Hoje, ao tomar de vez a decisão de ser Eu, de viver à altura do meu mister, e, por isso, de desprezar a ideia do reclame, e plebeia sociabilizacão de mim, do Interseccionismo, reentrei de vez, de volta da minha viagem de impressões pelos outros, na posse plena do meu Génio e na divina consciência da minha Missão. Hoje só me quero tal qual meu carácter nato quer que eu seja; e meu Génio, com ele nascido, me impõe que eu não deixe de ser.
Atitude por atitude, melhor a mais nobre, a mais alta e a mais calma. Pose por pose, a pose de ser o que sou.
Nada de desafios à plebe, nada de girândolas para o riso ou a raiva dos inferiores. A superioridade não se mascara de palhaço; é de renúncia e de silêncio que se veste.
O último rasto de influência dos outros no meu carácter cessou com isto. Reconheci — ao sentir que podia e ia dominar o desejo intenso e infantil de « lançar o Interseccionismo» — a tranquila posse de mim.
Um raio hoje deslumbrou-me de lucidez. Nasci.
Fernando Pessoa, 'Páginas Íntimas e de Auto-Interpretação'
sexta-feira, 31 de dezembro de 2021
ANO VELHO/ANO NOVO
Ano Velho, Ano Novo
Já há muito diz o Povo
É o tempo de mudança
Que mude para melhor
Nos guie para o AMOR
Qual sonho de criança.
Té que a razão d' existirmos
Está na 'sperança de sentirmos
No presente e no futuro
Vivermos com alegria
Saúde e harmonia
Em ambiente seguro.
Sem qualquer RUBICÃO
Difícil d' ultrapassar
E de termos sempre à mão
O sinal para avançar.
Que se vá a Pandemia
Se transforme em Endemia
E depois nos diga adeus
Um felicíssimo ANO
Um ANO NOVO sem dano
Para os AMIGOS meus.
Carmindo Ramos
Já há muito diz o Povo
É o tempo de mudança
Que mude para melhor
Nos guie para o AMOR
Qual sonho de criança.
Té que a razão d' existirmos
Está na 'sperança de sentirmos
No presente e no futuro
Vivermos com alegria
Saúde e harmonia
Em ambiente seguro.
Sem qualquer RUBICÃO
Difícil d' ultrapassar
E de termos sempre à mão
O sinal para avançar.
Que se vá a Pandemia
Se transforme em Endemia
E depois nos diga adeus
Um felicíssimo ANO
Um ANO NOVO sem dano
Para os AMIGOS meus.
Carmindo Ramos
quarta-feira, 29 de dezembro de 2021
OS AMIGOS
Amigos, cento e dez, ou talvez mais,
Eu já contei. Vaidades que eu sentia:
Supus que sobre a terra não havia
Mais ditoso mortal entre os mortais!
Amigos, cento e dez! Tão serviçais,
Tão zelosos das leis da cortesia
Que, já farto de os ver, me escapulia
Às suas curvaturas vertebrais.
Um dia adoeci profundamente. Ceguei.
Dos cento e dez houve um somente
Que não desfez os laços quasi rotos.
Que vamos nós (diziam) lá fazer?
Se ele está cego não nos pode ver.
- Que cento e nove impávidos marotos!
Camilo Castelo Branco
Eu já contei. Vaidades que eu sentia:
Supus que sobre a terra não havia
Mais ditoso mortal entre os mortais!
Amigos, cento e dez! Tão serviçais,
Tão zelosos das leis da cortesia
Que, já farto de os ver, me escapulia
Às suas curvaturas vertebrais.
Um dia adoeci profundamente. Ceguei.
Dos cento e dez houve um somente
Que não desfez os laços quasi rotos.
Que vamos nós (diziam) lá fazer?
Se ele está cego não nos pode ver.
- Que cento e nove impávidos marotos!
Camilo Castelo Branco
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sábado, 25 de dezembro de 2021
domingo, 19 de dezembro de 2021
sábado, 11 de dezembro de 2021
NATAL/2021/MENSAGEM
É a festa da Família
Um luminoso sinal
É viver em harmonia
Neste tempo do Natal.
Natal feliz vos desejo
No percurso dia-a-dia
Só assim é que vejo
Com saúde e alegria.
Um Natal sempre melhor
Do que o anterior
E pleno de confiança
No dia do amanhã
Vivido com o afã
Do amor e da esperança.
Eis pois, a minha mensagem
Durante esta viagem
Entre nascente e poente
Qual filme a decorrer
Tão depressa, e nós a ver
Para todos, toda a gente.
Carmindo Ramos
Um luminoso sinal
É viver em harmonia
Neste tempo do Natal.
Natal feliz vos desejo
No percurso dia-a-dia
Só assim é que vejo
Com saúde e alegria.
Um Natal sempre melhor
Do que o anterior
E pleno de confiança
No dia do amanhã
Vivido com o afã
Do amor e da esperança.
Eis pois, a minha mensagem
Durante esta viagem
Entre nascente e poente
Qual filme a decorrer
Tão depressa, e nós a ver
Para todos, toda a gente.
Carmindo Ramos
terça-feira, 7 de dezembro de 2021
sexta-feira, 3 de dezembro de 2021
terça-feira, 30 de novembro de 2021
sexta-feira, 26 de novembro de 2021
quinta-feira, 18 de novembro de 2021
quarta-feira, 17 de novembro de 2021
terça-feira, 16 de novembro de 2021
segunda-feira, 15 de novembro de 2021
quinta-feira, 11 de novembro de 2021
SÃO MARTINHO
Estamos no São Martinho
Com as castanhas e vinho
Delicioso manjar
Apetite pra comer
Vontade para beber
E um belo sol a raiar.
A saborosa castanha
É, pois, de quem a apanha
Aforismo que ouvimos
Tesouro nutricional
Vitamina 'C' igual
Ou sup'rior aos citrinos.
Em minerais, muito rica
Numerá-los, aqui fica
Uma lista alargada
Cálcio, ferro e magnésio
Potássio, cobre e selénio
De fósforo e zinco alongada.
Quanto ao vinho, assenta bem
Sobre elas, mas convém
Moderarmos o consumo
Aqui habita a virtude
De respeitar a saúde
Pra não perdermos o rumo.
E o bom do São Martinho
Lá está no seu cantinho
Há séculos a repousar
Das tarefas que bem fez
Cada qual por sua vez
E seus milagres a par.
E acreditem ou não
Na lenda de haver verão
Embora um tanto curtinho
Nesta época do ano
De frio e chuva cercano
Se deve a São Martinho.
Com as castanhas e vinho
Delicioso manjar
Apetite pra comer
Vontade para beber
E um belo sol a raiar.
A saborosa castanha
É, pois, de quem a apanha
Aforismo que ouvimos
Tesouro nutricional
Vitamina 'C' igual
Ou sup'rior aos citrinos.
Em minerais, muito rica
Numerá-los, aqui fica
Uma lista alargada
Cálcio, ferro e magnésio
Potássio, cobre e selénio
De fósforo e zinco alongada.
Quanto ao vinho, assenta bem
Sobre elas, mas convém
Moderarmos o consumo
Aqui habita a virtude
De respeitar a saúde
Pra não perdermos o rumo.
E o bom do São Martinho
Lá está no seu cantinho
Há séculos a repousar
Das tarefas que bem fez
Cada qual por sua vez
E seus milagres a par.
E acreditem ou não
Na lenda de haver verão
Embora um tanto curtinho
Nesta época do ano
De frio e chuva cercano
Se deve a São Martinho.
Carmindo Ramos
terça-feira, 9 de novembro de 2021
sábado, 6 de novembro de 2021
quinta-feira, 4 de novembro de 2021
segunda-feira, 1 de novembro de 2021
Santo...
Sim
declaro que foi santo
trazia a paz
no olhar e no sorriso
não teve inimigos
(não tinha dinheiro)
para ter água em casa
ia à fonte
conversava
com tudo e com todos
por igual
apenas para não ficar calado
nunca me cansei de o servir
e ainda hoje vive
em mim.
Maria José Meireles
quarta-feira, 27 de outubro de 2021
terça-feira, 26 de outubro de 2021
Quem me leva os meus Fantasmas?
Rui Baía - "Quem me leva os meus Fantasmas?" - óleo em tela (150:100 cm) |
sábado, 23 de outubro de 2021
Ninguém é de ninguém...
Quando
se apagam
todas
as imagens
e
todos
os sons
sobram
ainda
os aromas.
Maria José Meireles
sexta-feira, 22 de outubro de 2021
quinta-feira, 21 de outubro de 2021
terça-feira, 19 de outubro de 2021
sábado, 16 de outubro de 2021
A Festa do Silêncio
Escuto na palavra a festa do silêncio.
Tudo está no seu sítio. As aparências apagaram-se.
As coisas vacilam tão próximas de si mesmas.
Concentram-se, dilatam-se as ondas silenciosas.
É o vazio ou o cimo? É um pomar de espuma.
Uma criança brinca nas dunas, o tempo acaricia,
o ar prolonga. A brancura é o caminho.
Surpresa e não surpresa: a simples respiração.
Relações, variações, nada mais. Nada se cria.
Vamos e vimos. Algo inunda, incendeia, recomeça.
Nada é inacessível no silêncio ou no poema.
É aqui a abóbada transparente, o vento principia.
No centro do dia há uma fonte de água clara.
Se digo árvore a árvore em mim respira.
Vivo na delícia nua da inocência aberta.
António Ramos Rosa, in "Volante Verde"
As coisas vacilam tão próximas de si mesmas.
Concentram-se, dilatam-se as ondas silenciosas.
É o vazio ou o cimo? É um pomar de espuma.
Uma criança brinca nas dunas, o tempo acaricia,
o ar prolonga. A brancura é o caminho.
Surpresa e não surpresa: a simples respiração.
Relações, variações, nada mais. Nada se cria.
Vamos e vimos. Algo inunda, incendeia, recomeça.
Nada é inacessível no silêncio ou no poema.
É aqui a abóbada transparente, o vento principia.
No centro do dia há uma fonte de água clara.
Se digo árvore a árvore em mim respira.
Vivo na delícia nua da inocência aberta.
António Ramos Rosa, in "Volante Verde"
domingo, 10 de outubro de 2021
Adolescências...
Sim,
falámos
da poluição do medo,
da falta de pai e de mãe,
e de rezar
sem justa causa.
Fomos adolescentes
e despedimo-nos
antes do pôr do sol.
Maria José Meireles
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sexta-feira, 1 de outubro de 2021
terça-feira, 21 de setembro de 2021
quarta-feira, 15 de setembro de 2021
terça-feira, 14 de setembro de 2021
segunda-feira, 13 de setembro de 2021
domingo, 12 de setembro de 2021
sábado, 11 de setembro de 2021
Pensamento do dia...
Há tantos burros mandando em homens de inteligência, que, às vezes, fico pensando que a burrice é uma ciência.
António Aleixo
sexta-feira, 10 de setembro de 2021
quarta-feira, 8 de setembro de 2021
A arte de ser feliz
Houve um tempo em que minha janela se abria
sobre uma cidade que parecia ser feita de giz.
Perto da janela havia um pequeno jardim quase seco.
Era uma época de estiagem, de terra esfarelada,
e o jardim parecia morto.
Mas todas as manhãs vinha um pobre com um balde,
e, em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas.
Não era uma rega: era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse.
E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros e meu coração ficava completamente feliz.
sobre uma cidade que parecia ser feita de giz.
Perto da janela havia um pequeno jardim quase seco.
Era uma época de estiagem, de terra esfarelada,
e o jardim parecia morto.
Mas todas as manhãs vinha um pobre com um balde,
e, em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas.
Não era uma rega: era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse.
E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros e meu coração ficava completamente feliz.
Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor.
Outras vezes encontro nuvens espessas.
Avisto crianças que vão para a escola.
Pardais que pulam pelo muro.
Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais.
Borboletas brancas, duas a duas, como refletidas no espelho do ar.
Marimbondos que sempre me parecem personagens de Lope de Vega.
Às vezes, um galo canta.
Às vezes, um avião passa.
Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino.
E eu me sinto completamente feliz.
Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas,
que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem,
outros que só existem diante das minhas janelas, e outros,
finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.
Cecília Meireles
Outras vezes encontro nuvens espessas.
Avisto crianças que vão para a escola.
Pardais que pulam pelo muro.
Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais.
Borboletas brancas, duas a duas, como refletidas no espelho do ar.
Marimbondos que sempre me parecem personagens de Lope de Vega.
Às vezes, um galo canta.
Às vezes, um avião passa.
Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino.
E eu me sinto completamente feliz.
Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas,
que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem,
outros que só existem diante das minhas janelas, e outros,
finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.
Cecília Meireles
segunda-feira, 6 de setembro de 2021
domingo, 5 de setembro de 2021
Revelação...
Dizes
que te vais
revelar
quando me vires
melhor
e eu digo
que ficarei melhor
quando te revelares.
Maria José Meireles
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Sting
sábado, 4 de setembro de 2021
Livro...
Dois universos
tocam-se
na saudade
que não tem corpo
mas dói.
Apenas a morte
pode ler-te
por inteiro.
Maria José Meireles
tocam-se
na saudade
que não tem corpo
mas dói.
Apenas a morte
pode ler-te
por inteiro.
Maria José Meireles
Desjejum...
Quando o acaso
os conduziu
à mesma cama
na mesma noite
e ela acordou
e o papel dizia:
Nunca imaginei
que pudesse ser tão intenso.
Ela viu
que ele não voltava
a encontrá-la
com vida
por saber-se
incapaz de resistir
a tanta beleza.
os conduziu
à mesma cama
na mesma noite
e ela acordou
e o papel dizia:
Nunca imaginei
que pudesse ser tão intenso.
Ela viu
que ele não voltava
a encontrá-la
com vida
por saber-se
incapaz de resistir
a tanta beleza.
Maria José Meireles
sexta-feira, 3 de setembro de 2021
quarta-feira, 1 de setembro de 2021
quinta-feira, 26 de agosto de 2021
domingo, 22 de agosto de 2021
Colhe o Dia, porque És Ele
Uns, com os olhos postos no passado,
Vem o que não vêem: outros, fitos
Os mesmos olhos no futuro, vêem
O que não pode ver-se.
Por que tão longe ir pôr o que está perto —
A segurança nossa? Este é o dia,
Esta é a hora, este o momento, isto
É quem somos, e é tudo.
Perene flui a interminável hora
Que nos confessa nulos. No mesmo hausto
Em que vivemos, morreremos. Colhe
O dia, porque és ele.
Ricardo Reis, in "Odes"
Heterónimo de Fernando Pessoa
Vem o que não vêem: outros, fitos
Os mesmos olhos no futuro, vêem
O que não pode ver-se.
Por que tão longe ir pôr o que está perto —
A segurança nossa? Este é o dia,
Esta é a hora, este o momento, isto
É quem somos, e é tudo.
Perene flui a interminável hora
Que nos confessa nulos. No mesmo hausto
Em que vivemos, morreremos. Colhe
O dia, porque és ele.
Ricardo Reis, in "Odes"
Heterónimo de Fernando Pessoa
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sábado, 21 de agosto de 2021
Nascer...
Não sei
se fugia
do ventre
da minha mãe
ou se corria
para descobrir
um novo mundo
mas sei
que na pressa
acabei por nascer
do avesso
de mim.
Maria José Meirelessegunda-feira, 16 de agosto de 2021
sábado, 14 de agosto de 2021
Segurança...
Os leões marcam
território
nos quatro pontos cardeais
para que
as suas fêmeas
se sintam seguras.
A segurança
das suas fêmeas
é o seu único
território.
Maria José Meireles
território
nos quatro pontos cardeais
para que
as suas fêmeas
se sintam seguras.
A segurança
das suas fêmeas
é o seu único
território.
Maria José Meireles
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sexta-feira, 13 de agosto de 2021
sexta-feira, 6 de agosto de 2021
Aurora...
Rui Moura Baía - Fontanário |
(aquele que desaprendi de temer)
todos os pássaros dormem
ainda
há beleza
tanta
como as ameixas
que carregam a árvore até à loucura
agora
sou fonte
de água cristalina
onde todos os pássaros bebem.
Maria José Meireles
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quinta-feira, 5 de agosto de 2021
quarta-feira, 4 de agosto de 2021
terça-feira, 3 de agosto de 2021
domingo, 1 de agosto de 2021
sexta-feira, 30 de julho de 2021
quinta-feira, 22 de julho de 2021
quarta-feira, 14 de julho de 2021
sábado, 10 de julho de 2021
segunda-feira, 5 de julho de 2021
NÃO HAVIA PANDEMIA
Ai quem me dera voltar
Mesmo que fosse a sonhar
Ao tempo da minha infância!
Para poder reviver
Quando ainda a crescer
Aquela doce inocência.
A Guerra tinha acabado
Trato de paz assinado
Exuberante alegria
Renascia a esperança
Da vida em segurança
Não havia Pandemia.
Agora, já bem crescido
Noutras condições eu vivo
Com muitos anos de idade...
São inúmeros os factos
Não jogo bola de trapos
É outra a realidade.
Vive-se em confinamentos
Tidos de tempos a tempos
Um fatídico sinal
De que ninguém está seguro
No presente ou no futuro
Enquanto dura este MAL.
Mesmo que fosse a sonhar
Ao tempo da minha infância!
Para poder reviver
Quando ainda a crescer
Aquela doce inocência.
A Guerra tinha acabado
Trato de paz assinado
Exuberante alegria
Renascia a esperança
Da vida em segurança
Não havia Pandemia.
Agora, já bem crescido
Noutras condições eu vivo
Com muitos anos de idade...
São inúmeros os factos
Não jogo bola de trapos
É outra a realidade.
Vive-se em confinamentos
Tidos de tempos a tempos
Um fatídico sinal
De que ninguém está seguro
No presente ou no futuro
Enquanto dura este MAL.
Carmindo Ramos
sexta-feira, 2 de julho de 2021
Improviso para Gaza…
por razões humanitárias
três horas apenas
três horas bastam
mais não é preciso
para enterrar em segurança as mulheres e as crianças
e alimentar as próximas vítimas
uma guerra sem intervalos humanitários
é uma violência
enquanto não morrem
os soldados também precisam de foder.
três horas apenas
três horas bastam
mais não é preciso
para enterrar em segurança as mulheres e as crianças
e alimentar as próximas vítimas
uma guerra sem intervalos humanitários
é uma violência
enquanto não morrem
os soldados também precisam de foder.
Ademar
segunda-feira, 28 de junho de 2021
quarta-feira, 23 de junho de 2021
Ó meu São João de Braga
Ó meu rico São João
Este ano, ainda não
Festejamos o teu dia
E dá bem para saber
E fácil é de entender,
Por causa da pandemia.
Tu, como santo que és
Ajoelha-te aos pés
De Deus, mas com face airosa
Pede-lhe com emoção
Que destrua a maldição
Desta peste tenebrosa.
Ó meu São João de Braga
Tua fama não se apaga
D'um momento para o outro
Tens mil anos d'existência
Combate com insistência
Todo este desconforto
De contrário, estás a ver
O que pode acontecer
Para o ano que vem
Voltas a ser esquecido
E o teu dia adormecido
Sem lembranças de ninguém.
Faz que não caia por terra
O dom que o teu nome encerra
Caro São João amigo
E reúne a tua corte
Para teres melhor sorte
Estaremos todos contigo.
Mesmo assi, nas nossas casas
Faremos lume com brasas
À noite ou à tardinha
E deitemos mãos à obra
Com caldo verde de sobra
E assada a boa sardinha.
Carmindo Ramos
Este ano, ainda não
Festejamos o teu dia
E dá bem para saber
E fácil é de entender,
Por causa da pandemia.
Tu, como santo que és
Ajoelha-te aos pés
De Deus, mas com face airosa
Pede-lhe com emoção
Que destrua a maldição
Desta peste tenebrosa.
Ó meu São João de Braga
Tua fama não se apaga
D'um momento para o outro
Tens mil anos d'existência
Combate com insistência
Todo este desconforto
De contrário, estás a ver
O que pode acontecer
Para o ano que vem
Voltas a ser esquecido
E o teu dia adormecido
Sem lembranças de ninguém.
Faz que não caia por terra
O dom que o teu nome encerra
Caro São João amigo
E reúne a tua corte
Para teres melhor sorte
Estaremos todos contigo.
Mesmo assi, nas nossas casas
Faremos lume com brasas
À noite ou à tardinha
E deitemos mãos à obra
Com caldo verde de sobra
E assada a boa sardinha.
Carmindo Ramos
segunda-feira, 21 de junho de 2021
sexta-feira, 18 de junho de 2021
quarta-feira, 16 de junho de 2021
segunda-feira, 14 de junho de 2021
domingo, 13 de junho de 2021
COLHEITA DOS PÊSSEGOS
Um dia maravilhoso
O clima harmonioso
E eu disposto a trabalhar
Olho pró meu pessegueiro
Verdejante, altaneiro
Seus frutos fui apanhar.
Dizem ser do S. João
Mas eu sei que o não são
São só meus e muito puros
Vivi alegres momentos
Colhendo mais de trezentos
Quase todos maduros.
E a linguagem que eles falam
É o cheirinho que exalam
E o seu sabor tão gostoso
Coradinhos/vermelhinhos
Guardei-os, arrumadinhos
Para consumir com gozo.
Porque este pessegueiro
Foi por mim plantado inteiro
Na horta do meu quintal
Já lá vão cinco ou seis anos
E do qual sempre tivemos
Seus bons frutos como tal.
Carmindo Ramos
O clima harmonioso
E eu disposto a trabalhar
Olho pró meu pessegueiro
Verdejante, altaneiro
Seus frutos fui apanhar.
Dizem ser do S. João
Mas eu sei que o não são
São só meus e muito puros
Vivi alegres momentos
Colhendo mais de trezentos
Quase todos maduros.
E a linguagem que eles falam
É o cheirinho que exalam
E o seu sabor tão gostoso
Coradinhos/vermelhinhos
Guardei-os, arrumadinhos
Para consumir com gozo.
Porque este pessegueiro
Foi por mim plantado inteiro
Na horta do meu quintal
Já lá vão cinco ou seis anos
E do qual sempre tivemos
Seus bons frutos como tal.
Carmindo Ramos
sexta-feira, 11 de junho de 2021
quarta-feira, 9 de junho de 2021
quinta-feira, 3 de junho de 2021
OS AMANTES SEM DINHEIRO
Tinham o rosto aberto a quem passava.
Tinham lendas e mitos
e frio no coração.
Tinham jardins onde a lua passeava
de mãos dadas com a água
d um anjo de pedra por irmão.
Tinham como toda a gente
o milagre de cada dia
escorrendo pelos telhados,
e olhos de oiro
onde ardiam
os sonhos mais tresmalhados.
Tinham fome e sede como os bichos,
e silêncio
à roda dos seus passos.
Mas a cada gesto que faziam
um pássaro nascia dos seus dedos
e deslumbrado penetrava nos espaços.
Eugénio de Andrade
Tinham lendas e mitos
e frio no coração.
Tinham jardins onde a lua passeava
de mãos dadas com a água
d um anjo de pedra por irmão.
Tinham como toda a gente
o milagre de cada dia
escorrendo pelos telhados,
e olhos de oiro
onde ardiam
os sonhos mais tresmalhados.
Tinham fome e sede como os bichos,
e silêncio
à roda dos seus passos.
Mas a cada gesto que faziam
um pássaro nascia dos seus dedos
e deslumbrado penetrava nos espaços.
Eugénio de Andrade
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Regina Guimarães
Pensamento do dia...
O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons.
Martin Luther King
domingo, 30 de maio de 2021
segunda-feira, 24 de maio de 2021
domingo, 23 de maio de 2021
sábado, 22 de maio de 2021
Improviso a contado...
Hoje
tinha apenas onze palavras
para escrever um poema
desperdicei-as assim.
Ademar
tinha apenas onze palavras
para escrever um poema
desperdicei-as assim.
Ademar
sexta-feira, 21 de maio de 2021
quinta-feira, 20 de maio de 2021
quarta-feira, 19 de maio de 2021
terça-feira, 18 de maio de 2021
quinta-feira, 13 de maio de 2021
terça-feira, 11 de maio de 2021
Le ciel est, par-dessus le toit,
Si bleu, si calme !
Un arbre, par-dessus le toit,
Berce sa palme.
La cloche, dans le ciel qu’on voit,
Doucement tinte.
Un oiseau sur l’arbre qu’on voit
Chante sa plainte.
Mon Dieu, mon Dieu, la vie est là,
Simple et tranquille.
Cette paisible rumeur-là
Vient de la ville.
– Qu’as-tu fait, ô toi que voilà
Pleurant sans cesse,
Dis, qu’as-tu fait, toi que voilà,
De ta jeunesse ?
Paul Verlaine, Sagesse (1881)
Si bleu, si calme !
Un arbre, par-dessus le toit,
Berce sa palme.
La cloche, dans le ciel qu’on voit,
Doucement tinte.
Un oiseau sur l’arbre qu’on voit
Chante sa plainte.
Mon Dieu, mon Dieu, la vie est là,
Simple et tranquille.
Cette paisible rumeur-là
Vient de la ville.
– Qu’as-tu fait, ô toi que voilà
Pleurant sans cesse,
Dis, qu’as-tu fait, toi que voilà,
De ta jeunesse ?
Paul Verlaine, Sagesse (1881)
quinta-feira, 6 de maio de 2021
quarta-feira, 5 de maio de 2021
segunda-feira, 3 de maio de 2021
domingo, 2 de maio de 2021
DIA DA MÃE (02/05/21)
Mês de maio, mês das flores
Lindos jardins com amores
Cravos e rosas, também!
Com abundante alegria
Dediquemos este dia
Ao amor da nossa Mãe.
Mãe que ao colo nos trouxe
Naquele espaço tão doce
Enquanto pequeninos
Mãe que nos abraça e beja
Que todo o bem nos deseja
E nos cumula de mimos.
Mãe, é enorme riqueza
Ser completo, em natureza
Ter mãe, é ouro na vida
A quem a tem ou já teve
Muitas atenções lhes deve
E de todas merecida.
A minha mãe, para mim
Foi tão boa, foi assim,
Como que um diamante.
Já partiu há muito tempo
Mas não passa um momento
Que a não sinta presente.
Um abraço e um beijo
A todas as mães desejo
Nobres mães, de todo o mundo
Zelosas pelos seus filhos
Quando pressentem cadilhos
O meu respeito profundo.
Carmindo Ramos
Lindos jardins com amores
Cravos e rosas, também!
Com abundante alegria
Dediquemos este dia
Ao amor da nossa Mãe.
Mãe que ao colo nos trouxe
Naquele espaço tão doce
Enquanto pequeninos
Mãe que nos abraça e beja
Que todo o bem nos deseja
E nos cumula de mimos.
Mãe, é enorme riqueza
Ser completo, em natureza
Ter mãe, é ouro na vida
A quem a tem ou já teve
Muitas atenções lhes deve
E de todas merecida.
A minha mãe, para mim
Foi tão boa, foi assim,
Como que um diamante.
Já partiu há muito tempo
Mas não passa um momento
Que a não sinta presente.
Um abraço e um beijo
A todas as mães desejo
Nobres mães, de todo o mundo
Zelosas pelos seus filhos
Quando pressentem cadilhos
O meu respeito profundo.
Carmindo Ramos
quinta-feira, 29 de abril de 2021
quarta-feira, 28 de abril de 2021
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