Disse o Príncipe, sonhando horizontes azuis e verdes ilhas desconhecidas:
“Aparelhai uma caravela. Tereis a possibilidade de vogar a favor do vento ou à bolina.”
“Ide por esses mares revoltos e encontrai novos rumos, novas terras.”
“O nosso reino está pobre e despovoado. Procurai patrícios perdidos, convertei gentios à nossa fé, trazei riquezas poéticas - que muita falta nos fazem.”
“Os últimos que enviei, perderam parte da marinhagem e o que trouxeram não enriqueceu o meu reino.”
Foi criado um grupo de Doutos:
- que mostrengos evitar?
- que mapas consultar e melhorar?
- navegar junto à costa ou mares ignotos desbravar?
- que marinhagem escolher?
- que capitão, que mestre, que piloto designar?
E foram designados os mais capazes para uma gesta de tal dimensão!
Da marinhagem não se tratou por serem mais as marés que os marinheiros.
Está documentado:
- mapas antigos com rotas a melhorar;
- um estudo oceanográfico com o que de mais recente se conhece, a explorar;
- criação de feitorias por essas costas e ilhas para intercâmbio de artes e poesias;
- procurar patrícios perdidos nas sete partidas do mundo;
- converter gentios à fé da arte poética;
- divulgar ao mundo todas estas descobertas e navegações.
- muitas outras coisas foram propostas, que eu, mero escriba, não entendo e me abstenho de mencionar, até porque em todas as preparações de navegação há projectos a ocultar.
Tudo isto foi apresentado ao Príncipe.
Ficou contente, mas disse:
“Há que ir com cuidado, com tanta navegação, não vos falte a água ou os biscoitos.”
“Aportai sempre que necessário, fazei aguada, carregai frescos e parti para novas terras a desbravar”
E por assim ter acontecido, o venho atestar e, como escrivão que sou, o assino.
Alf (o tal) - mar./2017
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