domingo, 1 de maio de 2011

Improviso pessoano...

Hoje abriste finalmente o baú
e estendeste sobre a cama
todos os ventos
não há memória de uma viagem assim
tão íntima
e tão lenta
esse corpo já não tem a inocência nem o pudor
dos berços originais
mas ainda treme
na vibração das cordas intocadas
na impaciência dos dedos acariciantes
que dominam a sofreguidão do tempo
que envelhece enquanto renasces
regresso ao álbum da infância
e pergunto se já lá estiveste.

Ademar

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