Hoje acordei cedo
espero ter um bom dia
mas o desejo principal
foi para a poetisa Maria.
Joaquim Albuquerque
sábado, 31 de março de 2012
sexta-feira, 30 de março de 2012
Palavras...
Era a mesma palavra
vestida com o sentido oposto
assim como a vida
(ao contrário das pessoas)
as palavras
valem pelo sentido que vestem
e nuas não valem nada.
Maria José Meireles
vestida com o sentido oposto
assim como a vida
(ao contrário das pessoas)
as palavras
valem pelo sentido que vestem
e nuas não valem nada.
Maria José Meireles
quinta-feira, 29 de março de 2012
quarta-feira, 28 de março de 2012
Fazer opção...
Resta render-se
e escolher
será amante
ou amigo
sem culpa
nem compromisso.
Maria José Meireles
e escolher
será amante
ou amigo
sem culpa
nem compromisso.
Maria José Meireles
domingo, 25 de março de 2012
sexta-feira, 23 de março de 2012
Do rosto...
Disse:
tenho saudades
da tua voz doce
dos teus olhos meigos
da tua boca linda
e daquelas covinhas que fazes
quando a vida te sorri.
Maria José Meireles
tenho saudades
da tua voz doce
dos teus olhos meigos
da tua boca linda
e daquelas covinhas que fazes
quando a vida te sorri.
Maria José Meireles
quinta-feira, 22 de março de 2012
A Minha Solidão
A minha solidão
não é uma invenção
para enfeitar noites estreladas...
...Mas este querer arrancar a própria sombra do chão
e ir com ela pelas ruas de mãos dadas.
...Mas este sufocar entre coisas mortas
e pedras de frio
onde nem sequer há portas
para o Calafrio.
...Mas este rir-me de repente
no poço das noites amarelas...
- única chama consciente
com boca nas estrelas.
...Mas este eterno Só-Um
(mesmo quando me queima a pele o teu suor)
- sem carne em comum
com o mundo em redor.
...Mas este haver entre mim e a vida
sempre uma sombra que me impede
de gozar na boca ressequida
o sabor da própria sede.
...Mas este sonho indeciso
de querer salvar o mundo
- e descobrir afinal que não piso
o mesmo chão do pobre e do vagabundo.
...Mas este saber que tudo me repele
no vento vestido de areia...
E até, quando a toco, a própria pele
me parece alheia.
Não. A minha solidão
não é uma invenção
para enfeitar o céu estrelado...
...mas este deitar-me de súbito a chorar no chão
e agarrar a terra para sentir um Corpo Vivo a meu lado.
José Gomes Ferreira
não é uma invenção
para enfeitar noites estreladas...
...Mas este querer arrancar a própria sombra do chão
e ir com ela pelas ruas de mãos dadas.
...Mas este sufocar entre coisas mortas
e pedras de frio
onde nem sequer há portas
para o Calafrio.
...Mas este rir-me de repente
no poço das noites amarelas...
- única chama consciente
com boca nas estrelas.
...Mas este eterno Só-Um
(mesmo quando me queima a pele o teu suor)
- sem carne em comum
com o mundo em redor.
...Mas este haver entre mim e a vida
sempre uma sombra que me impede
de gozar na boca ressequida
o sabor da própria sede.
...Mas este sonho indeciso
de querer salvar o mundo
- e descobrir afinal que não piso
o mesmo chão do pobre e do vagabundo.
...Mas este saber que tudo me repele
no vento vestido de areia...
E até, quando a toco, a própria pele
me parece alheia.
Não. A minha solidão
não é uma invenção
para enfeitar o céu estrelado...
...mas este deitar-me de súbito a chorar no chão
e agarrar a terra para sentir um Corpo Vivo a meu lado.
José Gomes Ferreira
quarta-feira, 21 de março de 2012
terça-feira, 20 de março de 2012
lição
Aluna das horas e dos dias
Frequento as estrelas na sala da noite
Os mendigos são meus professores do amor
Disfarçados na rua, de mim, de ti, de toda a gente.
Quem me explique ou diga que ando enganada
Não sabe a cor da tinta da natureza humana.
maria azenha
Frequento as estrelas na sala da noite
Os mendigos são meus professores do amor
Disfarçados na rua, de mim, de ti, de toda a gente.
Quem me explique ou diga que ando enganada
Não sabe a cor da tinta da natureza humana.
maria azenha
segunda-feira, 19 de março de 2012
O pai
Pai, és um encanto, és a flor do meu jardim!
És a brisa suave do meu viver.
És a fonte de água pura que me sacia e irriga a minha alma.
És o Sol que me aquece e fortalece o meu caminho.
És o meu guia, és o meu amparo, és a razão do meu ser!
Pai, sou todo teu, conta sempre comigo!
Recordo todo o teu carinho, a tua proteção, os teus ensinamentos.
Recordo todas as tuas palavras, todos os teus gestos, os teus sorrisos.
Recordo as tuas mãos carinhosas que me conduziram pelos verdadeiros caminhos.
Recordo os teus passos apressados, as tuas preocupações para com o teu lar.
Recordo os teus sorrisos, o enorme regozijo quando me vias feliz.
Recordo o teu sofrimento, as tuas amarguras e as tuas lágrimas nos momentos desafortunados da vida.
Recordo os teus ensinamentos, o teu exemplo, a tua entrega, a tua luta para o meu sustento.
Recordo o teu silêncio, o teu olhar com que me comunicavas.
Recordo, meu pai, todo o teu esforço e toda a tua entrega para comigo.
Obrigado, meu querido pai, por tudo aquilo que sou.
Quero ser grato para contigo e nunca te vou esquecer.
Quero ser agora o teu amparo, a tua companhia.
Quero que sintas que sou teu amigo, um filho que te quer ver feliz.
Quero que saibas que podes sempre contar comigo e que tudo farei para te confortar.
Pai, se já partiste, lembra-te do lar que formaste, dos teus familiares, dos teus amigos.
Intercede, junto do Pai Celestial, por todos nós e por todos aqueles que se desviaram dos teus ensinamentos e dos teus bons conselhos.
Pai, obrigado.
*Por Salvador de Sousa
*Ex- Professor da Escola Básica Monsenhor Elísio de Araújo – Vila Verde
És a brisa suave do meu viver.
És a fonte de água pura que me sacia e irriga a minha alma.
És o Sol que me aquece e fortalece o meu caminho.
És o meu guia, és o meu amparo, és a razão do meu ser!
Pai, sou todo teu, conta sempre comigo!
Recordo todo o teu carinho, a tua proteção, os teus ensinamentos.
Recordo todas as tuas palavras, todos os teus gestos, os teus sorrisos.
Recordo as tuas mãos carinhosas que me conduziram pelos verdadeiros caminhos.
Recordo os teus passos apressados, as tuas preocupações para com o teu lar.
Recordo os teus sorrisos, o enorme regozijo quando me vias feliz.
Recordo o teu sofrimento, as tuas amarguras e as tuas lágrimas nos momentos desafortunados da vida.
Recordo os teus ensinamentos, o teu exemplo, a tua entrega, a tua luta para o meu sustento.
Recordo o teu silêncio, o teu olhar com que me comunicavas.
Recordo, meu pai, todo o teu esforço e toda a tua entrega para comigo.
Obrigado, meu querido pai, por tudo aquilo que sou.
Quero ser grato para contigo e nunca te vou esquecer.
Quero ser agora o teu amparo, a tua companhia.
Quero que sintas que sou teu amigo, um filho que te quer ver feliz.
Quero que saibas que podes sempre contar comigo e que tudo farei para te confortar.
Pai, se já partiste, lembra-te do lar que formaste, dos teus familiares, dos teus amigos.
Intercede, junto do Pai Celestial, por todos nós e por todos aqueles que se desviaram dos teus ensinamentos e dos teus bons conselhos.
Pai, obrigado.
*Por Salvador de Sousa
*Ex- Professor da Escola Básica Monsenhor Elísio de Araújo – Vila Verde
domingo, 18 de março de 2012
Piegas...
Fez escala
na minha mesa
apenas por acaso
encontrou sabores da infância
e até se sentiu piegas
mas de modo nenhum lamentou.
Maria José Meireles
na minha mesa
apenas por acaso
encontrou sabores da infância
e até se sentiu piegas
mas de modo nenhum lamentou.
Maria José Meireles
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver,
apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítimas dos problemas
e se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar
um oásis no recôndito da sua alma.
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um não.
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo…
apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítimas dos problemas
e se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar
um oásis no recôndito da sua alma.
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um não.
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo…
DEDICATÓRIA
Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes!
E eu acreditava.
Acreditava,
porque ao teu lado
todas as coisas eram possíveis.
Mas isso era no tempo dos segredos.
Era no tempo em que o teu corpo era um aquário.
Era no tempo em que os meus olhos
eram os tais peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco, mas é verdade:
uns olhos como todos os outros.
Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor...,
já não se passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza
de que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.
Não temos já nada para dar.
Dentro de ti
não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.
Adeus
Eugénio de Andrade
E eu acreditava.
Acreditava,
porque ao teu lado
todas as coisas eram possíveis.
Mas isso era no tempo dos segredos.
Era no tempo em que o teu corpo era um aquário.
Era no tempo em que os meus olhos
eram os tais peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco, mas é verdade:
uns olhos como todos os outros.
Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor...,
já não se passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza
de que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.
Não temos já nada para dar.
Dentro de ti
não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.
Adeus
Eugénio de Andrade
O SORRISO
Creio que foi o sorriso,
o sorriso foi quem abriu a porta.
Era um sorriso com muita luz
lá dentro, apetecia
entrar nele, tirar a roupa, ficar
nu dentro daquele sorriso.
Correr, navegar, morrer
naquele sorriso.
Eugénio de Andrade
o sorriso foi quem abriu a porta.
Era um sorriso com muita luz
lá dentro, apetecia
entrar nele, tirar a roupa, ficar
nu dentro daquele sorriso.
Correr, navegar, morrer
naquele sorriso.
Eugénio de Andrade
Poema para Maria José Meireles
Poderei estar enganado...
Mas penso que hoje fará anos.
Se é verdade é com agrado
Que muito a felicitamos.
Na sua escada da vida
Subiu mais um degrauzinho!
Nesta data que lhe é querida,
D'aniversário e carinho.
Parabéns cara Misé!
Goze bem este seu dia
Com boa saúde e fé
Na paz/amor/alegria.
Claro! Pode publicar!
Neste dia que é tão lindo,
Com um gosto a acrescentar,
Fazer anos ao domingo.
Carmindo Ramos
(Braga, 18 de Março de 2012)
Mas penso que hoje fará anos.
Se é verdade é com agrado
Que muito a felicitamos.
Na sua escada da vida
Subiu mais um degrauzinho!
Nesta data que lhe é querida,
D'aniversário e carinho.
Parabéns cara Misé!
Goze bem este seu dia
Com boa saúde e fé
Na paz/amor/alegria.
Claro! Pode publicar!
Neste dia que é tão lindo,
Com um gosto a acrescentar,
Fazer anos ao domingo.
Carmindo Ramos
(Braga, 18 de Março de 2012)
sábado, 17 de março de 2012
Anáforas
"E negro, negro como a noite morta,
E negro, negro como negro dia,
Senti-me triste como a noite morta
Porém, de manso, abriu-se aquela porta...
E o Sol entrou!
E para mais, chovia..." - Pedro Homem de Melo
"É brando o dia, brando o vento.
É brando o Sol e brando o céu.
Assim fosse meu pensamento!
Assim fosse eu, assim fosse eu!" - Fernando Pessoa
"Tinha um berço pequenino
E uma criada velha com o seu terço...
Cresci de mais, como o destino!
Cresci de mais para o meu berço." - José Régio
E negro, negro como negro dia,
Senti-me triste como a noite morta
Porém, de manso, abriu-se aquela porta...
E o Sol entrou!
E para mais, chovia..." - Pedro Homem de Melo
"É brando o dia, brando o vento.
É brando o Sol e brando o céu.
Assim fosse meu pensamento!
Assim fosse eu, assim fosse eu!" - Fernando Pessoa
"Tinha um berço pequenino
E uma criada velha com o seu terço...
Cresci de mais, como o destino!
Cresci de mais para o meu berço." - José Régio
sexta-feira, 16 de março de 2012
Formas Livres
No teu castelo
Todo altaneiro
Serei herói?
Serei primeiro?
Os teus portões
Já arrombei
Teus altos muros
Já avancei
Em alcançando
Praça Central
Tenho controlo
Quase total
Mas tua forma
De impor a Lei
Alguém contorna?
Eu cá não sei...
Ricardo Reis
Todo altaneiro
Serei herói?
Serei primeiro?
Os teus portões
Já arrombei
Teus altos muros
Já avancei
Em alcançando
Praça Central
Tenho controlo
Quase total
Mas tua forma
De impor a Lei
Alguém contorna?
Eu cá não sei...
Ricardo Reis
Pensamento do dia...
O mundo está tão dominado pela estupidez que as pessoas mais inteligentes até se acanham.
Maria José Meireles
quinta-feira, 15 de março de 2012
Se um Dia a Juventude Voltasse
se um dia a juventude voltasse
na pele das serpentes atravessaria toda a memória
com a língua em teus cabelos dormiria no sossego
da noite transformada em pássaro de lume cortante
como a navalha de vidro que nos sinaliza a vida
sulcaria com as unhas o medo de te perder... eu
veleiro sem madrugadas nem promessas nem riqueza
apenas um vazio sem dimensão nas algibeiras
porque só aquele que nada possui e tudo partilhou
pode devassar a noite doutros corpos inocentes
sem se ferir no esplendor breve do amor
depois... mudaria de nome de casa de cidade de rio
de noite visitaria amigos que pouco dormem e têm gatos
mas aconteça o que tem de acontecer
não estou triste não tenho projectos nem ambições
guardo a fera que segrega a insónia e solta os ventos
espalho a saliva das visões pela demorada noite
onde deambula a melancolia lunar do corpo
mas se a juventude viesse novamente do fundo de mim
com suas raízes de escamas em forma de coração
e me chegasse à boca a sombra do rosto esquecido
pegaria sem hesitações no leme do frágil barco... eu
humilde e cansado piloto
que só de te sonhar me morro de aflição
Al Berto, in 'Rumor dos Fogos'
na pele das serpentes atravessaria toda a memória
com a língua em teus cabelos dormiria no sossego
da noite transformada em pássaro de lume cortante
como a navalha de vidro que nos sinaliza a vida
sulcaria com as unhas o medo de te perder... eu
veleiro sem madrugadas nem promessas nem riqueza
apenas um vazio sem dimensão nas algibeiras
porque só aquele que nada possui e tudo partilhou
pode devassar a noite doutros corpos inocentes
sem se ferir no esplendor breve do amor
depois... mudaria de nome de casa de cidade de rio
de noite visitaria amigos que pouco dormem e têm gatos
mas aconteça o que tem de acontecer
não estou triste não tenho projectos nem ambições
guardo a fera que segrega a insónia e solta os ventos
espalho a saliva das visões pela demorada noite
onde deambula a melancolia lunar do corpo
mas se a juventude viesse novamente do fundo de mim
com suas raízes de escamas em forma de coração
e me chegasse à boca a sombra do rosto esquecido
pegaria sem hesitações no leme do frágil barco... eu
humilde e cansado piloto
que só de te sonhar me morro de aflição
Al Berto, in 'Rumor dos Fogos'
quarta-feira, 14 de março de 2012
segunda-feira, 12 de março de 2012
domingo, 11 de março de 2012
Menina sorriso...
sexta-feira, 9 de março de 2012
quarta-feira, 7 de março de 2012
Mal nos conhecemos
Inauguramos a palavra amigo!
Amigo é um sorriso
De boca em boca,
Um olhar bem limpo
Uma casa, mesmo modesta, que se oferece.
Um coração pronto a pulsar
Na nossa mão!
Amigo (recordam-se, vocês aí,
Escrupulosos detritos?)
Amigo é o contrário de inimigo!
Amigo é o erro corrigido,
Não o erro perseguido, explorado.
É a verdade partilhada, praticada.
Amigo é a solidão derrotada!
Amigo é uma grande tarefa,
Um trabalho sem fim,
Um espaço útil, um tempo fértil,
Amigo vai ser, é já uma grande festa!
Alexandre O'Neill
Inauguramos a palavra amigo!
Amigo é um sorriso
De boca em boca,
Um olhar bem limpo
Uma casa, mesmo modesta, que se oferece.
Um coração pronto a pulsar
Na nossa mão!
Amigo (recordam-se, vocês aí,
Escrupulosos detritos?)
Amigo é o contrário de inimigo!
Amigo é o erro corrigido,
Não o erro perseguido, explorado.
É a verdade partilhada, praticada.
Amigo é a solidão derrotada!
Amigo é uma grande tarefa,
Um trabalho sem fim,
Um espaço útil, um tempo fértil,
Amigo vai ser, é já uma grande festa!
Alexandre O'Neill
Perdão...
Quando me pediste
perdão
estimei o prejuízo
mas a ambição
não tem limite
e perguntei então
pelo meu lucro.
Maria José Meireles
perdão
estimei o prejuízo
mas a ambição
não tem limite
e perguntei então
pelo meu lucro.
Maria José Meireles
terça-feira, 6 de março de 2012
Dúvida...
Quando ela
lhe leu o pensamento
ele duvidou
se seria previsível
ou perspicaz.
Maria José Meireles
lhe leu o pensamento
ele duvidou
se seria previsível
ou perspicaz.
Maria José Meireles
domingo, 4 de março de 2012
sábado, 3 de março de 2012
A vítima...
Cinco tiros
foi desperdício
quando um só
era o bastante
e se tivesses coragem
de o dar em ti próprio
não havia necessidade
de deixares um condenado
nas mãos da justiça
quantas pessoas compraste?
quantas vezes te vendeste?
uma vida a fazer vítimas
(lembras-te do Tiago?
eu não consigo esquecer)
uma vida a fazeres-te de vítima
e como vítima morreste
quiseste comprar amor
(no teu mercado negro)
mas o amor não tem mercado
e negra foi apenas a tua morte.
Maria José Meireles
foi desperdício
quando um só
era o bastante
e se tivesses coragem
de o dar em ti próprio
não havia necessidade
de deixares um condenado
nas mãos da justiça
quantas pessoas compraste?
quantas vezes te vendeste?
uma vida a fazer vítimas
(lembras-te do Tiago?
eu não consigo esquecer)
uma vida a fazeres-te de vítima
e como vítima morreste
quiseste comprar amor
(no teu mercado negro)
mas o amor não tem mercado
e negra foi apenas a tua morte.
Maria José Meireles
sexta-feira, 2 de março de 2012
O Poema Original
Original é o poeta
que se origina a si mesmo
que numa sílaba é seta
noutra pasmo ou cataclismo
o que se atira ao poema
como se fosse ao abismo
e faz um filho às palavras
na cama do romantismo.
Original é o poeta
capaz de escrever em sismo.
Original é o poeta
de origem clara e comum
que sendo de toda a parte
não é de lugar algum.
O que gera a própria arte
na força de ser só um
por todos a quem a sorte
faz devorar em jejum.
Original é o poeta
que de todos for só um.
Original é o poeta
expulso do paraíso
por saber compreender
o que é o choro e o riso;
aquele que desce à rua
bebe copos quebra nozes
e ferra em quem tem juízo
versos brancos e ferozes.
Original é o poeta
que é gato de sete vozes.
Original é o poeta
que chega ao despudor
de escrever todos os dias
como se fizesse amor.
Esse que despe a poesia
como se fosse mulher
e nela emprenha a alegria
de ser um homem qualquer.
Ary dos Santos, in 'Resumo'
que se origina a si mesmo
que numa sílaba é seta
noutra pasmo ou cataclismo
o que se atira ao poema
como se fosse ao abismo
e faz um filho às palavras
na cama do romantismo.
Original é o poeta
capaz de escrever em sismo.
Original é o poeta
de origem clara e comum
que sendo de toda a parte
não é de lugar algum.
O que gera a própria arte
na força de ser só um
por todos a quem a sorte
faz devorar em jejum.
Original é o poeta
que de todos for só um.
Original é o poeta
expulso do paraíso
por saber compreender
o que é o choro e o riso;
aquele que desce à rua
bebe copos quebra nozes
e ferra em quem tem juízo
versos brancos e ferozes.
Original é o poeta
que é gato de sete vozes.
Original é o poeta
que chega ao despudor
de escrever todos os dias
como se fizesse amor.
Esse que despe a poesia
como se fosse mulher
e nela emprenha a alegria
de ser um homem qualquer.
Ary dos Santos, in 'Resumo'
quinta-feira, 1 de março de 2012
Verdugo
Sucumbe duma vez ou põe-te a milhas
E duma vez por todas faz opção
Ou bem que nos lençóis me enrodilhas
Ou bem que duma vez me dizes não
Viver assim refém é um castigo
Ter que adivinhar-te a atitude
E ir sobrevivendo a aperitivo
Que uma promessa de presigo ilude
Melhores homens do que eu já sucumbiram
Tanto aos teus encantos como à nega
E em férrea depressão se afligiram
Pretendo resgatar-me do teu jugo
Ser eu a dominar-te e pôr-te cega
Ser de vontade tua o verdugo
Ricardo Reis
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