Ando numa rua.
Há um grande buraco no passeio.
Caio no buraco.
Sinto-me perdido…
Impotente.
A culpa não é minha.
Uma eternidade até que consiga sair do buraco.
Caio no buraco.
Sinto-me perdido…
Impotente.
A culpa não é minha.
Uma eternidade até que consiga sair do buraco.
II
Caminho na mesma rua.
Há um grande buraco no passeio.
Faço de conta que não o vejo.
Volto a cair no buraco.
Nem quero acreditar que foi no mesmo sítio.
Mas a culpa não é minha.
Vai ser preciso ainda muito tempo para sair do buraco.
III
Ando na mesma rua.
Há um grande buraco no passeio.
Ando na mesma rua.
Há um grande buraco no passeio.
Vejo-o muito bem.
Mesmo assim caio…
Tornou-se um hábito!
Sei onde estou.
A culpa é minha.
A culpa é minha.
Saio do buraco imediatamente.
IV
Ando na mesma rua.
Há um grande buraco.
Contorno-o.
V
Sigo por outra rua.
Portia Nelson (trad. Luis Aguilar)
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