sábado, 15 de setembro de 2012

Não chores mais o mal que é obra tua
Na fonte há lama e as rosas têm espinhos
Nuvem e eclipse toldam sol e lua
E há no doce botão germes daninhos.
Todo homem erra e o erro ora me assalta
Que com teu erro já vou comparado
E a ele apoio relevando a falta
Mais lhe achando perdão do que pecado.
Trago-te o Senso ao erro sensual
- E eis te defende o teu acusador -
Que contra mim argúi causa legal:
Tanto a guerra civil entre ódio e amor
Existe em mim, que sou irrelevante
Do ladrão que me rouba, um ajudante.

Soneto XXXV / William Shakespeare

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