domingo, 30 de dezembro de 2018

terça-feira, 25 de dezembro de 2018

segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

Lista de Natal...

1. Um chá
na Brasileira
2. um abraço
que seja único
3. um beijo
que te mereça
4. amêijoas
à Bulhão Pato
5. o samba
da utopia
6. um retrato
e o Luandino
7. o Rui
que escolheu viver
8. as castanhas
na Rua do Souto
e um momento feliz
para lembrar.

Maria José Meireles

quinta-feira, 20 de dezembro de 2018


Obrigada Ana Paula!

quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

terça-feira, 18 de dezembro de 2018

Ademar

publicado em "Descansando do Futuro (Reserva de Intimidade)", Asa, 2003

segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

domingo, 16 de dezembro de 2018

quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

VOZ AO VERBO 93 - bem-vindo

Amigo

Mal nos conhecemos
Inaugurámos a palavra «amigo».

«Amigo» é um sorriso
De boca em boca,
Um olhar bem limpo,
Uma casa, mesmo modesta, que se oferece,
Um coração pronto a pulsar
Na nossa mão!

«Amigo» (recordam-se, vocês aí,
Escrupulosos detritos?)
«Amigo» é o contrário de inimigo!

«Amigo» é o erro corrigido,
Não o erro perseguido, explorado,
É a verdade partilhada, praticada.

«Amigo» é a solidão derrotada!

«Amigo» é uma grande tarefa,
Um trabalho sem fim,
Um espaço útil, um tempo fértil,
«Amigo» vai ser, é já uma grande festa!

Alexandre O'Neill, in 'No Reino da Dinamarca'

terça-feira, 4 de dezembro de 2018

segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

Rui Moura Baía - Anjo Branco/Negro

domingo, 2 de dezembro de 2018

quarta-feira, 28 de novembro de 2018

terça-feira, 27 de novembro de 2018

domingo, 25 de novembro de 2018

Beethoven - A melody of tears

Galo...

Julga
ver melhor
que ninguém
está no poleiro
mas ignora
que é
cego.

Maria José Meireles

quarta-feira, 21 de novembro de 2018

António Variações - Dar e Receber

Dar, dar
Dar e receber
Dar, dar
Dar e receber

Dar, dar (dar, dar)
Dar e receber
Dar, dar (dar, dar)
Dar e receber

Devia ser a nossa forma de viver
Dar e receber

Dar, dar (dar, dar)
Dar e receber
Dar, dar (dar, dar)
Dar e receber

Fazer a troca sem ganhar nem, perder
Dar e receber

Dar, dar
Dar, dar
Dar o direito a toda a voz
Esse Respeito que queremos para nós
Dar atenção ao nosso Shamã
Compensação de quem sabe escutar

Dar, dar
Dar, dar

Dar, dar (dar, dar)
Dar e receber
Dar, dar (dar, dar)
Dar e receber

Devia ser a nossa forma de viver
Dar e receber

Dar, dar (dar, dar)
Dar e receber
Dar, dar (dar, dar)
Dar e receber

Fazer a troca sem ganhar nem, perder
Dar e receber

Trocar, trocar
Trocar a ideia pra conhecer
Essa candeia que queremos acender

Trocar os paços
Trocar a dança
Trocar os gestos que alargam uma aliança

Trocar o corpo
Trocar a voz
Trocar o canto pra não cantarmos sós

Trocar os paços
Trocar a dança
Trocar os gestos que alargam uma aliança

Trocar a ideia pra conhecer
Essa candeia que queremos acender
Trocar o corpo
Trocar a voz

Trocar o canto pra não cantarmos sós
Trocar o corpo
Trocar a voz

Trocar o canto pra não cantarmos sós
Trocar, trocar

Dar, dar
Dar e receber
Dar, dar
Dar e receber

António Variações - Entrevista com a Mãe e Irmão em 1992 Parte 02

António Variações - Entrevista com a Mãe e Irmão em 1992 Parte 01

terça-feira, 20 de novembro de 2018

Nouvelle Vague - Nouvelle Vague (2004) Full Album

Inteligência Intuitiva do Coração com Legenda

A Mensagem da Água - Do pesquisador Japonês Masaru Emoto

O Coraçao Pensa e Irradia

5 curiosidades inéditas sobre Rubem Alves - Parte II

5 curiosidades inéditas sobre Rubem Alves

PEQUENA ELEGIA DE SETEMBRO

Não sei como vieste,
mas deve haver um caminho
para regressar da morte.

Estás sentada no jardim,
as mãos no regaço cheias de doçura,
os olhos pousados nas últimas rosas
dos grandes e calmos dias de Setembro.
Que música escutas tão atentamente
que não dás por mim?
que bosque, ou rio, ou mar?
ou é dentro de ti
que tudo canta ainda?
Queria falar contigo,
Dizer-te apenas que estou aqui,
mas tenho medo,
medo que toda a música cesse
e tu não possas mais olhar as rosas.
Medo de quebrar o fio
com que teces os dias sem memória.
Com que palavras
ou beijos ou lágrimas
se acordam os mortos sem os ferir,
sem os trazer a esta espuma negra
onde os corpos e corpos se repetem,
parcimoniosamente, no meio de sombras?
Deixa-te estar assim,
ó cheia de doçura,
sentada, olhando as rosas,
e tão alheia
que nem dás por mim.

EUGÉNIO DE ANDRADE, in CORAÇÃO DO DIA (1958), in POESIA-EUGÉNIO DE ANDRADE (Modo de Ler, 2011)

sábado, 17 de novembro de 2018

Ofereces

paciência

em troca

de honestidade

sorrio

e agradeço

agradeces

e sorris.

Maria José Meireles

ARTUR PIZARRO NA RDP INTERNACIONAL

quinta-feira, 15 de novembro de 2018

segunda-feira, 12 de novembro de 2018

São Martinho

São Martinho sem verão
E molhado, molhadinho
Não cumpriu a tradição
No dizer do "Zé Povinho"

Um dia para esquecer
A ventar e a chover
Não deu para festejar
Mas ouve bem, não te esqueças
Pró ano não apareças
Com teu dia a invernar

Inda ouvi alguns foguetes
A 'strelejar lá pra Dume
Mas bem poucos foram estes
Comparados ao costume
Mesmo assim, comi castanhas
Bebi um copo de vinho
Estas as minhas façanhas
No teu dia, São Martinho

Se 'sperasses para hoje
Tinhas o sol a brilhar
Teu tempo às vezes foge
Ficas a vê-lo passar!...

Carmindo Ramos

domingo, 11 de novembro de 2018

Trovante Perdidamente legendado

Solto
agora
as tuas mãos
para que
me façam
obra prima.

Maria José Meireles

quinta-feira, 8 de novembro de 2018

Parabéns!!


Obrigada Maria!

quinta-feira, 1 de novembro de 2018

quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Noite de Halloween

Segui hoje este caminho
A preparar com jeitinho
Uma abóbora menina
Colhida no meu quintal
Com doze quilos e tal
Sabem a que se destina?

Minha atitude primeira
Da casca, fazer caveira
Para a noite d'Hallowenn
Com o recheio optei
Fazer doce, como sei
E o bom sabor o define.

Acenderei uma vela
E à noite ponho à janela
A caveira iluminada.
Uma noite especial
A das bruxas, afinal
Deve ser comemorada.

Carmindo Ramos

domingo, 28 de outubro de 2018

A ENJEITADINHA

— De que choras tu, anjinho?
"Tenho fome e tenho frio!"
— E só por este caminho
Como a ave que caiu
Ainda implume do ninho!...
A tua mãe já não vive?
"Nunca a vi em minha vida;
Andei sempre assim perdida,
E mãe por certo não tive!"
— És mais feliz do que eu,
Que tive mãe e... morreu!

João de Deus

quarta-feira, 24 de outubro de 2018

terça-feira, 23 de outubro de 2018

Encho-me
de poesia
e esvazio-me
num poema.



Maria José Meireles

sábado, 20 de outubro de 2018

Estarias além

do poema

que confinasse

a verdade,

a bondade

e a beleza.



Maria José Meireles

Сюита греческих танцев "Сиртаки". Балет Игоря Моисеева.

sábado, 13 de outubro de 2018

Acredita
(apenas)
que se estivesse
dois passos
à frente
teria compreendido
com toda a clareza
a obra de arte.
A burrice
a dois passos
(apenas)
da sabedoria.

Maria José Meireles

sábado, 6 de outubro de 2018

Tributo a Isaac Newton...

Rui Moura Baía - Ribeira Porto

Com três partes de pó

e apenas uma de água

descubro-me

fluido não newtoniano.

Talvez por isso um piano

me percorra mais intensamente

do que a própria luz do dia.


Maria José Meireles





Mark Knopfler - The Long Road

ERA - Divano (Official Video ) HD

CIRQUE DU SOLEIL - ALEGRIA

terça-feira, 2 de outubro de 2018

Primeiro emprego...

Rui Moura Baía - Lavadeiras



Perguntas

qual é o meu emprego

e eu respondo

sou biscateiro.


Maria José Meireles

Spandau Ballet - True

terça-feira, 25 de setembro de 2018

Agora
que conheço
todas as fases
da minha lua
posso oferecer-me
por inteiro.



 Maria José Meireles

sexta-feira, 21 de setembro de 2018

 Se

Se consegues manter a calma
quando à tua volta todos a perdem
e te culpam por isso.

Se consegues ter confiança em ti
quando todos duvidam de ti
e aceitas as suas dúvidas.

Se consegues esperar sem te cansares por esperar
ou caluniado não responderes com calúnias
ou odiado não dares espaço ao ódio
sem porém te fazeres demasiado bom
ou falares cheio de conhecimentos.

Se consegues sonhar
sem fazeres dos sonhos teus mestres.

Se consegues pensar
sem fazeres dos pensamentos teus objectivos.

Se consegues encontrar-te com o Triunfo e a Derrota
e tratares esses dois impostores do mesmo modo.

Se consegues suportar
a escuta das verdades que dizes
distorcidas pelos que te querem ver
cair em armadilhas
ou encarar tudo aquilo pelo qual lutaste na vida
ficar destruído
e reconstruíres tudo de novo
com instrumentos gastos pelo tempo.

Se consegues num único passo
arriscar tudo o que conquistaste
num lançamento de cara ou coroa,
perderes e recomeçares de novo
sem nunca suspirares palavras da tua perda.

Se consegues constringir o teu coração,
nervos e força
para te servirem na tua vez
já depois de não existirem,
e aguentares
quando já nada tens em ti
a não ser a vontade que te diz:
"Aguenta-te!"

Se consegues falar para multidões
e permaneceres com as tuas virtudes
ou andares entre reis e pobres
e agires naturalmente.

Se nem inimigos
ou amigos queridos
te conseguirem ofender.

Se todas as pessoas contam contigo
mas nenhuma demasiado.

Se consegues preencher cada minuto
dando valor
a todos os segundos que passam.

Tua é a Terra
e tudo o que nela existe
e mais ainda,
tu serás um Homem, meu filho!


(Tradução de Vitor Vaz da Silva do poema "IF" de Rudyard Kipling)

segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Girafa...

Cresci
pela força
de caminhar
com os pés
no chão
e a cabeça
na lua.



Maria José Meireles

sábado, 15 de setembro de 2018

Madrigal ao contrário...


Deixa

que caminhe

alegre e intensamente.

Quando estiver cansada

abriga-me

no teu vazio.


Maria José Meireles

sexta-feira, 14 de setembro de 2018

Madrigal ao contrário...

Rui Moura Baía - Santa Bárbara II






Deixa

que caminhe

alegre e intensamente.

Quando estiver cansada

abriga-me

no teu vazio.


Maria José Meireles
Não mereço 
menos 
que um poema 
não quero 
merecer menos
que um poema
não quero
menos
que um poema 
nem mais.


Maria José Meireles



















se ainda que amanhã não encontre em mim forças para sorrir, se a força me faltar e as minhas mãos forem substituídas por outras que não minhas e eu as sentir trémulas

então quero que saibas que os dentes tenho-os cerrados, as unhas cravam-se na pele da palma das mãos, as pernas fraquejam e tentam ceder à gravidade

então quero que saibas, que o sangue ainda corre e o coração, esse ainda bate



LauraAlberto

quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Além
de todas
as curvas
continuaram
belos.



Maria José Meireles 

terça-feira, 4 de setembro de 2018

Auto-Retrato Falado

Venho de um Cuiabá de garimpos e de ruelas entortadas.
Meu pai teve uma venda no Beco da Marinha, onde nasci.
Me criei no Pantanal de Corumbá entre bichos do chão,
aves, pessoas humildes, árvores e rios.
Aprecio viver em lugares decadentes por gosto de estar
entre pedras e lagartos.
Já publiquei 10 livros de poesia: ao publicá-los me sinto
meio desonrado e fujo para o Pantanal onde sou
abençoado a garças.
Me procurei a vida inteira e não me achei — pelo que fui salvo.
Não estou na sarjeta porque herdei uma fazenda de gado.
Os bois me recriam.
Agora eu sou tão ocaso!
Estou na categoria de sofrer do moral porque só faço
coisas inúteis.
No meu morrer tem uma dor de árvore.

Manoel de Barros 
BARROS, M. Poesia Completa. São Paulo: Leya, 2011.
Da madrugada
ao ocaso
sempre teu
sol.

Maria José Meireles

segunda-feira, 3 de setembro de 2018

Quando
a saudade
do futuro
é insuportável
escrevo-me
e sou (e)terna.

Maria José Meireles

quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Jardim de infância...

Rui Moura Baía - Celebrar Colónia


Brinca
gosto de te ver
brincar
abre o baú dos brinquedos
leva
o teu favorito
ou leva-os todos
se quiseres
e deixa que eles
simplesmente
te desarrumem.


Maria José Meireles

Christina Perri - A Thousand Years [Official Music Video]

domingo, 26 de agosto de 2018

quinta-feira, 23 de agosto de 2018

Infinito...

Já cresceu
a nogueira
já se comeram
as nozes
já se calaram
as vozes
dos profetas
e sobraram apenas
poetas.


Maria José Meireles

Solidão...

Esse espaço
amplo
onde me perco
e me encontro
esse tempo
de ser templo
e estar recolhida.

Maria José Meireles

Desejei-te
ao meu lado
quando o sol se vai
além do mar
em segredo
e em silêncio.

Maria José Meireles

quarta-feira, 22 de agosto de 2018

Verde garrafa...




Quantas milhas
quanto tempo
para se saber
escutada
quantas milhas
quantos séculos
para se saber
encantadora.

Maria José Meireles

Conta-mo outra vez

Rui Moura Baía - Montalegre - Anoitecer
Conta-mo outra vez: é tão bonito

que não me canso nunca de escutá-lo.

Repete-me outra vez que o casal

do conto foi feliz até à morte,

que ela não lhe foi infiel, que a ele nem sequer

lhe ocorreu enganá-la. E não te esqueças

de que, apesar do tempo e dos problemas,

continuavam beijando-se cada noite.

Conta-mo mil vezes, por favor:

é a história mais bela que conheço.

Amalia Bautista

Elis Regina Só tinha de ser com você 2011

domingo, 19 de agosto de 2018

Adolescências...

Rui Moura Baía - Pôr do sol na Veiga



Sim, 
falámos
da poluição do medo,
da falta de pai e de mãe,
e de rezar
sem justa causa.
Fomos adolescentes
e despedimo-nos
antes do pôr do sol.

Maria José Meireles

sexta-feira, 17 de agosto de 2018

À procura de um poema...

Rui Moura Baía - Congregados Basílica



Hoje
quando saí à rua
à procura de um poema
descobri-me
portadora de um vazio
insustentável.
Olhei os cantos
as esquinas
as pessoas
as árvores
e... nada.
No entanto,
quando voltei,
vinha mais leve.

Maria José Meireles

segunda-feira, 13 de agosto de 2018

Dizes
que tens
o problema
da moda
esse suicídio
por todos
aceite.

Maria José Meireles
“Sou psicanalista, embora heterodoxo. Minha heterodoxia está no fato de que acredito que no mais profundo do inconsciente mora a beleza. Com o que concordam Sócrates, Nietzsche e Fernando Pessoa. Exerço a arte com prazer. Minhas conversas com meus pacientes são a maior fonte de inspiração que tenho para minhas crônicas.”

Rubem Alves

quinta-feira, 9 de agosto de 2018

DIVISÕES VESTIDAS DE SILÊNCIOS

Ilustração de ©Yelena Bryksenkova





















Percorro vezes sem conta
Este meu chão,
Este chão aos quadrados,
Cheio de passos e passinhos
De quem já foi... Não!,
Que ainda são, os meus passos meninos.

Percorro as divisões vestidas de silêncios e de saudade,
Abro e fecho portas à procura das gargalhadas soltas
Nos dias em que eramos todos criança.

Não foram tantas vezes assim,
O trabalho chamava por mim.

Por isso, talvez, esta procura constante dos sorrisos
Que mais pareciam campainhas no meu olhar...
E olho as minhas mãos tão solitárias de afagos
E os meus braços tão vazios...!

Que os meus olhos se encham de lágrimas,
Caindo nos quadrados com passinhos ainda guardados
De quem me é amor, ainda que em silêncio
Encrostado nas divisões de cor.

Onde os meus anjos irrequietos
Encostaram as suas asas, deixando a energia
Com que tento contrariar a ociosidade do meu abraço
E dar rumo às histórias que este chão me lembra,
Extinguir esta dor lume
E as sombras das paredes em queixume,
Testemunhas das saudades que aqui moram.

LUANA LUA, in VOO ENTRE FACES (Versbrava, Porto, 2016)

Daniel Pennac ( romancista e professor) / Conselhos

segunda-feira, 6 de agosto de 2018

Dizes
que somos
a maior história
de amor
da humanidade
e eu digo
ao mundo
que somos apenas
um segredo.

Maria José Meireles

terça-feira, 31 de julho de 2018

Mentira...

Essa cortina
translúcida
ou opaca
que impede
a luz
natural.

Maria José Meireles

sexta-feira, 27 de julho de 2018

Equação a nenhuma incógnita...

Rui Moura Baía - Bom Jesus - Lago III


Matematicamente

não há

triângulos perfeitos

nem

quadrados imperfeitos.

Um dia

vale uma vida

a eternidade

cabe em poucas horas.


Maria José Meireles

segunda-feira, 23 de julho de 2018

No tempo
de todas
as penas
meditei
pela paz
com esperança
no milagre
da tua humanidade.

Maria José Meireles
Rui Moura Baía - Rapariga da Veiga

sábado, 21 de julho de 2018

sexta-feira, 20 de julho de 2018

Corpo inteiro

Para mim o
amor
fica-me justo

Eu só visto
a paixão
de corpo inteiro

Maria Teresa Horta, in “Só de amor” (1999)

quarta-feira, 18 de julho de 2018

Paradoxo da água e do diamante

« Não há nada de mais útil que a água, mas ela não pode quase nada comprar; dificilmente teria bens com os quais trocá-la. Um diamante, pelo contrário, quase não tem nenhum valor quanto ao seu uso, mas se encontrará frequentemente uma grande quantidade de outros bens com o qual trocá-lo. »

Adam Smith - Investigação sobre a Natureza e as Causas da Riqueza das Nações, 1776.

segunda-feira, 16 de julho de 2018

Columbofilia

Em mais uma caminhada
Das que faço dia a dia
Assisti a uma largada
Pombos - columbofilia.

Sobre a ponte d' Auto Estrada
Uma carrinha parava
Já na zona de Sequeira.
De seguida, o condutor
Apeou-se e, com amor
Fez um trabalho à maneira!

Sete gaiolas abriu
O primeiro pombo saiu
E depois, todos os outros.
Voaram em espiral
Num espaço vertical
Tomando seu rumo aos poucos.

Tinham vindo de Amares
Essa direcção tomaram
Perante os nossos olhares
Rápido pra lá voaram.

Velozes, muito velozes!
Mais de setenta à hora
Ouvi eu, nítidas vozes
Do dono, antes d'ir embora.

Aves impressionantes
Mais que humanos sapientes
Em termos d'orientação.
São correios em viagens
Para transportar mensagens
Quão úteis elas nos são.

Carmindo Ramos
Braga, 16 de julho de 2018

quinta-feira, 12 de julho de 2018

segunda-feira, 2 de julho de 2018

domingo, 1 de julho de 2018

sábado, 30 de junho de 2018

Endechas a Bárbara escrava

Aquela cativa
Que me tem cativo,
Porque nela vivo
Já não quer que viva.
Eu nunca vi rosa
Em suaves molhos,
Que pera meus olhos
Fosse mais fermosa.

Nem no campo flores,
Nem no céu estrelas
Me parecem belas
Como os meus amores.
Rosto singular,
Olhos sossegados,
Pretos e cansados,
Mas não de matar.

U~a graça viva,
Que neles lhe mora,
Pera ser senhora
De quem é cativa.
Pretos os cabelos,
Onde o povo vão
Perde opinião
Que os louros são belos.

Pretidão de Amor,
Tão doce a figura,
Que a neve lhe jura
Que trocara a cor.
Leda mansidão,
Que o siso acompanha;
Bem parece estranha,
Mas bárbara não.

Presença serena
Que a tormenta amansa;
Nela, enfim, descansa
Toda a minha pena.
Esta é a cativa
Que me tem cativo;
E. pois nela vivo,
É força que viva.

Luís de Camões

quinta-feira, 28 de junho de 2018

Rui Moura Baía - Rua de Nossa Senhora do Leite

domingo, 24 de junho de 2018