sexta-feira, 22 de junho de 2018

chega-me ao ouvido um lamento comedido
uma doce canção de embalar perdida nos tempos idos
que hoje ninguém sabe cantar
[se é uma canção de embalar não poderá ser um lamento]
se nestas terras é o verão que chega, noutras é o inverno que começa
e a voz doce e trémula vai percorrendo o espaço
ouço-a, ora claramente ora imperceptível
[se não está ninguém contigo, nada podes ouvir]

a chuva parou, não tenho fome, nem sede sei ter
os primeiros raios de sol rasgam as nuvens pesadas
não quero ouvir os que de mim se acercam, apenas aquela canção de embalar

LauraAlberto

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