Há muito, muito, muitíssimo mais que mil anos, a loba, farejando caça, cheirou o homem... recém nascido, abandonado, inerte. Abocanhou-o com cuidado, e para a toca o levou... e a seus filhos o juntou, lambeu e aconchegou.
Alta noite, luar de prata, o lobo chegou... e o novo filho também cheirou... e muito lambeu! ... Correu, lesto, à colina, e, no meio da noite, com muita força, uivou! ... ...
O homem sobreviveu! ... E sempre comeu o que o lobo lhe deu. A caçar não aprendeu! ... ... ... Mas um pecado cometeu! - a seu pai, não reconheceu!... a sua mãe, olvidou!... a seu irmão enganou! Chamando-lhe cão, dele se aproveitou! À lealdade faltou!!... E, muitas vezes, maltratou!!! ... ...
Há muito mais que mil anos que dizem que os medos, as lendas, os mitos, os licantropos, as fantasias... (até Rómulo e Remo)! não são mais do que aquilo que ficou de um grito de alegria que começou, e que em uivo de tristeza se transformou!
O.A.A.P.
Julho 2011
Que vivam os animais
ResponderEliminarde corpo inteiro