Quando escrevo
Em papel branco
Trepo um monte.
De lá de cima
Vejo a meus pés
O sol nascente
No horizonte.
Eu, um grão
Pousado neste planeta
Deste sistema solar.
Grão da Via Láctea
Desenhada em estrela-do-mar
De braços encurvados
A rodar a rodar
À volta de um buraco negro
Que lentamente a está
A sugar a sugar.
Via Láctea…
Grão no espaço
Interestelar
Irmã de tantas outras
Iguais umas, outras diferentes
Todas elas a afastar.
Ah!
Quem me dera ver
Uma chuva de meteoritos,
Uma Supernova a rebentar
Em mil cores e em luz
Dias e noites iluminar.
Tempos demasiado infinitos…
Não me calhou
Não me calhou ver
Em tão pouco viver.
Alf. Mai. / 2020
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