos poucos.
Tinham vindo de Amares
Essa direcção tomaram
Perante os nossos olhares
Rápido pra lá voaram.
Velozes, muito velozes!
Mais de setenta à hora
Ouvi eu, nítidas vozes
Do dono, antes d'ir embora.
Aves impressionantes
Mais que humanos sapientes
Em termos d'orientação.
São correios em viagens
Para transportar mensagens
Quão úteis elas nos são.
Carmindo Ramos
Braga, 16 de julho de 2018
domingo, 15 de julho de 2018
quinta-feira, 12 de julho de 2018
segunda-feira, 2 de julho de 2018
domingo, 1 de julho de 2018
sábado, 30 de junho de 2018
Endechas a Bárbara escrava
Aquela cativa
Que me tem cativo,
Porque nela vivo
Já não quer que viva.
Eu nunca vi rosa
Em suaves molhos,
Que pera meus olhos
Fosse mais fermosa.
Nem no campo flores,
Nem no céu estrelas
Me parecem belas
Como os meus amores.
Rosto singular,
Olhos sossegados,
Pretos e cansados,
Mas não de matar.
U~a graça viva,
Que neles lhe mora,
Pera ser senhora
De quem é cativa.
Pretos os cabelos,
Onde o povo vão
Perde opinião
Que os louros são belos.
Pretidão de Amor,
Tão doce a figura,
Que a neve lhe jura
Que trocara a cor.
Leda mansidão,
Que o siso acompanha;
Bem parece estranha,
Mas bárbara não.
Presença serena
Que a tormenta amansa;
Nela, enfim, descansa
Toda a minha pena.
Esta é a cativa
Que me tem cativo;
E. pois nela vivo,
É força que viva.
Luís de Camões
Que me tem cativo,
Porque nela vivo
Já não quer que viva.
Eu nunca vi rosa
Em suaves molhos,
Que pera meus olhos
Fosse mais fermosa.
Nem no campo flores,
Nem no céu estrelas
Me parecem belas
Como os meus amores.
Rosto singular,
Olhos sossegados,
Pretos e cansados,
Mas não de matar.
U~a graça viva,
Que neles lhe mora,
Pera ser senhora
De quem é cativa.
Pretos os cabelos,
Onde o povo vão
Perde opinião
Que os louros são belos.
Pretidão de Amor,
Tão doce a figura,
Que a neve lhe jura
Que trocara a cor.
Leda mansidão,
Que o siso acompanha;
Bem parece estranha,
Mas bárbara não.
Presença serena
Que a tormenta amansa;
Nela, enfim, descansa
Toda a minha pena.
Esta é a cativa
Que me tem cativo;
E. pois nela vivo,
É força que viva.
Luís de Camões
domingo, 24 de junho de 2018
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