O homem
uniu senhora com fêmea
e fez a mulher.
A mulher
uniu deus e o diabo
e fez o homem.
O homem e a mulher
uniram-se
e nasceu a humanidade.
Maria José Meireles
quinta-feira, 31 de março de 2011
quarta-feira, 30 de março de 2011
Improviso quase elegíaco...
No índice
de todos os tempos
da música
sobrará ainda a melodia
como quando sorris
nas palavras
e nas palavras
interrompes o inverno
e todas as tempestades
a melodia artesanal
que me trazes
nesse conforto de nuvens
que nem no vento tropeça
nem no silêncio.
Ademar
de todos os tempos
da música
sobrará ainda a melodia
como quando sorris
nas palavras
e nas palavras
interrompes o inverno
e todas as tempestades
a melodia artesanal
que me trazes
nesse conforto de nuvens
que nem no vento tropeça
nem no silêncio.
Ademar
13º andar...
Exausta,
deitou-se no sofá
sem saber
por que ponta pegar na vida.
Pensar sair
pela janela do 13º andar
iluminou-lhe a mente.
Riu de si
e dormiu um bom sono.
Acordou
mais viva do que nunca.
Maria José Meireles
deitou-se no sofá
sem saber
por que ponta pegar na vida.
Pensar sair
pela janela do 13º andar
iluminou-lhe a mente.
Riu de si
e dormiu um bom sono.
Acordou
mais viva do que nunca.
Maria José Meireles
terça-feira, 29 de março de 2011
Improviso para não fugir...
Não vou embora
não saberia sequer de portas ou janelas
para sair de mim
de resto
como sabes
nunca lavo o corpo para os lençóis
entro pela noite dentro
com todos os suores do dia
e ofereço-me inteiro
todas as manhãs
ao teimoso milagre da ressurreição.
Ademar
não saberia sequer de portas ou janelas
para sair de mim
de resto
como sabes
nunca lavo o corpo para os lençóis
entro pela noite dentro
com todos os suores do dia
e ofereço-me inteiro
todas as manhãs
ao teimoso milagre da ressurreição.
Ademar
Improviso entrelinhado...
Nenhum diagnóstico poderia ser tão definitivo
digo
tão demolidor
sim é verdade
sofro de intuições
estou sempre muito além de mim
ou muito aquém
nunca vejo o que os olhos me contam
tenho entrelinhas na alma.
Ademar
digo
tão demolidor
sim é verdade
sofro de intuições
estou sempre muito além de mim
ou muito aquém
nunca vejo o que os olhos me contam
tenho entrelinhas na alma.
Ademar
segunda-feira, 28 de março de 2011
domingo, 27 de março de 2011
Pensamento do dia...
"Somente serei verdadeiramente livre quando o último homem tiver conquistado também a sua liberdade".
Che Gevara
Che Gevara
sexta-feira, 25 de março de 2011
segunda-feira, 21 de março de 2011
Montanha...
Os casos caiam-lhe
nas mãos
como se houvesse
mãos capazes
para todos eles.
Refrescava-se
no regato
e resolvia casos
e mais casos
até que as mãos
lhe ficassem vazias.
Então, recostava-se na montanha,
onde costumava dormir.
Maria José Meireles
nas mãos
como se houvesse
mãos capazes
para todos eles.
Refrescava-se
no regato
e resolvia casos
e mais casos
até que as mãos
lhe ficassem vazias.
Então, recostava-se na montanha,
onde costumava dormir.
Maria José Meireles
domingo, 20 de março de 2011
No fio da saudade…
Intercepto mais uma linha
Transponho mais uma meta
No final,
Estás sempre tu!
Por mais difícil e dolorosa
Que essa realidade se me apresente
É, também ela, o meu íman
Atrai-me, puxa-me e leva-me a desejar outros horizontes,
Outros sonhos
Porque, mais uma vez… outra… e outra…
É o teu semblante, o teu sorriso, a tua força,
Que aparece indubitavelmente
Forte e poderosa conquista
No amanhecer de cada dia,
No crepúsculo de mais uma caminhada!
A vida é dura (aprendi-o cedo)
Mas aprendi também
Que a vida é bela
Verdade incontornável
Aos meus olhos, ao meu coração
E à luz e essência do que sou!!
Por ti,
Brilham estrelas lá no alto
Por ti,
Iluminam o meu caminho e deixam centelhas
Com um único propósito - chegar até mim…
Para que eu possa tocar o céu!
Nessa translúcida, mas teimosa e incessante linha
Repousa a saudade!!
Cristina Martins
Transponho mais uma meta
No final,
Estás sempre tu!
Por mais difícil e dolorosa
Que essa realidade se me apresente
É, também ela, o meu íman
Atrai-me, puxa-me e leva-me a desejar outros horizontes,
Outros sonhos
Porque, mais uma vez… outra… e outra…
É o teu semblante, o teu sorriso, a tua força,
Que aparece indubitavelmente
Forte e poderosa conquista
No amanhecer de cada dia,
No crepúsculo de mais uma caminhada!
A vida é dura (aprendi-o cedo)
Mas aprendi também
Que a vida é bela
Verdade incontornável
Aos meus olhos, ao meu coração
E à luz e essência do que sou!!
Por ti,
Brilham estrelas lá no alto
Por ti,
Iluminam o meu caminho e deixam centelhas
Com um único propósito - chegar até mim…
Para que eu possa tocar o céu!
Nessa translúcida, mas teimosa e incessante linha
Repousa a saudade!!
Cristina Martins
terça-feira, 15 de março de 2011
Quero apenas cinco coisas...
Primeiro é o amor sem fim
A segunda é ver o outono
A terceira é o grave inverno
Em quarto lugar o verão
A quinta coisa são teus olhos
Não quero dormir sem teus olhos.
Não quero ser... sem que me olhes.
Abro mão da primavera para que continues me olhando.
Pablo Neruda
A segunda é ver o outono
A terceira é o grave inverno
Em quarto lugar o verão
A quinta coisa são teus olhos
Não quero dormir sem teus olhos.
Não quero ser... sem que me olhes.
Abro mão da primavera para que continues me olhando.
Pablo Neruda
domingo, 13 de março de 2011
Sorriso...
Para além
das palavras
dos momentos
das ausências
e dos silêncios
a certeza
de me encontrar
em ti.
Maria José Meireles
das palavras
dos momentos
das ausências
e dos silêncios
a certeza
de me encontrar
em ti.
Maria José Meireles
sábado, 12 de março de 2011
Pensamento do dia...
Trabalho à velocidade do meu pensamento, com boa vontade, por mais e melhor Educação.
Maria José Meireles
Não posso adiar o amor para outro século
Não posso adiar o amor para outro século
não posso
ainda que o grito sufoque na garganta
ainda que o ódio estale e crepite e arda
sob montanhas cinzentas
e montanhas cinzentas
Não posso adiar este abraço
que é uma arma de dois gumes
amor e ódio
Não posso adiar
ainda que a noite pese séculos sobre as costas
e a aurora indensa demore
não posso adiar para outro século a minha vida
nem o meu amor
nem o meu grito de libertação
Não posso adiar o coração.
António Ramos Rosa
não posso
ainda que o grito sufoque na garganta
ainda que o ódio estale e crepite e arda
sob montanhas cinzentas
e montanhas cinzentas
Não posso adiar este abraço
que é uma arma de dois gumes
amor e ódio
Não posso adiar
ainda que a noite pese séculos sobre as costas
e a aurora indensa demore
não posso adiar para outro século a minha vida
nem o meu amor
nem o meu grito de libertação
Não posso adiar o coração.
António Ramos Rosa
sexta-feira, 11 de março de 2011
Lágrimas...
Ele escreveu o poema
e ela musicou-lho.
Ao ouvir a canção
ele chorou
ela chorou
eu chorei
e todos os que choraram
perceberam o momento.
Ela não sabia o que dizer
ele disse não ter palavras.
Maria José Meireles
e ela musicou-lho.
Ao ouvir a canção
ele chorou
ela chorou
eu chorei
e todos os que choraram
perceberam o momento.
Ela não sabia o que dizer
ele disse não ter palavras.
Maria José Meireles
Viajar? Para viajar basta existir.
Viajar? Para viajar basta existir. Vou de dia para dia, como de estação para estação, no comboio do meu corpo, ou do meu destino, debruçado sobre as ruas e as praças, sobre os gestos e os rostos, sempre iguais e sempre diferentes, como, afinal, as paisagens são.
Se imagino, vejo. Que mais faço eu se viajo? Só a fraqueza extrema da imaginação justifica que se tenha que deslocar para sentir.
«Qualquer estrada, esta mesma estrada de Entepfuhl, te levará até ao fim do mundo.» Mas o fim do mundo, desde que o mundo se consumou dando-lhe a volta, é o mesmo Entepfuhl de onde se partiu. Na realidade, o fim do mundo, como o princípio, é o nosso conceito do mundo. É em nós que as paisagens têm paisagem. Por isso, se as imagino, as crio; se as crio, são; se são, vejo-as como às outras. Para quê viajar? Em Madrid, em Berlim, na Pérsia, na China, nos Pólos ambos, onde estaria eu senão em mim mesmo, e no tipo e género das minhas sensações?
A vida é o que fazemos dela. As viagens são os viajantes. O que vemos, não é o que vemos, senão o que somos.
Bernardo Soares
Se imagino, vejo. Que mais faço eu se viajo? Só a fraqueza extrema da imaginação justifica que se tenha que deslocar para sentir.
«Qualquer estrada, esta mesma estrada de Entepfuhl, te levará até ao fim do mundo.» Mas o fim do mundo, desde que o mundo se consumou dando-lhe a volta, é o mesmo Entepfuhl de onde se partiu. Na realidade, o fim do mundo, como o princípio, é o nosso conceito do mundo. É em nós que as paisagens têm paisagem. Por isso, se as imagino, as crio; se as crio, são; se são, vejo-as como às outras. Para quê viajar? Em Madrid, em Berlim, na Pérsia, na China, nos Pólos ambos, onde estaria eu senão em mim mesmo, e no tipo e género das minhas sensações?
A vida é o que fazemos dela. As viagens são os viajantes. O que vemos, não é o que vemos, senão o que somos.
Bernardo Soares
quinta-feira, 10 de março de 2011
Pensamento do dia...
Numa exposição de fotografias antigas verifiquei que, de um modo geral, os que vestiam melhor estavam sérios e os que vestiam pior sorriam...
Maria José Meireles
Maria José Meireles
quarta-feira, 9 de março de 2011
A paz vai correndo
A paz vai correndo como um rio
Vai correndo de mão para mão
vai correndo p’ró deserto
libertando o meu irmão.
O amor vai correndo como um rio
Vai correndo de mão para mão
vai correndo p’ró deserto
libertando o meu irmão.
A luz vai correndo como um rio
Vai correndo de mão para mão
vai correndo p’ró deserto
libertando o meu irmão.
(Desconheço o autor)
Vai correndo de mão para mão
vai correndo p’ró deserto
libertando o meu irmão.
O amor vai correndo como um rio
Vai correndo de mão para mão
vai correndo p’ró deserto
libertando o meu irmão.
A luz vai correndo como um rio
Vai correndo de mão para mão
vai correndo p’ró deserto
libertando o meu irmão.
(Desconheço o autor)
Decerto que reconheces quem são as cobras da tua vida!!!....
Era uma vez uma cobra que começou a perseguir um pirilampo.
Ele fugia com medo da feroz predadora, mas a cobra não desistia.
Um dia, já sem forças, o pirilampo parou e disse à cobra:
- Posso fazer três perguntas?
- Podes. Não costumo abrir esse precedente, mas já que te vou comer, podes perguntar.
- Pertenço à tua cadeia alimentar?
- Não.
- Fiz-te alguma coisa?
- Não.
- Então porque é que me queres comer?
- PORQUE NÃO SUPORTO VER-TE BRILHAR!!!
E é assim...
Diariamente, tropeçamos em cobras!
(Desconheço o autor)
Ele fugia com medo da feroz predadora, mas a cobra não desistia.
Um dia, já sem forças, o pirilampo parou e disse à cobra:
- Posso fazer três perguntas?
- Podes. Não costumo abrir esse precedente, mas já que te vou comer, podes perguntar.
- Pertenço à tua cadeia alimentar?
- Não.
- Fiz-te alguma coisa?
- Não.
- Então porque é que me queres comer?
- PORQUE NÃO SUPORTO VER-TE BRILHAR!!!
E é assim...
Diariamente, tropeçamos em cobras!
(Desconheço o autor)
Nova Família Sagrada...
O Pai ressuscitou.
Agora o Pai
e a Mãe
arrumam a Casa
e deitam os Filhos.
Maria José Meireles
Agora o Pai
e a Mãe
arrumam a Casa
e deitam os Filhos.
Maria José Meireles
terça-feira, 8 de março de 2011
UMA PALMADA BEM DADA
É a menina manhosa
que não gosta da rosa,
que não quer a borboleta
porque é amarela e preta,
que não quer maçã nem pêra
porque tem gosto de cera,
que não toma leite
porque lhe parece azeite,
que mingau não toma
porque é mesmo goma,
que não almoça nem janta
porque cansa a garganta,
que tem medo do gato
e também do rato,
e também do cão
e também do ladrão,
que não calça meia
porque dentro tem areia,
que não toma banho frio
porque sente arrepio,
que não quer banho quente
porque calor sente,
que a unha não corta
porque sempre fica torta,
que não escova os dentes
porque ficam dormentes,
que não quer dormir cedo
porque sente imenso medo;
que também tarde não dorme
porque sente um medo enorme,
que não quer festa nem beijo,
nem doce de queijo...
Ó menina levada,
quer uma palmada?
Uma palmada bem dada
para quem não quer nada!
Cecília Meireles
que não gosta da rosa,
que não quer a borboleta
porque é amarela e preta,
que não quer maçã nem pêra
porque tem gosto de cera,
que não toma leite
porque lhe parece azeite,
que mingau não toma
porque é mesmo goma,
que não almoça nem janta
porque cansa a garganta,
que tem medo do gato
e também do rato,
e também do cão
e também do ladrão,
que não calça meia
porque dentro tem areia,
que não toma banho frio
porque sente arrepio,
que não quer banho quente
porque calor sente,
que a unha não corta
porque sempre fica torta,
que não escova os dentes
porque ficam dormentes,
que não quer dormir cedo
porque sente imenso medo;
que também tarde não dorme
porque sente um medo enorme,
que não quer festa nem beijo,
nem doce de queijo...
Ó menina levada,
quer uma palmada?
Uma palmada bem dada
para quem não quer nada!
Cecília Meireles
domingo, 6 de março de 2011
sexta-feira, 4 de março de 2011
quinta-feira, 3 de março de 2011
Nascimento do amor
Ninguém sabe em que
milénio, século, década, ano,
mês, semana, dia, hora, minuto,
segundo, décimo, centésimo, milésimo,
nasceu o amor, mas eu sei.
Foi no coração de uma pessoa,
muito, muito, muito gentil.
Começou por ser uma chama pequeníssima
mas com o passar dos anos a chama pequeníssima
aumentou até que chega o dia em que a chama nos toca,
e aí toda a nossa vida muda para toda a eternidade.
Porque o amor é a coisa mais contagiosa de todo o universo.
Joel Gama
milénio, século, década, ano,
mês, semana, dia, hora, minuto,
segundo, décimo, centésimo, milésimo,
nasceu o amor, mas eu sei.
Foi no coração de uma pessoa,
muito, muito, muito gentil.
Começou por ser uma chama pequeníssima
mas com o passar dos anos a chama pequeníssima
aumentou até que chega o dia em que a chama nos toca,
e aí toda a nossa vida muda para toda a eternidade.
Porque o amor é a coisa mais contagiosa de todo o universo.
Joel Gama
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Joel Gama,
Poema que um Aluno partilhou comigo hoje...
quarta-feira, 2 de março de 2011
Vaso...
Quando eu morrer
esconde-me
como se eu fosse
os cacos de um vaso,
que partiu,
para que ninguém saiba.
Mais tarde
alguém dirá:
Da sua morte nada se sabe
mas pela hora
já deve ter partido.
Maria José Meireles
esconde-me
como se eu fosse
os cacos de um vaso,
que partiu,
para que ninguém saiba.
Mais tarde
alguém dirá:
Da sua morte nada se sabe
mas pela hora
já deve ter partido.
Maria José Meireles
terça-feira, 1 de março de 2011
Em Portugal há um Julgamento Estranho da Modéstia
Acho que em Portugal há um julgamento estranho da modéstia. Batem-se palmas a quem basicamente diz que não é muito bom a fazer o que faz. E quando alguém diz que tem confiança no que faz, utiliza-se uma palavra pejorativa: arrogante. Eu claramente tenho confiança no que faço, e nesse aspecto não sou modesto. Agora, precisamente porque tenho essa confiança não me passa pela cabeça falar mal de alguém. Não por eu ser um coração maravilhoso, mas porque seria perder tempo precioso para aquilo que tenho de fazer.
Gonçalo M. Tavares, in "Entrevista a MilFolhas (Público), em 8 Janeiro 2005"
Gonçalo M. Tavares, in "Entrevista a MilFolhas (Público), em 8 Janeiro 2005"
Pensamento do dia...
Em Portugal, as pessoas são imbecis ou por vocação, ou por coacção, ou por devoção.
Miguel Torga
Miguel Torga
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