terça-feira, 31 de maio de 2011
domingo, 29 de maio de 2011
Nova Infância...
Nem mesmo tu
poderás roubar-me
a vontade de te sonhar
diz-me palavras doces
desenhadas na areia da praia
eu vejo o futuro
passado apenas
na imaginação
regresso a uma infância
que ainda não vivi
e tenho uma vontade intensa
de caminhar descalça
para poder descobrir
a alegria que vem do chão.
Maria José Meireles
poderás roubar-me
a vontade de te sonhar
diz-me palavras doces
desenhadas na areia da praia
eu vejo o futuro
passado apenas
na imaginação
regresso a uma infância
que ainda não vivi
e tenho uma vontade intensa
de caminhar descalça
para poder descobrir
a alegria que vem do chão.
Maria José Meireles
Dissertação sobre as palavras esquecidas…
sábado, 28 de maio de 2011
Ressaca...
Esfregou as mãos
na cabeça
para aliviar a dor
da alma
escolheu aliviar as do corpo
com mais uma dose de droga
escolheu matar-se na cadeia
escolheu atirar-se da ponte
dei-lhe dois beijos
e fomos
cada qual
à sua vida.
Maria José Meireles
na cabeça
para aliviar a dor
da alma
escolheu aliviar as do corpo
com mais uma dose de droga
escolheu matar-se na cadeia
escolheu atirar-se da ponte
dei-lhe dois beijos
e fomos
cada qual
à sua vida.
Maria José Meireles
terça-feira, 24 de maio de 2011
É...
Nem médico
nem bruxa
nem padre
valeu o instinto
de sobrevivência
para perceber
que viver é lindo
e é bom.
Maria José Meireles
nem bruxa
nem padre
valeu o instinto
de sobrevivência
para perceber
que viver é lindo
e é bom.
Maria José Meireles
segunda-feira, 23 de maio de 2011
sábado, 21 de maio de 2011
Sétima Legião / Noutro Lugar
D´outra vez, noutro lugar
ninguém espera junto ao cais
sem razão, barcos que não voltam mais
os dias vão sem te levar...
E tenho tanto a contar
hey, tens tanto para ver
Tens ainda de aprender
os nomes que te vou dar
Oh noutro lugar
para todo o sempre
Oh há uma canção
que faz partir
Oh noutro lugar
para sempre, sempre
Oh, há uma canção
que está por descobrir
Vem...
D´outra vez noutro lugar
os anos passam sem pesar
sem razão, vão em busca da canção
que ficámos de cantar...
E tenho tanto por contar
hey, tens tanto para ver
Tens ainda de aprender
os nomes que dei ao mar
Oh noutro lugar
Improviso para piano e arco excêntrico...
Eis-te suspensa das teclas
de uma loucura quase normal
nenhuma partitura tem tantas garras
como a tua obsessão pelo arco-íris
não há esperança que sirva de almofada
à fragmentação
milagre é que ainda consigas
caminhar sobre os pés
sem tropeçares nos passos
ele há tanta gente entrincheirada
na memória do que serás
um poema ainda perfeito
um gelado de fogo
uma luz esculpida no silêncio
um mapa de camélias doces
e cruas
no lugar das mãos.
Ademar
de uma loucura quase normal
nenhuma partitura tem tantas garras
como a tua obsessão pelo arco-íris
não há esperança que sirva de almofada
à fragmentação
milagre é que ainda consigas
caminhar sobre os pés
sem tropeçares nos passos
ele há tanta gente entrincheirada
na memória do que serás
um poema ainda perfeito
um gelado de fogo
uma luz esculpida no silêncio
um mapa de camélias doces
e cruas
no lugar das mãos.
Ademar
Pensamento do dia...
Todos os dias realizo o milagre de não me atirar de uma ponte. Um dia destes ainda sou beatificada.
Maria José Meireles
Maria José Meireles
Pensamento do dia...
Quem anda duzentas jardas sem vontade anda seguindo o próprio funeral, vestindo a própria mortalha...
Walt Whitman
Walt Whitman
sexta-feira, 20 de maio de 2011
terça-feira, 17 de maio de 2011
O corvo e a raposa - La Fontaine
É fama que estava o corvo
Sobre uma árvore pousado
E que no sôfrego bico
Tinha um queijo atravessado.
Pelo faro, àquele sítio
Veio a raposa matreira,
A qual, pouco mais ou menos,
Lhe falou desta maneira:
"Bons dias, meu lindo corvo,
És glória desta espessura;
És outra fénix, se acaso
Tens a voz como a figura."
A tais palavras, o corvo,
Com louca, estranha afouteza,
Por mostrar que é bom solista
Abre o bico e solta a presa.
Lança-lhe a mestra o gadanho
E diz: "- Meu amigo, aprende
Como vive o lisonjeiro
À custa de quem o atende."
"Esta lição vale um queijo;
Tem destas para teu uso."
Rosna então consigo o corvo
Envergonhado e confuso;
"- Velhaca, deixou-me em branco;
Fui tolo em fiar-me dela;
Mas este logro me livra
De cair noutra esparrela."
Bocage
Sobre uma árvore pousado
E que no sôfrego bico
Tinha um queijo atravessado.
Pelo faro, àquele sítio
Veio a raposa matreira,
A qual, pouco mais ou menos,
Lhe falou desta maneira:
"Bons dias, meu lindo corvo,
És glória desta espessura;
És outra fénix, se acaso
Tens a voz como a figura."
A tais palavras, o corvo,
Com louca, estranha afouteza,
Por mostrar que é bom solista
Abre o bico e solta a presa.
Lança-lhe a mestra o gadanho
E diz: "- Meu amigo, aprende
Como vive o lisonjeiro
À custa de quem o atende."
"Esta lição vale um queijo;
Tem destas para teu uso."
Rosna então consigo o corvo
Envergonhado e confuso;
"- Velhaca, deixou-me em branco;
Fui tolo em fiar-me dela;
Mas este logro me livra
De cair noutra esparrela."
Bocage
segunda-feira, 16 de maio de 2011
domingo, 15 de maio de 2011
Eu vi em vossos olhos novo lume,
qu’apartando dos meus a névoa escura,
viram outra escondida fermosura,
fora da sorte, e do geral costume.
Em vão seu arco Amor armar presume,
que esse alto esprito, essa constância dura,
a outro mais alto Amor guarda a fé pura,
em mais divino fogo se consume.
Nesta desconfiança inda s’acende
em mim um vão desejo de aprazer-vos,
e pera isso só busco ingenho, e arte.
Senhora, que al fará quem chega a ver-vos,
(já que o desejo a mais se não estende)
que dar-vos de su’alma toda parte?
António Ferreira
qu’apartando dos meus a névoa escura,
viram outra escondida fermosura,
fora da sorte, e do geral costume.
Em vão seu arco Amor armar presume,
que esse alto esprito, essa constância dura,
a outro mais alto Amor guarda a fé pura,
em mais divino fogo se consume.
Nesta desconfiança inda s’acende
em mim um vão desejo de aprazer-vos,
e pera isso só busco ingenho, e arte.
Senhora, que al fará quem chega a ver-vos,
(já que o desejo a mais se não estende)
que dar-vos de su’alma toda parte?
António Ferreira
sábado, 14 de maio de 2011
quarta-feira, 11 de maio de 2011
terça-feira, 10 de maio de 2011
segunda-feira, 9 de maio de 2011
domingo, 8 de maio de 2011
sábado, 7 de maio de 2011
sexta-feira, 6 de maio de 2011
Pensamento do dia...
Não temos de correr atrás de oportunidades, elas encontram-nos onde quer que estejamos.
Maria José Meireles
terça-feira, 3 de maio de 2011
FATAL
Os moços tão bonitos me doem,
impertinentes como limões novos.
Eu pareço uma atriz em decadência,
mas, como sei disso, o que sou
é uma mulher com um radar poderoso.
Por isso, quando eles não me vêem
como se dissessem: acomoda-te no teu galho,
eu penso: bonitos como potros. Não me servem.
Vou esperar que ganhem indecisão. E espero.
Quando cuidam que não,
estão todos no meu bolso.
Adélia Prado
impertinentes como limões novos.
Eu pareço uma atriz em decadência,
mas, como sei disso, o que sou
é uma mulher com um radar poderoso.
Por isso, quando eles não me vêem
como se dissessem: acomoda-te no teu galho,
eu penso: bonitos como potros. Não me servem.
Vou esperar que ganhem indecisão. E espero.
Quando cuidam que não,
estão todos no meu bolso.
Adélia Prado
A Mãe
Mãe, foste sempre o aconchego da minha vida:
Concebeste-me no teu regaço com todo o amor,
Fortaleceste a minha vida, acarinhaste o meu ser!
Nunca pensaste em destruir-me dentro do teu ventre,
Geraste-me com ternura, pensando no querido filho!
Mãe, a tua mão materna foi sempre o meu amparo:
Guiaste-me na vida, acompanhaste-me, viveste para mim!
A tua vida era eu, continuaste comigo entranhado no teu ser,
Deste-me o alimento físico e espiritual,
Quiseste, a todo o momento, o melhor para o meu viver!
Mãe, a tua vida tem sido de alegrias e de sofrimentos:
O teu coração rejubila com os meus sucessos, com a minha felicidade;
Tranquiliza-se com o meu caminho de paz e de ventura!
O teu coração dilacera-se com os meus infortúnios e minhas adversidades;
Revela-se no teu olhar angustiado, nas tuas lágrimas escondidas …!
Mãe, conserva-me no teu doce coração:
Sem o teu doce amparo, nada serei!
Quero que sejas sempre a bússola do meu peregrinar!
Guia-me sempre com os teus amáveis conselhos,
Pacifica, com as tuas palavras meigas, o nosso lar!
Mãe, neste teu dia, quero dizer que te amo,
Que me acompanhas no meu viver!
Que nunca te abandonarei!
Na tua enfermidade, conta comigo!
Mãe, se já partiste para junto do Pai,
Continua a guiar os teus rebentos!
Pede a Deus que trilhem sempre os teus ensinamentos,
Pisando o caminho que tu abriste nesta tua vida terrena!
Obrigado, mãe, por todo o teu carinho!
Obrigado, mãe, pela vida que me deste!
Obrigado, mãe, pelos teus enraizados valores!
Obrigado, mãe, pela tua nobre pedagogia!
Obrigado, mãe, pelo lar que ajudaste a construir!
Obrigado, muito obrigado, minha querida mãe!
Salvador de Sousa
Concebeste-me no teu regaço com todo o amor,
Fortaleceste a minha vida, acarinhaste o meu ser!
Nunca pensaste em destruir-me dentro do teu ventre,
Geraste-me com ternura, pensando no querido filho!
Mãe, a tua mão materna foi sempre o meu amparo:
Guiaste-me na vida, acompanhaste-me, viveste para mim!
A tua vida era eu, continuaste comigo entranhado no teu ser,
Deste-me o alimento físico e espiritual,
Quiseste, a todo o momento, o melhor para o meu viver!
Mãe, a tua vida tem sido de alegrias e de sofrimentos:
O teu coração rejubila com os meus sucessos, com a minha felicidade;
Tranquiliza-se com o meu caminho de paz e de ventura!
O teu coração dilacera-se com os meus infortúnios e minhas adversidades;
Revela-se no teu olhar angustiado, nas tuas lágrimas escondidas …!
Mãe, conserva-me no teu doce coração:
Sem o teu doce amparo, nada serei!
Quero que sejas sempre a bússola do meu peregrinar!
Guia-me sempre com os teus amáveis conselhos,
Pacifica, com as tuas palavras meigas, o nosso lar!
Mãe, neste teu dia, quero dizer que te amo,
Que me acompanhas no meu viver!
Que nunca te abandonarei!
Na tua enfermidade, conta comigo!
Mãe, se já partiste para junto do Pai,
Continua a guiar os teus rebentos!
Pede a Deus que trilhem sempre os teus ensinamentos,
Pisando o caminho que tu abriste nesta tua vida terrena!
Obrigado, mãe, por todo o teu carinho!
Obrigado, mãe, pela vida que me deste!
Obrigado, mãe, pelos teus enraizados valores!
Obrigado, mãe, pela tua nobre pedagogia!
Obrigado, mãe, pelo lar que ajudaste a construir!
Obrigado, muito obrigado, minha querida mãe!
Salvador de Sousa
domingo, 1 de maio de 2011
Improviso pessoano...
Hoje abriste finalmente o baú
e estendeste sobre a cama
todos os ventos
não há memória de uma viagem assim
tão íntima
e tão lenta
esse corpo já não tem a inocência nem o pudor
dos berços originais
mas ainda treme
na vibração das cordas intocadas
na impaciência dos dedos acariciantes
que dominam a sofreguidão do tempo
que envelhece enquanto renasces
regresso ao álbum da infância
e pergunto se já lá estiveste.
Ademar
e estendeste sobre a cama
todos os ventos
não há memória de uma viagem assim
tão íntima
e tão lenta
esse corpo já não tem a inocência nem o pudor
dos berços originais
mas ainda treme
na vibração das cordas intocadas
na impaciência dos dedos acariciantes
que dominam a sofreguidão do tempo
que envelhece enquanto renasces
regresso ao álbum da infância
e pergunto se já lá estiveste.
Ademar
Berços...
Nascer do ventre da mãe
esse lugar
onde exactamente nunca seremos.
De dentro de nós
seria talvez mais certo
se a vida não fosse o medo
de morrer na semente
antes de todas as primaveras.
Quem me ensinasse a coragem
da luz.
Maria José Meireles
esse lugar
onde exactamente nunca seremos.
De dentro de nós
seria talvez mais certo
se a vida não fosse o medo
de morrer na semente
antes de todas as primaveras.
Quem me ensinasse a coragem
da luz.
Maria José Meireles
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