Sobram sempre pedaços da memória
quando desembrulho o passado
perdi as pisadas do teu rasto
talvez tivesse posto o pé em falso
agora os caminhos já não são os mesmos
não te digo das pontes nem dos rios
que ambos atravessámos
nem dos abrigos improvisados
tu vinhas e ias sem remorsos
e foi nessa inocência que nos perdemos
um do outro, sem remissão,
falta-nos percorrer outros caminhos
dobrar todas as esquinas
interrogar os desejos de antigas encruzilhadas
para contar o tempo que nos resta
eu sei que ninguém vai entender
quando eu te oferecer uma flor.
Alexandre de Castro
retirado do Alpendre da Lua
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