quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Montra do Tempo

No centro da inóspita arena
Dois cavalheiros travam de razões
Um mais atarracado, a voz serena
O outro, esguio, clama ovações

"É Vossa Excelência ocioso
Por cada volta sua, vinte e quatro!"
"Amigo, é o meu tempo precioso.
Não ando aqui só a fazer teatro."

No meio disto soa voz infante
Dum canto ignorado solitária
Mas que, pela razão, se faz ovante

"Nenhum dos dois do tempo sabe história
Só eu, nesta cadência primária
Lhe vou sendo capaz de emprestar glória!"

Ricardo Reis

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