A casa vento
É ela que canta o vento
Vem em forma de lamento
Voar a solidão
Seu movimento
Traz à Terra um alento
De que o mundo está sedento
O sopro do coração
Pelas arestas
Canta por todas as frestas
E nas folhas das florestas
Que buscam a luz solar
Vive escondida
É princesa prometida
Mas por carma está contida
No destino precioso de cantar
Canta nas velas
Nas marés das caravelas
E nos recados daquelas
Que esperam p'ra lá do mar
É prisioneira
De cantar a noite inteira
E de acender a fogueira
Que aquece a noite ao luar
E assim cantando
A mulher vento vai dando
Um sentido claro e brando
A sua vida entregar
E se eu disser
Que ousaria escolher
O vento desta mulher
Que nasceu para cantar
E se eu disser
Que ousaria escolher
O vento desta mulher
Que nasceu para cantar
Carminho
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