Se eu fosse um camaleão
Rendia-me à hipocrisia desmesurada
Por ser rei na arte da dissimulação
Por ocupar o trono da mentira desvirtuada
Se eu fosse um camaleão
Vendia a minha alma
Aos que vivem na ilusão
De obter do altar a palma
Que ali foi devotamente colocada
Na esperança de despertar
A consciência há muito enforcada
Que teima em não despertar
Mas se eu fosse deveras um camaleão
Tornar-me-ia um guerreiro
Empunhava na minha mão
Forjada por um ferreiro
Uma espada lancinante
Capaz de destruir a falsidade
Do ser comum farsante
Capaz de repor a verdade
Ana Paula Vaz Serra (28/03/2020)
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