De súbito, Capuchinho vermelho
Saiu sem se olhar ao espelho
Levava no cesto a merendinha
À avó, enferma na sua caminha.
Pela floresta fora
Deleitava-se com a flora
Quando um cordeiro se acercou
E manhosamente a questionou:
- Onde vais tu, linda menina?
- Levar a merenda à minha avozinha
Que tomou penicilina
- Que bondosa que tu és
Já te sinto o gosto a meus pés
Agora deixo-te cumprir a tua missão
E desculpa a minha intromissão!
Pensando que estava em segurança
Capuchinho vermelho continuou o seu caminho
Inocente e cheia de esperança
Na sua companhia tinha um passarinho
Que do perigo a avisou
Mas ela não acreditou.
Lá ao longe já se desenhava
A casa de quem procurava
Quando à porta chegou
Estava aberta, logo entrou.
Que estranha doença
Teria deixado a avozinha
Sem conhecida parecença
Com a sua mãezinha?
No seu rosto um enorme nariz plantado
Dos olhos saíam faíscas de maldade
A boca era um enorme buraco escavado
Que vociferava palavras sem verdade
Cheia de medo, Capuchino Vermelho fugiu
Um caçador ali perto lhe acudiu
Disparou um tiro certeiro ao lobo
Caiu redondo no meio do lodo
Das suas entranhas renasceu a avozinha
Tão bonita, parecia uma rainha!
Ana Paula Vaz Serra (28/03/2020)
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