domingo, 25 de abril de 2010

Alice Machado

Eu não quero a minha casa transformada
Num jazigo onde a tristeza se instalou.
Quero as portas e as janelas escancaradas,
A dizer que a liberdade, enfim, chegou!

Olho o mundo e saboreio como a vida
É diferente, se vivida em liberdade,
Sem peias, sem pressões, não perseguida:
Fazer tudo a depender só da vontade!
E ao ver tantos derrotados, ao meu lado,
Que deixaram de ser escravos de mandões,
Eu quero deixar-te apenas um recado:

Sai-me de casa! Enche agora os teus
pulmões,
Deste ar puro, já que não estás obrigado
A voltar ao ar viciado dos glutões!

Alice Machado

Sem comentários:

Enviar um comentário