sábado, 31 de dezembro de 2011
Feliz Olhar Novo - Carlos Drummond de Andrade
(Obrigada Cristina. És linda!...)
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Cristina Martins
sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
Bruxa...
Dizes-te bruxa
e eu concordo
de resto
sempre pensei
que as bruxas
e os padres
casavam muito bem.
Maria José Meireles
e eu concordo
de resto
sempre pensei
que as bruxas
e os padres
casavam muito bem.
Maria José Meireles
quinta-feira, 29 de dezembro de 2011
QUERO VOAR…
Tenho dado por mim com uma dor cada vez mais persistente e profunda! Pensei tratar-se de uma dor física desconhecida.
Fui ao médico… como seria de esperar. Fiz todas as queixas e todos os exames… como seria de esperar. Algum tempo depois, os exames foram esclarecedores e o médico irredutível nas suas conclusões: estava tudo ótimo comigo, pelo menos, para já! Fiquei contente… como seria de esperar.
No entanto, e já lá vão largos meses, a dor persiste… apenas muda de lugar. Isto, não era de esperar!
De lá a esta parte, tenho andado a cismar e a tentar fazer o meu próprio diagnóstico (todos gostamos de encontrar respostas, o desconhecido provoca-nos desconforto!): olhar à minha volta, olhar-me de cima para baixo e de baixo para cima até, gradualmente, reduzir o espaço de focalização, centrando-o só no meu exterior para, logo a seguir, o direcionar para bem dentro de mim, tal método indutivo (cada vez menos utilizado, por sinal).
Aí percebi! O que me tem andado a consumir é, de facto, o que se passa à minha volta e que, a pouco e pouco, vai minando os órgãos do meu corpo, instalando-se, tais donos do mundo, dentro de mim! É um nó enorme, que temo não conseguir desfazer, pois os intentos têm sido mais que muitos porém, a seguir a um nó, outro se lhe sobrepõe e acorrem mais uns tantos que solidária e melosamente teimam em emaranhar os outros e emaranhar-se num enleio e novelo tal, que gigantesco e infinito, se tornam adjetivos poucos para o definir.
E agora!? Pois… não sei!
Só sei que a esperança, se todos acreditarmos, ainda é a última a morrer!
Acreditar, ainda é dos poucos remédios que conduz a algum lugar, mesmo que seja a parte incerta!
Da incerteza nasce a dúvida… da dúvida, a ponderação…
Ponderar é bom!
Contempla a reflexão que nos impele rumo à vontade.
A vontade, normalmente, abraça a ação. Fiz bingo?! Como eu gostava!
A ação conduzir-nos-ia à realização: à realização de coisas e à realização do ser humano que promove essas mesmas coisas! – teríamos, então, o ciclo e o círculo perfeitos.
Agora, a parte mais complexa e difícil!
A realização do ser humano só aconteceria se fosse pessoal, profissional e coletiva. E tal, só poderia acontecer se todos nós esquecêssemos o oásis que resolvemos cuidar e sulfatar à volta do nosso umbigo para canalizarmos as forças e as energias na plantação de um jardim público, certos daquilo que cada qual deveria ser e fazer, mas certos, também, daquilo que seria lícito pedir e exigir dos outros. Só assim, começaria a proliferar a realização das coisas que levaria, por sua vez, à realização cada vez mais crescente do ser humano e, por conseguinte, a um caminho que nos conduziria para a direção certa. Só assim, o ser humano poderia recuperar-se das dores e dos males de que padece, livrando-se de todos os “bichinhos” cancerígenos, desagradáveis e supérfluos que têm impedido o seu (re)erguer saudável, profícuo e contagiante.
Afinal, a sábia resposta do Gato de “Alice no país das maravilhas” jamais deveria ser negligenciada. Quando Alice pergunta ao Gato, "O senhor poderia dizer-me, por favor, qual o caminho que devo tomar para sair daqui?", este responde:"Isso depende muito de para onde você quer ir.", "Não me importo muito para onde...", retrucou Alice. "Então, não importa o caminho que você escolha", disse o Gato.
Nada mais triste do que não saber para onde queremos ir, pois não conseguimos escolher nenhum caminho ou pior, um qualquer serve.
Seria bom começarmos a desemaranhar os nós… para fazermos laços… São estes que nos sustentam e ajudam a edificar um mundo melhor!
“Sei que a chuva é grossa, que entope a fossa (…)
Mas quero voar, por favor!”*
E TU?
Fui ao médico… como seria de esperar. Fiz todas as queixas e todos os exames… como seria de esperar. Algum tempo depois, os exames foram esclarecedores e o médico irredutível nas suas conclusões: estava tudo ótimo comigo, pelo menos, para já! Fiquei contente… como seria de esperar.
No entanto, e já lá vão largos meses, a dor persiste… apenas muda de lugar. Isto, não era de esperar!
De lá a esta parte, tenho andado a cismar e a tentar fazer o meu próprio diagnóstico (todos gostamos de encontrar respostas, o desconhecido provoca-nos desconforto!): olhar à minha volta, olhar-me de cima para baixo e de baixo para cima até, gradualmente, reduzir o espaço de focalização, centrando-o só no meu exterior para, logo a seguir, o direcionar para bem dentro de mim, tal método indutivo (cada vez menos utilizado, por sinal).
Aí percebi! O que me tem andado a consumir é, de facto, o que se passa à minha volta e que, a pouco e pouco, vai minando os órgãos do meu corpo, instalando-se, tais donos do mundo, dentro de mim! É um nó enorme, que temo não conseguir desfazer, pois os intentos têm sido mais que muitos porém, a seguir a um nó, outro se lhe sobrepõe e acorrem mais uns tantos que solidária e melosamente teimam em emaranhar os outros e emaranhar-se num enleio e novelo tal, que gigantesco e infinito, se tornam adjetivos poucos para o definir.
E agora!? Pois… não sei!
Só sei que a esperança, se todos acreditarmos, ainda é a última a morrer!
Acreditar, ainda é dos poucos remédios que conduz a algum lugar, mesmo que seja a parte incerta!
Da incerteza nasce a dúvida… da dúvida, a ponderação…
Ponderar é bom!
Contempla a reflexão que nos impele rumo à vontade.
A vontade, normalmente, abraça a ação. Fiz bingo?! Como eu gostava!
A ação conduzir-nos-ia à realização: à realização de coisas e à realização do ser humano que promove essas mesmas coisas! – teríamos, então, o ciclo e o círculo perfeitos.
Agora, a parte mais complexa e difícil!
A realização do ser humano só aconteceria se fosse pessoal, profissional e coletiva. E tal, só poderia acontecer se todos nós esquecêssemos o oásis que resolvemos cuidar e sulfatar à volta do nosso umbigo para canalizarmos as forças e as energias na plantação de um jardim público, certos daquilo que cada qual deveria ser e fazer, mas certos, também, daquilo que seria lícito pedir e exigir dos outros. Só assim, começaria a proliferar a realização das coisas que levaria, por sua vez, à realização cada vez mais crescente do ser humano e, por conseguinte, a um caminho que nos conduziria para a direção certa. Só assim, o ser humano poderia recuperar-se das dores e dos males de que padece, livrando-se de todos os “bichinhos” cancerígenos, desagradáveis e supérfluos que têm impedido o seu (re)erguer saudável, profícuo e contagiante.
Afinal, a sábia resposta do Gato de “Alice no país das maravilhas” jamais deveria ser negligenciada. Quando Alice pergunta ao Gato, "O senhor poderia dizer-me, por favor, qual o caminho que devo tomar para sair daqui?", este responde:"Isso depende muito de para onde você quer ir.", "Não me importo muito para onde...", retrucou Alice. "Então, não importa o caminho que você escolha", disse o Gato.
Nada mais triste do que não saber para onde queremos ir, pois não conseguimos escolher nenhum caminho ou pior, um qualquer serve.
Seria bom começarmos a desemaranhar os nós… para fazermos laços… São estes que nos sustentam e ajudam a edificar um mundo melhor!
“Sei que a chuva é grossa, que entope a fossa (…)
Mas quero voar, por favor!”*
E TU?
Cristina Martins
*Excerto retirado da letra da canção “Passou por mim e sorriu” dos Deolinda. Recomendada para pequenos e graúdos.
quarta-feira, 28 de dezembro de 2011
terça-feira, 27 de dezembro de 2011
domingo, 25 de dezembro de 2011
sexta-feira, 23 de dezembro de 2011
Pensamento do dia...
A essência de um ser humano resiste ao passar do tempo.
Gabriel García Marquez
Gabriel García Marquez
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Pensamento do dia...
O segredo de uma velhice agradável consiste apenas na assinatura de um honroso pacto com a solidão.
Gabriel García Marquez
Gabriel García Marquez
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quinta-feira, 22 de dezembro de 2011
segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
Protocolo
Não conheço protocolo
nem calendário
sabes que te desejo
o melhor
sei que me desejas
o melhor
e basta.
Júlio Fídias
nem calendário
sabes que te desejo
o melhor
sei que me desejas
o melhor
e basta.
Júlio Fídias
(19/12/1916 - Parabéns)
(19/12/1916 - Parabéns)
Para apalpar as intimidades do mundo é preciso saber:
a) Que o esplendor da manhã não se abre com
faca
b) 0 modo como as violetas preparam o dia
para morrer
c) Por que é que as borboletas de tarjas
vermelhas têm devoção por túmulos
d) Se o homem que toca de tarde sua existência
num fagote, tem salvação
e) Que um rio que flui entre 2 jacintos carrega
mais ternura que um rio que flui entre 2
lagartos
f) Como pegar na voz de um peixe
g) Qual o lado da noite que umedece primeiro.
Etc.
etc.
etc.
Desaprender 8 horas por dia ensina os princípios.
Manoel de Barros - "O Guardador de Águas", Ed. Civilização Brasileira.
domingo, 18 de dezembro de 2011
Pensamento do dia...
O tempo passa e tenho a sensação que sempre te reconhecerei e de que tu me surpreenderás sempre.
Sofia Gomes
Sofia Gomes
sábado, 17 de dezembro de 2011
Pássaro encantado...
Amava a liberdade
mas, à noite,
desejava uma gaiola.
A menina amava-o
e fez-lhe uma sem grades.
Movido pela curiosidade
experimentou,
gostou,
e voltou várias vezes
até confiar na menina
até perder o medo
da noite.
Maria José Meireles
mas, à noite,
desejava uma gaiola.
A menina amava-o
e fez-lhe uma sem grades.
Movido pela curiosidade
experimentou,
gostou,
e voltou várias vezes
até confiar na menina
até perder o medo
da noite.
Maria José Meireles
sexta-feira, 16 de dezembro de 2011
quarta-feira, 14 de dezembro de 2011
Improviso para recriar a invisibilidade...
Falhou-me sempre a voz
quando te quis dizer
que morrerias depois de mim
muito depois
e que por isso
já não tínhamos tempo
para esperar pela última cena do filme
aquela em que os amantes
entre lágrimas
se costumam beijar
antes do genérico final
seria uma evidência da luz
um milagre quase
se a luz ainda soprasse
as mãos ou os olhos
com que nos amássemos.
Ademar
Pensamento do dia...
Neste momento, há 7 470 milhões,
818 mil e 671 pessoas no mundo.
Alguns estão a fugir com medo.
Alguns mentem para conseguir superar o dia.
Alguns estão a ir para casa.
Outros estão a encarar a realidade agora.
Sete mil milhões de pessoas no mundo e por vezes só necessitamos de uma...
Alcina Ribeiro
818 mil e 671 pessoas no mundo.
Alguns estão a fugir com medo.
Alguns mentem para conseguir superar o dia.
Alguns estão a ir para casa.
Outros estão a encarar a realidade agora.
Sete mil milhões de pessoas no mundo e por vezes só necessitamos de uma...
Alcina Ribeiro
segunda-feira, 12 de dezembro de 2011
Fala...
Fala
gosto de te ouvir
não importa
o que dizes
não importa como dizes
quero apenas que fales
por causa da melodia
que me diz
que ainda vives
e há silêncios
ensurdecedores.
Maria José Meireles
gosto de te ouvir
não importa
o que dizes
não importa como dizes
quero apenas que fales
por causa da melodia
que me diz
que ainda vives
e há silêncios
ensurdecedores.
Maria José Meireles
Simplicidade...
Sim
se fosses um Judas
terias negado três vezes
(a sabedoria toma sempre o lugar
do silêncio)
rejeitas e exprobras
a palavra que melhor te veste
vestiram-ta com cores
que não te pertencem
e que agora despes
com toda a tua coragem
e simplicidade.
Maria José Meireles
se fosses um Judas
terias negado três vezes
(a sabedoria toma sempre o lugar
do silêncio)
rejeitas e exprobras
a palavra que melhor te veste
vestiram-ta com cores
que não te pertencem
e que agora despes
com toda a tua coragem
e simplicidade.
Maria José Meireles
domingo, 11 de dezembro de 2011
Cinema Paradiso...
Qualquer fracasso
íntimo e significativo
é um bom ponto de apoio
para reerguer o Mundo.
A alavanca,
o instinto de sobrevivência.
Maria José Meireles
íntimo e significativo
é um bom ponto de apoio
para reerguer o Mundo.
A alavanca,
o instinto de sobrevivência.
Maria José Meireles
sábado, 10 de dezembro de 2011
Desafio...
Fazes parte de mim
faço parte de ti
respiro fundo...
ainda que seja o silêncio
único e verdadeiro desafio.
Maria José Meireles
faço parte de ti
respiro fundo...
ainda que seja o silêncio
único e verdadeiro desafio.
Maria José Meireles
quinta-feira, 8 de dezembro de 2011
Vestido...
Dançava alegremente
em segredo
em silêncio
registavas as medidas
uma a uma
nunca se saberá
se já tinhas o vestido
ou se o fizeste por medida
nem é certo
se foi vestido ou despido
se foi por bem ou por mal
ou simplesmente por acaso
que o passado e o futuro
trocaram de papeis
e
de presente
(para a mais longa viagem
que nos prometêramos)
ficou o vestido
com todas as ondas
de uma voz que sorri
de um olhar doce
e sereno.
Maria José Meireles
terça-feira, 6 de dezembro de 2011
segunda-feira, 5 de dezembro de 2011
500 anos depois...
Poderei ser lida
500 anos depois.
Não posso é esperar
todo esse tempo
para me escrever.
Maria José Meireles
500 anos depois.
Não posso é esperar
todo esse tempo
para me escrever.
Maria José Meireles
Essencial...
Disse:
a poesia não é nada!
E a poesia encheu de graça.
Rendeu-se.
Digo:
a poesia não é tudo
é apenas o essencial.
Maria José Meireles
a poesia não é nada!
E a poesia encheu de graça.
Rendeu-se.
Digo:
a poesia não é tudo
é apenas o essencial.
Maria José Meireles
domingo, 4 de dezembro de 2011
Vai correr tudo bem!...
Procuravam
um livro de Matemática
para ocupar o tempo
durante o internamento.
Talvez nem houvesse Natal.
Pelo diagnóstico
a filha já teria morrido.
A Mãe garantiu-me:
vai correr tudo bem!
Fiquei tranquila.
Maria José Meireles
um livro de Matemática
para ocupar o tempo
durante o internamento.
Talvez nem houvesse Natal.
Pelo diagnóstico
a filha já teria morrido.
A Mãe garantiu-me:
vai correr tudo bem!
Fiquei tranquila.
Maria José Meireles
Pensamento do dia...
O desafio é saber morrer com estilo. Não é fácil, não é impossível.
Maria José Meireles
Maria José Meireles
Conselho...
sábado, 3 de dezembro de 2011
sexta-feira, 2 de dezembro de 2011
Voar...
Testamento...
quinta-feira, 1 de dezembro de 2011
De todos os estratos sociais, portanto…
De repente, até parece que os pais da classe média não maltratam. Há crianças que andam em colégios para meninos com “pedigree” e chegam lá todos os dias com marcas de serem batidas. E quando têm 80 por cento nos testes ficam em pânico, porque são aterrorizadas constantemente… Essas crianças estão em perigo. Porque é que as comissões nunca protegem esse tipo de crianças? Temos que proteger mais e proteger melhor. E os tribunais têm que ser mais duros em relação aos pais que maltratam e negligenciam porque, por mais doentes que eles estejam, não têm o direito de desbaratar todos os recursos saudáveis dos filhos.
Eduardo Sá: “Estamos a espatifar a infância das crianças”
Eduardo Sá: “Estamos a espatifar a infância das crianças”
Um dia quase perfeito...
A boleia do Manel
a Laura
o Avelino
o Rui
a Dona Rosa
a Fátima
o arroz de pato
a musse de chocolate oferecida
e,
à noite,
o marido
deita os filhos.
Maria José Meireles
a Laura
o Avelino
o Rui
a Dona Rosa
a Fátima
o arroz de pato
a musse de chocolate oferecida
e,
à noite,
o marido
deita os filhos.
Maria José Meireles
quarta-feira, 30 de novembro de 2011
terça-feira, 29 de novembro de 2011
Sem olhar para trás...
É tempo de morrer
é tempo de render
é tempo de ceder
começas onde termino
leste-me com sabedoria
própria de génio
é tempo de partir
sem dizer adeus
sem olhar para trás
para que aprendas
a coragem da luz.
Maria José Meireles
é tempo de render
é tempo de ceder
começas onde termino
leste-me com sabedoria
própria de génio
é tempo de partir
sem dizer adeus
sem olhar para trás
para que aprendas
a coragem da luz.
Maria José Meireles
segunda-feira, 28 de novembro de 2011
Pensamento do dia...
Se algum dia alguém lhe disser que seu trabalho não é o de um profissional, lembre-se: amadores construíram a Arca de Noé e profissionais, o Titanic.
Mestre Arièvlis
Mestre Arièvlis
sábado, 26 de novembro de 2011
Noite amiga...
Sou mar
és maré
por vezes tempestade
outras serenidade
mar sem maré
não é mar
maré sem mar
nada é.
Maria José Meireles
és maré
por vezes tempestade
outras serenidade
mar sem maré
não é mar
maré sem mar
nada é.
Maria José Meireles
sexta-feira, 25 de novembro de 2011
Se eu te pudesse dizer
Se eu te pudesse dizer
O que nunca te direi,
Tu terias que entender
Aquilo que nem eu sei.
Seu eu te pudesse dizer
o quanto te amo
Te daria grande prazer
e viverias nesse encanto.
Mas amar é meu segredo
O que nunca te direi
Pois sinto muito medo
E sei que te perderei.
Se soubesse compreender
O tamanho desse amor
Tu terias que entender
Que so quero seu calor.
Assim sigo meu caminhar
Te amando sem lei
E sempre a me perguntar
Aquilo que nem eu sei.
Fernando Pessoa
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A CRUZ A ROSA E A ROSACRUZ
Porque choras de que existe
A terra e o que a terra tem?
Tudo nosso – mal ou bem –
É fictício e só persiste
Porque a alma aqui é ninguém.
Não chores! Tudo é o nada
Onde os astros luzes são.
Tudo é lei e confusão.
Toma este mundo por strada
E vai como os santos vão.
Levantado de onde lavra
O inferno em que somos réus
Sob o silêncio dos céus,
Encontrarás a Palavra,
O Nome interno de Deus.
E, além da dupla unidade
Do que em dois sexos mistura
A ventura e a desventura,
O sonho e a realidade,
Serás quem já não procura.
Porque, limpo do Universo,
Em Christo nosso Senhor,
Por sua verdade e amor,
Reunirás o disperso
E a Cruz abrirá em Flor.
« FERNANDO PESSOA - POETA INICIADO E ROSACRUZ »
A terra e o que a terra tem?
Tudo nosso – mal ou bem –
É fictício e só persiste
Porque a alma aqui é ninguém.
Não chores! Tudo é o nada
Onde os astros luzes são.
Tudo é lei e confusão.
Toma este mundo por strada
E vai como os santos vão.
Levantado de onde lavra
O inferno em que somos réus
Sob o silêncio dos céus,
Encontrarás a Palavra,
O Nome interno de Deus.
E, além da dupla unidade
Do que em dois sexos mistura
A ventura e a desventura,
O sonho e a realidade,
Serás quem já não procura.
Porque, limpo do Universo,
Em Christo nosso Senhor,
Por sua verdade e amor,
Reunirás o disperso
E a Cruz abrirá em Flor.
« FERNANDO PESSOA - POETA INICIADO E ROSACRUZ »
quinta-feira, 24 de novembro de 2011
quarta-feira, 23 de novembro de 2011
Next To You- Chris Brown ft Justin Bieber Acoustic Cover (Jorge and Alexa Narvaez)
(Obrigada Helena. Também quero estar à tua beira, mesmo que o céu não caia.)
terça-feira, 22 de novembro de 2011
segunda-feira, 21 de novembro de 2011
Meritocracia / Felicidade
A meritocracia gera uma insatisfação insaciável que acabará por arrasar o mais leve traço de humanidade. O que não deixa de ser uma lástima. Se as pessoas voltassem a ler os clássicos, sobretudo Montaigne, saberiam que o fim último da vida não é a excelência, mas sim a felicidade!
João Pereira Coutinho
João Pereira Coutinho
sábado, 19 de novembro de 2011
Cântico celestial...
Salvador Dali
Encontro-te
na fronteira
entre o céu e o inferno
onde me esperas
fora do tempo
em segredo
e em silêncio.
Maria José Meireles
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Poema
quinta-feira, 17 de novembro de 2011
terça-feira, 15 de novembro de 2011
segunda-feira, 14 de novembro de 2011
domingo, 13 de novembro de 2011
sábado, 12 de novembro de 2011
Arco da Porta Nova...
sexta-feira, 11 de novembro de 2011
Se…
Se na livre expressão do teu sorriso
Encontrasse a felicidade procurada
E nos movimentos graciosos dos teus gestos
Buscasse amor, novas paragens
Se em teus cabelos, labirintos oscilantes
Me achasse entre os múltiplos sentidos
E nas linhas do destino destinadas
Nossas mãos se pudessem enlaçar
Se em tua voz melodiosa de frescura
Sentimentos fossem notas musicais
E as meninas dos teus olhos revelassem
Rumo certo a seguir entre os demais
E se na tua ilusão imaginada
Fosse frágil a tão dura realidade
O espaço fosse perto ou fosse nada
E das palavras extinguíssemos saudade
Serias tu, a lua toda, a explicação
Encontro luz no desencontro que é a vida
Ou o sofrimento alimentado em solidão
de um amor profundo, em retirada, sem despedida?
José Luís Ferreira
Encontrasse a felicidade procurada
E nos movimentos graciosos dos teus gestos
Buscasse amor, novas paragens
Se em teus cabelos, labirintos oscilantes
Me achasse entre os múltiplos sentidos
E nas linhas do destino destinadas
Nossas mãos se pudessem enlaçar
Se em tua voz melodiosa de frescura
Sentimentos fossem notas musicais
E as meninas dos teus olhos revelassem
Rumo certo a seguir entre os demais
E se na tua ilusão imaginada
Fosse frágil a tão dura realidade
O espaço fosse perto ou fosse nada
E das palavras extinguíssemos saudade
Serias tu, a lua toda, a explicação
Encontro luz no desencontro que é a vida
Ou o sofrimento alimentado em solidão
de um amor profundo, em retirada, sem despedida?
José Luís Ferreira
quarta-feira, 9 de novembro de 2011
Vida
Já perdoei erros quase imperdoáveis,
tentei substituir pessoas insubstituíveis
e esquecer pessoas inesquecíveis.
Já fiz coisas por impulso,
já me decepcionei com pessoas
que eu nunca pensei que iriam me decepcionar,
mas também já decepcionei alguém.
Já abracei pra proteger,
já dei risada quando não podia,
fiz amigos eternos,
e amigos que eu nunca mais vi.
Amei e fui amado,
mas também já fui rejeitado,
fui amado e não amei.
Já gritei e pulei de tanta felicidade,
já vivi de amor e fiz juras eternas,
e quebrei a cara muitas vezes!
Já chorei ouvindo música e vendo fotos,
já liguei só para escutar uma voz,
me apaixonei por um sorriso,
já pensei que fosse morrer de tanta saudade
e tive medo de perder alguém especial (e acabei perdendo).
Mas vivi!
E ainda vivo!
Não passo pela vida.
E você também não deveria passar!
Viva!!
Bom mesmo é ir à luta com determinação,
abraçar a vida com paixão,
perder com classe
e vencer com ousadia,
porque o mundo pertence a quem se atreve
e a vida é muito para ser insignificante.
Augusto Branco
tentei substituir pessoas insubstituíveis
e esquecer pessoas inesquecíveis.
Já fiz coisas por impulso,
já me decepcionei com pessoas
que eu nunca pensei que iriam me decepcionar,
mas também já decepcionei alguém.
Já abracei pra proteger,
já dei risada quando não podia,
fiz amigos eternos,
e amigos que eu nunca mais vi.
Amei e fui amado,
mas também já fui rejeitado,
fui amado e não amei.
Já gritei e pulei de tanta felicidade,
já vivi de amor e fiz juras eternas,
e quebrei a cara muitas vezes!
Já chorei ouvindo música e vendo fotos,
já liguei só para escutar uma voz,
me apaixonei por um sorriso,
já pensei que fosse morrer de tanta saudade
e tive medo de perder alguém especial (e acabei perdendo).
Mas vivi!
E ainda vivo!
Não passo pela vida.
E você também não deveria passar!
Viva!!
Bom mesmo é ir à luta com determinação,
abraçar a vida com paixão,
perder com classe
e vencer com ousadia,
porque o mundo pertence a quem se atreve
e a vida é muito para ser insignificante.
Augusto Branco
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Poema que um Aluno partilhou comigo hoje...
segunda-feira, 7 de novembro de 2011
domingo, 6 de novembro de 2011
Ressurreição...
Se não morresses
poderias estar ainda vivo
mas não em mim
agora a tua princesa
soldado
mais tua do que nunca
mais soldado do que nunca
abraça essa dor
e a ressurreição acontece
revelando o segredo da vida
a alegria espalhada
pelos quatro cantos
da Terra.
Maria José Meireles
poderias estar ainda vivo
mas não em mim
agora a tua princesa
soldado
mais tua do que nunca
mais soldado do que nunca
abraça essa dor
e a ressurreição acontece
revelando o segredo da vida
a alegria espalhada
pelos quatro cantos
da Terra.
Maria José Meireles
sábado, 5 de novembro de 2011
A vida continua...
É evidente
a ovelha come a rosa
tão simplesmente
a natureza sempre vence
contra todos os cuidados
para bem de todos
os pecados
e a vida continua.
Maria José Meireles
a ovelha come a rosa
tão simplesmente
a natureza sempre vence
contra todos os cuidados
para bem de todos
os pecados
e a vida continua.
Maria José Meireles
sexta-feira, 4 de novembro de 2011
Sobre a nobreza dos afectos...
Se é saudade igual à minha,
então aqui estou,
sempre presente,
ancorado à tua amizade,
para te enviar um carinho,
embrulhado naquele abraço.
Júlio Fídias
então aqui estou,
sempre presente,
ancorado à tua amizade,
para te enviar um carinho,
embrulhado naquele abraço.
Júlio Fídias
quinta-feira, 3 de novembro de 2011
terça-feira, 1 de novembro de 2011
Faça chuva ou faça sol...
Não sei quando
nem sei onde
sei que ainda me queres
faça chuva ou faça sol
um dia vais conseguir
querer-me da minha maneira
e vais simplesmente existir.
Maria José Meireles
nem sei onde
sei que ainda me queres
faça chuva ou faça sol
um dia vais conseguir
querer-me da minha maneira
e vais simplesmente existir.
Maria José Meireles
segunda-feira, 31 de outubro de 2011
Improviso para Eluana...
Hoje neste dia derradeiro
antes de todos os outros
apetece-me recordar as mulheres de Atenas
não importa em que língua
ou precedência
as mulheres que Roma sempre negou
e que todos os vigários de Cristo
condenaram à fogueira
no útero de Pandora
já não tiveste tempo
para viajar de Roma para Atenas
morreste menina
antes que o barco passasse pelo cais
e te abraçasse na água
mulher
como todas as outras
só foste na cruz
um prego cravado em cada mão
ainda aberta.
Ademar
domingo, 30 de outubro de 2011
sábado, 29 de outubro de 2011
quarta-feira, 26 de outubro de 2011
Avalon Sunset - Van Morrison - Whenever God Shines His Light
(Especialmente para desejar um bom dia)
domingo, 23 de outubro de 2011
Nos teus olhos
Nos teus olhos eu navego
No delírio da loucura
E embriagado me entrego
Ao prazer desta aventura
Nos teus olhos eu navego
Nos teus olhos vi um dia
Renascer meu coração
Águas de todas as fontes
Perdoai-me esta Paixão
Que os seus olhos eram luz
Eram o mar e as estrelas
O brilho que me seduz
Encanto de cinderelas
Nos teus olhos eu navego
Nos teus olhos partiria
Numa alegre caravela
Feita de todas as cores
Filhas da mesma aguarela
Nesta viagem sem rumo
Onde a vontade é mais forte
Troquei as voltas ao Mundo
O Pólo Sul pelo Norte
Nos teus olhos eu navego
Nos teus olhos quem me dera
Achar uma explicação
Porque sinto esta quimera
Por dentro de uma ilusão
Porque parto com esperança
De não ter de regressar
Na ansiedade da surpresa
De num porto te encontrar
Nos teus olhos eu navego
Nos teus olhos vi sinais
Pelo meio da tempestade
Em luta contra o destino
Clamei-lhes por piedade
Vinham eles em meu auxílio
Quando, indefeso, me entrego
E a minha vida foi dádiva
Aos olhos onde navego
José Luís Ferreira
No delírio da loucura
E embriagado me entrego
Ao prazer desta aventura
Nos teus olhos eu navego
Nos teus olhos vi um dia
Renascer meu coração
Águas de todas as fontes
Perdoai-me esta Paixão
Que os seus olhos eram luz
Eram o mar e as estrelas
O brilho que me seduz
Encanto de cinderelas
Nos teus olhos eu navego
Nos teus olhos partiria
Numa alegre caravela
Feita de todas as cores
Filhas da mesma aguarela
Nesta viagem sem rumo
Onde a vontade é mais forte
Troquei as voltas ao Mundo
O Pólo Sul pelo Norte
Nos teus olhos eu navego
Nos teus olhos quem me dera
Achar uma explicação
Porque sinto esta quimera
Por dentro de uma ilusão
Porque parto com esperança
De não ter de regressar
Na ansiedade da surpresa
De num porto te encontrar
Nos teus olhos eu navego
Nos teus olhos vi sinais
Pelo meio da tempestade
Em luta contra o destino
Clamei-lhes por piedade
Vinham eles em meu auxílio
Quando, indefeso, me entrego
E a minha vida foi dádiva
Aos olhos onde navego
José Luís Ferreira
sábado, 22 de outubro de 2011
A BÊNÇÃO DA LOCOMOTIVA
A obra está completa. A máquina flameja
desenrolando o fumo em ondas pelo ar.
Mas antes de partir, mandam chamar a Igreja,
que é preciso que um bispo a venha batizar.
Como ela é com certeza o fruto de Caim,
a filha da razão, da independência humana,
botem-lhe na fornalha uns trechos de latim,
e convertam-na à fé católica romana.
Devem nela existir diabólicos pecados,
porque é feita de cobre e ferro, e estes metais
saiem da natureza, ímpios, excomungados,
como saímos nós dos ventres maternais!
Vamos, esconjurai-lhe o demo que ela encerra,
extraí a heresia do aço lampejante!
Ela acaba de vir das forjas d'Inglaterra,
e há de ser com certeza um pouco protestante.
Para que o monstro corra em férvido galope,
como um sonho febril, num doido turbilhão,
além do maquinista é necessário o hissope
e muita teologia... além d'algum carvão.
Atirem-lhe uma hóstia à boca famulenta,
preguem-lhe alguns sermões, ensinem-lhe a rezar,
e lancem na caldeira um jarro d'água benta,
que com água do céu talvez não possa andar.
in "A Velhice do Padre Eterno", de Guerra Junqueiro - 1885
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César Ramos,
Guerra Junqueiro
sexta-feira, 21 de outubro de 2011
De tanto olhar o sol
De tanto olhar o sol,
queimei os olhos,
De tanto amar a vida enlouqueci.
Agora sou no mundo esta negrura.
À procura
Da luz e do juízo que perdi.
Miguel Torga
queimei os olhos,
De tanto amar a vida enlouqueci.
Agora sou no mundo esta negrura.
À procura
Da luz e do juízo que perdi.
Miguel Torga
Incolor...
Meus olhos repousam
quando pousam em ti
tens muitas cores
mais que o arco-íris
todas bonitas
todas autênticas
e quando não estás
estás incolor.
Maria José Meireles
quinta-feira, 20 de outubro de 2011
quarta-feira, 19 de outubro de 2011
Improviso para longa-metragem...
O menino
também mata saudades
embora nunca fale
das saudades que mata
não abre a porta
nem fecha a porta
não diz olá
nem diz adeus
o filme é o pensamento
que nenhuma tela projecta
um dia virás
e o menino morreu
todos os filmes acabam assim
genericamente.
Ademar
também mata saudades
embora nunca fale
das saudades que mata
não abre a porta
nem fecha a porta
não diz olá
nem diz adeus
o filme é o pensamento
que nenhuma tela projecta
um dia virás
e o menino morreu
todos os filmes acabam assim
genericamente.
Ademar
segunda-feira, 17 de outubro de 2011
Quero-me...
Nem tola
nem louca
quero-me só
quero-me livre
quero-me viva
quero-me a mim
viro todas as páginas
e começo sempre de novo.
Maria José Meireles
nem louca
quero-me só
quero-me livre
quero-me viva
quero-me a mim
viro todas as páginas
e começo sempre de novo.
Maria José Meireles
domingo, 16 de outubro de 2011
sábado, 15 de outubro de 2011
A Minha Família
A minha família
está sempre a trabalhar
e para animar
começam a cantar.
A minha família
CD´s vai compor
e eu sei que todos eles
são feitos com muito amor.
A minha mãe faz o jantar
O meu pai fica a trabalhar
As minhas irmãs a estudar
e eu a sonhar.
A minha família
trata-me como uma princesa
e eu começo a pensar
como era ser da realeza.
Ana Lisete Miranda (9 anos)
está sempre a trabalhar
e para animar
começam a cantar.
A minha família
CD´s vai compor
e eu sei que todos eles
são feitos com muito amor.
A minha mãe faz o jantar
O meu pai fica a trabalhar
As minhas irmãs a estudar
e eu a sonhar.
A minha família
trata-me como uma princesa
e eu começo a pensar
como era ser da realeza.
Ana Lisete Miranda (9 anos)
terça-feira, 11 de outubro de 2011
Pensamento do dia...
Sempre estive convencido de que Steve Jobs era irmão gémeo de deus. Agora sou obrigado a concluir que deus, afinal, é filho único...
Ademar Santos
Retirado de abnoxio
Ademar Santos
Culinária com Reflexão...
- Pegue a sua vida, deposite nela fartas porções de otimismo, coragem, amizade, perseverança, humildade...
Adicione muita reflexão, bom humor, esperança, solidariedade, discernimento, cautela, bom ânimo, espiritualidade, paz...
- Tempere tudo com bastante convicção, sinceridade, fé, bons propósitos, criatividade, empreendedorismo...
- Coloque pitadas de arte, voluntariado, lazer...
- Leve tudo ao forno da consciência, pré-aquecido por sua resolução em modificar-se, mantendo em temperatura máxima, até desaparecerem: A vaidade, orgulho, violência, arrogância, indiferença, egoísmo, avareza, maledicência, inveja, vício, hipocrisia, intolerância, fanatismo...
- Quando o aroma do bom exemplo se espalhar, é hora de saborear e servir essa delícia que alimenta a alma, combatendo os "radicais livres" do medo, o "colesterol" do stress, o "enfarto" da competitividade, o "câncer" do consumismo, a "verminose" insaciável do ter e outras moléstias que atormentam nosso ser.
Quem pensa que a comida só faz matar a fome, está redondamente enganado. Comer é muito perigoso. Porque quem cozinha é parente próximo das bruxas e dos magos. Cozinhar é feitiçaria, alquimia. E comer é ser enfeitiçado. Comer é uma felicidade, se se tem fome. Todo mundo sabe disto. Até os ignorantes nenezinhos. Mas poucos são os que se dão conta de que felicidade maior que comer é cozinhar.
Rubem Alves
Adicione muita reflexão, bom humor, esperança, solidariedade, discernimento, cautela, bom ânimo, espiritualidade, paz...
- Tempere tudo com bastante convicção, sinceridade, fé, bons propósitos, criatividade, empreendedorismo...
- Coloque pitadas de arte, voluntariado, lazer...
- Leve tudo ao forno da consciência, pré-aquecido por sua resolução em modificar-se, mantendo em temperatura máxima, até desaparecerem: A vaidade, orgulho, violência, arrogância, indiferença, egoísmo, avareza, maledicência, inveja, vício, hipocrisia, intolerância, fanatismo...
- Quando o aroma do bom exemplo se espalhar, é hora de saborear e servir essa delícia que alimenta a alma, combatendo os "radicais livres" do medo, o "colesterol" do stress, o "enfarto" da competitividade, o "câncer" do consumismo, a "verminose" insaciável do ter e outras moléstias que atormentam nosso ser.
Quem pensa que a comida só faz matar a fome, está redondamente enganado. Comer é muito perigoso. Porque quem cozinha é parente próximo das bruxas e dos magos. Cozinhar é feitiçaria, alquimia. E comer é ser enfeitiçado. Comer é uma felicidade, se se tem fome. Todo mundo sabe disto. Até os ignorantes nenezinhos. Mas poucos são os que se dão conta de que felicidade maior que comer é cozinhar.
Rubem Alves
domingo, 9 de outubro de 2011
EU QUERO...
Eu quero
amar a alegria
viver o amor
saborear a ternura
saltar a dor.
Eu quero
banhar-me na bondade
mergulhar na paz
esquecer a saudade
conquistar a luz.
Eu quero
alimentar-me dos teus sonhos
abrir os braços ao teu coração
deixar que me ames
beijar os teus desejos.
Eu quero
secar as tuas mágoas
estrelar o teu coração
beber na tua alma os amores desejados.
Eu quero
cavalgar as marés vivas de felicidade
fugir das marés baixas de solidão
encantar-me todos os dias
sentir sempre saudade.
Eu quero
abraçar o mundo com o teu sorriso.
José Rito
amar a alegria
viver o amor
saborear a ternura
saltar a dor.
Eu quero
banhar-me na bondade
mergulhar na paz
esquecer a saudade
conquistar a luz.
Eu quero
alimentar-me dos teus sonhos
abrir os braços ao teu coração
deixar que me ames
beijar os teus desejos.
Eu quero
secar as tuas mágoas
estrelar o teu coração
beber na tua alma os amores desejados.
Eu quero
cavalgar as marés vivas de felicidade
fugir das marés baixas de solidão
encantar-me todos os dias
sentir sempre saudade.
Eu quero
abraçar o mundo com o teu sorriso.
José Rito
quinta-feira, 6 de outubro de 2011
quarta-feira, 5 de outubro de 2011
DIA DO PROFESSOR - BELÍSSIMA CANÇÃO - ERGA O SOM!
Obrigada Cristina. Parabéns também para ti e para todos os professores que, como tu, abraçam esta arte com amor.
Soneto do Amor Total
Amo-te tanto, meu amor ... não cante
O humano coração com mais verdade ...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.
Amo-te afim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.
Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.
E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.
Vinícius de Moraes
O humano coração com mais verdade ...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.
Amo-te afim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.
Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.
E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.
Vinícius de Moraes
terça-feira, 4 de outubro de 2011
Contrariedades
Eu hoje estou cruel, frenético, exigente;
Nem posso tolerar os livros mais bizarros.
Incrível! Já fumei três maços de cigarros
Consecutivamente.
Dói-me a cabeça. Abafo uns desesperos mudos:
Tanta depravação nos usos, nos costumes!
Amo, insensatamente, os ácidos, os gumes
E os ângulos agudos.
Sentei-me à secretária. Ali defronte mora
Uma infeliz, sem peito, os dois pulmões doentes;
Sofre de faltas de ar, morreram-lhe os parentes
E engoma para fora.
Pobre esqueleto branco entre as nevadas roupas!
Tão lívida! O doutor deixou-a. Mortifica.
Lidando sempre! E deve a conta na botica!
Mal ganha para sopas...
O obstáculo estimula, torna-nos perversos;
Agora sinto-me eu cheio de raivas frias,
Por causa dum jornal me rejeitar, há dias,
Um folhetim de versos.
Que mau humor! Rasguei uma epopéia morta
No fundo da gaveta. O que produz o estudo?
Mais duma redação, das que elogiam tudo,
Me tem fechado a porta.
A crítica segundo o método de Taine
Ignoram-na. Juntei numa fogueira imensa
Muitíssimos papéis inéditos. A imprensa
Vale um desdém solene.
Com raras exceções merece-me o epigrama.
Deu meia-noite; e em paz pela calçada abaixo,
Soluça um sol-e-dó. Chuvisca. O populacho
Diverte-se na lama.
Eu nunca dediquei poemas às fortunas,
Mas sim, por deferência, a amigos ou a artistas.
Independente! Só por isso os jornalistas
Me negam as colunas.
Receiam que o assinante ingênuo os abandone,
Se forem publicar tais coisas, tais autores.
Arte? Não lhes convêm, visto que os seus leitores
Deliram por Zaccone.
Um prosador qualquer desfruta fama honrosa,
Obtém dinheiro, arranja a sua coterie;
E a mim, não há questão que mais me contrarie
Do que escrever em prosa.
A adulação repugna aos sentimentos finos;
Eu raramente falo aos nossos literatos,
E apuro-me em lançar originais e exatos,
Os meus alexandrinos...
E a tísica? Fechada, e com o ferro aceso!
Ignora que a asfixia a combustão das brasas,
Não foge do estendal que lhe humedece as casas,
E fina-se ao desprezo!
Mantém-se a chá e pão! Antes entrar na cova.
Esvai-se; e todavia, à tarde, fracamente,
Oiço-a cantarolar uma canção plangente
Duma opereta nova!
Perfeitamente. Vou findar sem azedume.
Quem sabe se depois, eu rico e noutros climas,
Conseguirei reler essas antigas rimas,
Impressas em volume?
Nas letras eu conheço um campo de manobras;
Emprega-se a réclame, a intriga, o anúncio, a blague,
E esta poesia pede um editor que pague
Todas as minhas obras
E estou melhor; passou-me a cólera. E a vizinha?
A pobre engomadeira ir-se-á deitar sem ceia?
Vejo-lhe luz no quarto. Inda trabalha. É feia...
Que mundo! Coitadinha!
Cesário Verde, in 'O Livro de Cesário Verde'
Nem posso tolerar os livros mais bizarros.
Incrível! Já fumei três maços de cigarros
Consecutivamente.
Dói-me a cabeça. Abafo uns desesperos mudos:
Tanta depravação nos usos, nos costumes!
Amo, insensatamente, os ácidos, os gumes
E os ângulos agudos.
Sentei-me à secretária. Ali defronte mora
Uma infeliz, sem peito, os dois pulmões doentes;
Sofre de faltas de ar, morreram-lhe os parentes
E engoma para fora.
Pobre esqueleto branco entre as nevadas roupas!
Tão lívida! O doutor deixou-a. Mortifica.
Lidando sempre! E deve a conta na botica!
Mal ganha para sopas...
O obstáculo estimula, torna-nos perversos;
Agora sinto-me eu cheio de raivas frias,
Por causa dum jornal me rejeitar, há dias,
Um folhetim de versos.
Que mau humor! Rasguei uma epopéia morta
No fundo da gaveta. O que produz o estudo?
Mais duma redação, das que elogiam tudo,
Me tem fechado a porta.
A crítica segundo o método de Taine
Ignoram-na. Juntei numa fogueira imensa
Muitíssimos papéis inéditos. A imprensa
Vale um desdém solene.
Com raras exceções merece-me o epigrama.
Deu meia-noite; e em paz pela calçada abaixo,
Soluça um sol-e-dó. Chuvisca. O populacho
Diverte-se na lama.
Eu nunca dediquei poemas às fortunas,
Mas sim, por deferência, a amigos ou a artistas.
Independente! Só por isso os jornalistas
Me negam as colunas.
Receiam que o assinante ingênuo os abandone,
Se forem publicar tais coisas, tais autores.
Arte? Não lhes convêm, visto que os seus leitores
Deliram por Zaccone.
Um prosador qualquer desfruta fama honrosa,
Obtém dinheiro, arranja a sua coterie;
E a mim, não há questão que mais me contrarie
Do que escrever em prosa.
A adulação repugna aos sentimentos finos;
Eu raramente falo aos nossos literatos,
E apuro-me em lançar originais e exatos,
Os meus alexandrinos...
E a tísica? Fechada, e com o ferro aceso!
Ignora que a asfixia a combustão das brasas,
Não foge do estendal que lhe humedece as casas,
E fina-se ao desprezo!
Mantém-se a chá e pão! Antes entrar na cova.
Esvai-se; e todavia, à tarde, fracamente,
Oiço-a cantarolar uma canção plangente
Duma opereta nova!
Perfeitamente. Vou findar sem azedume.
Quem sabe se depois, eu rico e noutros climas,
Conseguirei reler essas antigas rimas,
Impressas em volume?
Nas letras eu conheço um campo de manobras;
Emprega-se a réclame, a intriga, o anúncio, a blague,
E esta poesia pede um editor que pague
Todas as minhas obras
E estou melhor; passou-me a cólera. E a vizinha?
A pobre engomadeira ir-se-á deitar sem ceia?
Vejo-lhe luz no quarto. Inda trabalha. É feia...
Que mundo! Coitadinha!
Cesário Verde, in 'O Livro de Cesário Verde'
Se eu fosse um padre, eu, nos meus sermões,
não falaria em Deus nem no Pecado
— muito menos no Anjo Rebelado
e os encantos das suas seduções,
não citaria santos e profetas:
nada das suas celestiais promessas
ou das suas terríveis maldições...
Se eu fosse um padre eu citaria os poetas,
Rezaria seus versos, os mais belos,
desses que desde a infância me embalaram
e quem me dera que alguns fossem meus!
Porque a poesia purifica a alma
...e um belo poema — ainda que de Deus se aparte —
um belo poema sempre leva a Deus!
Mário Quintana
não falaria em Deus nem no Pecado
— muito menos no Anjo Rebelado
e os encantos das suas seduções,
não citaria santos e profetas:
nada das suas celestiais promessas
ou das suas terríveis maldições...
Se eu fosse um padre eu citaria os poetas,
Rezaria seus versos, os mais belos,
desses que desde a infância me embalaram
e quem me dera que alguns fossem meus!
Porque a poesia purifica a alma
...e um belo poema — ainda que de Deus se aparte —
um belo poema sempre leva a Deus!
Mário Quintana
Pensamento do dia...
Quando alguém pergunta a um autor o que este quis dizer, é porque um dos dois é burro.
Mário Quintana
Mário Quintana
segunda-feira, 3 de outubro de 2011
Morena dos Olhos D'agua - Chico buarque e Caetano Veloso
(Especialmente para a Helena)
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domingo, 2 de outubro de 2011
Estado da Educação
É claro que não é uma questão de estatística... Alunos destes tornam a escola muito pouco rentável. Quanto mais depressa concluírem a escolaridade obrigatória, melhor (para a escola). Se sabe ler ou não, problema dele. No entanto, na sua ignorância, o aluno é mais sábio do que a escola, porque sabe ser humilde e verdadeiro!...
sábado, 1 de outubro de 2011
Dentro de ti...
Quando me procuras
procuras aliviar a alma
ainda que a ignores
ainda que o ignores
ainda que te ignores
de fora é mais fácil ver-te
por dentro.
Maria José Meireles
procuras aliviar a alma
ainda que a ignores
ainda que o ignores
ainda que te ignores
de fora é mais fácil ver-te
por dentro.
Maria José Meireles
sexta-feira, 30 de setembro de 2011
Modo de vida...
Esforça-te muito
para poderes servir bem
o teu patrão
este será rico
e assim pode servir
todos os caprichos
da sua fútil mulher
e dos seus filhos inúteis
tu terás uma vida sem prazer
e conseguirás ser ninguém.
Maria José Meireles
para poderes servir bem
o teu patrão
este será rico
e assim pode servir
todos os caprichos
da sua fútil mulher
e dos seus filhos inúteis
tu terás uma vida sem prazer
e conseguirás ser ninguém.
Maria José Meireles
terça-feira, 27 de setembro de 2011
Rosto...
Por não ser cego
viu o sorriso
contrastar
com o olhar
e ficou assombrado
ao saber
tanta alegria
e tanta tristeza
caberem
no mesmo rosto
ao mesmo tempo.
Maria José Meireles
viu o sorriso
contrastar
com o olhar
e ficou assombrado
ao saber
tanta alegria
e tanta tristeza
caberem
no mesmo rosto
ao mesmo tempo.
Maria José Meireles
segunda-feira, 26 de setembro de 2011
Noite...
Hoje
quis ser cega
e surda
para poder caber
no mundo
para que as palavras
e até os silêncios
não me mutilassem a alma
ou então
simplesmente morrer
para poder descansar.
Maria José Meireles
quis ser cega
e surda
para poder caber
no mundo
para que as palavras
e até os silêncios
não me mutilassem a alma
ou então
simplesmente morrer
para poder descansar.
Maria José Meireles
domingo, 25 de setembro de 2011
Anseio
Vincent van Gogh pintava as árvores tão grandes que elas iam além das estrelas. As estrelas eram pequenas, o Sol e a Lua eram pequenos e as àrvores eram imensas... Alguém perguntou a ele: "Você é maluco? Por que nunca pára de pintar as árvores tão grandes? A estrela mais longínqua fica a milhões de anos-luz e as suas árvores sempre vão além das estrelas! Que maluquice é essa?"
E Van Gogh riu e disse: "Eu sei! Mas sei de outra coisa também, da qual você não se dá conta. As árvores são os anseios da terra para transcender as estrelas. Eu estou pintando os anseios, não as árvores. Estou mais preocupado com a fonte, não com o objetivo. É irrelevante se elas alcançam as estrelas ou não. Eu pertenço a terra e compreendo o anseio da terra. Esse é o anseio da terra expresso através das árvores - ir além das estrelas."
E Van Gogh riu e disse: "Eu sei! Mas sei de outra coisa também, da qual você não se dá conta. As árvores são os anseios da terra para transcender as estrelas. Eu estou pintando os anseios, não as árvores. Estou mais preocupado com a fonte, não com o objetivo. É irrelevante se elas alcançam as estrelas ou não. Eu pertenço a terra e compreendo o anseio da terra. Esse é o anseio da terra expresso através das árvores - ir além das estrelas."
Meia Noite em Paris...
Disse:
casar é pior
do que ir ao cinema.
Viu Meia Noite em Paris
salvou o dia
e salvou a vida.
Maria José Meireles
quinta-feira, 22 de setembro de 2011
Pensamento do dia...
Enquanto houver um louco, um poeta e um amante haverá sonho, amor e fantasia. E enquanto houver sonho, amor e fantasia, haverá esperança.
William Shakespeare
William Shakespeare
quarta-feira, 21 de setembro de 2011
Pensamento do dia...
Quando quero ser diferente de mim apenas consigo ser infeliz.
Maria José Meireles
Maria José Meireles
Pensamento do dia...
Não quero ganhar mais dinheiro para não ficar mais longe dos pobres.
Maria José Meireles
Maria José Meireles
terça-feira, 20 de setembro de 2011
segunda-feira, 19 de setembro de 2011
Dissertação sobre o poema “Puma Bartolomeu Júpiter” *
O poema transcende as leis da Física, despojando-as da sua
rigorosa exactidão.
O átomo de carbono tem quatro valências.
Uma para o amor, que se dissolve no sexo, como muito bem
demonstrou Puma Bartolomeu Júpiter, perante uma assembleia,
interessada em saber coisas inúteis.
Outra é a do sexo, que se dissolve no corpo, postulado que
carece de demonstração.
A terceira é a do corpo, que se dissolve na morte, a única
que, pela sua volúvel imprevisibilidade, escapa à
compreensão dos cientistas, assim como não foi possível
encontrar a fórmula quântica para calcular a dimensão do prazer,
ficando esta grandeza incluída nas coisas incomensuráveis,
o que a remete para uma indecifrável e infinita dimensão cósmica.
A última, a quarta, é o próprio poema, que na sua intangibilidade,
se dissolve a si próprio, para que a Física não entre em transgressão
com a eternidade da matéria.
Alexandre de Castro
*Poema de André Domingues
retirado do Alpendre da Lua
domingo, 18 de setembro de 2011
sábado, 17 de setembro de 2011
sexta-feira, 16 de setembro de 2011
Quotidiano...
Todos os dias
o Sol nasce
e eu nem vejo
todos os dias
o Sol se põe
e eu nem apareço
todos os dias
a água corre no regato
e eu nem sequer a ouço
todos os dias
na brisa
sei que existes
e todas as noites
as estrelas sabem esperar.
Maria José Meireles
o Sol nasce
e eu nem vejo
todos os dias
o Sol se põe
e eu nem apareço
todos os dias
a água corre no regato
e eu nem sequer a ouço
todos os dias
na brisa
sei que existes
e todas as noites
as estrelas sabem esperar.
Maria José Meireles
ODE AO FUTURO
Olhares furtivos ao passado, presente e futuro.
Um passado guardado na memória do esquecimento,
uma esperança desejada,
um encontro antecipado,
uma vida procurada,
a felicidade perdida
o amor sempre ao lado.
Aquele amor nascido,
que tu desconhecias,
vivido que ignoravas,
sentido como sonhavas,
realizado como imaginavas.
Na alameda aveludada de amor
protegida por estátuas da Liberdade
Amedrontada por Adamastores,
caminham os nossos espíritos
unidos na felicidade
na alegria e no amor
brincando de mãos dadas
indiferentes aos ventos críticos
às tempestades anunciadas
e às intempéries esperadas.
No horizonte raios de luz dourada
passam entre brumas
aquecem os corações
brincam com as almas
dão vida aos campos de flores
contagiam-se de Liberdade
Amedrontam os Adamastores
Vencem com amor.
Indiferentes a tudo
vão cantando
rindo
brincando
vivendo
olhando
amando
ao longo da grande alameda.
Cada vez mais unidos
deleitam-se nos campos de
papoilas
bem-me-queres
orquídeas
rosas
salpicos de orvalho prateados de doçura
bebendo o mel
doce do amor.
O Sol continua a beijá-los de frescura
a gotejá-los de felicidade
a cobri-los de ternura.
Agora caminham de mãos dadas
pela estrada fora
rebolam no veludo perfumado de amor
saboreiam o mundo
sonham no imaginário
Unem-se no fim.
... e juntos cantam a felicidade
amam a vida
beijam-se com deleite
Sentem o amor.
José Rito
Um passado guardado na memória do esquecimento,
uma esperança desejada,
um encontro antecipado,
uma vida procurada,
a felicidade perdida
o amor sempre ao lado.
Aquele amor nascido,
que tu desconhecias,
vivido que ignoravas,
sentido como sonhavas,
realizado como imaginavas.
Na alameda aveludada de amor
protegida por estátuas da Liberdade
Amedrontada por Adamastores,
caminham os nossos espíritos
unidos na felicidade
na alegria e no amor
brincando de mãos dadas
indiferentes aos ventos críticos
às tempestades anunciadas
e às intempéries esperadas.
No horizonte raios de luz dourada
passam entre brumas
aquecem os corações
brincam com as almas
dão vida aos campos de flores
contagiam-se de Liberdade
Amedrontam os Adamastores
Vencem com amor.
Indiferentes a tudo
vão cantando
rindo
brincando
vivendo
olhando
amando
ao longo da grande alameda.
Cada vez mais unidos
deleitam-se nos campos de
papoilas
bem-me-queres
orquídeas
rosas
salpicos de orvalho prateados de doçura
bebendo o mel
doce do amor.
O Sol continua a beijá-los de frescura
a gotejá-los de felicidade
a cobri-los de ternura.
Agora caminham de mãos dadas
pela estrada fora
rebolam no veludo perfumado de amor
saboreiam o mundo
sonham no imaginário
Unem-se no fim.
... e juntos cantam a felicidade
amam a vida
beijam-se com deleite
Sentem o amor.
José Rito
quarta-feira, 14 de setembro de 2011
Três tempos...
Primeiro
riu cobardemente
segundo
riu assumidamente
terceiro
percebeu...
Maria José Meireles
riu cobardemente
segundo
riu assumidamente
terceiro
percebeu...
Maria José Meireles
terça-feira, 13 de setembro de 2011
segunda-feira, 12 de setembro de 2011
Pensamento do dia...
Há momentos que nunca mais lembram e outros que nunca mais esquecem.
Maria José Meireles
Maria José Meireles
domingo, 11 de setembro de 2011
sábado, 10 de setembro de 2011
Fantasia...
Obedeço
a todas as tuas ordens
todos os teus caprichos
todos os teus desejos
(até os que desconheces
e eu adivinho)
com o maior prazer
porque me descobri
e é para isso que sirvo
para te servir.
Maria José Meireles
a todas as tuas ordens
todos os teus caprichos
todos os teus desejos
(até os que desconheces
e eu adivinho)
com o maior prazer
porque me descobri
e é para isso que sirvo
para te servir.
Maria José Meireles
quinta-feira, 8 de setembro de 2011
É talvez o último dia da minha vida.
É talvez o último dia da minha vida.
Saudei o Sol, levantando a mão direita,
Mas não o saudei, dizendo-lhe adeus,
Fiz sinal de gostar de o ver antes: mais nada.
Alberto Caeiro
Saudei o Sol, levantando a mão direita,
Mas não o saudei, dizendo-lhe adeus,
Fiz sinal de gostar de o ver antes: mais nada.
Alberto Caeiro
terça-feira, 6 de setembro de 2011
Sabedoria...
Ela disse:
todo o homem procura
quem lhe esvazie o corpo
e encha a alma.
Maria José Meireles
todo o homem procura
quem lhe esvazie o corpo
e encha a alma.
Maria José Meireles
segunda-feira, 5 de setembro de 2011
Brincar...
Brincar com ideias
e ficar preso
de corpo e alma
até ao limite
o eterno descanso.
Maria José Meireles
e ficar preso
de corpo e alma
até ao limite
o eterno descanso.
Maria José Meireles
Pensamento do dia...
Há muitas maneiras sérias de não dizer nada, mas só a poesia é verdadeira.
Manoel de Barros
Manoel de Barros
domingo, 4 de setembro de 2011
Pensamento do dia...
Quanto mais conheço o Homem, mais me quero só (e menos consigo).
Maria José Meireles
Maria José Meireles
Sê
Se não puderes ser um pinheiro, no topo de uma colina,
Sê um arbusto no vale mas sê
O melhor arbusto à margem do regato.
Sê um ramo, se não puderes ser uma árvore.
Se não puderes ser um ramo, sê um pouco de relva
E dá alegria a algum caminho.
Se não puderes ser uma estrada,
Sê apenas uma senda,
Se não puderes ser o Sol, sê uma estrela.
Não é pelo tamanho que terás êxito ou fracasso...
Mas sê o melhor no que quer que sejas.
Pablo Neruda
Sê um arbusto no vale mas sê
O melhor arbusto à margem do regato.
Sê um ramo, se não puderes ser uma árvore.
Se não puderes ser um ramo, sê um pouco de relva
E dá alegria a algum caminho.
Se não puderes ser uma estrada,
Sê apenas uma senda,
Se não puderes ser o Sol, sê uma estrela.
Não é pelo tamanho que terás êxito ou fracasso...
Mas sê o melhor no que quer que sejas.
Pablo Neruda
sábado, 3 de setembro de 2011
sexta-feira, 2 de setembro de 2011
Dois arco-íris...
Pensei-me só
a contemplar o céu
cinzento ao por do sol
em metamorfose
de cores e formas
pensei oferecer-mo
por combinar comigo
mas ela estava atenta
e tive de o repartir
ainda assim
ela viu apenas um
dos dois arco-íris.
Maria José Meireles
a contemplar o céu
cinzento ao por do sol
em metamorfose
de cores e formas
pensei oferecer-mo
por combinar comigo
mas ela estava atenta
e tive de o repartir
ainda assim
ela viu apenas um
dos dois arco-íris.
Maria José Meireles
segunda-feira, 29 de agosto de 2011
Pensamento do dia...
Honestamente aceito que me abandones mas não que te abandones.
Maria José Meireles
Maria José Meireles
domingo, 28 de agosto de 2011
Harpa...
Ser harpa
em que tocas
músicas inebriantes
até ao êxtase
depois do silêncio.
Depois o silêncio.
Maria José Meireles
em que tocas
músicas inebriantes
até ao êxtase
depois do silêncio.
Depois o silêncio.
Maria José Meireles
sexta-feira, 26 de agosto de 2011
Quando te vi amei-te já muito antes
Quando te vi amei-te já muito antes.
Tornei a achar-te quando te encontrei.
Nasci pra ti antes de haver o mundo.
Não há cousa feliz ou hora alegre
Que eu tenha tido pela vida fora,
Que o não fôsse porque te previa,
Porque dormias nela tu futuro.
E eu soube-o só depois, quando te vi,
E tive para mim melhor sentido,
E o meu passado foi como uma 'strada
Iluminada pela frente, quando
O carro com lanternas vira a curva
Do caminho e já a noite é tôda humana.
Quando eu era pequena, sinto que eu
Amava-te já longe, mas de longe...
Amor, diz qualquer cousa que eu te sinta!
-Compreendo-te tanto que não sinto,
Oh coração exterior ao meu!
Fatalidade, filha do destino
E das leis que há no fundo dêste mundo!
Que és tu a mim que eu compreenda ao ponto
De o sentir...?
Fernando Pessoa
Tornei a achar-te quando te encontrei.
Nasci pra ti antes de haver o mundo.
Não há cousa feliz ou hora alegre
Que eu tenha tido pela vida fora,
Que o não fôsse porque te previa,
Porque dormias nela tu futuro.
E eu soube-o só depois, quando te vi,
E tive para mim melhor sentido,
E o meu passado foi como uma 'strada
Iluminada pela frente, quando
O carro com lanternas vira a curva
Do caminho e já a noite é tôda humana.
Quando eu era pequena, sinto que eu
Amava-te já longe, mas de longe...
Amor, diz qualquer cousa que eu te sinta!
-Compreendo-te tanto que não sinto,
Oh coração exterior ao meu!
Fatalidade, filha do destino
E das leis que há no fundo dêste mundo!
Que és tu a mim que eu compreenda ao ponto
De o sentir...?
Fernando Pessoa
sábado, 20 de agosto de 2011
Feitiço...
Vinha apenas
para ocupar o tempo
mas esqueceu-se
de deixar o coração
em casa
quando quis partir
percebeu
que já não ia inteiro.
Maria José Meireles
para ocupar o tempo
mas esqueceu-se
de deixar o coração
em casa
quando quis partir
percebeu
que já não ia inteiro.
Maria José Meireles
quarta-feira, 17 de agosto de 2011
Pensamento do dia...
Ainda estaria à minha procura se não me tivesse já encontrado.
Maria José Meireles
Maria José Meireles
segunda-feira, 15 de agosto de 2011
Pensamento do dia...
Quem anda no trilho é trem de ferro, sou água que corre entre pedras: liberdade caça jeito.
Manoel de Barros
Manoel de Barros
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sábado, 13 de agosto de 2011
Pensamento do dia...
Quando as aves falam com as pedras e as rãs com as águas - é de poesia que estão falando.
Manoel de Barros
Manoel de Barros
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quinta-feira, 11 de agosto de 2011
Segundo Dia
Não oblitero moscas com palavras.
Uma espécie de canto me ocasiona.
Respeito as oralidades.
Eu escrevo o rumor das palavras.
Não sou sandeu de gramáticas.
Só sei o nada aumentado.
Eu sou culpado de mim.
Vou nunca mais ter nascido em agosto.
No chão de minha voz tem um outono.
Sobre meu rosto vem dormir a noite.
Manoel de Barros
quarta-feira, 10 de agosto de 2011
terça-feira, 9 de agosto de 2011
segunda-feira, 8 de agosto de 2011
Pensamento do dia...
Passava os dias ali, quieto, no meio das coisas miúdas.
E me encantei.
Manoel de Barros
E me encantei.
Manoel de Barros
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domingo, 7 de agosto de 2011
sábado, 6 de agosto de 2011
A maior riqueza do homem
é a sua incompletude.
Nesse ponto sou abastado.
Palavras que me aceitam como
sou - eu não aceito.
Não agüento ser apenas um
sujeito que abre
portas, que puxa válvulas,
que olha o relógio, que
compra pão às 6 horas da tarde,
que vai lá fora,
que aponta lápis,
que vê a uva etc. etc.
Perdoai
Mas eu preciso ser Outros.
Eu penso renovar o homem
usando borboletas.
Manoel de Barros
é a sua incompletude.
Nesse ponto sou abastado.
Palavras que me aceitam como
sou - eu não aceito.
Não agüento ser apenas um
sujeito que abre
portas, que puxa válvulas,
que olha o relógio, que
compra pão às 6 horas da tarde,
que vai lá fora,
que aponta lápis,
que vê a uva etc. etc.
Perdoai
Mas eu preciso ser Outros.
Eu penso renovar o homem
usando borboletas.
Manoel de Barros
quinta-feira, 4 de agosto de 2011
Texto de uma leitora, que não quer ser identificada, que tinha um tio-avô que não quis ser juiz...
Olá Miguel, gostei muito de abrir o mail e encontrar esta mensagem.
Tive um tio-avô que era juiz. Por se envolver em questões políticas, foi colocado em Mondim de Basto. Quando lá chegou e compreendeu o tamanho do seu castigo, mandou dar meia volta ao carro de cavalos e tornou-se agricultor. Tinha muitos empregados que trabalhavam em troca de conselhos e era um grande agricultor. Ele dizia que a agricultura é a arte de empobrecer alegremente. Não perseguia a verdade, mas queria saber onde estava Deus.
Eu já persegui a verdade durante muitos anos; hoje penso que a verdade e a mentira são faces de uma mesma moeda. Prefiro a verdade, mas já tenho uma relação mais pacífica com a mentira. Ela vem da condição humana, de sermos seres em busca da perfeição. Não é defeito, é feitio.
O meu tio-avô juiz agricultor, um dia, sorriu-me e fez-me ter fé na bondade do mundo. Quando me dizem com orgulho: "já perdi a ingenuidade", sinto pena porque sei que isso significa: "já perdi a fé na bondade do mundo".
As nossas escolas ensinam muitas coisas boas, mas têm um currículo oculto que contempla a maldade em larga escala e estratégias subtis de branqueamento e lavagens de maus sentimentos, maus valores e más acções. Um dia cheguei à conclusão de que, para se ser um bom professor, não se podia ser muito boa pessoa (antes de conhecer Rubem Alves, claro).
Não se fazem omeletas sem ovos, costuma dizer-se. Não podemos ensinar a maldade e esperar que as pessoas sejam bondosas. Os melhores alunos, os que aprenderam melhor a maldade, chegam ao topo (e vingam-se) - eu diria que é justo.
A educação está nas lonas, mas muitos professores continuam a preocupar-se, apenas, com a... carreira. Antes me chamem "Padeira de Aljubarrota"...
Retirado de abnoxio
Tive um tio-avô que era juiz. Por se envolver em questões políticas, foi colocado em Mondim de Basto. Quando lá chegou e compreendeu o tamanho do seu castigo, mandou dar meia volta ao carro de cavalos e tornou-se agricultor. Tinha muitos empregados que trabalhavam em troca de conselhos e era um grande agricultor. Ele dizia que a agricultura é a arte de empobrecer alegremente. Não perseguia a verdade, mas queria saber onde estava Deus.
Eu já persegui a verdade durante muitos anos; hoje penso que a verdade e a mentira são faces de uma mesma moeda. Prefiro a verdade, mas já tenho uma relação mais pacífica com a mentira. Ela vem da condição humana, de sermos seres em busca da perfeição. Não é defeito, é feitio.
O meu tio-avô juiz agricultor, um dia, sorriu-me e fez-me ter fé na bondade do mundo. Quando me dizem com orgulho: "já perdi a ingenuidade", sinto pena porque sei que isso significa: "já perdi a fé na bondade do mundo".
As nossas escolas ensinam muitas coisas boas, mas têm um currículo oculto que contempla a maldade em larga escala e estratégias subtis de branqueamento e lavagens de maus sentimentos, maus valores e más acções. Um dia cheguei à conclusão de que, para se ser um bom professor, não se podia ser muito boa pessoa (antes de conhecer Rubem Alves, claro).
Não se fazem omeletas sem ovos, costuma dizer-se. Não podemos ensinar a maldade e esperar que as pessoas sejam bondosas. Os melhores alunos, os que aprenderam melhor a maldade, chegam ao topo (e vingam-se) - eu diria que é justo.
A educação está nas lonas, mas muitos professores continuam a preocupar-se, apenas, com a... carreira. Antes me chamem "Padeira de Aljubarrota"...
Retirado de abnoxio
domingo, 31 de julho de 2011
sábado, 30 de julho de 2011
sexta-feira, 29 de julho de 2011
Pensamento do dia...
A pintura nunca é prosa. É poesia que se escreve com versos de rima plástica.
Pablo Picasso
Pablo Picasso
quinta-feira, 28 de julho de 2011
quarta-feira, 27 de julho de 2011
terça-feira, 26 de julho de 2011
Explicação da poesia sem ningém a pedir
Um trem-de-ferro é uma coisa mecânica,
mas atravessa a noite, a madrugada, o dia,
atravessou a minha vida,
virou só sentimento.
Adélia Prado, Poesia Reunida.
mas atravessa a noite, a madrugada, o dia,
atravessou a minha vida,
virou só sentimento.
Adélia Prado, Poesia Reunida.
domingo, 24 de julho de 2011
sábado, 23 de julho de 2011
quinta-feira, 21 de julho de 2011
O amor de Romeu e Julieta
Romeu e Julieta
é uma história
que nos deixa a memória
de como é lindo o amor.
Um dia
houve uma tragédia
mas o amor venceu
e nunca perdeu.
É difícil mas é possível vencer,
só precisas de acreditar,
e assim,
nada te vai parar.
Eu sei,
que o amor é capaz
de mudar o mundo da guerra
para um mundo de paz.
Ana Lisete Miranda (8 anos)
é uma história
que nos deixa a memória
de como é lindo o amor.
Um dia
houve uma tragédia
mas o amor venceu
e nunca perdeu.
É difícil mas é possível vencer,
só precisas de acreditar,
e assim,
nada te vai parar.
Eu sei,
que o amor é capaz
de mudar o mundo da guerra
para um mundo de paz.
Ana Lisete Miranda (8 anos)
quarta-feira, 20 de julho de 2011
Variações sobre o prazer
Pois é isso que a poesia faz: ela nos convida a andar pelos caminhos da nossa própria verdade, os caminhos em que mora o essencial.
Se as pessoas soubessem ler poesia é certo que os terapeutas teriam menos trabalho e talvez suas terapias se transformassem em concertos de poesia!
Rubem Alves
Se as pessoas soubessem ler poesia é certo que os terapeutas teriam menos trabalho e talvez suas terapias se transformassem em concertos de poesia!
Rubem Alves
Ternura
Eu te peço perdão por te amar de repente
Embora o meu amor
seja uma velha canção nos teus ouvidos
Das horas que passei à sombra dos teus gestos
Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos
Das noites que vivi acalentando
Pela graça indizível
dos teus passos eternamente fugindo
Trago a doçura
dos que aceitam melancolicamente.
E posso te dizer
que o grande afeto que te deixo
Não traz o exaspero das lágrimas
nem a fascinação das promessas
Nem as misteriosas palavras
dos véus da alma...
É um sossego, uma unção,
um transbordamento de carícias
E só te pede que te repouses quieta,
muito quieta
E deixes que as mãos cálidas da noite
encontrem sem fatalidade
o olhar estático da aurora.
Vinícius de Moraes
Embora o meu amor
seja uma velha canção nos teus ouvidos
Das horas que passei à sombra dos teus gestos
Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos
Das noites que vivi acalentando
Pela graça indizível
dos teus passos eternamente fugindo
Trago a doçura
dos que aceitam melancolicamente.
E posso te dizer
que o grande afeto que te deixo
Não traz o exaspero das lágrimas
nem a fascinação das promessas
Nem as misteriosas palavras
dos véus da alma...
É um sossego, uma unção,
um transbordamento de carícias
E só te pede que te repouses quieta,
muito quieta
E deixes que as mãos cálidas da noite
encontrem sem fatalidade
o olhar estático da aurora.
Vinícius de Moraes
Cálice da nova aliança...
Ofereço-te
a mim
para me compensares
de todas as falhas
presentes
não distingo
certo ou errado
sem dúvida
digo bom ou mau
e ofereço-te
a mim
porque te gosto.
Maria José Meireles
a mim
para me compensares
de todas as falhas
presentes
não distingo
certo ou errado
sem dúvida
digo bom ou mau
e ofereço-te
a mim
porque te gosto.
Maria José Meireles
Dissertação sobre a metáfora das galáxias…
No dia em que me disseste
que o teu sangue tinha cardos
as minhas mãos tremeram
ao segurar o teu olhar
vidrado pelos espelhos
uma fractura rasgou o medo
que me devorava as entranhas
e acabei por ligar o silêncio
adiei a viagem sem regresso
já marcada sem o teu consentimento
porque tu já esgotaras todos os infinitos
macerando o corpo em convulsões contínuas
como se a vida estivesse à beira do abismo
onde querias cair comigo
peguei novamente no teu olhar
que se colou a mim
e alimentei a tua fúria de viver
entendeste finalmente a metáfora das galáxias
quando escreveste o teu poema redentor
e limpaste as impressões digitais do teu passado.
Alexandre de Castro
retirado do Alpendre da Lua
terça-feira, 19 de julho de 2011
segunda-feira, 18 de julho de 2011
domingo, 17 de julho de 2011
sábado, 16 de julho de 2011
sexta-feira, 15 de julho de 2011
quinta-feira, 14 de julho de 2011
Improviso quase monogâmico...
Não há como a novidade
para nos cansarmos dela
o corpo precisa
de uma cama certa
e de braços
que não estejam sempre
a mudar de mãos.
Ademar
para nos cansarmos dela
o corpo precisa
de uma cama certa
e de braços
que não estejam sempre
a mudar de mãos.
Ademar
Pensamento do dia...
Será que a cobra sedutora, que apareceu no jardim do Éden, é a mãe do capitalismo?
Maria José Meireles
Maria José Meireles
Pensamento do dia...
É mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito.
Albert Einstein
Albert Einstein
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quarta-feira, 13 de julho de 2011
terça-feira, 12 de julho de 2011
segunda-feira, 11 de julho de 2011
sábado, 9 de julho de 2011
Coração...
Plantei duas árvores
no mesmo terreno
as árvores são memórias
cuidarei delas
enquanto viver
quando morrer
outros cuidarão
por mim.
Maria José Meireles
no mesmo terreno
as árvores são memórias
cuidarei delas
enquanto viver
quando morrer
outros cuidarão
por mim.
Maria José Meireles
Fogo de Pandora...
Dou-me de graça
mas não me vendo por preço nenhum.
Já me confiei ao silêncio
e sobrevivi.
Se me tratares bem
poderás destruir-me,
mas se me tratares mal
saberei bem defender-me.
Sou mulher, sabes,
tenho séculos de maus tratos nas veias
e ainda não morri.
Dei-te a minha alma
mas não o meu corpo.
Ainda é cedo para cortar a noite às fatias.
Agora somos muitos na família
mas ainda poucos para tanta noite.
Eu sei esperar.
Quem tem tampa é a caixa
e não Pandora
(e Pandora não é uma caixa).
Maria José Meireles
mas não me vendo por preço nenhum.
Já me confiei ao silêncio
e sobrevivi.
Se me tratares bem
poderás destruir-me,
mas se me tratares mal
saberei bem defender-me.
Sou mulher, sabes,
tenho séculos de maus tratos nas veias
e ainda não morri.
Dei-te a minha alma
mas não o meu corpo.
Ainda é cedo para cortar a noite às fatias.
Agora somos muitos na família
mas ainda poucos para tanta noite.
Eu sei esperar.
Quem tem tampa é a caixa
e não Pandora
(e Pandora não é uma caixa).
Maria José Meireles
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Poemas para quem gosta
sexta-feira, 8 de julho de 2011
quinta-feira, 7 de julho de 2011
quarta-feira, 6 de julho de 2011
VIVIANE MOSÉ RECITA SUA POESIA "TEMPO"
quem tem olhos pra ver o tempo soprando sulcos na pele
soprando sulcos na pele soprando sulcos?
o tempo andou riscando meu rosto
com uma navalha fina
sem raiva nem rancor
o tempo riscou meu rosto
com calma
(eu parei de lutar contra o tempo
ando exercendo instantes
acho que ganhei presença)
acho que a vida anda passando a mão em mim.
a vida anda passando a mão em mim.
acho que a vida anda passando.
a vida anda passando.
acho que a vida anda.
a vida anda em mim.
acho que há vida em mim.
a vida em mim anda passando.
acho que a vida anda passando a mão em mim
e por falar em sexo quem anda me comendo
é o tempo
na verdade faz tempo mas eu escondia
porque ele me pegava à força e por trás
um dia resolvi encará-lo de frente e disse: tempo
se você tem que me comer
que seja com o meu consentimento
e me olhando nos olhos
acho que ganhei o tempo
de lá pra cá ele tem sido bom comigo
dizem que ando até remoçando
Viviane Mosé
in Pensamento do Chão.
terça-feira, 5 de julho de 2011
O que é a Imaginação?
Para mim, é uma arte, é a criatividade, é improvisar, é descrever uma pessoa só com uma palavra seja ela qual for!
É uma coisa que todos temos e se não a encontrarmos basta procurar bem na nossa alma e no nosso espírito de criança!
Filipe Barbosa 7ºC
É uma coisa que todos temos e se não a encontrarmos basta procurar bem na nossa alma e no nosso espírito de criança!
Filipe Barbosa 7ºC
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Poema que um Aluno partilhou comigo hoje...
segunda-feira, 4 de julho de 2011
domingo, 3 de julho de 2011
Humano...
Para não ter
de se assumir
colocou-se
nas mãos de Deus
e lavou as suas
como Pilatos.
Maria José Meireles
de se assumir
colocou-se
nas mãos de Deus
e lavou as suas
como Pilatos.
Maria José Meireles
sábado, 2 de julho de 2011
sexta-feira, 1 de julho de 2011
Pensamento do dia...
Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós.
Antoine de Saint-Exupéry
Antoine de Saint-Exupéry
quinta-feira, 30 de junho de 2011
Filhos são do mundo
Devemos criar os filhos para o mundo. Torná-los autónomos, libertos, até
de nossas ordens. A partir de certa idade, só valem conselhos.
Especialistas ensinaram-nos a acreditar que só esta postura torna adulto
aquele bebê que um dia levamos na barriga. E a maioria de nós pais
acredita e tenta fazer isso. O que não nos impede de sofrer quando fazem
escolhas diferentes daquelas que gostaríamos ou quando eles próprios
sofrem pelas escolhas que recomendamos.
Então, filho é um ser que nos emprestaram para um curso intensivo de
como amar alguém além de nós mesmos, de como mudar nossos piores
defeitos para darmos os melhores exemplos e de aprendermos a ter
coragem. Isto mesmo! Ser pai ou mãe é o maior ato de coragem que alguém
pode ter, porque é se expor a todo tipo de dor, principalmente da
incerteza de estar agindo correctamente e do medo de perder algo tão amado.
Perder? Como? Não é nosso, recordam-se? Foi apenas um empréstimo!
Então, de quem são nossos filhos? Eu acredito que são de Deus, mas com respeito aos ateus digamos que são deles próprios, donos de suas vidas, porém, um tempo precisaram ser dependentes dos pais para crescerem, biológica, sociológica, psicológica e emocionalmente.
E o meu sentimento, a minha dedicação, o meu investimento? Não deveriam
retornar em sorrisos, orgulho, netos e amparo na velhice? Pensar assim é
entender os filhos como nossos e eles, não se esqueçam, são do mundo!
Volto para casa ao fim do plantão, início de férias, mais tempo para os
filhos, olho meus pequenos pimpolhos e penso como seria bom se não
fossem apenas empréstimo! Mas é. Eles são do mundo. O problema é que meu coração já é deles.
Santo anjo do Senhor…
É a mais concreta realidade. Só resta a nós, mães e pais, rezar e
aproveitar todos os momentos possíveis ao lado das nossas ‘crias’, que
mesmo sendo ‘emprestadas’ são a maior parte de nós!!!
José Saramago
de nossas ordens. A partir de certa idade, só valem conselhos.
Especialistas ensinaram-nos a acreditar que só esta postura torna adulto
aquele bebê que um dia levamos na barriga. E a maioria de nós pais
acredita e tenta fazer isso. O que não nos impede de sofrer quando fazem
escolhas diferentes daquelas que gostaríamos ou quando eles próprios
sofrem pelas escolhas que recomendamos.
Então, filho é um ser que nos emprestaram para um curso intensivo de
como amar alguém além de nós mesmos, de como mudar nossos piores
defeitos para darmos os melhores exemplos e de aprendermos a ter
coragem. Isto mesmo! Ser pai ou mãe é o maior ato de coragem que alguém
pode ter, porque é se expor a todo tipo de dor, principalmente da
incerteza de estar agindo correctamente e do medo de perder algo tão amado.
Perder? Como? Não é nosso, recordam-se? Foi apenas um empréstimo!
Então, de quem são nossos filhos? Eu acredito que são de Deus, mas com respeito aos ateus digamos que são deles próprios, donos de suas vidas, porém, um tempo precisaram ser dependentes dos pais para crescerem, biológica, sociológica, psicológica e emocionalmente.
E o meu sentimento, a minha dedicação, o meu investimento? Não deveriam
retornar em sorrisos, orgulho, netos e amparo na velhice? Pensar assim é
entender os filhos como nossos e eles, não se esqueçam, são do mundo!
Volto para casa ao fim do plantão, início de férias, mais tempo para os
filhos, olho meus pequenos pimpolhos e penso como seria bom se não
fossem apenas empréstimo! Mas é. Eles são do mundo. O problema é que meu coração já é deles.
Santo anjo do Senhor…
É a mais concreta realidade. Só resta a nós, mães e pais, rezar e
aproveitar todos os momentos possíveis ao lado das nossas ‘crias’, que
mesmo sendo ‘emprestadas’ são a maior parte de nós!!!
José Saramago
Sagrada Família...
Inventei
uma família
o Pai morreu
o Filho é velho
e a Mãe sou eu.
Maria José Meireles
uma família
o Pai morreu
o Filho é velho
e a Mãe sou eu.
Maria José Meireles
quarta-feira, 29 de junho de 2011
Sentidos...
Ainda que seja
cega, surda e muda,
cheiro e toco
a beleza
do teu silêncio.
Maria José Meireles
cega, surda e muda,
cheiro e toco
a beleza
do teu silêncio.
Maria José Meireles
Improviso sobre Yamore...
Antologia poética (447)
Vagueias o amor em pedaços
repartes-te assim
ouves quando não vês
se perdesses os olhos
verias com as mãos
se as mãos não vissem
talvez cheirassem
e
ainda que mutilada de todos os sentidos
continuarias a pensar-me
o amor tem silêncios
que só tu ouvirás.
Ademar
Vagueias o amor em pedaços
repartes-te assim
ouves quando não vês
se perdesses os olhos
verias com as mãos
se as mãos não vissem
talvez cheirassem
e
ainda que mutilada de todos os sentidos
continuarias a pensar-me
o amor tem silêncios
que só tu ouvirás.
Ademar
terça-feira, 28 de junho de 2011
NINGUÉM MEU AMOR
Ninguém meu amor
ninguém como nós conhece o sol
Podem utilizá-lo nos espelhos
apagar com ele
os barcos de papel dos nossos lagos
podem obrigá-lo a parar
à entrada das casas mais baixas
podem ainda fazer
com que a noite gravite
hoje do mesmo lado
Mas ninguém meu amor
ninguém como nós conhece o sol
Até que o sol degole
o horizonte em que um a um
nos deitam
vendando-nos os olhos.
SEBASTIÃO ALBA - O Poema
segunda-feira, 27 de junho de 2011
Minha mãe
Minha mãe, minha mãe!
Ai que saudade imensa
do tempo em que ajoelhava,
orando ao pé de ti.
Caia mansa a noite;
e andorinhas aos pares
Cruzavam-se, voando
em torno dos seus lares,
suspensos do beiral
da casa onde eu nasci.
Era a hora em que já sobre o feno das eiras
dormia quieto e manso o impávido lebreu.
Vinham-nos da montanha as canções das ceifeiras,
e a lua branca, além, por entre as oliveiras,
como a alma dum justo, ia em triunfo ao Céu.
E, mãos postas, ao pé do altar do teu regaço
vendo a lua subir, muda, alumiando o espaço
eu balbuciava minha infantil oração,
pedindo ao Deus que está no azul do firmamento
que mandasse um alívio a cada sofrimento,
que mandasse uma estrela a cada escuridão.
Guerra Junqueiro
Ai que saudade imensa
do tempo em que ajoelhava,
orando ao pé de ti.
Caia mansa a noite;
e andorinhas aos pares
Cruzavam-se, voando
em torno dos seus lares,
suspensos do beiral
da casa onde eu nasci.
Era a hora em que já sobre o feno das eiras
dormia quieto e manso o impávido lebreu.
Vinham-nos da montanha as canções das ceifeiras,
e a lua branca, além, por entre as oliveiras,
como a alma dum justo, ia em triunfo ao Céu.
E, mãos postas, ao pé do altar do teu regaço
vendo a lua subir, muda, alumiando o espaço
eu balbuciava minha infantil oração,
pedindo ao Deus que está no azul do firmamento
que mandasse um alívio a cada sofrimento,
que mandasse uma estrela a cada escuridão.
Guerra Junqueiro
domingo, 26 de junho de 2011
sábado, 25 de junho de 2011
Descalça vai para a fonte
Descalça vai para a fonte
Leonor pela verdura;
Vai fermosa, e não segura.
Leva na cabeça o pote,
O testo nas mãos de prata,
Cinta de fina escarlata,
Sainho de chamelote;
Traz a vasquinha de cote,
Mais branca que a neve pura.
Vai fermosa e não segura.
Descobre a touca a garganta,
Cabelos de ouro entrançado
Fita de cor de encarnado,
Tão linda que o mundo espanta.
Chove nela graça tanta,
Que dá graça à fermosura.
Vai fermosa e não segura.
Luís Vaz de Camões
Leonor pela verdura;
Vai fermosa, e não segura.
Leva na cabeça o pote,
O testo nas mãos de prata,
Cinta de fina escarlata,
Sainho de chamelote;
Traz a vasquinha de cote,
Mais branca que a neve pura.
Vai fermosa e não segura.
Descobre a touca a garganta,
Cabelos de ouro entrançado
Fita de cor de encarnado,
Tão linda que o mundo espanta.
Chove nela graça tanta,
Que dá graça à fermosura.
Vai fermosa e não segura.
Luís Vaz de Camões
Improviso para dizer a cumplicidade...
Se tu espreitares
no mais íntimo
dos meus olhos
ver-te-ás
e nenhum silêncio
será mais
a cerca do nosso refúgio
se eu espreitar
no mais íntimo
dos teus olhos
ver-me-ei
e nenhum silêncio
será mais
a cerca do nosso refúgio
à volta da mesa
que nos destinaram
uma única cadeira
chegará para os três
e ainda sobraremos.
Ademar
no mais íntimo
dos meus olhos
ver-te-ás
e nenhum silêncio
será mais
a cerca do nosso refúgio
se eu espreitar
no mais íntimo
dos teus olhos
ver-me-ei
e nenhum silêncio
será mais
a cerca do nosso refúgio
à volta da mesa
que nos destinaram
uma única cadeira
chegará para os três
e ainda sobraremos.
Ademar
Cessa o Teu Canto!
Cessa o teu canto!
Cessa, que, enquanto
O ouvi, ouvia
Uma outra voz
Com que vindo
Nos interstícios
Do brando encanto
Com que o teu canto
Vinha até nós.
Ouvi-te e ouvi-a
No mesmo tempo
E diferentes
Juntas cantar.
E a melodia
Que não havia.
Se agora a lembro,
Faz-me chorar.
Fernando Pessoa, in 'Cancioneiro'
Cessa, que, enquanto
O ouvi, ouvia
Uma outra voz
Com que vindo
Nos interstícios
Do brando encanto
Com que o teu canto
Vinha até nós.
Ouvi-te e ouvi-a
No mesmo tempo
E diferentes
Juntas cantar.
E a melodia
Que não havia.
Se agora a lembro,
Faz-me chorar.
Fernando Pessoa, in 'Cancioneiro'
sexta-feira, 24 de junho de 2011
Improviso para harpa e umbigo...
Não conheço gajas boas
boas boas boas
só conheço mesmo
as mulheres
que eu conheço
não sei ainda
se é das barbas
ou das mãos
ou da voz
mas todas as mulheres
que eu conheço
se bem que viajassem primeiro
com George Clooney
(opção hormonal)
à falta de melhor
depois
viajariam comigo.
Ademar
boas boas boas
só conheço mesmo
as mulheres
que eu conheço
não sei ainda
se é das barbas
ou das mãos
ou da voz
mas todas as mulheres
que eu conheço
se bem que viajassem primeiro
com George Clooney
(opção hormonal)
à falta de melhor
depois
viajariam comigo.
Ademar
quinta-feira, 23 de junho de 2011
Pensamento do dia...
Aquilo que se faz por amor está sempre além do bem e do mal.
Friedrich Nietzsche
Friedrich Nietzsche
quarta-feira, 22 de junho de 2011
Casa...
Não forçou a porta
percebeu apenas
que estava aberta
entrou em casa
como se fosse sua
desde sempre
saiu
sem fechar a porta
para poder voltar
como fazem os amantes.
Maria José Meireles
percebeu apenas
que estava aberta
entrou em casa
como se fosse sua
desde sempre
saiu
sem fechar a porta
para poder voltar
como fazem os amantes.
Maria José Meireles
Improviso para Sheherazade...
Já não distingo entre
segredos de estado
(estrado)
e segredos de estada
(estrada)
subjuntivamente
já não sei a que segredos
me convidas
nem a que menstruações
suspendo-te do substantivo
diafaneidade
a transparência com que me acolhes
não tem tempo dentro
apenas a luz inteira.
Ademar
segredos de estado
(estrado)
e segredos de estada
(estrada)
subjuntivamente
já não sei a que segredos
me convidas
nem a que menstruações
suspendo-te do substantivo
diafaneidade
a transparência com que me acolhes
não tem tempo dentro
apenas a luz inteira.
Ademar
terça-feira, 21 de junho de 2011
As nossas mãos podem muitas coisas
As nossas mãos podem muitas coisas: - podem oferecer apoio no momento certo; - podem estender-se para consolar; - podem segurar firme para amparar. O que mais podem as nossas mãos? As mãos podem saudar e sinalizar. As mãos podem envolver e dar carinho. As mãos podem estabelecer limites, escrever e abençoar... As nossas mãos podem agasalhar e curar feridas... Para o mudo a mão é o verbo. Para o idoso é a segurança. Para uma pessoa irada a mão erguida é ameaça. Para o pedinte a mão estendida é suplica. Para quem ama, a mão silenciosa, que acolhe a do ser amado, é felicidade. Para quem chora, a mão alheia é conforto. Existem mãos que agarram, perturbadas. Mas existem também mãos que tocam, suaves. Existem mãos que ferem. Mas existem mãos que acariciam. Existem mãos que amaldiçoam. Porém, felizmente existem mãos que abençoam. Existem mãos que destroem. Mas existem também mãos que edificam, trabalham e realizam. Recebemos as nossas mãos para serem ferramentas abençoadas, para que sirvam na construção de um mundo melhor para todos. Usemos as nossas mãos, sempre, para edificar, elevar, apoiar e trabalhar, na esperança por dias melhores para o nosso mundo.
César Ramos
César Ramos
segunda-feira, 20 de junho de 2011
Antes o voo da ave, que passa e não deixa rasto,
Que a passagem do animal, que fica lembrada no chão.
A ave passa e esquece, e assim deve ser.
O animal, onde já não está e por isso de nada serve,
Mostra que já esteve, o que não serve para nada.
A recordação é uma traição à Natureza.
Porque a Natureza de ontem não é Natureza.
O que foi não é nada, e lembrar é não ver.
Passa, ave, passa, e ensina-me a passar!
Alberto Caeiro
Que a passagem do animal, que fica lembrada no chão.
A ave passa e esquece, e assim deve ser.
O animal, onde já não está e por isso de nada serve,
Mostra que já esteve, o que não serve para nada.
A recordação é uma traição à Natureza.
Porque a Natureza de ontem não é Natureza.
O que foi não é nada, e lembrar é não ver.
Passa, ave, passa, e ensina-me a passar!
Alberto Caeiro
domingo, 19 de junho de 2011
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