"Começou hoje a doer-me a alma. Entrei em pânico, porque não tenho antecedentes, nem sei se isto se trata ou tem cura. Fui às páginas amarelas; procurei por urgências, genéricos, cuidados intensivos, clínicas de dia e de noite… Nada. Fiz uma busca no google. Em vão. Liguei para as avarias. Recomendaram-me o 112. Liguei para o 112. Recomendaram-me as avarias. Consultei três psicólogas amigas. Julguei, pelo menos, que serviam para isto, para aliviar a alma da gente, quando dói. Brincaram. Todos os racionais (garantiram) sofrem, de vez em quando, da alma. Alguns, mesmo, (acrescentaram) toda a vida, incluindo a infância. Quero lá saber: o mal dos outros nunca me prestou conforto. É agora que me dói a alma, a mim, não à humanidade. Que farei com a consciência inesperada desta patologia?…
O meu maior problema nem é que a alma me doa. São, apenas, 21 gramas de sofrimento. É ignorar a causa. Tem que haver uma e eu não sei qual é. Temo ser eu. Daí talvez o pânico…"
Ademar
29.12.2004
recuperado de abnoxio.blogs.sapo.pt
29.12.2004
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