sábado, 15 de fevereiro de 2014

Improviso para soletrar a noite...

Hoje não me apetece morrer
porque amanhã será quarta-feira
talvez de cinzas
ou marés ainda mais altas
o meu calendário tem um destino dentro
que não me pertence
antecipo sumários
de aulas que nunca darei
escrevo poemas com chave
para uma única fechadura
e soletro a vida
nesta quase nudez de sentimentos
digo mudez
talvez a noite aqueça nas palavras
ou fique ainda mais fria
no silêncio que sempre nos despe.

Ademar

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