segunda-feira, 17 de junho de 2013

Eles acreditam mesmo no que dizem e sabem como tudo se resolveria…

Medina Carreira, Nuno Crato, Guilherme Valente. Três sábios, como eles próprios se julgam e se dão a entender. Os alunos saem das escolas cada vez mais ignorantes e incompetentes… porque o país, simplesmente, não os ouve. A eles, os sábios. Eles têm a solução para os males da educação (e do ensino) e até já publicaram, hélas!, um manifesto com a terapêutica, tudo explicadinho, tim-tim por tim-tim. Mas o país não lhes prestou atenção, porque ninguém quer saber de Rousseau e o “facilitismo”, dizem, rende votos. Eles têm uma tese conspirativa e paranóica: três ou quatro doutrinadores do “eduquês”, entrincheirados nas escolas superiores de educação e no ministério da dita, capturaram a inteligência dos professores, convertendo-os em “idiotas úteis” ao serviço de uma causa tenebrosa: a propagação da ignorância e da indisciplina. Eu ouço-os com uma paciência próxima do nirvana e rio, rio, rio. Eles estão mesmo convencidos de que “sabem” e que têm a “solução”, a “fórmula”. Eu, se fosse deus, confiar-lhes-ia a gestão de uma escola pública e dar-lhes-ia todos os meios que eles pedissem… para salvar os alunos das garras da “ignorância” e da “indisciplina”. Depois… ao fim, digamos, de cinco anos, pedir-lhes-ia contas. Isto, claro, se ainda os encontrasse, vivos e de boa saúde, ao leme da escola…*
* Declaração de interesses: tenho 57 anos, sou professor do ensino secundário, já dei a cara por um centro de formação e por uma escola, e há quase trinta anos que escrevo contra o… eduquês. Ainda Medina Carreira, Nuno Crato e Guilherme Valente não tinham lido… Rousseau…
Ademar Santos
Retirado de Abnóxio

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