Lá vai a Nau Mentireta
Que tem muito que contar,
Já passa mais de ano e dia
Que anda nas ondas do mar.
(...)
Junto da costa africana
O Gigante Adamastor,
Como estava constipado,
Pediu-lhe um cobertor.
(...)
Partiram para a Guerra Santa,
Só viram a guerra errada,
Em nenhuma havia santos,
E todas tinham pancada.
(...)
Quando apertava o calor
Foram à Índia distante.
Para fazer de chuveiro
Compraram um elefante.
(...)
Descobriram no Brasil
O Carnaval e o samba.
De tanto que lá dançaram
Ficaram de perna bamba.
(...)
Já vêem terras de Espanha,
Areias de Portugal,
Três burros tocando flauta
Debaixo dum laranjal.
Luísa Ducla Soares
(1992). A Nau Mentireta. Porto: Civilização
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