Nenhum ser nos foi concedido. Correnteza apenas Somos, fluindo de forma em forma docilmente: Movidos pela sede do ser atravessamos O dia, a noite, a gruta e a catedral
Assim sem descanso as enchemos uma a uma E nenhuma nos é o lar, a ventura, a tormenta, Ora caminhamos sempre, ora somos sempre o visitante, A nós não chama o campo, o arado, a nós não cresce o pão
Não sabemos o que de nós quer Deus Que, barro em suas mãos, connosco brinca, Barro mudo e moldável que não ri nem chora, Barro amassado que nunca coze
Ser enfim como a pedra sólido! Durar uma vez! Eternamente vivo é este o nosso anseio Que medroso arrepio permanece apesar de eterno E nunca será o repouso no caminho
Porque hoje não é sexta
ResponderEliminarCorrenteza apenas
Nenhum ser nos foi concedido. Correnteza apenas
Somos, fluindo de forma em forma docilmente:
Movidos pela sede do ser atravessamos
O dia, a noite, a gruta e a catedral
Assim sem descanso as enchemos uma a uma
E nenhuma nos é o lar, a ventura, a tormenta,
Ora caminhamos sempre, ora somos sempre o visitante,
A nós não chama o campo, o arado, a nós não cresce o pão
Não sabemos o que de nós quer Deus
Que, barro em suas mãos, connosco brinca,
Barro mudo e moldável que não ri nem chora,
Barro amassado que nunca coze
Ser enfim como a pedra sólido! Durar uma vez!
Eternamente vivo é este o nosso anseio
Que medroso arrepio permanece apesar de eterno
E nunca será o repouso no caminho
Hermann Hesse, in 'O Jogo das Contas de Vidro'
Belinha