A paz sem vencedor e sem vencidos Que o tempo que nos deste seja um novo Recomeço de esperança e de justiça. Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos A paz sem vencedor e sem vencidos Erguei o nosso ser à transparência Para podermos ler melhor a vida Para entendermos vosso mandamento Para que venha a nós o vosso reino Dai-nos Senhor paz que vos pedimos A paz sem vencedor e sem vencidos Fazei Senhor que a paz seja de todos Dai-nos a paz que nasce da verdade Dai-nos a paz que nasce da justiça Dai-nos a paz chamada liberdade Dai-nos Senhor paz que vos pedimos A paz sem vencedor e sem vencidos Sophia de Mello Breyner Andresen |
sexta-feira, 31 de maio de 2013
A paz sem vencedor e sem vencidos
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Sophia de Mello Breyner Andresen
terça-feira, 28 de maio de 2013
Conselhos de um velho sábio
Mensagens para a saúde:
1. Se andar a pé fosse bom para a saúde o carteiro seria imortal.
2. Uma baleia nada todo o dia, só come peixe e bebe água, e no entanto é gorda.
3. Um coelho corre e salta, e só vive 15 anos.
4. Uma tartaruga não corre, não faz nada... e vive até aos 450 anos. E VOCÊS SEMPRE A DIZEREM-ME PARA EU FAZER EXERCÍCIO!
SOU REFORMADO, DEIXEM-ME EM PAZ!
2. Uma baleia nada todo o dia, só come peixe e bebe água, e no entanto é gorda.
3. Um coelho corre e salta, e só vive 15 anos.
4. Uma tartaruga não corre, não faz nada... e vive até aos 450 anos. E VOCÊS SEMPRE A DIZEREM-ME PARA EU FAZER EXERCÍCIO!
SOU REFORMADO, DEIXEM-ME EM PAZ!
segunda-feira, 27 de maio de 2013
domingo, 26 de maio de 2013
sábado, 25 de maio de 2013
Vil...
Ela
era o próprio orgulho
dele ser motorista
de um famoso
ela
sabia da vida
de todos
ignorando apenas
que ele se divertia
e não era com ela.
Maria José Meireles
era o próprio orgulho
dele ser motorista
de um famoso
ela
sabia da vida
de todos
ignorando apenas
que ele se divertia
e não era com ela.
Maria José Meireles
quarta-feira, 22 de maio de 2013
Deusa da vida...
Quando a vida
lhe passou ao lado
agarrou e beijou
matou a fome e a sede
o ar entrava e saía
incansável
e a felicidade
era o próprio respirar.
Maria José Meireles
terça-feira, 21 de maio de 2013
O universo contado pelas crianças
Pediram para algumas crianças colombianas criarem um dicionário, e olha o que deu (achei demais!!!!):
Adulto: Pessoa que em toda coisa que fala, fala primeiro dela mesma (Andrés Felipe Bedoya, 8 anos)
Ancião: É um homem que fica sentado o dia todo (Maryluz Arbeláez, 9 anos)
Água: Transparência que se pode tomar (Tatiana Ramírez, 7 anos)
Branco: O branco é uma cor que não pinta (Jonathan Ramírez, 11 anos)
Camponês: um camponês não tem casa, nem dinheiro. Somente seus filhos (Luis Alberto Ortiz, 8 anos)
Céu: De onde sai o dia (Duván Arnulfo Arango, 8 anos)
Colômbia: É uma partida de futebol (Diego Giraldo, 8 anos)
Dinheiro: Coisa de interesse para os outros com a qual se faz amigos e, sem ela, se faz inimigos (Ana
María Noreña, 12 anos)
Deus: É o amor com cabelo grande e poderes (Ana Milena Hurtado, 5 anos)
Escuridão: É como o frescor da noite (Ana Cristina Henao, 8 anos)
Guerra:Gente que se mata por um pedaço de terra ou de paz (Juan Carlos Mejía, 11 anos)
Inveja: Atirar pedras nos amigos (Alejandro Tobón, 7 anos)
Igreja: Onde a pessoa vai perdoar Deus (Natalia Bueno, 7 anos)
Lua: É o que nos dá a noite (Leidy Johanna García, 8 anos)
Mãe: Mãe entende e depois vai dormir (Juan Alzate, 6 anos)
Paz: Quando a pessoa se perdoa (Juan Camilo Hurtado, 8 anos)
Sexo: É uma pessoa que se beija em cima da outra (Luisa Pates, 8 anos)
Solidão: Tristeza que dá na pessoa às vezes (Iván Darío López, 10 anos)
Tempo: Coisa que passa para lembrar (Jorge Armando, 8 anos)
Universo: Casa das estrelas (Carlos Gómez, 12 anos)
Violência: Parte ruim da paz (Sara Martínez, 7 anos)
Fonte: livro Casa das estrelas: o universo contado pelas crianças, de Javier Naranjo
Adulto: Pessoa que em toda coisa que fala, fala primeiro dela mesma (Andrés Felipe Bedoya, 8 anos)
Ancião: É um homem que fica sentado o dia todo (Maryluz Arbeláez, 9 anos)
Água: Transparência que se pode tomar (Tatiana Ramírez, 7 anos)
Branco: O branco é uma cor que não pinta (Jonathan Ramírez, 11 anos)
Camponês: um camponês não tem casa, nem dinheiro. Somente seus filhos (Luis Alberto Ortiz, 8 anos)
Céu: De onde sai o dia (Duván Arnulfo Arango, 8 anos)
Colômbia: É uma partida de futebol (Diego Giraldo, 8 anos)
Dinheiro: Coisa de interesse para os outros com a qual se faz amigos e, sem ela, se faz inimigos (Ana
María Noreña, 12 anos)
Deus: É o amor com cabelo grande e poderes (Ana Milena Hurtado, 5 anos)
Escuridão: É como o frescor da noite (Ana Cristina Henao, 8 anos)
Guerra:Gente que se mata por um pedaço de terra ou de paz (Juan Carlos Mejía, 11 anos)
Inveja: Atirar pedras nos amigos (Alejandro Tobón, 7 anos)
Igreja: Onde a pessoa vai perdoar Deus (Natalia Bueno, 7 anos)
Lua: É o que nos dá a noite (Leidy Johanna García, 8 anos)
Mãe: Mãe entende e depois vai dormir (Juan Alzate, 6 anos)
Paz: Quando a pessoa se perdoa (Juan Camilo Hurtado, 8 anos)
Sexo: É uma pessoa que se beija em cima da outra (Luisa Pates, 8 anos)
Solidão: Tristeza que dá na pessoa às vezes (Iván Darío López, 10 anos)
Tempo: Coisa que passa para lembrar (Jorge Armando, 8 anos)
Universo: Casa das estrelas (Carlos Gómez, 12 anos)
Violência: Parte ruim da paz (Sara Martínez, 7 anos)
Fonte: livro Casa das estrelas: o universo contado pelas crianças, de Javier Naranjo
segunda-feira, 20 de maio de 2013
domingo, 19 de maio de 2013
O Meu Mundo
O meu mundo,
Meu e só meu,
No vazio profundo,
Uma voz respondeu.
Eu apelei,
E se realizou,
No mundo em que sou rei,
Onde nunca ninguém mais reinou.
Onde só eu mando,
Onde só eu vivo,
Onde só eu respiro,
No abafo apelativo.
Apelo a alguém que me compreenda,
O que digo e o que sinto,
Onde só eu digo a verdade,
Ninguém vive sozinho,
Muito menos eu,
Mas quero dar o meu melhor,
Como ninguém deu.
A dúvida e a confusão,
O sonho e a realidade,
A miragem e a ilusão,
A mentira e a verdade.
Por tudo o que fiz,
E tudo o que passei,
Por tudo o que faço,
Por tudo o que serei.
O meu mundo,
Meu e só meu,
No vazio profundo,
Uma voz respondeu…
Zé Pedro Ferreira
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Poema que um Aluno partilhou comigo hoje...
sábado, 18 de maio de 2013
Encontrava-me na altura a fazer a cobertura fotográfica da Copa do Ícaro, próximo de Grenoble, França, em Setembro de 2012.
A páginas tantas vejo esta águia olhando admirada para as dezenas de parapentes voando próximo do seu território. Clico a foto, logo depois tento ler o seu olhar agudo, sobre o que ela estava a observar. Estarei certo ou errado? Deixo ao leitor a liberdade de optar por uma das razões do meu pensar trabalhado.
ajoVê
Dois Vinhos que brindam a uma grande Amizade...
Encontros
com sabor a Vinho
Uma grande amizade só podia dar um grande vinho. Os produtores Luís Pato e José
Bento dos Santos juntaram-se para trazer até nós um vinho único e emocional: o
Pato D'Oiro.
Há muitos
anos, dois colegas de curso no Instituto
Superior Técnico, em Lisboa, iniciaram uma amizade que se foi reforçando até
aos nossos dias. Curiosamente, ambos começaram a dedicar-se de corpo e alma, à
produção de vinhos. Luís Pato, na Bairrada, e José Bento dos Santos, em
Alenquer, foram gradualmente ganhando notoriedade com as suas produções.
O primeiro pela paixão e luta
que colocou na defesa da sua casta preferida, a Baga
foi caminhando para a fama.
O segundo tornou-se um incondicional e obsessivo admirador da casta Touriga
Nacional. Pode dizer-se que, apesar da sua grande amizade, escolheram
caminhos (castas) diferentes para dar corpo à sua outra paixão: o Vinho. Décadas mais tarde, a saudade e
a emoção juntaram-nos a fim de prestar um tributo à amizade da forma que
melhor sabia: um vinho com sabor a emoção, qualidade e amizade. Luís Pato, no
seu campo argilo-calcário da Bairrada, foi à vinha velha da Barrosa (com mais
de 90 anos) buscar a Baga. José Bento dos Santos foi à sua quinta (também de
solos argilo-calcários) tirar, não a Touriga Nacional que sempre o apaixonou,
mas a Tinta Roriz. Juntaram 45% de cada uma destas castas e verificaram que um toque de Syrah
(10%) era ouro sobre azul sobre veludo do paladar mais exigente, para
arredondar os sabores pela guela abaixo. Assim nasceu o Pato
D'Oiro. A Baga estagiou 12 meses em pipos novos e usados de carvalho Allier e a
Tinta Roriz e Syrah estagiou 14 meses em barricas de carvalho francês, das quais 35% eram novas. Foi
engarrafado meses mais tarde para o mercado, 1.600 garrafas de um vinho que se
mostrou muito gastronómico e aquém do que eles esperavam.
Por brincadeira, dizem que juntaram os vinhos Vinha
Barrosa 2010 (Luís
Pato) e Tempera 2010 (José Bento dos Santos), mas o que eles não escondem é que
este Pato D'Oiro, além de um grande vinho é também (e para eles acima de tudo)
um símbolo da sua grande amizade. Brindemos com eles a amizade que nos trás
sabores quentes ao paladar e novas emoções de se trabalhar a Baga, para
produzir um Vinho excelente.
ajoVê
sexta-feira, 17 de maio de 2013
A parte e o todo...
A aluna explicou:
se uma parte tem dano
essa parte tem o dano
mas se essa parte faltar
é o todo que tem o dano.
E a professora chorou.
Maria José Meireles
se uma parte tem dano
essa parte tem o dano
mas se essa parte faltar
é o todo que tem o dano.
E a professora chorou.
Maria José Meireles
quinta-feira, 16 de maio de 2013
I
Mais um dia dedicado
Às nossas queridas mães,
De grande significado!
Para todas, parabéns.
II
Mãe, é um elo fulcral
Ao nível da geração.
Na vida, é fundamental, seu amor, sua atenção.
III
Mãe dá beijos, dá carinhos,
Enquanto somos pequenos!
E depois!... já crescidinhos,
Sempre a ela nos ligamos.
IV
Mãe é um ser inigualável,
Duma grandeza espantosa!
De valor imensurável,
Mãe é poesia e prosa.
V
Mãe é flor, mãe é perfume,
Que luta com energia,
Por tudo quanto a une
Ao seu filho, à sua cria.
VI
Nome de mãe é doçura,
É mel puro, é natureza!
É virtude, é candura!
Mas também dor, com certeza.
VII
Como seus filhos leais,
E do seu ventre nascidos,
Esquecê-las!... Isso jamais!
Delas somos sempre queridos.
F I M
Por Carmindo Pereira Ramos
Braga, 5 de Maio de 2013.
quarta-feira, 15 de maio de 2013
Oração ao tempo - Caetano Veloso
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Caetano Veloso,
Laércio Coimbra da Rocha,
Vera Barbosa
terça-feira, 14 de maio de 2013
A não perder...
Maria Ondina
A arte de retratar, seja qual for o ramo de expressão artística, a forma de composição,
o modelo, a técnica e os materiais escolhidos para o efeito, desde as origens
aos tempos em que o curso da história lhe deu relevo e importância, mas o certo
é que muito terá ficado por dizer, tantos são os rostos num rosto, e infinitas
as variáveis do processo, que faz do retrato o objecto preferido por excelência
pelo autor desta exposição.
Sabendo, quem é o retratado, o que retrata (pintor, escultor, fotógrafo)
não pode dar como adquirida a verdade, de que conhece o essencial da
personalidade que pretende retratar, porque a verdade do retratado, marcada
pela improbabilidade do acto criador, será sempre uma verdade cruzada e centrada
na tentativa de restituição de si próprio sobre o modelo, aquilo que o artista
regista ou elege como essência do rosto retratado para esse fim.
Na sequência do percurso artístico orientado para a necessidade de
realização que, do ponto de vista ético, e estético, tem como objectivo
aproximar-se humanamente do retratado, de acordo com a gramática da criação do
autor.
Hélder
Carvalho, não temeu abraçar um dos mais árduos conceitos de modernidade,
norteou-se por princípios que, não só se têm revelado fundamentais para a
exaltação da generosidade criativa, como deles são fundamento da linha desse
"prever para prover", do ofício e do artista que é, o indefectível
curador da memória histórica profunda, que o torna sujeito activo da
contemporaneidade e da geração a que pertence.
Como noutras exposições, como noutros espaços, a amostra, dada a público na
cidade, que Francisco Sanches inscreveu nos universos da ciência e do saber,
constitui um momento privilegiado de convivência com as personalidades mais
destacadas da vida intelectual e artística portuguesa, tais como: Florbela
Espanca, Miguel Torga, Sophia de Mello Brainer, Eugénio de Andrade, Camilo
Pessanha e Natália Correia, na literatura; Teixeira Lopes,
Paula Rego e José
Rodrigues, na pintura e escultura; Guilhermina Suggia, violoncelista; Emanuel
Nunes e Siza Vieira, na composição musical e na arquitectura, respectivamente;
Manoel Oliveira, no cinema; D. Manuel Clemente, proeminente figura do
episcopado português; José Saramago e Amália Rodrigues, representante, entre
nós e além-fronteiras, do que de melhor tem sido dado a conhecerem de Portugal
ao mundo, nos domínios da erudição literária do fado, canção nacional
reconhecida como património da humanidade. Tomando a arte do retrato como via
de acesso ao conhecimento humano e valorização do homem, corajosa opção
artística, numa época ameaçada pela devastação de legados confrontados com o
crescente "desterro da essência da humanidade", que George Steiner
atribui à "barbárie política" e à "servidão tecnocrática"
actuais.
Não deixo
de reconhecer em que medida o trabalho do escultor, do pintor, continua a
dignificar o destino artístico que, sendo seu, é afinal de todos nós, abrindo
uma frente de resistência ao que, simulando ser verdade, se compraz em fazer:
da aparência, real; e, da falta de alternativas, debilidade contributiva da
falsificação da história do conhecimento, firmada no simulacro, que o autor de
Presenças Reais, qualificou sem hesitar de: "pornografia da
insignificância".
Assumido arauto de um humanismo conquistado à medida do homem, e do ser, Hélder
Carvalho confirma, assim, por inteiro, essa rara e desinteressada (pequena)
grandeza do artista, que aprendeu a fazer do seu plano criador um passo para
conferir à humanidade o que, tantas vezes, esquecemos, enquanto seres dotados
de finalidade, e mais do que isso, constituídos essencialmente por ela.
Há,
porém, na arte do relato, uma inegável e inquietante verdade - a de que
"somos seres olhados", e isso não se explica, não tem porquê, nasce e
floresce, em cada primavera, como a Rosa de Silesius.
Exposição a não perder na Casa dos Crivos, Braga. Não perca a oportunidade de
ver esta excelente exposição.
ajoVê
domingo, 12 de maio de 2013
Poema à Mãe
No mais fundo de ti,
eu sei que traí, mãe
Tudo porque já não sou
o retrato adormecido
no fundo dos teus olhos.
Tudo porque tu ignoras
que há leitos onde o frio não se demora
e noites rumorosas de águas matinais.
Por isso, às vezes, as palavras que te digo
são duras, mãe,
e o nosso amor é infeliz.
Tudo porque perdi as rosas brancas
que apertava junto ao coração
no retrato da moldura.
Se soubesses como ainda amo as rosas,
talvez não enchesses as horas de pesadelos.
Mas tu esqueceste muita coisa;
esqueceste que as minhas pernas cresceram,
que todo o meu corpo cresceu,
e até o meu coração
ficou enorme, mãe!
Olha — queres ouvir-me? —
às vezes ainda sou o menino
que adormeceu nos teus olhos;
ainda aperto contra o coração
rosas tão brancas
como as que tens na moldura;
ainda oiço a tua voz:
Era uma vez uma princesa
no meio de um laranjal...
Mas — tu sabes — a noite é enorme,
e todo o meu corpo cresceu.
Eu saí da moldura,
dei às aves os meus olhos a beber.
Não me esqueci de nada, mãe.
Guardo a tua voz dentro de mim.
E deixo-te as rosas.
Boa noite. Eu vou com as aves.
Eugénio de Andrade, in "Os Amantes Sem Dinheiro"
eu sei que traí, mãe
Tudo porque já não sou
o retrato adormecido
no fundo dos teus olhos.
Tudo porque tu ignoras
que há leitos onde o frio não se demora
e noites rumorosas de águas matinais.
Por isso, às vezes, as palavras que te digo
são duras, mãe,
e o nosso amor é infeliz.
Tudo porque perdi as rosas brancas
que apertava junto ao coração
no retrato da moldura.
Se soubesses como ainda amo as rosas,
talvez não enchesses as horas de pesadelos.
Mas tu esqueceste muita coisa;
esqueceste que as minhas pernas cresceram,
que todo o meu corpo cresceu,
e até o meu coração
ficou enorme, mãe!
Olha — queres ouvir-me? —
às vezes ainda sou o menino
que adormeceu nos teus olhos;
ainda aperto contra o coração
rosas tão brancas
como as que tens na moldura;
ainda oiço a tua voz:
Era uma vez uma princesa
no meio de um laranjal...
Mas — tu sabes — a noite é enorme,
e todo o meu corpo cresceu.
Eu saí da moldura,
dei às aves os meus olhos a beber.
Não me esqueci de nada, mãe.
Guardo a tua voz dentro de mim.
E deixo-te as rosas.
Boa noite. Eu vou com as aves.
Eugénio de Andrade, in "Os Amantes Sem Dinheiro"
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Eugénio de Andrade,
Luis Serguilha
sábado, 11 de maio de 2013
I
Troika malquista, danada
Deixa em paz nosso país.
Sois presença envenenada,
Cada vez temos mais crise.
II
Andam de pastas na mão,
Com seus olhares tenebrosos!
Vasculham o nosso Razão,
O Deve e o Haver pressurosos.
III
São como as sanguessugas,
Chupam-nos todo o tutano,
Ai de nós pobres portugas,
Ou eu muito me engano.
IV
Nas suas avaliações,
Ora boas, ora más,
A troika faz confuzões,
Mau ambiente nos traz.
V
A soldo do BCE
E do FMI,
E ainda da CE,
A troika anda por aí.
VI
Leva-nos couro e cabelo,
Põe-nos a pão e laranjas.
Exagerada no zelo,
Nossa mente fica em franjas.
VII
É um comité de três,
Que significa aliança:
E em cada dia ou mês,
Marca o compasso da dança,
VIII
Em termos da economia
Dos países quando em crise,
Determinando a via
Para travar o deslise,
IX
Sem olhar aos malefícios
Que daí possam brotar,
Troika é fria em exercícios,
Quem deve tem que pagar.
X
Seja a bem ou seja a mal,
Inquérito é gota a gota,
Nem que leve Portugal
Ao estigma da banca rota.
XI
Olho prós seus elementos,
Digo logo, sois dos frescos!
Porque os seus comportamentos
Teem aspectos vampirescos.
XII
É este o meu sentimento,
E o do comum cidadão,
Que vomita o que tem dentro!
Mais troika em Portugal? Não.
F I M
Por Carmindo Pereira Ramos
Braga, 8 de Maio de 2013
Troika malquista, danada
Deixa em paz nosso país.
Sois presença envenenada,
Cada vez temos mais crise.
II
Andam de pastas na mão,
Com seus olhares tenebrosos!
Vasculham o nosso Razão,
O Deve e o Haver pressurosos.
III
São como as sanguessugas,
Chupam-nos todo o tutano,
Ai de nós pobres portugas,
Ou eu muito me engano.
IV
Nas suas avaliações,
Ora boas, ora más,
A troika faz confuzões,
Mau ambiente nos traz.
V
A soldo do BCE
E do FMI,
E ainda da CE,
A troika anda por aí.
VI
Leva-nos couro e cabelo,
Põe-nos a pão e laranjas.
Exagerada no zelo,
Nossa mente fica em franjas.
VII
É um comité de três,
Que significa aliança:
E em cada dia ou mês,
Marca o compasso da dança,
VIII
Em termos da economia
Dos países quando em crise,
Determinando a via
Para travar o deslise,
IX
Sem olhar aos malefícios
Que daí possam brotar,
Troika é fria em exercícios,
Quem deve tem que pagar.
X
Seja a bem ou seja a mal,
Inquérito é gota a gota,
Nem que leve Portugal
Ao estigma da banca rota.
XI
Olho prós seus elementos,
Digo logo, sois dos frescos!
Porque os seus comportamentos
Teem aspectos vampirescos.
XII
É este o meu sentimento,
E o do comum cidadão,
Que vomita o que tem dentro!
Mais troika em Portugal? Não.
F I M
Por Carmindo Pereira Ramos
Braga, 8 de Maio de 2013
sexta-feira, 10 de maio de 2013
Tempus Fugit
Sentia que o relógio chamava para o seu tempo, que era o tempo de todos aqueles fantasmas, o tempo da vida que passou… Tenho saudades dele. Por sua tranqüila honestidade, repetindo sempre, incansável, "tempus fugit". Ainda comprarei um outro que diga a mesma coisa. Relógio que não se pareça com este meu, no meu pulso, que marca a hora sem dizer nada, que não tem histórias para contar. Meu relógio só me diz uma coisa: o quanto eu devo correr para não me atrasar…
Mas o relógio não desiste. Continuará a nos chamar à sabedoria: "tempus fugit…"
Quem sabe que o tempo está fugindo descobre, subitamente, a beleza única do momento que nunca mais será…
Rubem Alves
quinta-feira, 9 de maio de 2013
domingo, 5 de maio de 2013
Poema da Mãe
Mãe, és a fonte da minha vida!
És a mulher do meu ser.
És a beleza que me encanta e que me fortalece.
És a minha protetora que iluminas e guias os meus caminhos.
És a mulher que nunca mais esquecerei!
Mãe, quiseste que eu nascesse e, por isso, me conservaste no teu ventre!
Desde a minha conceção, sei que o amor pelo teu filho jamais saiu do teu coração.
As tuas doces e afáveis mãos foram sentidas com o carinho que sempre me dedicaste.
Os teus beijos, os teus abraços e os teus gestos afetuosos transmitiram incessantemente o teu amor e a tua ternura para comigo.
Os teus ensinamentos guiaram-me constantemente pelos bons caminhos e hoje sou o fruto do teu ser.
Qual é o filho que despreza uma mãe? Muitas vezes lutando com tanto sacrifício para lhe dar o essencial para a vida!
Qual o filho que maltrata uma mãe que só lhe dedicou palavras de amor e de conforto?
Qual o filho que não ajuda a sua mãe quando ela deixava tudo para o socorrer?
Qual o filho que não acarinha a sua mãe na dor, na aflição e na velhice quando ela tanta lágrima brotou nas horas de aflição?
Qual o filho que é capaz de magoar a sua mãe?
Mãe, peço-te desculpa se alguma vez te ofendi! Tu mereces todo o meu carinho!
Mãe, lembro-me de todo o bem que me dedicaste. Não te posso esquecer!
Mãe, conservo o teu olhar terno e maternal que tantas vezes me confortou!
Mãe, estás no meu coração como a mulher que eu amo e que jamais poderei esquecer!
Mãe, podes contar sempre comigo em todos os momentos da tua vida.
Obrigado (a), minha querida mãe.
Salvador de Sousa, professor
És a mulher do meu ser.
És a beleza que me encanta e que me fortalece.
És a minha protetora que iluminas e guias os meus caminhos.
És a mulher que nunca mais esquecerei!
Mãe, quiseste que eu nascesse e, por isso, me conservaste no teu ventre!
Desde a minha conceção, sei que o amor pelo teu filho jamais saiu do teu coração.
As tuas doces e afáveis mãos foram sentidas com o carinho que sempre me dedicaste.
Os teus beijos, os teus abraços e os teus gestos afetuosos transmitiram incessantemente o teu amor e a tua ternura para comigo.
Os teus ensinamentos guiaram-me constantemente pelos bons caminhos e hoje sou o fruto do teu ser.
Qual é o filho que despreza uma mãe? Muitas vezes lutando com tanto sacrifício para lhe dar o essencial para a vida!
Qual o filho que maltrata uma mãe que só lhe dedicou palavras de amor e de conforto?
Qual o filho que não ajuda a sua mãe quando ela deixava tudo para o socorrer?
Qual o filho que não acarinha a sua mãe na dor, na aflição e na velhice quando ela tanta lágrima brotou nas horas de aflição?
Qual o filho que é capaz de magoar a sua mãe?
Mãe, peço-te desculpa se alguma vez te ofendi! Tu mereces todo o meu carinho!
Mãe, lembro-me de todo o bem que me dedicaste. Não te posso esquecer!
Mãe, conservo o teu olhar terno e maternal que tantas vezes me confortou!
Mãe, estás no meu coração como a mulher que eu amo e que jamais poderei esquecer!
Mãe, podes contar sempre comigo em todos os momentos da tua vida.
Obrigado (a), minha querida mãe.
Salvador de Sousa, professor
"Havia crianças com síndrome de Down. E todas elas trabalhavam com a mesma concentração que as outras crianças. Pareciam-me integradas nas tarefas escolares, como as crianças ditas "normais". Perguntei ao diretor sobre o segredo daquele milagre. Ele me deu uma resposta curiosa. Não me citou teorias psicológicas sobre o assunto. Sugeriu-me ler um incidente do livro Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll. Fazia muitos anos que eu lera aquele livro. E eu o lera como literatura do absurdo, coisa para crianças.
Alice, seduzida por um coelho que carregava um relógio, seguiu-o dentro de um buraco que, sem que ela disso suspeitasse, era a entrada de um mundo fantástico. De repente, ela se viu dentro de um mundo completamente desconhecido e maluco, com o chapeleiro e o gato que ria.
No incidente que nos interessa, encontramos Alice e seus amigos completamente molhados -haviam caído dentro de um tanque. Agora, tinham um problema comum a resolver: ficar secos. O que fazer?
A turma da Alice, que era formado pelo pássaro Dodô -esse pássaro existiu de verdade, mas foi extinto-, um rato, um caranguejo, uma marmota, um pombo, uma coruja, uma arara, um pato, um macaco, todos diferentes, cada um do jeito como seu corpo determinava, todos eles pensando numa coisa só: o que fazer para ficar secos.
O pássaro Dodô sugeriu uma corrida. Correndo o corpo esquenta e fica seco. Mas Alice queria saber das regras. O pássaro Dodô explicou:
"Primeiro marca-se o caminho da corrida, num tipo de círculo (a forma exata não tem importância), e então os participantes são todos colocados em lugares diferentes, ao longo do caminho, aqui e ali. Não tem nada de '"um, dois, três, já'. Eles começam a correr quando lhes apetece e abandonam a corrida quando querem, o que torna difícil dizer quando a corrida termina."
Notem a desordem: um círculo de forma inexata, os participantes são colocados em lugares diferentes, aqui e ali, e não tem "um, dois, três, já", começam a correr quando lhes apetece e abandonam a corrida quando querem.
Assim, a corrida começou. Cada um corria do jeito que sabia: pra frente, pra trás, pros lados, aos pulinhos, em zigue-zague... Depois que haviam corrido por mais ou menos meia hora, o pássaro Dodô gritou: "A corrida terminou!" Todos se reuniram ao redor do Dodô e perguntaram: "Quem ganhou?". "Todos ganharam", disse Dodô. "E todos devem ganhar prémios."
Acho que o Lewis Carroll estava expondo, de forma humorística, as suas ideias para a reforma dos currículos da Universidade de Oxford, ideias essas que ele não tinha coragem de tornar públicas, por medo de perder seu lugar de professor de matemática.
"Curriculum", no latim, quer dizer "corrida", "lugar onde se corre". Uma corrida, para fazer sentido, tem de ser entre iguais, não faz sentido por araras, ratos e caranguejos correndo juntos. Não faz sentido colocar os "diferentes" a correr junto com os "iguais" Aquilo a que se dá o nome de integração em nossas escolas é colocar os "portadores de deficiência" correndo a mesma corrida dos chamados de "normais". Nessa corrida, os "deficientes" estão condenados a perder. A corrida do pássaro Dodô é diferente: cada um corre do jeito que sabe e pode, todos ganham e todos recebem prémios..."
Alice, seduzida por um coelho que carregava um relógio, seguiu-o dentro de um buraco que, sem que ela disso suspeitasse, era a entrada de um mundo fantástico. De repente, ela se viu dentro de um mundo completamente desconhecido e maluco, com o chapeleiro e o gato que ria.
No incidente que nos interessa, encontramos Alice e seus amigos completamente molhados -haviam caído dentro de um tanque. Agora, tinham um problema comum a resolver: ficar secos. O que fazer?
A turma da Alice, que era formado pelo pássaro Dodô -esse pássaro existiu de verdade, mas foi extinto-, um rato, um caranguejo, uma marmota, um pombo, uma coruja, uma arara, um pato, um macaco, todos diferentes, cada um do jeito como seu corpo determinava, todos eles pensando numa coisa só: o que fazer para ficar secos.
O pássaro Dodô sugeriu uma corrida. Correndo o corpo esquenta e fica seco. Mas Alice queria saber das regras. O pássaro Dodô explicou:
"Primeiro marca-se o caminho da corrida, num tipo de círculo (a forma exata não tem importância), e então os participantes são todos colocados em lugares diferentes, ao longo do caminho, aqui e ali. Não tem nada de '"um, dois, três, já'. Eles começam a correr quando lhes apetece e abandonam a corrida quando querem, o que torna difícil dizer quando a corrida termina."
Notem a desordem: um círculo de forma inexata, os participantes são colocados em lugares diferentes, aqui e ali, e não tem "um, dois, três, já", começam a correr quando lhes apetece e abandonam a corrida quando querem.
Assim, a corrida começou. Cada um corria do jeito que sabia: pra frente, pra trás, pros lados, aos pulinhos, em zigue-zague... Depois que haviam corrido por mais ou menos meia hora, o pássaro Dodô gritou: "A corrida terminou!" Todos se reuniram ao redor do Dodô e perguntaram: "Quem ganhou?". "Todos ganharam", disse Dodô. "E todos devem ganhar prémios."
Acho que o Lewis Carroll estava expondo, de forma humorística, as suas ideias para a reforma dos currículos da Universidade de Oxford, ideias essas que ele não tinha coragem de tornar públicas, por medo de perder seu lugar de professor de matemática.
"Curriculum", no latim, quer dizer "corrida", "lugar onde se corre". Uma corrida, para fazer sentido, tem de ser entre iguais, não faz sentido por araras, ratos e caranguejos correndo juntos. Não faz sentido colocar os "diferentes" a correr junto com os "iguais" Aquilo a que se dá o nome de integração em nossas escolas é colocar os "portadores de deficiência" correndo a mesma corrida dos chamados de "normais". Nessa corrida, os "deficientes" estão condenados a perder. A corrida do pássaro Dodô é diferente: cada um corre do jeito que sabe e pode, todos ganham e todos recebem prémios..."
Rubem Alves
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Cristina Martins,
Rubem Alves
sábado, 4 de maio de 2013
quinta-feira, 2 de maio de 2013
Caxemira – 1990
Caxemira – 1990
Foi há alguns anos atrás num campo de cultivo, próximo de Caxemira que estes olhares se cruzaram na minha viagem até Ladak, Pequeno Tibete da Índia.
Estas paragens deixam-nos a pensar entre a civilização dos homens e os que dela não vivem. Estas crianças são os grandes heróis de todos os tempos.
Estas paragens deixam-nos a pensar entre a civilização dos homens e os que dela não vivem. Estas crianças são os grandes heróis de todos os tempos.
ajoVê
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