(Especialmente para o David)
quarta-feira, 31 de julho de 2013
CHICO BUARQUE & MILTON NASCIMENTO - O QUE SERÁ (1976)
Que andam suspirando pelas alcovas
Que andam sussurrando em versos e trovas
Que andam combinando no breu das tocas
Que anda nas cabeças anda nas bocas
Que andam acendendo velas nos becos
Que estão falando alto pelos botecos
E gritam nos mercados que com certeza
Está na natureza
Será, que será?
O que não tem certeza nem nunca terá
O que não tem conserto nem nunca terá
O que não tem tamanho...
O que será, que será?
Que vive nas ideias desses amantes
Que cantam os poetas mais delirantes
Que juram os profetas embriagados
Que está na romaria dos mutilados
Que está na fantasia dos infelizes
Que está no dia a dia das meretrizes
No plano dos bandidos dos desvalidos
Em todos os sentidos...
Será, que será?
O que não tem decência nem nunca terá
O que não tem censura nem nunca terá
O que não faz sentido...
O que será, que será?
Que todos os avisos não vão evitar
Por que todos os risos vão desafiar
Por que todos os sinos irão repicar
Por que todos os hinos irão consagrar
E todos os meninos vão desembestar
E todos os destinos irão se encontrar
E mesmo o Padre Eterno que nunca foi lá
Olhando aquele inferno vai abençoar
O que não tem governo nem nunca terá
O que não tem vergonha nem nunca terá
O que não tem juízo...
Chico Buarque
VIDA
Pais... é quase tudo!... é ascendência!...
Filhos... é mesmo tudo!... é metafísica!...
Amizade... é o sublime!... é transcendência!...
Camaradagem... é intensidade!... é excelência!...
Amor... é loucura!... é inconsciência!...
E... em seu imo...
O mais que tudo!...
A vera essência!
Olímpio A. Alegre Pinto
Jan. 2011
terça-feira, 30 de julho de 2013
Pensamento do dia...
Amizade é o encontro de duas solidões. Quando duas solidões se
encontram, acontece a comunhão.
Rubem Alves
Poder, uso, e legitimidade
Uns por pânico e cobardia, outros por ignorância e acefalia, são
muitos os que invocam, sistemática e pateticamente, a legitimidade da
eleição, ocultando, ou desconhecendo, o que é a legitimidade do exercício.
O.A.A.P.
2012
segunda-feira, 29 de julho de 2013
Pedras no Caminho
Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes,
mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo.
E que posso evitar que ela vá a falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver
apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e
se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar
um oásis no recôndito da sua alma.
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um 'não'.
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo...
mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo.
E que posso evitar que ela vá a falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver
apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e
se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar
um oásis no recôndito da sua alma.
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um 'não'.
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo...
domingo, 28 de julho de 2013
Nem Sempre Sou Igual no que Digo e Escrevo
Nem sempre sou igual no que digo e escrevo.
Mudo, mas não mudo muito.
A cor das flores não é a mesma ao sol
De que quando uma nuvem passa
Ou quando entra a noite
E as flores são cor da sombra.
Mas quem olha bem vê que são as mesmas flores.
Por isso quando pareço não concordar comigo,
Reparem bem para mim:
Se estava virado para a direita,
Voltei-me agora para a esquerda,
Mas sou sempre eu, assente sobre os mesmos pés —
O mesmo sempre, graças ao céu e à terra
E aos meus olhos e ouvidos atentos
E à minha clara simplicidade de alma ...
Alberto Caeiro, in "O Guardador de Rebanhos - Poema XXIX"
Heterónimo de Fernando Pessoa
Mudo, mas não mudo muito.
A cor das flores não é a mesma ao sol
De que quando uma nuvem passa
Ou quando entra a noite
E as flores são cor da sombra.
Mas quem olha bem vê que são as mesmas flores.
Por isso quando pareço não concordar comigo,
Reparem bem para mim:
Se estava virado para a direita,
Voltei-me agora para a esquerda,
Mas sou sempre eu, assente sobre os mesmos pés —
O mesmo sempre, graças ao céu e à terra
E aos meus olhos e ouvidos atentos
E à minha clara simplicidade de alma ...
Alberto Caeiro, in "O Guardador de Rebanhos - Poema XXIX"
Heterónimo de Fernando Pessoa
sábado, 27 de julho de 2013
Dissertação sobre o canto da Liberdade…
É rasante o teu voo
quando desces das íngremes alturas
e mergulhas na desordem do universo dos homens,
na tua ânsia aflita de desatar os nós górdios
que amarram os nossos sonhos.
Nem a tua voz se cala,
nem a tua vontade esmorece
nem os teus olhos deixam de brilhar
quando a cegueira paralisa
aqueles que não querem acreditar
que a roda da História
não se imobiliza no tempo.
Para ti, a luta começa no exato momento
onde os outros a abandonaram,
por descrença ou por cansaço,
outros, até por traição,
e tu vais buscar o grito da La Pasionaria
(que é também o teu)
quando empunhas a espada demolidora
e desfraldas as bandeiras
que cantam a nossa liberdade.
É que tu também aprendeste a dizer não!...
Alexandre de Castro
Ourém, Julho de 2012 retirado do Alpendre da Lua
sexta-feira, 26 de julho de 2013
Pensamento do dia...
"O comandante olhou Fermina Daza e viu em suas pestanas os primeiros lampejos de um orvalho de inverno. Depois olhou Florentino Ariza, seu domínio invencível, seu amor impávido, e se assustou com a suspeita tardia de que é a vida, mais que a morte, a que não tem limites."
Gabriel Garcia Marquez, in O Amor nos Tempos de Cólera
Terra prometida...
Hoje
agradeço-te
a minha descoberta
a Vida, a morte,
a Terra prometida
por muito amarga que fosse
a minha Vida
a minha morte
seria sempre doce.
Maria José Meireles
Conselho
Sê paciente; espera
que a palavra amadureça
e se desprenda como um fruto
ao passar o vento que a mereça.
Eugénio de Andrade
que a palavra amadureça
e se desprenda como um fruto
ao passar o vento que a mereça.
Eugénio de Andrade
Em Louvor das Crianças
Se há na terra um reino que nos seja familiar e ao mesmo tempo estranho, fechado nos seus limites e simultaneamente sem fronteiras, esse reino é o da infância. A esse país inocente, donde se é expulso sempre demasiado cedo, apenas se regressa em momentos privilegiados — a tais regressos se chama, às vezes, poesia. Essa espécie de terra mítica é habitada por seres de uma tão grande formosura que os anjos tiveram neles o seu modelo, e foi às crianças, como todos sabem pelos evangelhos, que foi prometido o Paraíso.
A sedução das crianças provém, antes de mais, da sua proximidade com os animais — a sua relação com o mundo não é a da utilidade, mas a do prazer. Elas não conhecem ainda os dois grandes inimigos da alma, que são, como disse Saint-Exupéry, o dinheiro e a vaidade. Estas frágeis criaturas, as únicas desde a origem destinadas à imortalidade, são também as mais vulneráveis — elas têm o peito aberto às maravilhas do mundo, mas estão sem defesa para a bestialidade humana que, apesar de tanta tecnologia de ponta, não diminui nem se extingue.
O sofrimento de uma criança é de uma ordem tão monstruosa que, frequentemente, é usado como argumento para a negação da bondade divina. Não, não há salvação para quem faça sofrer uma criança, que isto se grave indelevelmente nos vossos espíritos. O simples facto de consentirmos que milhões e milhões de crianças padeçam fome, e reguem com as suas lágrimas a terra onde terão ainda de lutar um dia pela justiça e pela liberdade, prova bem que não somos filhos de Deus.
Eugénio de Andrade, in 'Rosto Precário'
A sedução das crianças provém, antes de mais, da sua proximidade com os animais — a sua relação com o mundo não é a da utilidade, mas a do prazer. Elas não conhecem ainda os dois grandes inimigos da alma, que são, como disse Saint-Exupéry, o dinheiro e a vaidade. Estas frágeis criaturas, as únicas desde a origem destinadas à imortalidade, são também as mais vulneráveis — elas têm o peito aberto às maravilhas do mundo, mas estão sem defesa para a bestialidade humana que, apesar de tanta tecnologia de ponta, não diminui nem se extingue.
O sofrimento de uma criança é de uma ordem tão monstruosa que, frequentemente, é usado como argumento para a negação da bondade divina. Não, não há salvação para quem faça sofrer uma criança, que isto se grave indelevelmente nos vossos espíritos. O simples facto de consentirmos que milhões e milhões de crianças padeçam fome, e reguem com as suas lágrimas a terra onde terão ainda de lutar um dia pela justiça e pela liberdade, prova bem que não somos filhos de Deus.
Eugénio de Andrade, in 'Rosto Precário'
Sem ti
E de súbito desaba o silêncio.
É um silêncio sem ti,
sem álamos,
sem luas.
Só nas minhas mãos
ouço a música das tuas.
Eugénio de Andrade
É um silêncio sem ti,
sem álamos,
sem luas.
Só nas minhas mãos
ouço a música das tuas.
Eugénio de Andrade
quinta-feira, 25 de julho de 2013
quarta-feira, 24 de julho de 2013
terça-feira, 23 de julho de 2013
Durante anos eu me aplicara em maquilhagem, dieta, ginástica. Acreditava ser o modo de te continuar cativando. Só agora entendi que a sedução mora em outro lugar. Talvez no olhar. E havia muito que eu deixara esmorecer esse olhar incendiado.
(..) Agora , eu sei, do amor interessa-me apenas o não-saber, deixar o corpo fora da mente, em descomando absoluto. Mulher apenas na aparência. Debaixo do gesto: bicho, fera, lava.
(..) Agora , eu sei, do amor interessa-me apenas o não-saber, deixar o corpo fora da mente, em descomando absoluto. Mulher apenas na aparência. Debaixo do gesto: bicho, fera, lava.
MIA COUTO
Fala de Marta, no livro "Antes de Nascer o Mundo"
segunda-feira, 22 de julho de 2013
Utopia hexaédrica
O Filósofo, na Ágora, insistiu:
- Ética no Pensamento.
- Estética na Atitude.
- Elegância na Postura.
- Honestidade na Acção.
- Autenticidade na Palavra.
O Poeta, no Templo, rematou:
- Pundonor no Coração!
O Matemático, na vida, chorou !!, e... pensou:
- De tudo isso! ... - já se perdeu a equação!!
Olímpio A. Alegre Pinto
2012
- Ética no Pensamento.
- Estética na Atitude.
- Elegância na Postura.
- Honestidade na Acção.
- Autenticidade na Palavra.
O Poeta, no Templo, rematou:
- Pundonor no Coração!
O Matemático, na vida, chorou !!, e... pensou:
- De tudo isso! ... - já se perdeu a equação!!
Olímpio A. Alegre Pinto
2012
domingo, 21 de julho de 2013
Com África no peito
E vamos andando
com África no peito
Já passaram três décadas
e há 7200 quilómetros de distância
mas não perdemos o jeito
...
Basta um merengue, um funaná,
uma morna, uma coladera
Basta um cheiro tropical
caju fresco, manga, mamão
óleo de dendém, jindungo
E lá vem África de novo
A África que nos entrou
pelos cinco sentidos
pelos sete buracos
da nossa cabeça
Pelo cheiro a terra molhada
pelo som da batucada
pelo sabor da muambada
Pela visão desse pôr-do-sol avermelhado
que não há em mais nenhum lado
E pelo meu olhar que segue
a tua pele negra de ébano
Por muita Europa que nos cerque
Há uma África que vive
e resiste
dentro de nós
Nicolau Santos
in Aroma de pitangas num país que não existe
com África no peito
Já passaram três décadas
e há 7200 quilómetros de distância
mas não perdemos o jeito
...
Basta um merengue, um funaná,
uma morna, uma coladera
Basta um cheiro tropical
caju fresco, manga, mamão
óleo de dendém, jindungo
E lá vem África de novo
A África que nos entrou
pelos cinco sentidos
pelos sete buracos
da nossa cabeça
Pelo cheiro a terra molhada
pelo som da batucada
pelo sabor da muambada
Pela visão desse pôr-do-sol avermelhado
que não há em mais nenhum lado
E pelo meu olhar que segue
a tua pele negra de ébano
Por muita Europa que nos cerque
Há uma África que vive
e resiste
dentro de nós
Nicolau Santos
in Aroma de pitangas num país que não existe
Bilhete de identidade
Nasci branco de segunda
Calcinhas ou kaluanda
Nasci com os pés no mar
em São Paulo de Loanda
Brinquei de pé descalço
Em poças de águas castanhas
Tive lagartas da caça
Não escapei às matacanhas
Comi manga sape-sape
Fruta-pinha tamarindo
Mamão a gente roubava
No quintal do velho Zindo
Pirolito que pega nos dentes
Baleizão, paracuca
E carrinhos de rolamentos
Numa corrida maluca
Tinha o Gelo, tinha a Biker
Miramar e Colonial
O Ferrovia, o Marítimo
Chás dançantes no Tropical
O N'Gola era só ritmo
O Liceu uma lenda
Kimuezo e Teta Lando
E os Ases do Prenda
Havia velhas que fumavam
E velhos com ar de sábio
Enquanto novas músicas
Se insinuavam na rádio
"E a cidade é linda
É de bem querer
A minha cidade é linda
Hei-de amá-la até morrer"
Quem não estudou no Salvador?
Quem não se lembra do Videira?
E das garinas de bata branca
Nossas colegas de carteira?
Depois havia o Kinaxixe
Futebol era nos Coqueiros
Havia praias, um mar quente
Savanas imensas, imbondeiros
E havia o som do vento
O cheiro da terra molhada
As chuvas arrasadoras
O fogo das queimadas
E havia todos os loucos
Do progresso e da guerra
A Joana Maluca, o Gasparito
A desgraça daquela terra
Nasci branco de segunda
Calcinha ou kaluanda
Nasci com os pés no mar
Em São Paulo de Loanda
Nicolau Santos
in Jacarandá e Mulemba
Calcinhas ou kaluanda
Nasci com os pés no mar
em São Paulo de Loanda
Brinquei de pé descalço
Em poças de águas castanhas
Tive lagartas da caça
Não escapei às matacanhas
Comi manga sape-sape
Fruta-pinha tamarindo
Mamão a gente roubava
No quintal do velho Zindo
Pirolito que pega nos dentes
Baleizão, paracuca
E carrinhos de rolamentos
Numa corrida maluca
Tinha o Gelo, tinha a Biker
Miramar e Colonial
O Ferrovia, o Marítimo
Chás dançantes no Tropical
O N'Gola era só ritmo
O Liceu uma lenda
Kimuezo e Teta Lando
E os Ases do Prenda
Havia velhas que fumavam
E velhos com ar de sábio
Enquanto novas músicas
Se insinuavam na rádio
"E a cidade é linda
É de bem querer
A minha cidade é linda
Hei-de amá-la até morrer"
Quem não estudou no Salvador?
Quem não se lembra do Videira?
E das garinas de bata branca
Nossas colegas de carteira?
Depois havia o Kinaxixe
Futebol era nos Coqueiros
Havia praias, um mar quente
Savanas imensas, imbondeiros
E havia o som do vento
O cheiro da terra molhada
As chuvas arrasadoras
O fogo das queimadas
E havia todos os loucos
Do progresso e da guerra
A Joana Maluca, o Gasparito
A desgraça daquela terra
Nasci branco de segunda
Calcinha ou kaluanda
Nasci com os pés no mar
Em São Paulo de Loanda
Nicolau Santos
in Jacarandá e Mulemba
sábado, 20 de julho de 2013
O ROBLE MAIS NOBRE
O Único AMOR Verdadeiro...
É como Frondoso Carvalho
Em margem de Cristalino Ribeiro!
Ergue os ramos à Luz Azul do Céu...
Escuta Sussurros do Vento...
E em suas Raízes profundas...
Fica Firme!... Todo Inteiro!
E não há Outono ligeiro
Sequer Inverno feroz...
Que lhe colha uma única folha!
Que lhe tire uma única noz!...
Que lhe apague um sorriso fagueiro!
Olímpio A. Alegre Pinto
Na Vida.
É como Frondoso Carvalho
Em margem de Cristalino Ribeiro!
Ergue os ramos à Luz Azul do Céu...
Escuta Sussurros do Vento...
E em suas Raízes profundas...
Fica Firme!... Todo Inteiro!
E não há Outono ligeiro
Sequer Inverno feroz...
Que lhe colha uma única folha!
Que lhe tire uma única noz!...
Que lhe apague um sorriso fagueiro!
Olímpio A. Alegre Pinto
Na Vida.
sexta-feira, 19 de julho de 2013
Plenitude
De manhã ardo!
À tarde queimo!
De noite consumo-me!
Num querer violento!!
Sussurrou o lamento...
Em quente desalento...
A um ouvido escondido
Nos cabelos de prata
Da plenitude da Lua.
Olìmpio A. Alegre Pinto
Sem Tempo
À tarde queimo!
De noite consumo-me!
Num querer violento!!
Sussurrou o lamento...
Em quente desalento...
A um ouvido escondido
Nos cabelos de prata
Da plenitude da Lua.
Olìmpio A. Alegre Pinto
Sem Tempo
segunda-feira, 15 de julho de 2013
Piano...
Não há memória
da razão
porque estava nervosa
a porta fechada
e dentro o piano
que amava
lembro apenas o pontapé
a dor intensa...
e a calma imensa.
Maria José Meireles
domingo, 14 de julho de 2013
O titular, o atributo, a substância, e a elegância
"O rei pode tornar um homem nobre, mas não pode torná-lo num cavalheiro!"
(Edmund Burke, respondendo ao Duque de Gloucester - Séc. XVIII)
(Edmund Burke, respondendo ao Duque de Gloucester - Séc. XVIII)
PENTAEDRO
O Pensamento pode faltar... ou não resultar.
A Visão pode confundir... ou não existir.
A Palavra pode exaltar... ou amedrontar.
A Acção pode construir... ou destruir.
Só o Espírito pode Alcançar... se nunca se abandonar!
Olímpio A.Alegre Pinto
Sem Tempo
A Visão pode confundir... ou não existir.
A Palavra pode exaltar... ou amedrontar.
A Acção pode construir... ou destruir.
Só o Espírito pode Alcançar... se nunca se abandonar!
Olímpio A.Alegre Pinto
Sem Tempo
sexta-feira, 12 de julho de 2013
"Verticalidade"
Excluindo os "Tiranossauros Rex", outros Dinossauros "afins", e também
as Aves, suas descendentes.... E as crianças!!! ... Aos bípedes, prefiro
os quadrúpedes, os hexápodes, octópodes, poliápodes, miriápodes e,
mesmo, ápodes... extintos ou viventes... pois, a insolência e a
estupidez bípedes da putativa posição "vertical" ofendeu a Deus, que a
castigou com o anátema do "conhecimento", da maldade, da hipocrisia, da
perfídia, da gula, e da postergação do que é a remissão do Pecado!
Olímpio A. Alegre Pinto
2012
Mensagem a um desconhecido
Teu bom pensamento longínquo me emociona.
Tu, que apenas me leste,
acreditaste em mim, e me entendeste profundamente.
Isso me consola dos que me viram,
a quem mostrei toda a minha alma,
e continuaram ignorantes de tudo que sou,
como se nunca me tivessem encontrado.
Cecília Meireles
Tu, que apenas me leste,
acreditaste em mim, e me entendeste profundamente.
Isso me consola dos que me viram,
a quem mostrei toda a minha alma,
e continuaram ignorantes de tudo que sou,
como se nunca me tivessem encontrado.
Cecília Meireles
CHUVA
Ele, longe e húmido no olhar, disse :
Chuva... Não há chuva como na savana! É quente, é morna, é fresca, é fria...
molha sem molhar, escorre sem parar, limpa o suar, brilha ao luar, mareja
o olhar... ao nascer do sol faz estrelar cada folha de capim, cada
copa de árvore,
cada dorso de antílope, cada espelho de rio, cada reflexo de
cacimba... e faz
rescender o perfume mais intenso, o mais agarrante, o mais
penetrante, o mais
inebriante... o da terra molhada... do sol e da sombra, do dia e
da noite, do calor
e do frio, do vapor e do pó, do cheiro do corpo do homem já sujo,
ao lado do
cheiro agreste, ácido, limpo, das fezes da palanca, do soco, da
pacaça ou do
songue... Chuva na savana, sol no coração !
Olímpio António Alegre Pinto
Fev. 2011
Chuva... Não há chuva como na savana! É quente, é morna, é fresca, é fria...
molha sem molhar, escorre sem parar, limpa o suar, brilha ao luar, mareja
o olhar... ao nascer do sol faz estrelar cada folha de capim, cada
copa de árvore,
cada dorso de antílope, cada espelho de rio, cada reflexo de
cacimba... e faz
rescender o perfume mais intenso, o mais agarrante, o mais
penetrante, o mais
inebriante... o da terra molhada... do sol e da sombra, do dia e
da noite, do calor
e do frio, do vapor e do pó, do cheiro do corpo do homem já sujo,
ao lado do
cheiro agreste, ácido, limpo, das fezes da palanca, do soco, da
pacaça ou do
songue... Chuva na savana, sol no coração !
Olímpio António Alegre Pinto
Fev. 2011
quinta-feira, 11 de julho de 2013
A Lenda do Lobo
Há muito, muito, muitíssimo mais que mil anos, a loba, farejando caça, cheirou o homem... recém nascido, abandonado, inerte. Abocanhou-o com cuidado, e para a toca o levou... e a seus filhos o juntou, lambeu e aconchegou.
Alta noite, luar de prata, o lobo chegou... e o novo filho também cheirou... e muito lambeu! ... Correu, lesto, à colina, e, no meio da noite, com muita força, uivou! ... ...
O homem sobreviveu! ... E sempre comeu o que o lobo lhe deu. A caçar não aprendeu! ... ... ... Mas um pecado cometeu! - a seu pai, não reconheceu!... a sua mãe, olvidou!... a seu irmão enganou! Chamando-lhe cão, dele se aproveitou! À lealdade faltou!!... E, muitas vezes, maltratou!!! ... ...
Há muito mais que mil anos que dizem que os medos, as lendas, os mitos, os licantropos, as fantasias... (até Rómulo e Remo)! não são mais do que aquilo que ficou de um grito de alegria que começou, e que em uivo de tristeza se transformou!
O.A.A.P.
Julho 2011
Vicente Ansola, um percurso fotográfico a não perder de VER
Observei minuciosamente o seu trabalho em exposição no Festival de Música Celta na Ortigueira - Galiza.
Dizer que fiquei deliciado é muito pouco para expressar por palavras, o quanto me encantou a sua mestria sensível em captar os momentos mais quentes da sua ternura por rostos humanos, pela natureza paisagística dos deuses, dos homens e dos seres vivos.
Consigo OUVIR toda a musicalidade dos nossos antepassados reflectida nas paisagens, nos rostos humanos e nos seres vivos que se passeiam pelos seus trabalhos.
O fotógrafo Vicente Ansola, diz que as suas imagens não são mais, que a consequência lógica da sua trajectória de vida, Prémio Hasselblad.
Viveu as suas peripécias fotográficas por Cantabria, Irlanda e Galiza capturando com a sua objectiva "vidas anónimas de gente simples e paisagens", fazem-o recordar a sua infância, "onde a sensação de independência e liberdade" sempre estiveram presentes nos seus trabalhos.
Espreitar os seus trabalhos (na Net), é (quase) um dever para o olhar do anónimo e do conceituado observador da Vida Humana.
Deixo essa vontade para quem "Pára, Escuta e Olha", os aspectos mais grandiosos do cidadão do mundo.
Aquele Abraço Maior que o Mar das nossa paixões
ajoVê
Dizer que fiquei deliciado é muito pouco para expressar por palavras, o quanto me encantou a sua mestria sensível em captar os momentos mais quentes da sua ternura por rostos humanos, pela natureza paisagística dos deuses, dos homens e dos seres vivos.
Consigo OUVIR toda a musicalidade dos nossos antepassados reflectida nas paisagens, nos rostos humanos e nos seres vivos que se passeiam pelos seus trabalhos.
O fotógrafo Vicente Ansola, diz que as suas imagens não são mais, que a consequência lógica da sua trajectória de vida, Prémio Hasselblad.
Viveu as suas peripécias fotográficas por Cantabria, Irlanda e Galiza capturando com a sua objectiva "vidas anónimas de gente simples e paisagens", fazem-o recordar a sua infância, "onde a sensação de independência e liberdade" sempre estiveram presentes nos seus trabalhos.
Espreitar os seus trabalhos (na Net), é (quase) um dever para o olhar do anónimo e do conceituado observador da Vida Humana.
Deixo essa vontade para quem "Pára, Escuta e Olha", os aspectos mais grandiosos do cidadão do mundo.
Aquele Abraço Maior que o Mar das nossa paixões
ajoVê
quarta-feira, 10 de julho de 2013
Heptaedro
Mais forte do que a desculpa, é a justificação!
Mais forte do que a justificação, é a explicação!
Mais forte do que a explicação, é a acção!
Mais forte do que a acção, é a força!
Mais forte do que a força, é a palavra!
Mais forte do que a palavra, é o exemplo!
Mais forte do que o exemplo, é o Carácter!
O.A.A.P.
Ago2012
Mais forte do que a justificação, é a explicação!
Mais forte do que a explicação, é a acção!
Mais forte do que a acção, é a força!
Mais forte do que a força, é a palavra!
Mais forte do que a palavra, é o exemplo!
Mais forte do que o exemplo, é o Carácter!
O.A.A.P.
Ago2012
terça-feira, 9 de julho de 2013
PROFESSOR
A Primeira, mais profunda, e mais Forte Missão do PROFESSOR, não é falar, não é preencher a memória, nem, sequer, dizer, indicar, explicar ou ensinar... - mas, sim!, - cativar, marcar, agitar o pensamento, despertar a imaginação e a Visão, e habituar o Pensamento ao uso da terceira e última palavra "Mágica": - PORQUÊ?
Olímpio A. Alegre Pinto
Sem Tempo
segunda-feira, 8 de julho de 2013
A Lenda de Vénus
Marte, cansado da Guerra, do Sofrimento e da Morte, desceu a
Montanha... - Crua, Agreste, Seca, Deserta... - a da dureza da rocha
mais dura, da pedra nua... - a da Crueldade dos homens da Terra!
Na Planície, pousou o Escudo partido, e descansou a fera Lança de
sangue coberta... à sombra suave da Árvore Sagrada... - a da Luz
suplicante, doce, bruxuleante...
Olhou para o Sol, hesitante, quase perdido... mas sua Mente e seu
Corpo seguiram o seu Rumo - descente, sempre para Ocidente...
Mil dias passaram... até que, seus pés, ensanguentados, sofridos,
marcados pelas agruras do caminho, pisaram e descansaram, por fim, em
areias douradas, macias, cálidas...- para além do fim da Terra
Deserta, Crua e Fria, - as areias do Início do Mar... do Princípio da
Vida...
Lá! - onde existe o Ar puro, ausente do bafo pútrido da Maldade do
homem... Ali! - onde se sente o aroma fresco, o cheiro intenso, o
sabor, o perfume... a Visão do Horizonte sem fim... o do Mar Azul, do
Mar Transparente - o do Verde Límpido da Pura Água Marinha... a do Mar
Bendito... a do Mar Infinito! ... o do longínquo Oceano da Paz!
Ele, o deus da Guerra, dorido, querendo memória apagar, pediu a
Júpiter... e... sim! - emprestou ao Sol Poente as cores mais quentes,
as mais íntimas, as permanentes, as mais sofridas, ... - as do Fogo
Fundente... - as do fundo da sua Alma! - triste, cansada, partida... a
do Espírito sofrente, pungente...
Ele, o Guerreiro Indomável!, pediu, soluçou!, humilde!, ao Sol... um
Raio de Luz, um Sinal de Perdão... o Condão de um descanso... de uma
Bênção, de uma Contrição...
A Lua, a Filha dileta do Astro Rei, ouviu e sentiu... e, por seu Pai
agraciada, condoída... por si... e por mais de mil anos... - em suave
carinho, acariciou e sarou, com seus Raios de Prata, o Sono, os
Sonhos, e as Feridas... do deus Guerreiro... e do seu Destino - o mais
Heróico, sim!... mas... em muito, o mais Fatal!
Um dia, de madrugada, ao Sol nascer, um Raio de Luz, branquíssimo,
fulgentíssimo, fendeu os olhos entreabertos de Marte... acordou a
dormente, a já mais serena, quase fechada, negra pupila - gravando,
num momento, e para sempre, em seus Olhos e em seu Coração, - de
Leão!, - ainda fero, ainda selvagem... - a mais Bela miragem! - a
Belíssima Imagem! - a de Vénus Princesa - saindo, sorrindo, da espuma
alvíssima das ondas... em seu Corpo molhado, brilhante, dourado... de
Beleza sagrado! ...
Uma Luz intensa - um relâmpago!... e um Vento súbito, vindo do Mar, em
turbilhão, envolveu Marte e Vénus abraçados, subiu para além das
Núvens, e... suavemente... pousou-os às Portas do Paraíso.
O.A.A.P.
2012
Montanha... - Crua, Agreste, Seca, Deserta... - a da dureza da rocha
mais dura, da pedra nua... - a da Crueldade dos homens da Terra!
Na Planície, pousou o Escudo partido, e descansou a fera Lança de
sangue coberta... à sombra suave da Árvore Sagrada... - a da Luz
suplicante, doce, bruxuleante...
Olhou para o Sol, hesitante, quase perdido... mas sua Mente e seu
Corpo seguiram o seu Rumo - descente, sempre para Ocidente...
Mil dias passaram... até que, seus pés, ensanguentados, sofridos,
marcados pelas agruras do caminho, pisaram e descansaram, por fim, em
areias douradas, macias, cálidas...- para além do fim da Terra
Deserta, Crua e Fria, - as areias do Início do Mar... do Princípio da
Vida...
Lá! - onde existe o Ar puro, ausente do bafo pútrido da Maldade do
homem... Ali! - onde se sente o aroma fresco, o cheiro intenso, o
sabor, o perfume... a Visão do Horizonte sem fim... o do Mar Azul, do
Mar Transparente - o do Verde Límpido da Pura Água Marinha... a do Mar
Bendito... a do Mar Infinito! ... o do longínquo Oceano da Paz!
Ele, o deus da Guerra, dorido, querendo memória apagar, pediu a
Júpiter... e... sim! - emprestou ao Sol Poente as cores mais quentes,
as mais íntimas, as permanentes, as mais sofridas, ... - as do Fogo
Fundente... - as do fundo da sua Alma! - triste, cansada, partida... a
do Espírito sofrente, pungente...
Ele, o Guerreiro Indomável!, pediu, soluçou!, humilde!, ao Sol... um
Raio de Luz, um Sinal de Perdão... o Condão de um descanso... de uma
Bênção, de uma Contrição...
A Lua, a Filha dileta do Astro Rei, ouviu e sentiu... e, por seu Pai
agraciada, condoída... por si... e por mais de mil anos... - em suave
carinho, acariciou e sarou, com seus Raios de Prata, o Sono, os
Sonhos, e as Feridas... do deus Guerreiro... e do seu Destino - o mais
Heróico, sim!... mas... em muito, o mais Fatal!
Um dia, de madrugada, ao Sol nascer, um Raio de Luz, branquíssimo,
fulgentíssimo, fendeu os olhos entreabertos de Marte... acordou a
dormente, a já mais serena, quase fechada, negra pupila - gravando,
num momento, e para sempre, em seus Olhos e em seu Coração, - de
Leão!, - ainda fero, ainda selvagem... - a mais Bela miragem! - a
Belíssima Imagem! - a de Vénus Princesa - saindo, sorrindo, da espuma
alvíssima das ondas... em seu Corpo molhado, brilhante, dourado... de
Beleza sagrado! ...
Uma Luz intensa - um relâmpago!... e um Vento súbito, vindo do Mar, em
turbilhão, envolveu Marte e Vénus abraçados, subiu para além das
Núvens, e... suavemente... pousou-os às Portas do Paraíso.
O.A.A.P.
2012
domingo, 7 de julho de 2013
Espelho...
O Amor
é uma força
sempre superior
a nós.
Ela diz
que ele se engana
e eu digo:
quase todos os espelhos
enganam.
Maria José Meireles
é uma força
sempre superior
a nós.
Ela diz
que ele se engana
e eu digo:
quase todos os espelhos
enganam.
Maria José Meireles
Cacofonias sócio/político-integrais
Falar, é importantíssimo!
Grave, porém, é o síndroma palavrótico obsessivo/compulsivo/
ininterruptus!
Uma sociedade sem silêncios, não escuta nem pensa!
- E é como um jardim zoológico só com papagaios cinzentos!
O.A.A.P.
2012
Grave, porém, é o síndroma palavrótico obsessivo/compulsivo/
Uma sociedade sem silêncios, não escuta nem pensa!
- E é como um jardim zoológico só com papagaios cinzentos!
O.A.A.P.
2012
sábado, 6 de julho de 2013
É sentir uma Dor!
Poesia é Sentir!
Sentir um Coração...
Poesia é Nascer!
É intenso Viver!
É amar o Irmão!
Poesia é Criança!
É firmar sua mão...
É ter seu Coração!
Poesia é esperança!
Poesia é uma dança!
Poesia é partir...
Poesia é chorar...
É não desistir!
É olhar uma flor...
Poesia é sorrir...
É sentir uma dor...
É Viver um Amor!
Olímpio A. Alegre Pinto
2011
Sentir um Coração...
Poesia é Nascer!
É intenso Viver!
É amar o Irmão!
Poesia é Criança!
É firmar sua mão...
É ter seu Coração!
Poesia é esperança!
Poesia é uma dança!
Poesia é partir...
Poesia é chorar...
É não desistir!
É olhar uma flor...
Poesia é sorrir...
É sentir uma dor...
É Viver um Amor!
Olímpio A. Alegre Pinto
2011
sexta-feira, 5 de julho de 2013
O PROBLEMA É ASSIM...CRÓNICO!
A segunda principal causa da desgraça dos portugueses... é a Assincronia!
- 90% das decisões, são copiadas e atrasadas!
- por ignorância, medo, burrice, incompetência, e atávica corrupção!
- 10% das decisões, são arremedadas e adiantadas!
- por modérnico, bacoco, deslumbrado, e basbáquico mimetismo!
Olímpio A. Alegre Pinto
Olímpio A. Alegre Pinto
terça-feira, 2 de julho de 2013
segunda-feira, 1 de julho de 2013
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